Autoeuropa já produziu este ano 139 mil veículos e ultrapassou anterior máximo de produção anual de 1998

A Autoeuropa já produziu este ano mais de 139 mil veículos, ultrapassando o máximo anterior de 138.890 veículos atingido em 1998, anunciou a empresa em comunicação interna aos trabalhadores a que a agência Lusa teve hoje acesso.

in Diário de Notícias / Lusa, 30-08-2018


Segundo a administração da AutoEuropa, a fábrica de automóveis da Volkswagen já produziu este ano um “volume histórico” de 139.667 unidades devido ao sucesso do lançamento do T-Roc, que já ultrapassou as 100 mil unidades, e à boa aceitação que o mercado continua a ter em relação aos outros veículos, incluindo o Volkswagen Sharan e o SEAT Alhambra, produzidos em Palmela, no distrito de Setúbal.

Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da empresa confirmou o novo máximo histórico de produção em 26 anos de laboração da fábrica, que foi alcançado numa altura em que já está implementado o novo horário de laboração contínua, com um quarto turno de trabalho.

Este novo horário de laboração contínua garante aos trabalhadores da Autoeuropa duas folgas consecutivas todas as semanas, ao contrário do que se verificava com o anterior, que vigorou de janeiro a julho deste ano, em que havia apenas uma folga fixa ao domingo e outra rotativa, e que esteve na origem da greve, também histórica, realizada precisamente há um ano, a 30 de agosto de 2017, a primeira por razões laborais na fábrica de Palmela.

Apesar do novo máximo histórico de produção em 26 anos de atividade – que deverá ser substancialmente superior no final de dezembro -, administração e trabalhadores da Autoeuropa continuam a negociar a remuneração do trabalho ao domingo, que está a ser pago como um dia normal mas que os trabalhadores querem que seja pago como trabalho extraordinário, tal como já acontece com o trabalho ao sábado.

Segundo dados da própria empresa, em 2017 “o peso das vendas da Autoeuropa nas exportações de bens de Portugal foi de 3,4%”, valor que aumenta para “12,3% se considerarmos apenas as exportações da Área Metropolitana de Lisboa”, onde está integrado o distrito de Setúbal.

De acordo com a previsão da Autoeuropa, que prevê uma duplicação das vendas em 2018 face a 2017, isso significaria que as exportações de bens portugueses cresceriam só por si, com tudo o resto constante, 3,4%, e que o peso nas exportações aumentaria para 6,6%.

No entanto, face à dinâmica de outros setores da economia portuguesa, prevê-se que a produção da Autoeuropa represente cerca de 5% das exportações portuguesas em 2018.

Segundo dados do INE (Instituto Nacional de Estatística) referidos pela Autoeuropa, “um aumento da produção da Autoeuropa tem um impacto indireto superior ao direto, porque os fornecedores nacionais da Autoeuropa têm um valor acrescentado doméstico superior ao da produção da Autoeuropa”.

Por outro lado, segundo informação da empresa, a produção do novo modelo T-Roc “contém um valor acrescentado superior aos anteriores modelos com uma componente doméstica superior, sendo por isso expetável um acréscimo do peso do VAB da Autoeuropa na produção nacional, por via direta e indireta”.

 

 

Las exportaciones de componentes para automoción crecieron un 9,4% en el 1er. cuatrimestre de 2018

Entre enero y abril de 2018 se exportaron equipos y componentes de automoción españoles por un valor de 7.299 millones de euros, lo que supone un 9,4% más respecto al mismo periodo del año 2017.

in SERNAUTO, 30-08-2018


Este crecimiento intercuatrimestral en las exportaciones ha venido determinado por el buen comportamiento de los mercados tradicionales de la Unión Europea como son Alemania, Francia o Portugal. Asimismo, las exportaciones españolas han continuado ganando cuota de mercado en países de gran importancia en el sector automoción como son Marruecos, China, México o Rusia.

Considerando la Unión Europea (UE) como un bloque, los 10 destinos más importantes para las exportaciones españolas de equipos y componentes durante el primer cuatrimestre de 2018 han sido: UE, Marruecos, Estados Unidos, China, Turquía, Argelia, México, Japón, Sudáfrica y Rusia.

