12th Automotive Industry Week | 4-5-6, November, 2025

O evento nacional mais importante da Indústria Automóvel está de regresso ao Hotel Solverde, São Félix da Marinha, Vila Nova de Gaia! Serão três dias, de intensa atividade onde iremos juntar todo o universo nacional da indústria automóvel e da mobilidade.

A edição 2025, que decorrerá entre 4 e 6 de novembro, deste Encontro Internacional, subordinado ao tema “Thinking Beyond The Transition“, irá debater os grandes desafios que se afiguram à Indústria Automóvel e da Mobilidade, bem como às oportunidades deles resultantes.

O evento deste ano irá decorrer num período de grande turbulência e incerteza devido a múltiplos desafios que se impõem ao setor: temos a resposta da Europa aos quadros tarifários dos EUA, temos o ajuste dos pressupostos regulatórios da União Europeia e temos ainda a convivência com novos produtos concorrenciais oriundos da China.

No encalço das respostas a estes desafios, impõe-se também uma reflexão da evolução da competitividade da Indústria assente no desenvolvimento de tecnologia, a par da transição energética e digital.

As empresas participantes terão a oportunidade de contactar importantes players que estarão de visita ao nosso país e também de partilhar experiências e novos projetos com as empresas do universo da AFIA.

Inscrições até ao dia 30 DE OUTUBRO DE 2025!

Não perca esta oportunidade de networking!

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CONHEÇA OS ORADORES

Walt Madeira | S&P Global Mobility

Fazer previsões num mundo cada vez mais volátil tem sido um grande desafio para as empresas, em particular as do setor automóvel.  E que o diga Walt Madeira, analista da S&P Global Mobility, cuja intervenção irá tentar vislumbrar horizontes possíveis para a indústria automóvel.

Matthias Zink | President of CLEPA

No centro das negociações com Bruxelas para recuperar a competitividade da indústria automóvel tem estado Matthias Zink, Presidente da CLEPA – European Association of Automotive Suppliers, a associação europeia do setor da qual a AFIA faz parte.
Matthias Zink junta-se ao nosso ‘line up’ de oradores para nos atualizar acerca deste tema crítico para o nosso setor.

José Couto | AFIA / Javier Pujol | SERNAUTO

No encalço da recuperação europeia da indústria automóvel… a união faz a força!
Portugal e Espanha são fornecedores de referência desta indústria e, por isso, anunciamos, com muita satisfação, a assinatura do protocolo de cooperação ibérica entre as associações congéneres de ambos países.

António Costa Silva | Former Ministry of Economy

Figura incontornável da atualidade económica portuguesa, António Costa Silva tem vindo a partilhar visões estratégicas acutilantes para o futuro de Portugal.
Com uma trajetória internacional assinalável, tem sido uma pessoa atenta às questões críticas que dizem respeito à indústria e, por isso, é com grande satisfação que anunciamos a sua preciosa intervenção na 12th Automotive Industry Week.

Miguel Lopes Cardoso | Sodecia

Com uma trajetória de crescimento assinalável, o caso da Sodecia é um exemplo inspirador no que respeita à sua afirmação internacional na indústria automóvel. Esta empresa portuguesa evoluiu de fornecedor local de componentes para se tornar numa organização verdadeiramente global, com presença em 4 continentes. Mas como será a visão desta empresa em relação ao setor que lidera? Como se consegue manter esta liderança em tempos tão conturbados nesta indústria? Não perca esta oportunidade de ouvir Miguel Lopes Cardoso, administrador do grupo, que nos irá partilhar algumas visões acutilantes sobre o percurso deste nosso Associado.

António Oliveira, Brigadeiro-General do Exército Português

As mudanças geopolíticas e as crescentes preocupações com a segurança estão a reformular as prioridades de Defesa em toda a Europa. Os aumentos significativos nos orçamentos estão a abrir oportunidades para novos intervenientes neste setor, como é o caso dos fornecedores da indústria automóvel. Não perca a oportunidade de assistir a este ‘workshop’ com a presença de António Oliveira, Brigadeiro-General do Exército Português, que nos irá partilhar a sua visão sobre este tema emergente.

Ana Luís Andrade | Bloomberg

A Comissão Europeia anunciou recentemente um plano de 800 mil milhões de euros para despesas em Defesa. Embora muitos acolham com entusiasmo a sua ambição e o papel crescente da UE na Defesa, persistem, no entanto, algumas preocupações, entre elas, a sua supervisão democrática, a fragmentação do mercado da defesa e a própria sustentabilidade económica do projeto [1]. A concretizar-se, este plano poderá vir a ter implicações na mobilização e reconversão de recursos industriais, posicionando a indústria de componentes nesse radar de investimentos. Conseguirá a Europa responder a estes desafios? Não perca a oportunidade de ouvir Ana Luís Andrade, Economista para Europa da Bloomberg Economics, que nos irá partilhar o seu ponto de vista sobre este assunto crítico para a segurança e indústria europeias. Junte-se a este debate… inscreva-se já! [1] fonte: European Parliamentary Research Service (EPRS)

Luís Paulo Reis | FEUP

O tema da Inteligência Artificial (AI) tem emergido de forma disruptiva nas nossas vidas, com transformações profundas na indústria e nos modos de produção. Com uma trajetória assinalável de investigador nesta área, Luís Paulo Reis partilha-nos a sua visão sobre a disrupção que estas tecnologias estão a provocar no chã-de-fábrica das unidades de produção.
 

Fique atento mais Oradores a anunciar brevemente!

