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CONTINENTAL MABOR eleita a melhor empresa da Indústria Química

A empresa de pneus permanece imbatível e detém o recorde de nove distinções seguidas

in Revista Exame 500 M&M Empresas, por Abílio Ferreira, 26-11-2015

Se no futebol são 11 contra 11 e no fim ganha a Alemanha, neste campeonato são empresas contra empresas e no fim ganha a Continental Mabor. Uma invulgar série de nove títulos consecutivos é esmagador e torna inglória a tarefa dos concorrentes de desalojarem o eterno líder. Este ano, a distinção tem um sabor especial, por servir de cereja no topo do bolo do 25º aniversário do braço português da multinacional alemã. “Os presidentes passam e o desempenho permanece irrepreensível, sem precisar dos favores dos árbitros”, graceja o presidente, Pedro Carreira, que dirige a base da Continental há dois anos.

E quando lhe perguntamos quais os factores que sustentam este notável currículo, tem uma resposta artilhada na ponta da língua. O accionista Continental AG “tem mantido ao longo destes 25 anos um investimento continuado, combinando o reforço da unidade através do aumento da capacidade instalada e do tipo de pneus cada vez mais evoluídos que desenvolvemos”. Como a equipa “tem abraçado estes desafios, os resultados são uma consequência natural deste esforço coletivo”. Neste percurso de 25 anos, o conglomerado alemão investiu em Lousado perto de 600 milhões de euros.

A outra face do mérito está exposta numa vitrina, à entrada da fábrica, com diplomas, certificados, óscares e troféus que a empresa foi acumulando ao longo dos anos. A Continental Mabor já foi classificada como a melhor fábrica, entre as 16 da divisão de pneus do grupo, e em 2014 voltou a ganhar o óscar na categoria de qualidade, com base em indicadores como o índice de desperdício, do universo PLT (Passenger & Light Truck Tire – pneus para viaturas de passageiros e comerciais ligeiros).

Em Lousado há sempre projectos e investimentos a rolar. Em 2014, o investimento fabril rondou 50 milhões de euros, um valor que neste exercício se repetirá. Do lado do emprego, a unidade contratou mais 70 funcionários.

E, então, o que há de novo? A base instalou novas máquinas na maioria das áreas do processo produtivo, ampliou a unidade ContiSeal (antifuro) e inovou com o lançamento do ContiSilent (antiruído), uma tecnologia aplicada apenas por duas unidades do grupo, desenvolve novos sistemas no âmbito das tecnologias de informação, na frente logística, uma expansão sucede-se a outra; se a expansão do armazém de matérias-primas está em fase de conclusão, a do produto acabado começa agora a mexer.

A nova mobilidade

E o sobressalto recente que abalou a Volkswagen pode afetar os fornecedores da indústria automóvel? Pedro Carreira está mais preocupado “com a reacção dos clientes e dos mercados”. Do lado das ameaças, prefere citar “a instalação na europa de novos fabricantes de pneus provenientes da Ásia, que se tem posicionado num mercado com fraco desenvolvimento”.

As novas tendências de mobilidade que se verificam nos países mais desenvolvidos são também uma fonte de preocupação. A tradição já não é o que era, e os hábitos das novas gerações questionam os modelos de negócio do passado. É essencial, por isso, “manter uma vigilância constante às flutuações dos mercados e responder às novas opções de mobilidade para desenvolver soluções e serviços, no limite, individualizadas”, diz.

O mercado português de pneus absorve menos de 2% da produção de Lousado. Mas esse fator não funciona como um travão. Tem até o mérito de “impulsionar uma forte componente de exportação”, que leva a empresa a 67 mercados externos. Se o concelho de Famalicão é o terceiro mais exportador do país, à Continental Mabor o deve. O sucesso reside precisamente “nessa diversificada base exportadora”. Mas é um caminho de sacrifícios. “Os custos logísticos para acedermos a esses mercados são muito elevados”, verifica Pedro Carreira.

A sucursal portuguesa permanece como uma escola do grupo no segmento dos pneus, recebendo equipas de outras fábricas em modo de estágio ou enviando os seus especialistas. Mas o que mais orgulha a gestão de Lousado é o desenvolvimento de novas soluções industriais, processos de fabrico e sistemas de tecnologias de informação, que depois partilha com as outras unidades do ramo dos pneus PLT.

Com uma facturação de 34,5 mil milhões de euros (o negócio de pneus vale 40%) e 317 instalações em 50 países, o gigante de Hannover está representado em Portugal por mais quatro empresas, além da Continental Mabor. O mundo Continental fatura 1010 milhões de euros, pagando mais de 2300 salários em Portugal. A Indústria Têxtil do Ave (telas), em Famalicão, e a Continental Teves (sistemas de travagem), em Palmela, são os outros polos de relevo do conglomerado.


 

A base de Lousado desenvolve novos processos de produção que outras unidades do grupo aplicam

 

P Em 2015 festejam os 25 anos da Continental em Lousado. O que realça deste período e das comemorações?
R Elaborámos um programa variado, que incluiu eventos em todos os meses. Realço, em janeiro, uma sessão com a presença do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, em março o primeiro Dia da Mulher Conti e em junho o Dia da Criança e da Família Continental. Hoje, a empresa é o resultado das vivências passadas e os momentos menos felizes, como a crise no biénio de 2008/2009, que não gostaríamos de ver repetida, fortaleceram-nos como equipa.

P A base continua a ser uma escola do grupo recebendo equipas para formação?
R Continuamos a ser escolhidos para apoiar outras fábricas do grupo em diversas áreas, quer através da deslocação dos nossos especialistas, quer através da formação em Lousado de colaboradores de outras unidades. Além disso, organizamos eventos, workshops, competence centers, para troca de conhecimentos e partilha das melhores práticas. E temos desenvolvido aqui novas soluções industriais, que são aplicadas depois por outras unidades do grupo.

 


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