PORTUGAL 2030 | Mais de 3,6 mil M€ vão ser lançados a concurso nos próximos 12 meses

A Comissão Interministerial do Portugal 2030 aprovou a atualização do Plano Anual de Avisos para que possa planear os seus investimentos em projetos!

in AD&C, 19-09-2025


A Comissão Interministerial do Portugal 2030 aprovou a atualização do Plano Anual de Avisos.

O Plano Anual de Avisos do Portugal 2030 e do Fundo para o Asilo, a Migração e a Integração (FAMI) permite conhecer quais os próximos avisos que serão lançados, sendo, assim, possível planear atividades e investimentos, reforçando a previsibilidade para as diferentes operações e projetos.

MAIS DE 3,6 MIL M€ DE FUNDOS EUROPEUS PARA APOIAR PROJETOS

De acordo com a mais recente atualização, está prevista a publicação de 239 Avisos de concurso, incluindo multi regiões, com uma dotação de Fundo associada de 3.613.523.405€, distribuídos pelas várias regiões do país e pelos diversos objetivos de política do Portugal 2030, nas áreas sociais, da economia, do ambiente, do mar e do território.

No que diz respeito aos programas regionais do continente, o somatório dos montantes já a concurso com a projeção desta atualização do Plano Anual de Avisos, remete-nos para uma estimativa de dotação a concurso, a 31 dezembro de 2025, de 76% da dotação destes programas do Portugal 2030.

Pretende-se com estes investimentos promover a investigação e inovação, a competitividade e internacionalização das empresas, bem como o empreendedorismo e a inclusão social.

PLANEIE OS SEUS INVESTIMENTOS!

O Plano Anual de Avisos constitui um relevante instrumento de planeamento para todos os atores do ecossistema dos fundos.

Assume particular relevância para os beneficiários pela perspetiva que fornece a médio prazo sobre oportunidades de financiamento, num modelo que valoriza transparência.

O Plano Anual de Avisos é atualizado todos os quadrimestres, sendo, em cada um, publicada uma versão atualizada do Plano para os 12 meses subsequentes, com maior detalhe de informação para o 1º quadrimestre de cada atualização.

Na página do Plano Anual de Avisos poderá encontrar informação sobre todos estes avisos e saber quando serão lançados, quem se pode candidatar e quais as ações elegíveis em cada um.

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Novo polo da tecnológica Visteon cria 150 postos de trabalho

A Visteon, instalada em Palmela, inaugurou esta quinta-feira, 18 de setembro, um novo edifício que vai permitir, segundo a empresa, a criação de 150 novos postos de trabalho nos próximos dois anos.

in Câmara Municipal de Palmela, 19-09-2025


Num investimento de 10 milhões de euros, o edifício de dois pisos vem reforçar a capacidade da empresa na fabricação de produtos eletrónicos para automóveis.

A cerimónia contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Palmela, Álvaro Amaro, que sublinhou a importância da nova unidade na afirmação de Palmela no panorama nacional e internacional nesta área da vanguarda tecnológica.

Álvaro Amaro destacou ainda o papel decisivo do Município na apreciação e aprovação dos projetos em tempo recorde, num contexto de grande competitividade com outros países, contribuindo assim para fixar este investimento no concelho.

Na apresentação do espaço, o vice-presidente da Visteon, João Paulo Ribeiro, reconheceu que a unidade de Palmela é a maior e “mais complexa fábrica da Visteon”.

De acordo com João Paulo Ribeiro, o novo edifício “é uma alavancagem de tecnologia que nos vai permitir entrar na zona de eletrificação de uma forma mais rápida, com produção interna e vai fazer com que a empresa consiga continuar a investir” em Palmela e, “ao mesmo tempo, criar postos de trabalho”.


Exportações de Componentes Automóveis Recuam

Exportações de componentes para automóveis caem 3,9% em julho, mas resistem melhor do que as exportações totais de bens. Destaque para o aumento das exportações para a Roménia e Marrocos.

in AFIA, 18-09-2025


Como é do conhecimento geral a Indústria Automóvel passa por um período de grande turbulência – quer do lado da procura quer do lado da oferta. Em consequência desta perturbação na produção de veículos na Europa, as vendas das empresas nacionais para o exterior caíram. As exportações portuguesas de componentes para automóveis registaram, em julho de 2025, uma queda homóloga de 3,9%, o que significa vendas neste mês abaixo de 1.000 milhões de euros, de acordo com os dados da AFIA – Associação de Fabricantes da Indústria Automóvel – com base nas informações divulgadas pelo INE.