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Automotive Industry Week 2023 | RECAP

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Horse Aveiro coloca Portugal na vanguarda da indústria 4.0

Distinguida com o prémio na categoria Robótica e Aeroespacial, a empresa desenvolveu a Matrix Flow Line, uma linha de montagem que substitui os tapetes tradicionais por robôs móveis colaborativos. A fábrica inteligente combina flexibilidade, eficiência energética e tomada de decisão autónoma em tempo real.

in Jornal de Negócios, por Susana Marvão, 14-10-2025


A West Horse Powertrain, também conhecida como Horse Aveiro, A Horse Aveiro foi distinguida com o Prémio Nacional de Inovação, na categoria Robótica e Aeroespacial, pelo projeto Power Electronic Box – Matrix Flow Line, uma iniciativa que marca, garante a empresa, uma rutura profunda com os modelos tradicionais de produção industrial. Desenvolvido na unidade da Horse em Aveiro, o sistema introduz uma nova geração de linhas inteligentes, baseadas em robôs móveis colaborativos e controlo digital total, que colocam Portugal no mapa da Indústria 4.0.

David Borlido, operations, prototypes process engineering manager e communications manager da Horse Aveiro, disse ao Negócios que esta distinção tem “importância estratégica fundamental”, validando o trabalho de transformação tecnológica que a empresa tem conduzido. “Este reconhecimento valida a empresa como pioneira na implementação de tecnologias Indústria 4.0 em Portugal, reforçando a nossa posição competitiva no mercado global de componentes automóveis e abrindo portas para novas parcerias tecnológicas e oportunidades de investimento.”

O sistema Matrix Flow representa uma mudança estrutural na lógica de fabrico, substituindo a rigidez das linhas lineares por um modelo dinâmico e totalmente reconfigurável. Sobretudo pelo facto de “eliminar completamente os tapetes motorizados convencionais”, sublinha David Borlido. Em vez do modelo linear e sequencial, a Horse Aveiro implementou uma configuração matricial que recorre a MPC – Mobile Programmable Cobots, pequenos robôs móveis capazes de transportar produtos autonomamente entre os diferentes postos de trabalho.

Esta flexibilidade, explica o responsável, redefine a eficiência e a adaptabilidade da fábrica. “Esta inovação substitui o modelo linear sequencial rígido por um sistema matricial flexível, onde os MPC, robôs móveis colaborativos, movimentam os produtos de forma autónoma pela linha. Isto permite reconfiguração instantânea da linha para diferentes produtos, redução drástica de infraestrutura fixa e adaptabilidade total às necessidades de produção.”

Reduzir tempos mortos

A integração dos MPC e de sistemas de visão com inteligência artificial elevou o desempenho operacional a um novo patamar. Segundo David Borlido, estes robôs móveis “revolucionam a eficiência através da redução de tempos mortos entre estações, da flexibilidade para diferentes variantes do Power Electronic Box e da otimização automática de percursos baseada em algoritmos de inteligência digital.”

Capazes de operar continuamente, os MPC incorporam ainda mecanismos de manutenção preditiva que antecipam falhas e maximizam a disponibilidade da linha. “Os MPC têm capacidade de operar 24/7, com manutenção preditiva integrada”, reforça David Borlido, sublinhando que esta autonomia contínua representa um passo decisivo na consolidação da fábrica inteligente.

O projeto Power Electronic Box – Matrix Flow Line vai muito além da automação física, trazendo consigo a digitalização completa da produção através de um digital twin, ou “gémeo digital”, que espelha em tempo real cada operação da linha. David Borlido explica que o digital twin replica virtualmente toda a produção do Power Electronic Box, “permitindo simulação prévia de alterações de produto sem parar a produção, otimização contínua de fluxos e tempos de ciclo e manutenção preditiva dos MPC baseada em dados reais.”

Na prática, esta réplica virtual tem por objetivo testar configurações e prever resultados antes de qualquer intervenção no chão de fábrica, reduzindo “drasticamente”, adjetiva a empresa, o risco de paragens e maximizando a eficiência. O sistema recolhe e analisa continuamente dados dos robôs móveis e dos postos de trabalho, otimizando fluxos logísticos e tempos de ciclo com base em simulações constantes.

Os resultados desta integração tecnológica são tangíveis, “impressionantes e concretos: cerca de 50% de redução no consumo energético (dado confirmado do projeto), eliminação completa da infraestrutura de tapetes transportadores motorizados, redução significativa do espaço ocupado pela linha e menor necessidade de manutenção mecânica”, afirma o responsável.

Baixar o consumo energético para metade

A redução de 50% no consumo energético, aliada à menor ocupação física (menos 25% de área necessária e 30% menos infraestrutura) traduz-se em ganhos operacionais diretos e em menores custos de manutenção. Com menos componentes mecânicos sujeitos a desgaste, a fábrica torna-se, na visão da empresa, simultaneamente mais eficiente e mais sustentável.

Apesar do elevado grau de automação, os colaboradores humanos continuam a ter um papel central no funcionamento e evolução da linha. David Borlido sublinha que “a transição para a linha Matrix Flow envolveu os colaboradores como parceiros fundamentais.” A empresa investiu em “formação especializada em programação e supervisão de MPC, desenvolvimento de competências em análise de dados do digital twin, requalificação para funções de maior valor acrescentado e participação ativa no design e otimização dos processos”, enumera David Borlido, reforçando que a transformação digital foi também uma transformação humana.

Essa combinação de tecnologia e capacitação já se reflete nos resultados. “A utilização do gémeo digital da linha matricial para fazer simulações e otimizar o processo da linha matricial, associada ao aumento de competências dos nossos técnicos, permitiu aumentar a produtividade em 20%”, confirma o responsável.

A linha Matrix Flow posiciona a West Horse Powertrain como referência mundial. A própria linha soma as suas decisões com base no passado e no que está a acontecer em tempo real.

David Borlido, Operations Prototypes Process Engineering Manager da Horse Aveiro

Com o Matrix Flow Line, a Horse Aveiro quis igualmente demonstrar que a digitalização e a automação colaborativa não substituem as pessoas, mas elevam o seu papel dentro das fábricas inteligentes, unindo eficiência, sustentabilidade e inovação no mesmo fluxo produtivo.

