A chegada da mobilidade elétrica às produtoras nacionais é bem recebida pelas empresas nacionais de componentes que garantem estar preparadas para apoiar esta ofensiva nos próximos anos.
in O Jornal Económico, por André Cabrita-Mendes, 30-06-2023
As empresas nacionais de componentes garantem estar preparadas para a ofensiva elétrica que se avizinha na indústria nacional de produção automóvel nos próximos anos.
“A AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel congratula-se e manifesta a sua satisfação por este reconhecimento, que demonstra a competitividade da indústria automóvel portuguesa”, disse ao JE o seu secretário-geral Adão Ferreira.
“A AFIA acredita que com estes novos modelos, a serem fabricados no nosso país, haverá um novo impulso na indústria automóvel portuguesa, que muito será valorizada se for aproveitada a oferta da indústria de componentes nacional”, acrescenta.
A Stellantis Mangualde, distrito de Viseu, vai passar a produzir quatro modelos 100% elétricos a partir de 2025 (ver texto principal). Já a fábrica da Autoeuropa Volkswagen, distrito de Setúbal, prepara-se para produzir um modelo híbrido também a partir de 2025, dando forte sinal de vida e calando de vez as vozes que anunciavam o o aproximar do encerramento de uma das maiores exportadoras do país. Por seu turno, a Mitsubishi FUSO (detida pela alemã DaimlerTruck) já produz camiões ligeiros totalmente elétricos na sua fábrica no distrito de Santarém, tendo sido a primeira unidade industrial em Portugal a arrancar.
“As empresas portuguesas de componentes para automóveis estão habilitadas e aptas para fornecerem estes novos modelos, cumprindo todas as exigências e requisitos. Refira-se que 98% dos automóveis produzidos na Europa têm pelo menos um componente fabricado em Portugal. Este facto só é possível ser conseguido pela resiliência, competitividade e fiabilidade continuadamente demonstradas pela indústria junto dos clientes internacionais”, sublinha Adão Ferreira.
A indústria nacional de componentes conta com 350 empresas que empregam diretamente 62 mil trabalhadores. O sector faturou 12 mil milhões de euros em 2022, exportando 85% da sua produção e contribuindo com mais de 5% para o PIB.
Já a produção de automóveis cresceu 11% em 2022 para mais de 322 mil unidades, mantendo Portugal na liga dos campeões europeus do fabrico, acima de 300 mil unidades. Alemanha (21%), França (14%), Itália (12%) e Espanha (10%) foram os principais mercados, segundo a ACAP.
“A indústria de componentes para automóveis, representada pela AFIA, reitera o compromisso em sustentar o crescimento da economia nacional”, remata Adão Ferreira.
NÚMERO
98%
- 98% dos automóveis produzidos na Europa contam com, pelo menos, um componente produzido em Portugal. Os dados são da AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel que faturou 12 mil milhões de euros em 2022, exportando 85% da sua produção. A ofensiva elétrica vai ser um dos grandes desafios nos próximos anos.