Não foi só o setor automóvel a diminuir as vendas ao exterior, dado, no mesmo período, o total das exportações nacionais de bens terem recuado 11,3%, o que demonstra uma maior resiliência do setor automóvel quando comparado com o desempenho geral da economia exportadora.

No acumulado de janeiro a julho, as vendas de componentes para automóveis somam 7.225 milhões de euros, uma descida de 2,5% em relação ao mesmo período de 2024.

A Europa continua a ser o principal destino, absorvendo 88,3% das exportações de componentes automóveis, apesar de uma ligeira contração de 2,4% face a 2024. No entanto, é de destacar o aumento de 18,8% das exportações para a África e Médio Oriente.

Entre os países de maior relevância, no destino da produção das empresas nacionais, temos Espanha (29,4% de quota) que registou um crescimento de +2,7%, enquanto a Alemanha (-10,8%) e os EUA (-13,6%) sofreram quebras significativas.

Destaque pela positiva para a forte subida das exportações para a Roménia, atualmente 6.º país-cliente (+38,4%) e Marrocos, 8.º país-cliente (+32,3%).

Não podemos deixar de considerar que até este mês, houve uma queda da produção e de vendas superior, há diminuição da produção nacional de componentes.

“Os dados de julho confirmam a importância estratégica do setor de componentes para automóveis para a economia portuguesa. Apesar da conjuntura adversa e de uma quebra global das exportações nacionais, temos vindo a conseguir manter um desempenho mais sólido. No entanto, o setor enfrenta atualmente grandes desafios como os custos de energia elevados, pressão crescente para a transição para a mobilidade elétrica, instabilidade nas cadeias de abastecimento internacionais e o impacto das taxas impostas pelos Estados Unidos da América, apesar destas só se sentirem mais seriamente a partir de setembro. Assim, é fundamental que as políticas públicas apoiem o investimento e a inovação para que possamos continuar a ser competitivos a nível europeu e global”, sublinha José Couto, presidente da AFIA.

Desafios atuais do setor

O setor automóvel em Portugal encontra-se num contexto de elevada incerteza, marcado por custos energéticos elevados, que impactam a competitividade industrial; a transição tecnológica para a mobilidade elétrica, exigindo forte investimento por parte das empresas e a volatilidade nas cadeias de fornecimento globais, com repercussões no ritmo de produção.

Apesar das dificuldades enfrentadas, os números mostram a resiliência e importância estratégica do setor de componentes automóveis para a economia portuguesa. No entanto, é importante olhar para o setor e reforçar os investimentos em inovação, em tecnologias de mobilidade elétrica, mas também promover políticas públicas que reforcem e apoiem a sustentabilidade e modernização das empresas, para que Portugal continue a consolidar a sua posição como fornecedor de referência no mercado automóvel internacional.

Os cálculos da AFIA têm como base as Estatísticas do Comércio Internacional de Bens divulgadas a 9 de setembro pelo INE – Instituto Nacional de Estatística.

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Para mais informações consultar o ficheiro pdf neste link.

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Ciberataque parou produção da Jaguar Land Rover e impacta fabrico de componentes em Portugal

Maior construtor automóvel britânico prolongou a paragem de produção pelo menos até dia 24. Impacto chega às fabricantes de componentes em Portugal, como a Forvia, em Palmela, obrigando uma centena de trabalhadores a gozar “down days”.

in Jornal de Negócios, por Diana do Mar, 19-09-2025


Aproximadamente 100 trabalhadores da Forvia, em Palmela, afetos à produção de componentes para a Jaguar Land Rover estão a gozar “down days” há três semanas, depois de a maior fabricante automóvel do Reino Unido ter parado a produção devido a um ataque informático que veio a público no início de setembro.

“Neste momento, na Forvia Palmela temos cerca de 100 trabalhadores há três semanas sem trabalhar, que estão a gozar ‘down days’ [dias de paragem em que os trabalhadores recebem os vencimentos por inteiro], porque devido ao ciberataque, que levou à paragem de produção, da Jaguar Land Rover não temos encomendas”, revelou Daniel Bernardino, da Comissão de Trabalhadores (CT) da Faurecia, no Parque Industrial Autoeuropa, ao Negócios.