Según el análisis realizado por SERNAUTO, la Unión Europea sigue siendo el principal mercado de destino de las exportaciones españolas de componentes, concentrando el 72,3% de las ventas (frente al 73,9% del mismo periodo de 2017). En el primer cuatrimestre de 2018, las exportaciones a la UE aumentaron un 7,1% respecto al año anterior, situándose en 5.280 millones de euros.

La evolución de las exportaciones en los principales mercados europeos de automoción ha sido desigual. Destaca el incremento de las ventas a Portugal, de casi el 31%, alcanzando los 561 millones de euros.

Se exportó un 4% más a Alemania por un importe total de 1.399 millones —lo que supone volver a la senda de crecimiento registrado hasta 2016—, y también aumentaron las ventas a Francia un 16% alcanzando los 1.295 millones. Por el contrario, se contrajeron las exportaciones a Italia un 4,6%, hasta los 338 millones de euros.

Respecto a otros mercados europeos, las ventas de equipos y componentes de automoción a Reino Unido se mantuvieron estables, con una cifra de 534 millones de euros. Polonia también tuvo un comportamiento muy similar al del año pasado, con un incremento del 0,5% (195 millones de €).

República Checa (+8,6%) y Holanda (+3,2%) fueron otros de los mercados destacados; mientras que las exportaciones a Bélgica y Rumania se redujeron un 4,9% y casi un 5%, respectivamente.

Respecto al resto del mundo, Marruecos sigue siendo el primer destino fuera de Europa durante este periodo, con un total de 328 millones exportados, lo que supone un incremento del 3,9% respecto al año anterior. Estados Unidos continúa en la segunda posición, manteniéndose estable respecto al mismo periodo del año anterior, con un ligero crecimiento del 1,8% (273 millones de €).

Las ventas a China experimentaron un fuerte crecimiento, alcanzando los 222 millones de euros, un 29,4% más que el año pasado.

Destaca notablemente el impulso que ha tomado Argelia alcanzando los 130 millones de euros, cifra seis veces superior a la del año pasado.

Además de Argelia, los mercados de Sudáfrica, Rusia, Brasil y Argentina presentaron importantes incrementos respecto al mismo periodo del año anterior, con tasas respectivas del 51,9%, 22%, 32,1%, y 31,4% de crecimientos intercuatrimestrales.

Por último, reseñar el caso de Japón cuyas ventas disminuyeron un 5,76% respecto al primer cuatrimestre del 2017, situándose en los casi 92 millones de euros.

A continuación, se recogen los gráficos con los porcentajes de las exportaciones realizadas a los principales destinos, tanto dentro de la UE como en el resto del mundo.

Gráfico 1: Top 10 países de la UE destino de las exportaciones del sector

Gráfico 2: Top 10 países destino de las exportaciones del sector (tomando a la UE como un bloque)

 

Indústria automóvel rejeita acusação de fraude

As fabricantes automóveis rejeitam as acusações feitas no estudo da Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E) de que os condutores europeus foram defraudados em quase 150 mil milhões de euros desde 2000 através da manipulação dos dados do consumo dos automóveis.

in Negócios, por Pedro Curvelo, 30-08-2018


Também a Deco, associação de defesa dos consumidores, refere que “é excessivo falar-se em fraude”.

 

O estudo da T&E aponta para que nos últimos 18 anos os condutores europeus tenham despendido 149,7 mil milhões de euros a mais a abastecer os seus veículos do que gastariam caso os dados de consumo indicados pelas construtores automóveis fossem os correctos. Em Portugal, o gasto a mais cifra-se em 1,6 mil milhões de euros, refere o documento.

 

Contactadas pelo Negócios, várias marcas automóveis repudiaram a utilização da expressão no estudo de “manipulação” e destacaram a substituição dos testes New European Driving Cycle (NEDC), que “se encontravam obsoletos”, pelo novo procedimento, designado Worldwide Harmonised Light Vehilce Test Procedure (WLTP), que apresenta resultados mais próximos da realidade, quer ao nível das emissões poluentes quer ao nível dos consumos.