Nas palavras de David Borlido, mais do que uma inovação de engenharia, o projeto tornou-se um ativo estratégico que reposiciona “a West Horse Powertrain como referência mundial.”

Na vanguarda da indústria 4.0

Segundo o responsável, este avanço coloca ainda Portugal “na vanguarda da Indústria 4.0, conforme reconhecido no prémio, atrai novos contratos pela capacidade de produção flexível, reduz custos operacionais mantendo a qualidade, facilita adaptação rápida a novos componentes e estabelece a fábrica como centro de excelência tecnológica do grupo.”

A fábrica de Aveiro passa assim a ser não apenas uma unidade produtiva, mas um centro de inovação e desenvolvimento, capaz de servir como modelo para outras operações do grupo a nível global. A versatilidade da linha, garante a empresa, permite-lhe adaptar-se rapidamente à introdução de novos produtos e componentes, assegurando competitividade e continuidade tecnológica. Mas chegar a este nível de maturidade industrial não foi simples. A implementação de uma linha totalmente digitalizada e colaborativa implicou superar desafios técnicos significativos. “Os principais desafios superados incluíram integração complexa entre MPC, sistemas de visão e digital twin, garantia de segurança funcional em ambiente colaborativo, sincronização precisa entre mundo físico e digital twin e estabelecimento de protocolos de comunicação entre sistemas heterogéneos”, explica David Borlido.

O esforço de integração entre múltiplos sistemas e tecnologias (robótica móvel, inteligência artificial e simulação digital) resultou num ecossistema produtivo unificado, onde cada elemento comunica em tempo real. A superação destas barreiras, explica David Borlido, confirma a capacidade da Horse Aveiro em desenvolver soluções de ponta e consolida o seu papel como referência europeia em automação avançada.

A empresa defende que, com o Matrix Flow Line, Portugal reforça a sua posição na cadeia global da mobilidade elétrica e inteligente, mostrando que a inovação industrial pode nascer em território nacional e ganhar escala mundial.

Versatilidade para além do automóvel

A versatilidade da tecnologia desenvolvida em Aveiro abre horizontes muito além da indústria automóvel. David Borlido enfatizou ao Negócios que esta tecnologia “tem potencial de replicação (esta vertente dedicada a produtos de baixo volume e peso) em indústria eletrónica, produção de componentes variados, setor aeroespacial, montagem de sistemas complexos, indústria farmacêutica, linha flexível para diferentes medicamentos, manufatura de equipamentos e qualquer setor que requeira flexibilidade e eficiência energética.”

A empresa parece não ter grandes dúvidas de que a capacidade de adaptação a diferentes tipos de produção – de equipamentos de precisão a linhas farmacêuticas – faz da Matrix Flow uma solução escalável e transversal, pronta para responder aos desafios da nova era industrial.

O êxito do projeto cria, naturalmente, uma nova ambição tecnológica. “Com base no sucesso da Matrix Flow, os próximos passos provavelmente incluem expansão da tecnologia para outras linhas de produção, integração com sistemas de IA para otimização autónoma, desenvolvimento de capacidades de autoconfiguração, exploração de aplicações em economia circular e sustentabilidade”, revela o responsável.

O futuro da fábrica inteligente passa agora por alcançar um novo patamar de autonomia. “Obtenção de uma linha completamente gerida com base nos dados e autonomamente, sem intervenção humana (data centric). A própria linha soma as suas decisões com base no passado e no que está a acontecer em tempo real”, conclui David Borlido.


TrimNW é uma referência nas exportações em não-tecidos industriais e componentes têxteis moldados

A especialista em não-tecidos industriais e componentes têxteis para a mobilidade, TrimNW, é uma referência internacional, exportando quase toda a produção. Uma das principais clientes desta empresa, que investe na inovação, é a indústria automóvel.

in O Mirante, 12-10-2025



A TrimNW é um produtor de não-tecidos industriais e componentes têxteis para a mobilidade, que se destaca na economia nacional por ter um volume de exportações a rondar os 95%. A empresa situada em Vila Chã de Ourique, Cartaxo, desenvolve a sua actividade na produção de não-tecidos industriais e dispõe de uma vasta gama de produtos para as mais diversas indústrias.

Uma das principais é a indústria automóvel, sendo os principais clientes da empresa produtores de peças de insonorização da indústria automóvel. Os principais mercados para os quais envia a produção são o Francês, o Inglês e o Alemão.

Na área da mobilidade a TrimNW é um produtor de componentes moldados para o interior automóvel para as pequenas séries, tais como os quadriciclos (classe L7), os veículos ligeiros de mercadorias, máquinas industriais e tractores agrícolas, bem como os montadores de pequenas séries no mercado Europeu.

Com 33 funcionários e a perspectiva de aumentar a equipa no próximo ano, a empresa está sempre atenta ao evoluir dos mercados onde actua e ajusta a sua laboração de acordo com as necessidades dos clientes. O principal constrangimento é a concorrência europeia, que é bastante forte e agressiva.

A TrimNW investe cerca de 7% do valor das suas vendas em inovação todos os anos, de modo a garantir os melhores produtos para os seus clientes. O know-how e a experiência dos colaboradores têm garantido um crescimento sustentado todos os anos, bem como uma perspectiva muito positiva para o futuro da empresa. As novas instalações da empresa em Vila Chã de Ourique vão permitir um crescimento mais rápido e sustentável, permitindo entrar em novos mercados e clientes.

 

 

 

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Declarações do Presidente da AFIA ao Expresso sobre o Orçamento de Estado para 2026

Um Orçamento “aquém do necessário” para patrões e trabalhadores: todos querem mais até à votação final

 

in Expresso, por Margarida Cardoso e Conceição Antunes, 09-10-2025


Extrato das declarações de José Couto

A AFIA, associação de componentes para a indústria automóvel, vê “algum esforço para descer a carga fiscal sobre as empresas, nomeadamente no que respeita ao IRC” e “algumas boas intenções em pontos como a modernização, a produtividade ou a formação, diz o seu presidente, José Couto, ainda à espera de ver “como tudo isso vai ser executado” e preocupado por “ficarmos a meio do caminho na aposta no investimento em infraestruturas que permitam incentivar o investimento de empresas nacionais”.