A Forvia, que resultou da aliança, em 2022, da Faurecia com a Hella, que criou então o sétimo maior fornecedor da indústria automóvel do mundo, conta com seis fábricas em Portugal que se dedicam à produção de diferentes componentes para diferentes marcas. Só na unidade de Palmela, explica o responsável, encontram-se ao serviço cerca de 500 trabalhadores, dos quais aproximadamente 130 afetos à produção de peças para forrar os apoios para os braços da porta da Jaguar Land Rover.

Só que os “down days” esgotam-se, pairando a incógnita do que sucede quando tal acontecer, até porque, ainda esta semana a Jaguar Land Rover anunciou o prolongamento da paragem de produção das suas fábricas até pelo menos 24 de setembro. “A CT e a direção da empresa estão a tentar encontrar soluções para não se chegar a uma situação complexa como um eventual “layoff'”, adiantou Daniel Bernardino, indicando que, por força do atual contexto, foram entretanto dispensados 30 trabalhadores temporários.

A Jaguar Land Rover, detida pelo grupo indiano Tata, decidiu prolongar a paragem de produção enquanto decorre a investigação ao ataque informático: “Tomámos esta decisão enquanto a nossa investigação forense ao incidente cibernético continua e enquanto consideramos as diferentes etapas do reinício controlado das nossas operações globais, o que levará tempo”, lê-se no aviso publicado no “site” da fabricante automóvel.

Segundo o The Guardian, a paralisação levou já a Jaguar Land Rover a falhar a produção de 1.000 carros por dia, perdendo 72 milhões de libras (82,8 milhões de euros) diários em vendas.

Segundo o mesmo jornal, a autoria do ciberataque foi reivindicada por um grupo de “hackers” ligado a outros ataques ocorridos este ano como o que visou a retalhista Marks & Spencer.


Refinaria de Estarreja já fala com BMW, Stellantis e CATL

Unidade vale 450 milhões. Decisão final será tomada em dezembro. Já houve conversas com potenciais clientes, como marcas automóveis europeias ou fabricantes chineses de baterias.

in O Jornal Económico, por André Cabrita-Mendes, 19-09-2025


A refinaria em Setúbal da Northvolt/Galp caiu e só dois projetos para refinar lítio continuam ativos em Portugal. Um deles é o LiftOne que promete refinar lítio, um mineral essencial para a transição energética, cuja procura vai disparar nos próximos anos com a vaga de carros elétricos e de baterias para armazenar eletricidade.

“Este é um investimento de cerca de 450 milhões de euros. Neste momento, estamos a prever tomar a decisão final de investimento [FID] em dezembro deste ano”, disse ao JE o diretor da área tecnológica da Lifthium, Bart Packer.

A unidade de produção de hidróxido de lítio vai ficar localizada em Estarreja, distrito de Aveiro, estando previstos a criação de 150 postos de trabalho.

E quais os potenciais clientes desta refinaria? Já houve conversas com várias companhias automóveis e de baterias. “Estamos a falar com todos. Temos uma grande lista, é muito extensa, incluindo a BMW e a Stellantis, até à CATL [produtora chinesa de baterias]”, afirmou, em declarações ao JE à margem da conferência da Fastmarkets que decorreu em Lisboa.

O projeto visa a produção de 28 mil toneladas por ano de hidróxido de lítio, essencial para fabricar baterias de lítio para equipar os carros elétricos.

Sobre o financiamento, disse que a empresa está “numa fase avançada da discussão com os bancos. Temos vindo a falar com vários bancos desde há dois anos, como o Santander e também o Banco Europeu de Investimento e alguns nacionais”. Além dos bancos, outra parte do financiamento vai ter origem em capital dos acionistas da Lifthium, o Grupo José de Mello e a Bondalti.

O norte-americano explicou que quanto mais longos os contratos de fornecimento, melhor será para obter financiamento.

