A fábrica portuguesa da Volkswagen prevê produzir este ano 220 mil veículos, abaixo do recorde estimado inicialmente pela empresa alemã e que apontava para 235 mil unidades mas, ainda assim, um pouco acima do que a paragem forçada de setembro (por falta de uma componente) chegou a deixar antever
in Expresso, 14-12-2023, por Vítor Andrade
Volkswagen Autoeuropa, em Palmela, deverá terminar o ano com uma produção aproximada de 220 mil carros, do modelo T-Roc, que ali é fabricado e exportado quase na totalidade.
Aquele valor fica abaixo do recorde estimado inicialmente pela empresa alemã e que apontava para 235 mil unidades mas, ainda assim, um pouco acima do que a paragem forçada de setembro (por falta de uma componente) chegou a deixar antever — pois na altura admitia-se uma quebra de 30 mil unidades na produção anual, e que se poderia ficar apenas pelos 200 mil automóveis.
DE VOLTA À VELOCIDADE CRUZEIRO
A fábrica acabou por recuperar algum do tempo perdido e, neste momento, a pouco mais de duas semanas do final do ano, “está tudo em velocidade de cruzeiro, com toda a linha de produção a funcionar em pleno”, nota uma fonte da empresa ao Expresso.
A fábrica de Palmela já não tem problemas de fornecimento de semicondutores — que na fase inicial da guerra da Ucrânia chegou a ser um forte fator inibidor da produção do T-Roc. O Expresso sabe que neste momento já não há carros estacionados na parte exterior dos vários pavilhões da Autoeuropa, à espera de voltarem à linha de produção. Há cerca de um ano e meio chegaram a acumular-se aos milhares, já praticamente prontos, apenas aguardando pelos chips para acoplar aos sistemas elétricos.
Há um outro fator que pode trazer alguma perturbação à fábrica de Palmela mas que, “por enquanto não está a afetar em nada o ritmo de trabalho”, adianta uma fonte da empresa ao Expresso. Trata-se de uma greve que já decorre há cerca de um mês, no porto de Setúbal, e cujo desfecho é, ainda, imprevisível.
AUTOEUROPA TAMBÉM EXPORTA POR VIA FÉRREA
Entretanto, e além das exportações feitas por navio a partir do porto de Setúbal, a Autoeuropa está a recorrer à linha férrea para enviar uma parte da produção para Espanha, através da linha da Beira Baixa, que liga a Vilar Formoso, na fronteira com aquele país.
Apesar dos constrangimentos na Autoeuropa, nos primeiros 11 meses de 2023, saíram das fábricas de automóveis instaladas em Portugal 299.181 veículos, ou seja, mais 2,3% do que em igual período do ano anterior.
Os dados divulgados esta semana pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP) concluem que apenas no mês de novembro foram produzidos em Portugal 35.007 veículos automóveis, o que representou um decréscimo de 4,9% face ao mês homólogo de 2022.
FÁBRICA DA STELLANTIS EM MANGUALDE BATE RECORDE
Por outro lado, a fábrica da Stellantis, instalada em Mangualde, produziu 78.541 viaturas entre janeiro e novembro, sendo este o seu maior volume de produção de sempre.
Numa nota de imprensa, a fábrica de Mangualde informa que nos primeiros 11 meses do ano, a produção aumentou 10% em relação ao ano passado e supera já os 77.607 veículos fabricados em 2019, que era, até à data, o melhor ano de produção desta fábrica.
A Stellantis Mangualde representa até agora, segundo dados da ACAP, 26,3% dos veículos produzidos em Portugal e 95% desse volume destina-se ao mercado de exportação.
Atualmente, a fábrica assegura a produção dos veículos comerciais ligeiros e versões de passageiros Peugeot Partner/Rifter, Citroën Berlingo Van/Berlingo, Opel Combo Cargo/Combo e Fiat Professional Doblò/Doblò.
VÊM AÍ OS CARROS ELÉTRICOS
A partir do próximo ano, Mangualde começará a produzir, em grande série, carros totalmente elétricos das marcas Citroën, Fiat, Opel e Peugeot (modelos Citroën ë-Berlingo Van/ë-Berlingo, Fiat Professional e-Doblò/e-Doblò, Peugeot E-Partner/E-Rifter, Opel Combo Cargo Electric e Combo Electric), nas versões de comerciais ligeiros e de passageiros.