 

Da mesma forma, a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), argumenta, em comunicado, que o WLTP irá mitigar as disparidades entre os valores registados em testes e os da condução real. A AFIA sublinha que os valores dos testes laboratoriais são sempre inferiores aos registados na condução em estrada, mas considera que “esse efeito é legítimo, fisicamente inevitável e aceite pelos técnicos, mas também é conhecido pelo condutor comum”.

 

Contudo, o estudo da T&E aponta que as lacunas no WLTP e a “inflação” dos valores das emissões pelos fabricantes, que a federação refere estarem “provavelmente” em conluio na sobrevalorização dos dados poluentes, poderão traduzir-se em 57 mil milhões de euros d egastos adicionais em combustível para os condutores europeus entre 2020 e 2030. Mantendo a actual proporção, para os condutores portugueses o custo seria na ordem dos 609 milhões de euros.

 

Uma fonte do mercado, que pediu para não ser identificada, explicou que os fabricantes utilizam por regra as versões base dos modelos automóveis para os testes laboratoriais – até agora o NEDC – que apresentam valores mais baixos de emissões de dióxido carbono (CO2) e de consumos. Assim, os consumidores seriam beneficiados em sede fiscal aquando da compra, em prejuízo do Estado, explicou.

 

A associação ambientalista Zero, que é membro da T&E, reconhece que o WLTP “se aproxima mais do valor real de consumo de combustível do automóvel e consequentemente das emissões de dióxido de carbono associadas”. No entanto, o presidente da Zero, Francisco Ferreira, ressalva – tal como o estudo da T&E – que existem “lacunas” nos testes WLTP.

 

Zero e Deco sem intenções de acções judiciais

Apesar de o estudo acusar a indústria automóvel de manipulação e de concertação, a Zero indicou ao Negócios que, “por agora, não há intenção de avançar com uma acção judicial contra os fabricantes”.

 

També, a Deco referiu ao Negócios que “não pondera” avançar com qualquer acção judicial colectiva. A associação de defesa dos consumidores diz, aliás, que uma acção judicial teria de ser intentada contra quem elaborou o procedimento de testes (NEDC) não contra os fabricantes automóveis. ”Não podemos dizer que há fraude por parte dos construtores automóveis”, sublinha.

 

Os vários advogados contactados pelo Negócios concordam que seria “difícil” num caso com estes contornos provar o prejuízo para o consumidor de ter comprado um veículo em detrimento de outro com base nos consumos de combustível anunciados. Essa possibilidade, acrescentam, teria de ser feito através de uma acção comum, geralmente interpostas por associações de defesa dos direitos dos consumidores. O caso muda de figura se fosse provada alguma violação à lei da concorrência, ressalvam. Neste caso, defendem, os consumidores poderiam pedir indemnizações em tribunal. Ao Negócios, o porta-voz da Comissão Europeia para a Concorrência escusou-se a comentar o tema.

 

 

Associação de Fornecedores contra estudo sobre emissões

A AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel, a entidade portuguesa que congrega e representa, nacional e internacionalmente, os fornecedores de componentes para a indústria automóvel, afirma que o estudo da Federação Europeia de Transportes e Ambiente recentemente divulgado, sobre a manipulação dados do consumo de combustíveis dos automóveis pelos fabricantes, “não reflete a realidade atual”, pois a nova legislação WLTP (Procedimento de Teste Global Harmonizado para Veículos Ligeiros – Worldwide Harmonized Light Vehicle Test Procedure), que entrará em vigor a 1 de setembro de 2018 “corrigirá estas diferenças nos níveis dos consumos”.

in AutoFoco, 30-08-2018


Em comunicado a AFIA considera que o novo ciclo WLTP foi “desenvolvido usando dados de condições reais de condução recolhidos em todo o mundo” e para produzir “resultados mais próximos de uma experiência de condução real”. Tudo para “evitar a desconfiança que, entretanto, se gerou na indústria automóvel nesta matéria”, pode ler-se em comunicado daquela associação.