“Quanto mais longos forem os contratos, melhor para nós, porque o financiamento está relacionado com a duração das receitas previstas. Se tivermos receitas para 10 anos, podemos pagar o financiamento em 10 anos. Se for de 3, pagamos em 3 anos. Quanto maior, melhor para nós”,

Questionado se os projetos mineiros de lítio previstos para Portugal (Boticas e Montalegre) são importantes para a refinaria, o responsável explicou que estes dois projetos tem por base a espumodena e o sulfato de lítio e que a refinaria de Estarreja vai focar-se no hidróxido de lítio sustentável, não estando previsto “acomodar sulfato de lítio de espumodena. Não estamos a trabalhar com eles”, disse em referência aos projetos da Savannah e da Lusorecursos (que também tem prevista uma refinaria).

A companhia diz que potenciais fornecedores de lítio para refinar poderão vir do Sudeste asiático, como a Malásia, ou da América do Sul como Argentina ou Chile.

Um dos temas do sector atualmente é o preço do lítio, que tem vindo a recuar nos mercados internacionais. Bart Packer disse que a Lifthium “consegue operar dentro da gama atual de preços”, mas “é óbvio que os números são melhores com os preços mais altos”.

A companhia quer produzir lítio verde, isto é, vai recorrer a processos de eletrólise, evitando o uso de reagentes químicos, que são usados normalmente na refinação, num processo com emissões poluentes baixas.

“Usamos eletricidade em vez de reagentes químicos para produzir lítio”, explicou. E também pretende usar matéria-prima proveniente das baterias em fim de ciclo de vida para produzir carbonato de lítio reciclado.

Antes, numa apresentação feita perante uma plateia de investidores, o diretor tecnológico da Lifthium revelou algumas das mais-valias para localizar o projeto em Portugal, incluindo custos energéticos muito mais baixos (30/40 euros/MWh, incluindo PPA verdes) face à Alemanha (250 euros/MWh) e ao Reino Unido (200 euros/MWh). Os custos laborais mais baixos face à média da União Europeia (-35%) e à Alemanha (-56%) também foram destacados.

Mas o sector vive um paradoxo frustrante: existe procura e esta vai disparar nos próximos anos, mas os preços do lítio teimam em não subir, com a Fastmarkets a prever que só subam a partir de 2030 (pois os mineiros chineses têm vindo a acumular stock). Até lá, é preciso ter os projetos de mineração, refinação e produção de baterias a funcionarem em pleno, mas os preços baixos estão a prejudicar o financiamento dos projetos que deveriam estar prontos até 2030.

 


 

AFIA / AEP | AMM Madrid – Automotive Manufacturing Meetings Madrid – 21 e 22 de outubro de 2025 | APENAS HÁ 1 ESPAÇO DISPONÍVEL – Garanta o seu Lugar

Automotive Manufacturing Meetings Madrid

21 e 22 de outubro de 2025

APENAS HÁ 1 ESPAÇO DISPONÍVEL | Garanta o seu lugar!

A AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel e a AEP – Associação Empresarial de Portugal, estão a organizar a participação coletiva de empresas portuguesas na 3.ª edição dos AMM – Automotive & Manufacturing Meetings Madrid, que terão lugar na IFEMA em Madrid, nos dias 21 e 22 de outubro de 2025.

in AFIA / AEP, atualizado 16-09-2025


A AMM – Automotive & Manufacturing Meetings Madrid é um evento destinado a fornecedores da indústria automóvel que reúne toda a cadeia de valor, desde os construtores, passando pelos fornecedores até aos subcontratados. Durante os 2 dias serão promovidas reuniões individuais pré-agendadas com responsáveis de produção, engenharia, compras, aprovisionamento, prestadores de serviço, entre outros.

Esta é uma oportunidade para as empresas se conectarem com fornecedores de ponta, mostrando capacidades e serviços que cobrem todo o espectro da cadeia de fornecimento automóvel.

Porquê participar nos AMM Madrid?

  • Trata-se do único evento de matchmaking para o fornecimento da indústria automóvel em Espanha;
  • A edição de 2023 contou com a presença de 15 países, 200 empresas expositoras, 600 participantes e 4.000 reuniões B2B;
  • Espanha é o principal parceiro da indústria portuguesa de componentes automóveis;
  • A indústria automóvel espanhola é uma referência fora das suas fronteiras, ocupando a segunda posição no ranking de fabricantes de veículos automóveis na Europa – apenas atrás da Alemanha – e a nona posição a nível mundial;
  • Espanha conta com 17 fábricas de construção automóvel que estão entre as mais eficientes e automatizadas da Europa;
  • Este evento tem o apoio da SERNAUTO, Associação espanhola congénere da AFIA.