 

 

 

 

Será a cimeira automóvel convocada por Merz um fracasso?

Hoje decide-se o futuro da indústria mais importante da Alemanha. Especialistas indicam que são necessárias mudanças drásticas para reverter a tendência negativa no setor automóvel no país e na Europa.

in Euronews, por Franziska Müller, 09-10-2025


Friedrich Merz convocou uma cimeira de crise: líderes da indústria automóvel, especialistas em mobilidade e conhecedores da indústria reúnem-se com o chanceler alemão esta quinta-feira, a 9 de outubro. Em destaque está a decisão de 2022, a nível da UE, de acabar com os motores de combustão. Irá o governo recuar?

A indústria automóvel continua numa situação difícil. “Na minha opinião, é uma verdadeira crise”, afirma Achim Kampker, especialista em mobilidade elétrica e professor na Universidade Técnica RWTH Aachen. Em entrevista à Euronews, salientou: “o tempo é curto”, mas com as mudanças massivas certas, a Alemanha pode manter-se como um centro de produção automóvel.

O economista Jens Südekum também disse à Euronews: “A indústria automóvel alemã está num verdadeiro turbilhão.”

O professor da Universidade Heinrich-Heine de Düsseldorf, que também é conselheiro do ministro das Finanças Lars Klingbeil (SPD), alerta para a ilusão de que “os motores de combustão continuem com a abertura tecnológica”.

Com uma redução de empregos que já custou trabalho a mais de 50.000 alemães, perdas competitivas, lucros e vendas em queda, a indústria automóvel alemã enfrenta grandes desafios. A cimeira em Berlim pretende ajudar a encontrar soluções.

À Euronews, Achim Kampker e Jens Südekum fazem uma retrospetiva para tentar perceber onde a indústria automóvel alemã errou no passado.

Indústria automóvel: antigo símbolo da economia alemã

“Com o fim da Segunda Guerra Mundial, ou seja, com a reconstrução e o chamado milagre económico, a indústria automóvel na Alemanha desenvolveu-se muito bem”, explica Kampker sobre os primórdios da indústria automóvel alemã.

A colaboração com empresas de engenharia mecânica e de instalações revelou-se uma receita de sucesso. Os fornecedores especializaram-se em determinadas peças e as fábricas de produção operavam em linha de montagem.

Sobre a importância do setor, Südekum afirma: “Era, por assim dizer, o símbolo da economia alemã e, especialmente, o foco extremo na exportação foi o modelo de sucesso durante muitos anos, se não décadas.” A Alemanha era considerada um líder em inovação e tecnologia.

Segundo o economista Südekum, na década de 2010, a Volkswagen realizou cerca de 40% das suas receitas no mercado chinês. BMW e Daimler também exportaram uma quantidade significativa.

Década de 2010: os “anos dourados” da indústria automóvel

Em pouco tempo, a posição competitiva da Alemanha mudou, “porque a transformação para a mobilidade elétrica no mercado chinês está em pleno andamento e é fortemente impulsionada politicamente”, afirma Südekum. A indústria automóvel alemã está a perder quota de mercado na China.

A estratégia chinesa não é nova, confirma Kampker. O país pretende liderar tanto na mobilidade elétrica quanto na arquitetura de software para condução automatizada, com a China a tornar-se líder em tecnologia de veículos elétricos.

“A estratégia económica chinesa baseia-se na conquista do mercado mundial com veículos chineses baratos”, concorda Südekum. As exportações da China são as mais altas do mundo. Em 2025, pela primeira vez, poderão entrar mais carros chineses no mercado europeu do que o contrário, segundo um estudo da PwC.

A estratégia económica chinesa baseia-se na conquista do mercado mundial com veículos chineses baratos.

Jens Südekum – Economista e professor na Universidade Heinrich-Heine de Düsseldorf

“Até ao ano passado, ainda havia alguma compensação no mercado americano, que estava a correr bem e a exportar muitos carros. Mas agora, com Trump e a política de tarifas, isso também acabou”, avalia Südekum. Graças a um novo acordo comercial, as tarifas sobre as exportações de automóveis da UE para os EUA são atualmente de 15%, anteriormente eram de 27,5%.

“A posição competitiva da indústria automóvel alemã está a erodir globalmente”, estima Südekum. Isso reflete-se nos números atuais. Os grandes fabricantes de automóveis BMW, Mercedes, Volkswagen, Opel, Porsche, Audi, enfrentam quedas significativas nas vendas.

Recentemente, apenas a BMW conseguiu interromper a sua queda nas vendas. Após cinco quedas consecutivas em um ano e meio, o grupo entregou mais carros no terceiro trimestre de 2025 do que no ano anterior, registando um aumento de cerca de 8,8%.

O mercado europeu parece saturado. Na Alemanha, em 2020, foram vendidos 3,5 milhões de carros, mas recentemente foram apenas 2,8 milhões. Menos 700.000 veículos – o equivalente à produção de duas grandes fábricas de automóveis.

As receitas da indústria automóvel alemã diminuíram em 2024. No total, foram gerados cerca de 541,9 mil milhões de euros, quase 4% menos do que no ano anterior, segundo revelam também as análises da Statista.

Alemanha está a perder o sucesso da mobilidade elétrica?

Nos “anos dourados”, a indústria automóvel alemã não pensou suficientemente no que viria a seguir, afirma Südekum. A transformação para a mobilidade elétrica era previsível, e os planos da China estavam acessíveis em programas de cinco anos.

“A China anunciou isso, até porque dominam a cadeia de valor das baterias e de certas matérias-primas, e apoiam massivamente a nível estatal.” Se tivessem seguido essas indicações na altura, estariam provavelmente melhor agora.