«É de realçar que os valores anunciados pelos construtores se referem sempre a medições em laboratório. Devido às condições otimizadas em que os carros são testados, os valores de consumos e emissões assim apurados serão sempre mais favoráveis do que os que resultam da condução em estrada, sujeitos a uma grande variabilidade de parâmetros. Este desvio afeta todos os veículos automóveis, independentemente da sua motorização”, defende a AFIA.

“Há que ter presente que este efeito é legítimo, fisicamente inevitável e aceite pelos técnicos, mas também é conhecido pelo condutor comum e por isso mesmo sempre foi tomado em linha de conta na fixação dos limites legais, a avaliar em laboratório”, recordam estes representantes dos fornecedores de componentes para a indústria automóvel.

A AFIA acrescenta que “não faria sentido agora uma atitude purista e hipócrita de penalizar os construtores pelo facto de as viaturas na condução em estrada registarem maiores consumos do que no laboratório” e que “nunca será demais relembrar que as diferenças detetadas se referem a casos passados e que os construtores garantem que os carros atualmente à venda no mercado cumprem as normas e limites legais”.

“Estes limites têm vindo a baixar, levando a que os automóveis hoje no mercado consumam incomparavelmente menos combustível do que há poucos anos, com a consequente redução das emissões”, conclui a referida associação.

 

 

US president announces revised trade deal between US and Mexico

On  27th August, U.S. President Donald Trump announced a common accord between the US and Mexico on key trade terms – a replacement  of the existing 25-year-old North American Free Trade Agreement, which Mr. Trump has   pointed towards  for a decline in US manufacturing jobs.

in CLEPA, 29-08-2018


Negotiators have been rewriting the NAFTA treaty over the past year, but in the past five weeks, Canada has not been part of the discussions.

 

The deal struck between the US and Mexico must be read in the global trading context and especially in light of the US import duties on steel (25%) and aluminum (10%), which the US has imposed on Canada, China, Turkey, (albeit EU is enjoying temporary tariff relief).

 

The specific requirements lay down stringent conditions for the import of products, (vehicles and automotive component parts, alike) from Mexico including:

  • Automotive manufacturing: to receive complete tariff free treatment or almost (possibly at around 2.5%), the new deal would require that 75% of the parts in any car sold in U.S. and Mexico would be produced in those countries. Currently, about 62.5% of parts are required to be produced in the US, Mexico and Canada. However, it is not known, at this stage, what the tariffs may amount to if the required local content of 75% is not reached.
  • Higher labour standards: the new deal would require that 40% to 45% of auto parts in cars sold in the U.S. and Mexico are made by workers earning at least 16 USD per hour (aimed at discouraging firms from locating in lower-wage Mexico).
  • Provisions to govern Intellectual Property, digital trade and investor disputes.
  • The pact will expire in 16 years’ time, it is to be reviewed every six years.

 

The 75% local content requirement is already considered as being challenging to fulfil, in particular because large parts of the automotive supply industry use metal resources in their production, sourced from elsewhere. The costs of metal products will increase and, ultimately, it will be the end-consumer who will pay the price.

 

CLEPA is looking more deeply into the full impact of the EU-Mexico deal, (as it currently stands), taking into account the increased costs, the revision of the EU-Mexico FTA and the provisions of the EU-Canada FTA.

 

MEMA, the North American Motor & Equipment Manufacturers Association, has been advocating for a positive renegotiation of the North American Free Trade Agreement. They highlight the importance on the progress made by the Trump Administration and the Mexican government, but they encourage a renewed focus on a three-party agreement that includes Canada.

They also warn that the potential cap of Mexican motor vehicle parts exports into the U.S. may serve to decrease American manufacturing jobs and exports and put U.S. businesses at a global disadvantage — all while increasing costs to consumers.

 

Casting doubt on Canada’s inclusion, Mr Trump said: “We will see whether or not we decide to put up Canada or just do a separate deal with Canada”. He also stated that he wanted to get rid of the name NAFTA, as it has “bad connotations”.

Canadian Prime Minister Justin Trudeau’s office published a note saying that both leaders  “had a constructive conversation” and “look forward to having their teams engage this week with a view to a successful conclusion of negotiations.”