Não perca a oportunidade de participar nesta ação, desenvolvida no âmbito do PORTUGAL2030 e COMPETE 2030 com financiamento a 50% dos custos elegíveis.

Prazo de inscrição até 19 de setembro:

APENAS HÁ 1 ESPAÇO DISPONÍVEL NO STAND COLETIVO DA AFIA / AEP!

As empresas PME elegíveis que participarem nesta ação beneficiam de um co-financiamento de parte dos custos, nomeadamente: passagens aéreas, estadia de hotel, stand e inscrição.

Ação submetida em sede de prorrogação de projeto no âmbito do AVISO MPR-2023-5 SICE – Internacionalização das PME – Operações em conjunto, PITD COMPETE2030, Projeto conjunto (SI) – Internacionalização, em fase de análise e aprovação por parte do COMPETE 2030, com financiamento a 50% dos custos elegíveis.


Fornecedores automóveis alertam: UE arrisca perder milhares de empregos

A União Europeia arrisca centenas de milhar de empregos, ao perder peso no mercado automóvel global. O alerta vem da CLEPA – Associação Europeia de Fornecedores Automóveis, que pede medidas.

in Notícias ao Minuto, por Bernardo Matias, 16-09-2025


A CLEPA – Associação Europeia de Fornecedores Automóveis está preocupada com o futuro da União Europeia no mercado automóvel global.

A entidade encomendou um estudo à Roland Berger. Este conclui que os fornecedores europeus têm custos entre 15 e 35 por cento maiores do que países como a China e os Estados Unidos da América. Considera a associação que nesses locais há “medidas de apoio industrial” e protecionismo, o que origina “desvantagens estruturais e concorrência desleal”.

Neste momento, a indústria de fornecimento do setor automóvel da UE “gera valor económico substancial e apoia centenas de milhar de empregos”, montando cerca de 85 por cento dos componentes para os carros.

Porém, até 23 por cento do valor agregado está em risco até 2030 e mais 20 por cento até 2035. Poderão ficar em causa entre 300 mil e 350 mil empregos nos próximos cinco anos, com a transição de motorizações e a transferência de valor para fora da UE.

Neste momento, os fornecedores dão emprego a cerca de 1,7 milhões de pessoas em toda a Europa, sendo o investimento anual conjunto em pesquisa e desenvolvimento de 30 mil milhões de euros. E, vincam, a sobrevivência da cadeia de fornecimento europeia ao setor automóvel precisa de “ação imediata e coordenada”.

O secretário-geral da CLEPA, Benjamin Kriger, vincou as suas preocupações: “A Europa está numa batalha decisiva para a sua soberania industrial. Os fornecedores estão comprometidos para com investir e inovar, mas não o podem fazer num campo desnivelado. Manter um ecossistema automóvel competitivo e resiliente na UE irá requerer ação urgente e orientada pelo mercado por parte da indústria, além de medidas específicas para fortalecer a atratividade da Europa como local de produção, pesquisa e desenvolvimento e investimento”.

O líder associativo falou de possíveis áreas de intervenção: “Fatores-chave de localização como preços de eletricidade e o peso regulador, considerando também políticas para garantir conteúdo local da UE em veículos para reter conhecimento e capacidade de produção”.

“Política industrial ousada”

A CLEPA apela a respostas para os desafios de competitividade do setor, incluindo “avaliar opções para reduzir custos estruturais”. Fala mesmo de uma “política industrial ousada”.

Desde a redução de custos e regulamentos menos rigorosos ao investimento em tecnologias chave, são vários os pedidos da associação. Também pretende apoio a automóveis e eletrónica local e que seja dada prioridade à “abertura tecnológica na descarbonização, numa rápida revisão sobre os padrões de CO2” para as viaturas automóveis.

A associação pede, igualmente, o início de uma conversa para debater medidas que ajudem a “manter a produção local, investimento em pesquisa e desenvolvimento e conhecimento na região” para além de “garantir capacidades críticas da UE” em componentes como “baterias, semicondutores e software”.