Kampker confirma que a ascensão da mobilidade elétrica estava a ser antecipada e preparada a nível global. “Por um lado, devido ao avanço da tecnologia das baterias, e por outro lado, por decisões políticas relacionadas com discussões sobre sustentabilidade e CO2.”

Erros políticos – Indústria passiva

“Se há um erro da política, foi certamente o fim do programa de compra de carros elétricos no final de 2024”, explica Südekum. O governo de coligação interrompeu o programa abruptamente devido a problemas orçamentais.

A política enviou assim um sinal fatal de que a transformação para a mobilidade elétrica não era para ser levada a sério.

“Ir primeiro numa direção e depois noutra é tóxico para a indústria”, critica Kampker.

Os especialistas em economia e política industrial concordam que não houve uma única grande decisão errada, mas a combinação de vários fatores levou à atual situação da indústria automóvel alemã.

Ambos olham criticamente para a discussão sobre o fim dos motores de combustão decidida a nível da UE em 2022. Kampker opõe-se à proibição de uma tecnologia, mesmo sendo a favor da mobilidade elétrica, explicando que a frota de veículos a combustão continuará a circular e precisará de inovações, por exemplo, em termos de combustíveis.

Südekum alerta que a discussão mantém a ilusão de que os carros a combustão continuarão a ser o foco. Continuar com os modelos de negócios antigos envia um “sinal completamente errado”.

Debate sobre o fim dos motores de combustão: avanços e recuos

“Para mim, é importante que a mensagem da cimeira seja que o objetivo permanece, que realmente faremos esta transformação para a mobilidade elétrica”, acrescenta Südekum. Caso tal não aconteça, “isso significa que não ouvimos o aviso e continuamos a adiar os investimentos necessários.”

O líder da CSU, Markus Söder, insiste em reverter a proibição de novos veículos com motores de combustão a partir de 2035 na UE em favor de menores emissões. “Precisamos de abandonar as regulamentações ideológicas de Bruxelas. Por isso, é necessário acabar com a proibição dos motores de combustão”, declarou o primeiro-ministro da Baviera. Merz também mostrou abertura para uma flexibilização.

A partir de 2035, não será mais permitido vender automóveis a gasolina ou diesel na União Europeia. Grande parte da indústria pede agora que esse objetivo seja flexibilizado. “A data final precisa de uma revisão significativa – ou deve ser completamente eliminada”, disse recentemente o CEO da BMW, Oliver Zipse.

A cimeira determinará se haverá uma nova reviravolta na questão dos motores de combustão e na distribuição de subsídios para a mobilidade elétrica, ou se o governo manterá o curso atual.

China vs Europa: quem irá liderar a transformação?

“A principal culpada é a indústria automóvel, que não aproveitou os bons anos para garantir uma posição dominante no futuro”, avalia Südekum. Não cabe apenas à política enviar sinais, como aconteceu com os limites de emissões das frotas.

Para Kampker, é claro: são necessárias novas condições que combinem economia e sustentabilidade, mantendo a competitividade. “Essas são as condições estabelecidas pela política. Depois, cabe à indústria encontrar soluções. Este é o enquadramento que deve ser definido, nem mais nem menos.”

Kampker também enfatiza que o tempo é crucial. “Tudo o que desmantelarmos na Europa agora, será difícil recuperar. Precisamos nos apressar.” Por exemplo, a VW desativará várias fábricas para reestruturar. As capacidades poderão ser usadas de outras formas, segundo o CEO da VW, Blume.

“Não é uma condição ideal, mas a Alemanha precisa reestruturar fábricas e estruturas. Não vejo outra opção para o país”, pondera Kampker.

Südekum, que ajudou a desenvolver os planos para o fundo especial do governo, também é claro: “Faltam muitos recursos no orçamento principal. Não vejo como poderíamos lançar novamente um programa de compra. Em vez disso, os fundos devem ser direcionados para pesquisa e desenvolvimento de produção de células de bateria.”

O problema do ovo e da galinha na mobilidade elétrica

“Não é concebível como a Alemanha quer continuar como um país automóvel, ou como a Europa manterá este foco automóvel, se não produzirmos células de bateria. Ainda vejo a oportunidade de que a próxima geração de baterias possa ser desenvolvida na Europa ou na Alemanha.”

Para Südekum, a pesquisa em células de bateria é um dos pontos em que a Alemanha pode voltar a ser líder em inovação, como foi com o airbag.

Outro ponto em que o economista e o especialista em mobilidade elétrica concordam é a aplicação ampla da mobilidade elétrica. Enquanto os carros de empresa já são frequentemente híbridos ou elétricos, os particulares hesitam na compra.

Para ambos, a expansão da infraestrutura de carregamento de veículos elétricos é agora prioritária.

“É um problema do ovo e da galinha”, comenta Südekum. “Muitos fornecedores privados não querem instalar postos de carregamento porque ainda não há carros elétricos suficientes. E porque não há postos de carregamento suficientes, as pessoas não compram carros elétricos.”


Alemanha vai oferecer 3 mil milhões de euros em incentivos para elétricos até 2029

A Alemanha vai investir 3 mil milhões de euros em incentivos para elétricos até 2029 e negociar mais flexibilidade nas metas da UE.

in Razão Automóvel, por Mariana Teles, 09-10-2025


O Governo alemão aprovou incentivos de compra para automóveis elétricos no valor de 3 mil milhões de euros até 2029, direcionados a famílias de baixos e médios rendimentos. A medida faz parte de um esforço do chanceler Friedrich Merz e da sua coligação para apoiar os fabricantes automóveis nacionais e reforçar a competitividade do setor.

“Nós concordamos que queremos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance na coligação para garantir um futuro promissor à indústria automóvel alemã”, disse Merz. O chanceler vai reunir-se hoje com os principais executivos do setor e representantes sindicais para discutir o futuro da indústria, altamente afetada pela concorrência internacional e pelas incertezas sobre tarifas e regulamentações.

