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Couro Azul. Do volante aos estofos e portas topos de gama

O ano passado teve um crescimento muito significativo, vendo o seu volume de negócios aumentar em 81,16%.

in Dinheiro Vivo, por Rita Tavares, 23-12-2015

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A empresa cresceu nos últimos anos graças à aposta no fornecimento de couro para o interior de marcas como a Porsche ou a Volvo
(FOTO: GLOBAL IMAGENS)

É uma empresa familiar 100% portuguesa e já chegou às mãos da quarta geração. Pedro Carvalho, o presidente do conselho de administração, pertence à terceira geração da família que sediou em Alcanena o grupo Carvalhos, que já conta 75 anos de existência e levou o saber da arte da transformação do couro de bovino ao volante de um Porsche Panamera. E não só.

A Couro Azul foi criada em 1989, com o grupo a querer estender-se a novos negócios, como o calçado e a marroquinaria para o fornecimento ao sector automóvel. No ano passado teve um crescimento muito significativo, vendo o seu volume de negócios aumentar em 81,16%, o que a coloca como a empresa que mais cresceu entre as que foram analisadas pela Ignios. Pedro Carvalho fundamenta este salto com “esforço de diversificação” que a empresa fez nos últimos três anos, em que em vez de concentrar a produção no fornecimento de couro para volantes das principais marcas de automóveis passou também a fornecer o seu produto para que seja aplicado em bancos e painéis de portas dos carros.

Entre os principais clientes neste segmento estão a Volvo e a Porsche, com a Couro Azul a fornecer couro para os modelos Panamera e Macan. Para se ter uma ideia das quantidades, para um volante são necessários 0,5 m2 de couro, para o resto são precisos entre 6 e 7 m2. Isto explica muito do crescimento da empresa nestes anos, com o presidente do conselho de administração a admitir também que uma “pequena parte” deste avanço do volume de negócios em 2014 se deveu à recuperação do sector automóvel.

A empresa não se limita a transformar o material, que vai buscar aos matadouros, em couro acabado, também se responsabiliza pelo corte de 70% do material que trata. Está também no terreno a contactar diretamente as marcas – num primeiro contacto com os respetivos departamentos de design -, com agentes da Couro Azul distribuídos por Alemanha, Suécia, Inglaterra, França, Estados Unidos e China. 88,7% da produção é para exportação, estando os principais mercados na Europa, mas também EUA, Brasil, África do Sul e China.

Em Portugal empregam 443 pessoas, tendo aumentado em 213 o números de funcionários no último ano. Um avanço que coloca também a empresa noutro ranking da Ignios, o da criação de emprego, em que a Couro Azul aparece em sexto lugar no top 10 das indústrias.

Quanto ao futuro, a ambição passa por manter a linha de crescimento e, de acordo com Pedro Carvalho, “consolidar a produtividade (o esforço e o investimento de milhões de euros e mais 200 postos de trabalho) dos últimos dois anos”. A principal aposta, adianta o presidente do conselho de administração, “vai ser equilibrar o negócio em partes iguais entre a produção de componentes para volantes e para bancos e painéis”, a mais recente aposta da Couro Azul. A fábrica de Alcanena pretende também apostar no fornecimento para a área de aeronaves e também ferroviária.

 


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