The next steps foresee a deal to be taken before the newly elected Mexican President, Mr. Lopez Obrador, who takes office in December 2018. In order to meet that deadline, the Trump Administration must present the U.S. Congress with a deal at least 90 days in advance, i.e. Friday, 31 August.

Mr. Obrador has said that a two-way agreement with the US was just the first step in, expressing interest “in remaining a three-country deal”. In which case, all three legislatures would have the final say over the trade pacts.

 

Background:

  • The North American Free Trade Agreement covers more than $1tr (£780bn) in annual trade.
  • NB the U.S. has threatened to place tariffs on vehicles and automotive parts on cars imported from Europe, Canada and Asia. The outcome of the US Section 232 investigation is still pending.
  • The United States’s imposition of tariffs on metals, as mentioned above, has prompted global countermeasures, with retaliatory measures on US goods coming from Mexico, Canada, EU, China, India and Turkey.
  • The US has also imposed tariffs on $50 billion worth of Chinese imports, as punishment for alleged Chinese technology transfer. China is levying retaliatory tariffs on 50billion USD worth of US imports..

 

 

Source: CLEPA, MEMA

 

 

Indústria automóvel diz que estudo sobre manipulação no consumo dos carros não “reflete realidade atual”

A Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel argumenta que a nova legislação WLTP, que entra em vigor em setembro, irá “corrigir” diferenças nos consumos. Em causa está o estudo da Federação Europeia dos Transportes e Ambiental que concluiu que, entre 2000 e 2017, os portugueses foram defraudados em 1,6 mil milhões de euros em combustível extra.

in Jornal Económico, por Mariana Bandeira e António Vasconcelos Moreira, 29-08-2018


A Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) considera que o estudo sobre manipulação no consumo dos carros não se adequa ao panorama em que se encontra este mercado em Portugal. A organização que congrega e representa, nacional e internacionalmente, os fornecedores de componentes para a indústria automóvel lembra que o novo quadro legal vai evitar a desconfiança que se gerou perante estas empresas.

“É de referir que este estudo não reflete a realidade atual, pois a nova legislação WLTP (Worldwide Harmonized Light Vehicle Test Procedure – Procedimento de Teste Global Harmonizado para Veículos Ligeiros), que entrará em vigor a 1 de setembro [e substituirá o teste NEDC] «corrigirá» estas diferenças nos níveis dos consumos”, defende a associação, em comunicado divulgado esta quarta-feira.

Uma das conclusões retiradas do estudo “Ending the cheating and collusion: Using real world CO2 measurements within the post-2020 CO2?, realizado pela Federação Europeia dos Transportes e Ambiental, é a de que, entre 2000 e 2017, os portugueses foram defraudados em 1,6 mil milhões de euros em combustível extra devido à manipulação latente dos testes de emissões de dióxido de carbono (CO2) que as fabricantes de automóveis terão realizado em conluio.

“Os valores anunciados pelos construtores se referem sempre a medições em laboratório. Devido às condições otimizadas em que os carros são testados, os valores de consumos e emissões assim apurados serão sempre mais favoráveis do que os resultantes da condução em estrada, sujeitos a uma grande variabilidade de parâmetros. Este desvio afeta todos os veículos automóveis, independentemente da sua motorização”, explica a AFIA. Na mesma nota, as fabricantes automóveis defendem que não faz sentido “penalizar os construtores pelo facto de as viaturas na condução em estrada registarem maiores consumos do que no laboratório”.

Tanto a União Europeia como a associação responsável pelo estudo publicado ontem encaram o WLTP como um teste mais fiável do que o seu antecessor, estando de acordo que haverá diferenças entre os níveis das emissões de CO2 registadas ao abrigo do novo WLTP e as emissões registadas em condução na estrada. Porém, enquanto o bloco europeu estima que essa diferença será entre 10% a 15%, a análise cita pesquisas que anteveem que essa diferença se situe nos 23%.