Ao contrário do que era esperado, a coligação não vai pressionar de imediato a União Europeia (UE) para suavizar as metas de 2035 relativamente à proibição de veículos a combustão, avançou a Bloomberg. Merz quer primeiro compreender as necessidades dos construtores e aguardar a reavaliação das metas por parte da Comissão Europeia (CE), prevista para o final do ano, antes de definir uma posição oficial.

“Queremos atuar dentro da UE para garantir que as decisões tomadas na Europa são corretas e necessárias para a indústria automóvel alemã”, acrescentou.

Alemanha quer mais flexibilidade

A coligação governamental está a pressionar por maior flexibilidade nas metas de emissões da UE, com o objetivo de proteger a indústria automóvel nacional. Em destaque estão tecnologias como híbridos plug-in e veículos com extensores de autonomia, cuja venda se poderia prolongar para além de 2035, contrariando parcialmente a proibição de novos automóveis a combustão prevista pela UE.

O vice-chanceler e líder do SPD (partido social democrata alemão), Lars Klingbeil, sublinhou que o partido pretende garantir a segurança dos empregos atuais na indústria, ao mesmo tempo que prepara a criação de oportunidades relacionadas com a mobilidade sustentável. Apesar do apoio do chanceler Friedrich Merz, alguns membros do SPD mostraram alguma resistência à flexibilização das regras, incluindo o ministro do Ambiente, Carsten Schneider.

Após a cimeira automóvel marcada para 9 de outubro, o governo alemão espera negociar com a UE medidas que ofereçam uma maior margem de manobra aos fabricantes, como sistemas de média de emissões ao longo de vários anos.

A CE deverá apresentar ainda este ano um pacote de apoio, que poderá incluir exceções para combustíveis sintéticos — combustíveis produzidos com dióxido de carbono (CO?) capturado e energia renovável —, híbridos plug-in e veículos com extensores de autonomia.

 


 

 

Stellantis Pro One expande o negócio CustomFit com novo projeto de transformação e personalização na Fábrica de Mangualde

  • Stellantis Mangualde lança o CustomFit Center, dedicado à transformação e personalização de veículos comerciais
  • Projeto gerido pela Stellantis Pro One garante modificações com elevados padrões de qualidade e prazos otimizados
  • Primeira frota transformada – 150 Citroën Ë-Berlingo – exportada para o mercado francês
  • O Centro de Mangualde produz atualmente a nova geração dos veículos comerciais ligeiros da Stellantis – Citroën ë-Berlingo e ë-Berlingo Van, Fiat e-Doblò, Opel Combo Electric e Peugeot E-Partner e E-Rifter

in Stellantis, 09-10-2025


A Stellantis em Mangualde está a alargar a oferta dos seus produtos, ao desenvolver no seu Centro de Produção o Stellantis CustomFit Center, a mais recente área de negócio dedicada à transformação e personalização de viaturas.

Gerido pela Stellantis Pro One, o programa CustomFit foi criado para fornecer aos clientes profissionais a possibilidade de fazer as modificações das suas frotas diretamente na Fábrica que produz o veículo, garantindo os mais elevados padrões de qualidade, segurança e prazos de entrega.

O Centro de Produção de Mangualde, que produz atualmente a nova geração dos veículos comerciais ligeiros da Stellantis – Citroën ë-Berlingo e ë-Berlingo Van, Fiat e-Doblò, Opel Combo Electric e Peugeot E-Partner e E-Rifter -, disponibiliza agora esta oferta mais abrangente aos seus clientes profissionais e particulares.

No âmbito deste serviço, realizam-se todo o tipo de modificações em resposta às necessidades específicas da atividade de cada cliente, podendo incorporar uma grande variedade de elementos: divisórias e transformação do espaço de carga, armários de arrumação, pavimentos especiais, sinalização, iluminação interior, suporte ferramentas, kit de limpeza, entre outros.

Este serviço inclui ainda a personalização exterior dos veículos através da rotulagem com logótipos e elementos gráficos corporativos, fechos de segurança especiais, barras de tejadilho ou sirenes luminosas.

A primeira frota produzida no âmbito do CustomFit Center foi composta por 150 Citroën Ë-Berlingo, destinados ao mercado francês. Esta iniciativa surge no mesmo ano em que a unidade de Mangualde celebra o primeiro aniversário como a primeira fábrica em Portugal a produzir em grande série veículos de passageiros e comerciais ligeiros elétricos a bateria, possibilitando aos clientes a compra de veículos ‘made in’ Portugal.

Nos primeiros nove meses do ano, a Stellantis liderou o mercado automóvel português com uma quota de mercado de 25% e foi também a líder indiscutível na venda de veículos comerciais ligeiros com 46% do mercado, além de líder nos Comerciais 100% elétricos com 39% de quota. Este sucesso deve-se à qualidade, à fiabilidade e à adaptabilidade dos diversos modelos às diversas necessidades dos clientes.


CLEPA POSITION PAPER | EU must act on rare earths to safeguard green and digital ambitions

Supply chain disruptions are putting European car parts production and the green transition at risk. Recent export restrictions have exposed Europe’s dependence on external suppliers for permanent magnets and rare earth elements. These magnets are used throughout a vehicle: to start the engine, run the power steering, operate air conditioning and cooling systems, control braking, and support many other automated functions. CLEPA, the European association of automotive suppliers, has published a new position paper outlining urgent measures to secure industrial capacity, maintain competitiveness, and prevent future production stoppages.

“The supply chain challenges we face continue. With stockpiling virtually impossible, there is a continued risk of production stops in EU plants,” said CLEPA Secretary General Benjamin Krieger. “This is not just a temporary logistics issue – Europe’s full dependence on external suppliers poses a long-term structural risk that threatens EU competitiveness and undermines our ability to deliver on the green and digital transition.”