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Stellantis confirma la producción en España de Leapmotor

Las plantas de Zaragoza y Madrid, candidatas para albergar la producción de modelos eléctricos de Leapmotor para esquivar los aranceles

in Coche Global, por Toni Fuentes, 16-09-2025


La marca china Leapmotor producirá coches en España. Antonio Filosa, nuevo consejero delegado de Stellantis, confirmó los planes industriales, aunque no dijo ni cuándo ni en qué planta, pero las miradas del sector apuntan a un destino claro: Figueruelas (Zaragoza), aunque Madrid también está en la carrera.

“Recientemente hemos anunciado una colaboración industrial para dotar a Leapmotor de capacidad en una de nuestras plantas españolas para fabricar sus coches sobre su plataforma. Comenzará muy pronto”, declaró Filosa en la conferencia de Kepler Cheuvreux. Por primera vez, la cúpula de Stellantis verbaliza un proyecto que llevaba meses circulando como rumor, alimentado por visitas discretas de directivos asiáticos, conversaciones con proveedores locales y hasta las palabras del propio embajador de China en España.

El escudo frente a Bruselas

El movimiento responde a una lógica evidente: esquivar los aranceles europeos. Los coches eléctricos de Leapmotor fabricados en China pagan un 20,7% adicional sobre el 10% general de importación, un peaje que encarece notablemente modelos como el Leapmotor B10, un SUV compacto con un precio de salida inferior a 30.000 euros. Ensamblarlo en España convierte un problema en oportunidad: fabricar barato, vender competitivo y ganar cuota en un mercado europeo que se tambalea entre la urgencia climática y el proteccionismo comercial.

El calendario ya se empieza a dibujar: a partir del tercer trimestre de 2026, Stellantis podría arrancar en Zaragoza con la producción del B10, que podría convertirse en el estandarte europeo de Leapmotor.

Aragón, nodo estratégico

Si Figueruelas acaba imponiéndose, el anuncio reforzará la candidatura de Aragón como hub eléctrico europeo. A pocos kilómetros de la planta, Stellantis y el gigante chino de baterías CATL levantarán una gigafactoría de 4.100 millones de euros para producir celdas de litio-ferrofosfato (LFP), más baratas que las actuales. Coches y baterías en el mismo ecosistema: una cadena de valor completa que ya despierta expectativas en toda la industria auxiliar.

La planta aragonesa no solo es versátil y altamente productiva; también se ha convertido en el epicentro de la estrategia eléctrica del grupo. Ese factor explica por qué aventaja a Madrid en la pugna, aunque nadie descarta que la capital se lleve parte del pastel en fases posteriores.

De 5.000 a 50.000 unidades mensuales

La velocidad de Leapmotor impresiona. Hace apenas dos años fabricaba 5.000 coches al mes en China. Hoy ensambla 50.000 unidades mensuales y aspira a llegar a las 600.000 en 2025, apoyada en la inversión de Stellantis, que en 2023 adquirió un 20% de la compañía y el control del 51% de Leapmotor International, su brazo para salir de China.

“Hoy celebramos esa inversión como muy buena”, aseguró Filosa, que elogió la visión de su predecesor, Carlos Tavares, y del financiero Doug Ostermann, artífices de la operación. El mercado respondió con entusiasmo: Stellantis subió más de un 9% en la Bolsa de Milán tras sus declaraciones.

El tablero europeo

El desembarco de Leapmotor en España se produce en medio de un pulso geopolítico: Bruselas endurece aranceles contra los coches chinos, mientras Ursula von der Leyen promete incentivos para los modelos urbanos y eficientes. Filosa recogió el guante: “Los coches pequeños consumen y emiten menos; merecen políticas de apoyo”.

La apuesta por Leapmotor no solo es una jugada industrial; es también un gesto político. Con este movimiento, Stellantis envía un mensaje doble: a Pekín, que su socio tiene un espacio real en Europa; y a Bruselas, que la única forma de sobrevivir a la tormenta eléctrica es producir en casa lo que hasta ahora llegaba en barco desde Shanghái.

La confirmación de Filosa marca un antes y un después: España no será solo terreno de ensamblaje de modelos tradicionales, sino también puerta de entrada para marcas chinas al mercado europeo. La primera marca en buscar una base de operaciones industriales ha sido Chery para hacer el montaje final de los modelos Omoda y Jaecoo y de los derivados con la marca Ebro en la antigua fábrica de Nissan en Barcelona.