ANTENA 1 – Presidente da AFIA – consumo de combustível (AUDIO)

No dia 29 de Agosto Tomás Moreira, Presidente da AFIA, falou  com a ANTENA 1 sobre a temática dos “fabricantes de automóveis e o consumo de combustível”

Antena 1, 29-08-2018


 

 

  • Notícias das 19h00 – Edição de Luís Soares

 

AFIA | COMUNICADO DE IMPRENSA | A Indústria Automóvel e o Consumo de Combustível

A AFIA foi chamada a pronunciar-se sobre o estudo levado a cabo pela Federação Europeia de Transportes e Ambiente afirmando que a indústria automóvel manipulou os dados do consumo de combustíveis dos automóveis.

in AFIA, 29-08-2018


Em primeiro lugar é de referir que este estudo não reflecte a realidade actual, pois a nova legislação WLTP (Procedimento de Teste Global harmonizado para Veículos Ligeiros – Worldwide Harmonized Light Vehicle Test Procedure), que entrará em vigor a 1 de Setembro de 2018 “corrigirá” estas diferenças nos níveis dos consumos.

Enquanto os dados do ciclo anterior NEDC (New European Driving Cycle) eram baseados num perfil de condução teórico, o novo ciclo WLTP foi desenvolvido usando dados de condições reais de condução recolhidos em todo o mundo. Assim, é concebido para produzir resultados mais próximos de uma experiência de condução real. Tudo para evitar a desconfiança que entretanto se gerou na indústria automóvel nesta matéria.

É de realçar que os valores anunciados pelos construtores se referem sempre a medições em laboratório. Devido às condições optimizadas em que os carros são testados, os valores de consumos e emissões assim apurados serão sempre mais favoráveis do que os resultantes da condução em estrada, sujeitos a uma grande variabilidade de parâmetros. Este desvio afecta todos os veículos automóveis, independentemente da sua motorização.

Há que ter presente que este efeito é legítimo, fisicamente inevitável e aceite pelos técnicos, mas também é conhecido pelo condutor comum e por isso mesmo sempre foi tomado em linha de conta na fixação dos limites legais, a avaliar em laboratório.

Não faria sentido agora uma atitude purista e hipócrita de penalizar os construtores pelo facto de as viaturas na condução em estrada registarem maiores consumos do que no laboratório.

Nunca será demais relembrar que as diferenças detectadas se referem a casos passados e que os construtores garantem que os carros actualmente à venda no mercado cumprem as normas e limites legais.

Estes limites têm vindo a baixar, levando a que os automóveis hoje no mercado consumam incomparavelmente menos combustível do que há poucos anos, com a consequente redução das emissões.

 

 

Produção mundial de carros vai crescer 30% para 123 milhões de unidades até 2030

A produção mundial de carros deverá crescer 30% até 2030 para um total de 123 milhões de unidades, indica um estudo divulgado esta segunda-feira, que estima também uma mudança de paradigma no setor com o crescimento dos veículos partilhados.

in Dinheiro Vivo / Lusa, 27-08-2018


De acordo com o estudo “O futuro da estrutura da indústria automóvel FAST 2030”, feito pela consultora Oliver Wyman e citado pela agência noticiosa Efe, este crescimento ocorre após um aumento de 2,4% em 2017 para 97,3 milhões de unidades.

Segundo o documento, em causa está também um novo paradigma na indústria automóvel, estimando-se que o número de carros partilhados cresça 95% na Europa.

Nos Estados Unidos e na China este acréscimo ronda os 114% e os 358%, respetivamente.

“Apesar de o crescimento da indústria automóvel a nível mundial ser positivo, será acompanhado de mudanças estruturais e de um aumento nos custos para os quais o setor não está preparado”, indica o estudo elaborado por aquela consultora e citado pela Efe. O documento aponta também que mais de 60% das vendas, entre 2020 e 2025, será de carros elétricos, algo que se deverá relacionar com o “endurecimento da regulação das emissões” poluentes.

Por regiões, o estudo prevê que um em cada três carros vendidos na China até 2030 seja totalmente elétrico, enquanto na Europa esta percentagem se fica pelos 25%.

Já no Japão e nos Estados Unidos projeta-se que 60% dos carros sejam híbridos em 2030, enquanto em África e na América do Sul a utilização de veículos movidos a energias alternativas não deverá ser muito significativa.