CLEPA’s position paper calls on the EU to adopt a cohesive and forward-looking strategy that addresses both direct and indirect dependencies across the critical raw materials value chain. Key recommendations include:

  • Create a competitive environment for raw materials projects
  • Implement short-term measures to prevent supply disruptions
  • Develop long-term European strategy for permanent magnets
  • Foster trade partnerships and strategic alliances
  • Advance coherent circularity strategies
  • De-risk indirect dependencies

CLEPA emphasises the need for alignment with the EU’s broader industrial and environmental policies, including the Critical Raw Materials Act (CRMA) and the End-of-Life Vehicles Regulation (ELVR), to ensure Europe’s automotive industry remains resilient, competitive, and sustainable.

 

 

AGI é Sponsor Oficial da 12.ª Semana da Indústria Automóvel da AFIA

A AGI – Augusto Guimarães & Irmão participará como Sponsor oficial na 12.ª Semana da Indústria Automóvel da AFIA, considerada o principal encontro nacional do setor da mobilidade e da indústria automóvel. O evento decorrerá de 4 a 6 de novembro, no Hotel Solverde, em São Félix da Marinha (Vila Nova de Gaia), reunindo representantes, empresas e entidades de referência da indústria automóvel em Portugal.

in AGI, 09-10-2025


Sob o lema «Thinking Beyond The Transition», esta edição abordará os grandes desafios que o setor enfrenta num momento de profunda transformação. Neste contexto, a AGI apresentará as suas soluções de equipamentos industriais e automação, bem como a sua oferta de polímeros de alto desempenho para a indústria automóvel, reafirmando o seu compromisso com a inovação tecnológica, a sustentabilidade e o desenvolvimento do tecido industrial nacional.

O encontro realiza-se num contexto de especial complexidade para o setor, marcado por diversos fatores económicos e pela crescente concorrência internacional. A iniciativa promoverá a reflexão sobre a competitividade industrial, o papel da transição energética e digital, e as oportunidades que resultam da cooperação entre empresas.

Com a sua participação, a AGI reforça a sua posição como parceiro estratégico da indústria automóvel portuguesa, contribuindo para a partilha de conhecimento, a criação de sinergias e a procura de soluções que impulsionem a competitividade do setor.

As inscrições estarão abertas até 15 de outubro de 2025, e o stand da AGI estará disponível durante todo o evento, com a presença dos seus especialistas para receber os visitantes e fornecer informações técnicas sobre as suas soluções.

Mais informações disponíveis em: https://afia.pt/12aiw/


Sobre AGI

A AGI – Augusto Guimarães & Irmão, fundada em 1915, conta com mais de 110 anos de experiência no setor da distribuição de equipamentos industriais, materiais de construção e matérias-primas.

Em 2002, a Guztec Polymers (anteriormente Guzman Polymers), líder na distribuição de matérias-primas de engenharia em Espanha, adquiriu 50% do capital da AGI. Como resultado desta joint venture, a AGI reforça a sua liderança atual e a Guztec Polymers passa a oferecer aos seus clientes um portefólio mais abrangente, desde matérias-primas até maquinaria para a indústria dos plásticos.

Desde 2020, a AGI – Augusto Guimarães & Irmão e a Guztec Polymers passaram a integrar o grupo Hromatk Group, um dos principais grupos de distribuição no mercado de polímeros, com especialistas altamente qualificados.

O Grupo Hromatka, presente em 19 países europeus, conta com mais de 40 armazéns locais em toda a Europa, 130 comerciais e mais de 10.000 clientes.


Do IRC à simplificação e celeridade nos fundos, o que traz o OE para as empresas

Governo vai prosseguir com a descida de um ponto percentual do IRC e medidas de simplificação, reduzindo custos de contexto para as empresas. Executivo vai dar ainda prioridade aos fundos europeus.

in ECO, por Patrícia Abreu, 09-10-2025


A proposta do Orçamento do Estado para 2026 foi entregue esta quinta-feira na Assembleia da República. Num documento sem grandes surpresas, há várias medidas com impacto nas empresas, do IRC à prometida reforma do Estado, até à celeridade na aprovação de fundos europeus.

“Com o desígnio de colocar Portugal a crescer, descolando o País da estagnação na qual se viu mergulhado durante vários anos, o Governo apresentou uma agenda reformista ambiciosa, da qual se destacam as reformas fiscal e laboral, a desburocratização, simplificação e liberalização da economia, a promoção do contributo dos jovens, a valorização dos recursos e a capitalização dos fundos europeus”, adianta o Governo, no relatório que acompanha a proposta do OE2026.

Menos IRC para impulsionar competitividade

No que diz respeito às empresas, e tal como era conhecido, o Executivo admite que vai receber menos 199 milhões de euros em 2026, devido à descida de 1 ponto percentual da taxa de IRC, de 21% para 20%. Já em 2026, este imposto aplicado às empresas voltará a baixar para 19% e para 18% e 17%, nos dois anos seguintes.

O Executivo reforça o seu compromisso em reduzir o peso dos impostos diretos sobre as famílias e as empresas. No caso das empresas, o Governo destaca que o IRC “se afigura como um instrumento determinante no aumento da produtividade das empresas, influenciando diretamente a sua competitividade e a sua capacidade de investir, inovar e remunerar melhor os seus trabalhadores”.

Simplificação e licenciamentos mais céleres

Uma das bandeiras deste OE2026 é a simplificação de procedimentos e redução de entraves burocráticos, através da Reforma do Estado. “A Reforma do Estado promovida pelo Governo vai reduzir os encargos e esforços dos cidadãos e empresas na interação com o Estado, eliminando exigências legais desnecessárias e simplificando a legislação”, explica o Governo, adiantando que “o Estado deixará de ser um obstáculo na vida dos cidadãos e das empresas”.

Em termos práticos, o Governo diz que, no domínio dos licenciamentos, “tem como prioridade a eliminação de barreiras à atividade económica, com a introdução de deferimentos tácitos e com a eliminação de pareceres e decisões desnecessários”.