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Empresas mostram resiliência perante a incerteza gaulesa

Automóvel, mobiliário, têxtil e produtos agrícolas são dos mais expostos ao mercado francês. Apesar de estar a perder peso, o país continua a ser relevante, com estes setores a conseguirem contornar o travão estrutural.

in Jornal de Negócios, por Paulo Moutinho, 15-09-2025


Não há setor mais exposto à economia francesa do que o automóvel, mas são vários aqueles que têm com este país uma relação forte. Tanto a exportação de veículos como a de componentes têm conseguido resistir aos sinais de enfraquecimento deste “motor” do Velho Continente, sendo que a mesma resiliência é visível nos produtos agrícolas. As sucessivas crises políticas gaulesas abalam, mas não assustam o tecido empresarial português.

A indústria automóvel é aquela que tem maior exposição ao acelerar, mas principalmente ao abrandamento da economia francesa, muitas vezes associado à estabilidade (ou falta dela) política. França já foi, contudo, um mercado mais representativo, continuando, ainda assim, nos lugares cimeiros. Os dados da ACAP mostram que aquele país foi destino de 21.300 veículos produzidos no mercado nacional até ao final de agosto.


Desde o início do ano até ao final de agosto, França foi o destino de 21.300 veículos produzidos em Portugal. É o quarto maior mercado.

França é o destino de 9,9% de todos os automóveis que saem das fábricas nacionais, com a Autoeuropa a ser responsável pela maior parte desses. O país está, atualmente, na quarta posição, fora de um pódio em que a Alemanha ocupa o lugar cimeiro, seguida de Itália e da Turquia.

Neste setor, maior ligação é aquela que existe por via dos componentes automóveis, sendo que estes estão em quebra. “As exportações diretas de componentes automóveis de Portugal para França, apesar de estarem a descer, têm uma performance melhor, entre 2019 e 2024, decresceram a uma taxa anual de 5,7%. As exportações portuguesas de componentes automóveis passaram dos cerca de 1,4 mil milhões de euros para pouco mais de mil milhões de euros”, diz José Couto.

“Ainda assim, o valor exportado de Portugal por cada veículo produzido em França, aumentou cerca de 20%, passou dos 630 em 2019 para 754 euros em 2024”, acrescenta o presidente do Conselho Diretivo da AFIA. “Isto é, as empresas portuguesas têm vindo a ganhar quota de mercado”, nota. “Este fator demonstra a competitividade e resiliência das empresas portuguesas”, atira.

Num ambiente adverso, as empresas portuguesas têm resistido e respondido aos desafios que lhes são colocados.

José Couto | Presidente do Conselho Diretivo da AFIA

José Couto nota que “num ambiente adverso, as empresas portuguesas têm resistido e respondido aos desafios que lhes são colocados”, sendo que a turbulência política em França será igualmente superado, assim como tem sido o das tarifas dos EUA. E tal só acontece porque tem havido investimento: “entre 2015 e 2024 as empresas portuguesas de componentes automóveis investiram mais de 7,3 mil milhões de euros, para manterem as fábricas ‘state-of-art’ e ecoeficientes”, conta.

Agricultura resiliente

O automóvel é, de longe, o setor que maior exposição tem a França, país que conta com uma das maiores economias da União Europeia, apenas superado pela Alemanha. Está destacado à frente de outros como o do mobiliário, que tem neste país o mercado principal de exportação, representando cerca de um terço das vendas totais, mas também o da cortiça, em que Portugal é o maior produtor mundial. E depois há o têxtil, setor que recentemente tem sido afetado por uma série de encerramentos de unidades fabris.

A instabilidade política em França pode ser um fator adicional de pressão sobre um setor que está já a enfrentar uma série de obstáculos, sendo que outro dos setores mais expostos a esta economia afasta impacto dos ventos de incerteza gauleses. Na agricultura não se sente sequer uma brisa negativa vinda de “um mercado muito relevante para as exportações nacionais e particularmente para o complexo agroflorestal”.

“A parceria comercial entre os dois países tem-se consolidado ao longo dos anos, assentando em fatores de ordem estrutural, que têm que ver com um histórico de trocas muito sólido e consistente sustentado pela complementaridade entre a oferta e a procura e pela robustez das próprias cadeias logísticas e de distribuição”, diz Luís Mira, lembrando que França está em segundo no “ranking” dos “nossos parceiros comerciais para este conjunto de produtos, quer em termos de exportações, quer de importações”.