O autor do estudo e sócio da consultora Oliver Wyman, Joern Buss, destaca que a indústria automóvel enfrenta, assim, “uma autêntica tempestade entre a nova tecnologia transformadora e a mudança no comportamento dos clientes”.

No que toca à condução autónoma, o estudo revela que, em 2030, cerca de 25% dos novos carros vendidos estarão equipados com sistemas de automação parcial.

Já os veículos totalmente autónomos deverão equivaler a 15% das vendas.

É, assim, “provável” que este tipo de carros altere o setor, ao resultar do fabrico tradicional de veículos e da introdução de bens e serviços inovadores feita pelas empresas tecnológicas e de telecomunicações, adianta o documento.

 

 

Europa atinge marca de 1 milhão de carros eléctricos

Portugal é dos poucos países europeus onde os eléctricos têm uma quota acima de 2% nas vendas de automóveis novos.

in Negócios, por Nuno Carregueiro, 27-08-2018


Os carros eléctricos continuam a ter um peso diminuto no mercado automóvel europeu, mas no decorrer do primeiro semestre deste ano foi atingida uma marca relevante. Com a venda de mais de 195 mil automóveis eléctricos (totalmente ou híbridos) nos primeiros seis meses do ano, o mercado europeu passou a ter mais de um milhão de carros eléctricos.

 

A Europa atingiu este marco cerca de um ano depois da China, que tem um mercado de dimensão bastante superior, mas antes dos Estados Unidos, que só deverá chegar à marca milhão de carros eléctricos no final deste ano. Nessa altura, de acordo com as estimativas da consultora EV Volumes, o mercado europeu de carros eléctricos já contará com um valor acumulado de carros eléctricos vendidos de 1,35 milhões.

 

“Um stock de um milhão de carros eléctricos vendidos é um marco importante no caminho para a electrificação e para alcançar os objectivos de descida das emissões poluentes, mas continua a ser claramente insuficiente”, refere Viktor Irle, analista da EV Volumes, citado pelo The Guardian.

 

No primeiro semestre as vendas de carros eléctricos aumentaram 42% face ao mesmo período do ano passado, mas representam apenas 2% do total do mercado. A Noruega é claramente o país líder na conversão para os carros eléctricos, o que se explica com os fortes incentivos do governo para a compra destes automóveis. No primeiro semestre foram vendidos 36.500 veículos eléctricos neste país, o que representa 37% de todos os automóveis vendidos neste período.

 

De acordo com a EV Volumes, outros países nórdicos (Islândia, Suécia e Finlândia) surgem nos lugares seguintes do ranking, sendo que Portugal também surge bem posicionado, ocupando a sétima posição. Os dados da consultora mostram que Portugal é dos poucos países europeus onde os eléctricos têm uma quota acima de 2% nas vendas de automóveis novos. Além disso o crescimento nas vendas de carros 100% eléctricos foi superior a 100% e de “plug-in” híbridos ficou muito perto (aumentaram 94%). Taxas de crescimento que mais que duplicam o registado em média no mercado europeu. Na Alemanha, que tem o maior mercado automóvel da Europa, o crescimento das vendas também está a acelerar, com a EV Volumes a apontar para perto de 90 mil veículos eléctricos vendidos no final do ano, superando assim o registado na Noruega.

 

A compra de carros eléctricos em Portugal também tem incentivos fiscais (podem chegar aos 2.250 euros), sendo que até Agosto os pedidos de apoio superaram os 1.200 e aumentaram 50%.

 

As vendas de eléctricos estão a aumentar fortemente em Portugal, mas a quota de mercado é ainda muito reduzida. Já as vendas de carros a diesel, como o Negócios avançou na semana passada, estão a cair fortemente: apesar das vendas de ligeiros de passageiros terem crescido 5,8% nos primeiros seis meses do ano, o número de veículos a gasóleo vendidos neste segmento recuou 8,5%, o que representa uma descida da quota de mercado de 61% no final de 2017 para os 52,8% em Junho. Em sentido contrário, os ligeiros de passageiros a gasolina aumentaram as vendas em 22,5%, valendo já 40,9% do mercado.