A empresa especializada no fabrico de estofos para automóveis foi uma das que mais contratou em 2014, segundo os dados da Ignios.
in Dinheiro Vivo, por Rita Tavares, 23-12-2015

A fábrica de Vila Nova da Famalicão tem 2697 funcionários, com um salário médio que se situa entre os 520 e os 530 euros.
(Gonçalo Delgado / Global Imagens)
Em 2014, nas fábricas que a Coindu tem em Portugal, entraram 960 novos trabalhadores, 33% do que foi contratado ao todo pela 10 maiores empregadores na área da produção de bens. Este ano, a contratação ficou pelas 400 pessoas, mas o objetivo é “continuar a aumentar” no próximo anos, até porque “as perspetivas de produção são muito animadoras”, garante o gestor de recursos humanos da Coindu.
Fausto Araújo explica o salto de contratação com “o aumento de encomendas e a entrada de novos projetos” de marcas com que a Coindu já trabalhava. A empresa fornece estofos e revestimentos em tecido de painéis de portas sobretudo para as marcas alemãs como a Volkswagen, Audi, BMW, Mercedes e Opel. É uma das principais fornecedoras para carros topo de gama, caso do PorschePanamera, do Audi Q7 e ainda de toda a série da BMW.
Ao todo, a empresa tinha, em 2014, 2697 trabalhadores com um salário médio entre os 520 e os 530 euros. E Fausto Araújo explica que recorrem a apoios do Estado à contratação, ao mesmo tempo que garante que não é por isto que tem aumentado o número de trabalhadores nos últimos anos. Para o aumento registado em 2014, contribuiu sobretudo a fábrica de Joane. A Coindu tem ainda outra em Portugal, em Arcos de Valdevez e mais duas fora do país, que não entram nestas contas: uma na Roménia, com cerca de mil trabalhadores, e outra no México, que abriu este ano.
A Coindu surge como líder das produtoras de bens no que a contratação diz respeito, mas também surge nos lugares de topo noutros critérios, como o do crescimento, por exemplo. Em 2014, a empresa totalizou um volume de negócios de 163 milhões de euros, um salto de 44% em relação ao ano anterior e o ritmo tem sido mais ou menos este nos últimos anos. Também no ranking das exportações, feito pela Ignios, aparece no lugar número 15, com um aumento em quase 50% das exportações em 2014. As vendas ao exterior representam 99,7% do volume de negócios da Coindu. Depois da crise no setor automóvel, a empresa acredita que há condições para manter o ritmo de crescimento, em todas as variáveis, nos próximos anos.
Localizada na indústria do Vale do Ave, que tem na sua origem uma forte predominância do têxtil, a Coindu começou com a fábrica de Joane, há 26 anos, e é lá que ainda hoje se situa o coração da empresa – fábrica, armazéns e escritórios. No início, produzia sacos grandes para material de obras (areia, por exemplo), passou para o fabrico de estofos para aeronaves e só depois se dedicou à produção de componentes e acessórios para automóveis, que hoje domina.