“Estes fatores permanecem estáveis e não é expectável que se alterem no curto prazo, por motivos que se prendem com o funcionamento das instituições democráticas, mesmo que com ciclos eleitorais mais rápidos e menos previsíveis”, acrescenta o secretário-geral da CAP. Por agora, “a CAP não tem conhecimento, por agora, de qualquer impacto nas encomendas às empresas nacionais” por parte das empresas francesas.

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Isabel Furtado, a gestora que tem o Norte no coração

Isabel Furtado, CEO da TMG Automotive, é uma das portuguesas mais poderosas nos negócios do Norte. Na edição de 2025 da revista Forbes Portugal foi colocada na 19ª posição do ranking das mulheres Mais Poderosas nos Negócios.

in Forbes Portugal, por Helena C. Peralta, 15-09-2025


Isabel Furtado é, aos 63 anos de idade, uma das gestoras mais conceituadas em Portugal. Ligada ao negócio da família, a TMG Automotiva, que lidera desde 2008, tem sido o rosto de várias causas em Portugal, passando pela presidência de associações como a Cotec e de projetos inovadores como o do CEIIA. Foi precisamente como chairman desta relevante instituição ligada à inovação, que protagonizou uma das capas da Forbes Portugal, no início deste ano, numa edição dedicada à região Norte. Agora a revista coloca-a novamente na sua lista das mulheres Mais Poderosas dos Negócios em Portugal, situando-se na 19ª posição num ranking liderado há três edições por Paula Amorim.

Com um total de 76 pontos, Isabel Furtado, CEO da TMG Automotive, está na 19ª posição do ranking de 2025 das Mais Poderosas nos Negócios da Forbes Portugal.

Isabel Furtado fez o ensino básico em Toronto, no Canadá, o secundário em Inglaterra e licenciou-se em Economia pela Universidade de Manchester, neste último país. Casada, com três filhos, ingressou nem 2000 no seio do grupo TMG, fundado pelo avô. Entrou como responsável pela área da Qualidade e assumiu, em 2008, a função de CEO da TMG Automotive, a área do grupo dedicada ao setor automóvel e aos têxteis mais inovadores. Esta é, atualmente, a área mais forte do grupo têxtil, que emprega, no seu conjunto mais de 1.400 pessoas, das quais, cerca de metade, só na área automóvel. A TMG Automotive fabrica material têxtil e outros revestimentos para o interior de automóveis de mais de 20 marcas, entre elas a Toyota, a BMW, a Mercedes e a Porsche, exportando a totalidade da sua produção.

Na vida pública, Isabel Furtado foi ainda vice-presidente da Associação Têxtil Portuguesa, e presidente da Assembleia Geral da Associação de Empresas Familiares. Recebeu recentemente o Prémio Dona Antónia, de Consagração da Carreira e o grau de Comendador da Ordem de Mérito Industrial. A família está também presente no ranking dos mais ricos da Forbes Portugal, com um património avaliado, no ano passado, em 398 milhões de euros.

Metodologia do ranking as 50 Mulheres Mais Poderosas nos Negócios

O ranking das mulheres portuguesas com mais poder nos negócios, dentro e fora de fronteiras, é elaborado com base numa avaliação de centenas de empresas das quais são retirados mais os nomes de CEO, diretoras-gerais, administradoras, acionistas e empreendedoras. A Forbes Portugal analisou mais de 150 nomes para poder pontuar e chegar assim a uma lista final. No caso de empate, foram atribuídos meios pontos, ou subindo ou descendo em comparação com as pares.

A Forbes Portugal analisou mais de 150 nomes para poder pontuar e chegar assim a uma lista final.

A avaliação é feita com base em cinco critérios, pontuados de zero a 20: Fortuna, pessoal ou familiar; Poder de Decisão – se é CEO, presidente do Conselho de Administração, administradora ou acionista -; Poder de Influência, ou seja a sua projeção fora da empresa, seja em programas de responsabilidade social e cívica em que se envolve, seja associações em que participa, artigos que escreve e participação ativa nas redes sociais (sobretudo Linkedin); Dimensão do negócio – se são grandes negócios internacionais, em que países estão presentes, qual a área geográfica de ação; e, por fim, pelo seu Empreendedorismo, se apenas fez carreira numa área, ou se envolveu na criação de empresas.

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