Segundo explica o mesmo documento, a inclusão de deferimentos tácitos assegura que os direitos dos cidadãos e empresas estão salvaguardados sempre que a Administração Pública não se pronuncia no tempo previsto na lei, aumentando a previsibilidade dos processos e projetos de investimento e a transparência do Estado.

O Executivo compromete-se ainda a remover “entraves administrativos”, simplificar processos e combater “custos de contexto, criando um ambiente mais favorável à iniciativa privada”, permitindo “ganhos de eficiência e efeitos de arrastamento na economia”.

Financiamento e celeridade nos fundos

O Governo adianta que vai “reforçar os mecanismos disponíveis, com especial atenção às necessidades das micro, pequenas e médias empresas e startups, para permitir que negócios com potencial possam ir mais longe — investindo mais, inovando mais e criando maior valor acrescentado”.

A proposta entregue esta manhã mantém apoios ao ramo agroalimentar, “estabelecendo como principais prioridades o desenvolvimento do potencial produtivo, o rendimento e a renovação geracional — tanto na agricultura quanto nas pescas”; à economia do mar; e ao turismo.

No que diz respeito à execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e aos fundos europeus, o Executivo garante que vai acelerar a execução destes fundos e reduzir o tempo médio de decisão nas candidaturas ao Portugal 2030, estipulando um prazo máximo de decisão de 30 dias.

Promoção do turismo capta 532 milhões

“Quanto ao turismo, a estratégia do Governo é estruturada em dois pilares: a projeção do destino Portugal no Mundo, potenciando os ativos endógenos (conforme disposto na Agenda Transformadora), e a promoção do turismo a nível regional, como instrumento de coesão territorial”, refere o documento.

A proposta detalha que, no primeiro pilar, destaca-se a aposta no apoio à internacionalização das empresas turísticas nacionais e a expansão da conetividade aérea, tendo em vista a afirmação de Portugal entre os destinos mais prestigiados e competitivos a nível global. Para promover esta projeção do país, o Governo destina uma verba de 442 milhões.

Já para a promoção de Portugal a nível regional, através do “lançamento de uma agenda de inovação para o turismo e a promoção da sustentabilidade e inclusão no setor”, o OE2026 prevê um investimento de 90 milhões de euros.

20 milhões para IA

Outro dos programas do Governo está relacionado com a área da inteligência artificial (IA), que vai receber um investimento público de 20 milhões de euros. Este valor, apenas relativo a gastos com impacto no Orçamento nacional, destina-se a estimular a adoção desta tecnologia por parte da Administração Pública, no âmbito da reforma do Estado, que conta com várias ofensivas no campo tecnológico.

No âmbito da Reforma do Estado que o Governo tem vindo a anunciar com o objetivo de tornar os serviços da Administração Pública mais eficientes e interoperáveis, será disponibilizado este montante de 20 milhões para três projetos, sem discriminação do valor atribuído a cada um.

Os projetos contemplados são o lançamento do LLM Português, versão multimodal, conhecido como Amália, cuja entrega final está prevista para junho; o assistente virtual integrado na aplicação gov.pt; bem como o desenvolvimento de soluções de IA produtizadas e integradas na Administração Pública.

Mais infraestruturas, mais investimento público

Outra medida que vai mexer com vários setores empresariais é o investimento em infraestruturas, com cheques avultados para vários programas. “O Orçamento do Estado para 2026 contempla verbas para investimento em todas as áreas de intervenção do Estado, assumindo particular destaque a mobilidade, a energia e a tecnologia”, refere o documento.

No domínio da mobilidade, “o Governo prosseguirá, em 2026, projetos de expansão e modernização da infraestrutura de suporte ao tráfego aéreo, nomeadamente nos aeroportos de Lisboa e do Porto. Continuará também o processo de desenvolvimento do novo aeroporto de Lisboa (Luís de Camões), em conformidade com o plano apresentado pelo Governo, que transformará Lisboa num dos maiores hubs da Europa”.

Já na ferrovia, o documento estabelece como objetivos a modernização e reabilitação da rede, bem como a execução do projeto da linha de alta velocidade Lisboa-Porto e a ligação a Espanha, entre outros projetos previstos no Ferrovia 2020 e no Programa Nacional de Investimentos 2030.

Haverá ainda trabalhos de reabilitação e expansão da rede rodoviária nacional. Quanto aos portos comerciais, estão projetados para os próximos anos 4 mil milhões de investimento, maioritariamente em regime de concessão privada, para descarbonização, expansão dos terminais e ferramentas de gestão inteligente, no âmbito do programa Portos 5+.

Reforço na Defesa favorece empresas

O reforço do investimento na Defesa Nacional deverá também ter um impacto positivo nas empresas, permitindo ao tecido empresarial nacional ganhar com o maior investimento destinado ao setor. O Executivo defende que “a meta de alcançar 2% do PIB em investimento em Defesa Nacional não se trata apenas de um imperativo internacional, mas de uma oportunidade estratégica de desenvolvimento nacional”.

“Ao direcionar o investimento para a modernização das infraestruturas, a inovação tecnológica e a capacitação das indústrias nacionais o Governo promove simultaneamente: criação de emprego qualificado; aumento da autonomia estratégica nacional; internacionalização da economia; valorização dual (civil/militar) do investimento público”, sistematiza a proposta de OE2026.

O Governo destaca que “a priorização de setores tecnológicos emergentes (ciberdefesa, drones, inteligência artificial, simulação, sensores, interoperabilidade, sistemas autónomos) permitirá posicionar Portugal como ator relevante nas cadeias europeias de valor”.

“Ao mesmo tempo, a modernização das infraestruturas e equipamentos militares assegura a operacionalidade do dispositivo nacional, reduz custos de manutenção a médio prazo e responde à necessidade de prontidão resultante dos riscos híbridos, do ciberespaço e da evolução da guerra moderna”, remata.