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Estagnação da Autoeuropa obriga fornecedores a procurar novos clientes

A produção da VW Autoeuropa para 2015 e 2016 deverá manter-se ao nível de 2014.

in Diário Económico, 06-01-2015

As empresas do parque industrial da Autoeuropa estão preocupadas com a possível estagnação da produção na fábrica do grupo Volkswagen (VW), situada em Palmela, uma situação que deverá ser agravada com a interrupção da produção do modelo VW Eos já este ano. Desta forma, encontrar novos clientes deverá ser uma prioridade para os fornecedores de componentes para automóveis presentes naquele parque.

“As previsões para 2015 é de um ano de estabilidade melhor que 2013 mas inferior a 2014. A Autoeuropa não vai aumentar a produção em 2015 e 2016. Serão dois anos de alguma preocupação por causa dos fornecedores que dependem praticamente da fábrica e que será agravando com o fim do Eos”, sublinha Daniel Bernardino, representante da Coordenadora das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial da Volkswagen Autoeuropa.

De acordo com a Comissão de Trabalhadores (CT) da VW Autoeuropa a produção de 2014 da fábrica de Palmela deverá ficar nos 101 mil veículos, o que representa um ligeiro aumento de 9,7% face às 91.200 unidades produzidas no ano anterior.

As empresas sediadas no parque industrial estão conscientes da dependência que têm da VW Autoeuropa como cliente e, como tal, procuram novos clientes fora de Portugal. Daniel Bernardino salienta que tem havido um esforço das empresas para diminuir essa dependência da Autoeuropa, como por exemplo a SMP, que fornece hoje a Seat em Espanha. A Faurecia é, provavelmente, a fabricante que mais tem reagido.

“A Faurecia foi a única a crescer [em 2014] e a criar emprego. Praticamente duplicámos o número de trabalhadores”, refere Daniel Bernardino. No ano passado, a empresa, que produz peças de plástico e termomoldadas, fez contratos a termo a 55 trabalhadores, que este ano vão passar a efectivos. Além da VW Autoeuropa, a Faurecia tem como clientes a Land Rover, Opel, Mercedes e Nissan.

Sobre 2014, Daniel Bernardino ressalva que o número de empresas no parque industrial se manteve estável, embora a redução do volume de produção do Eos, e o facto da Autoeuropa ter terminado a produção antes do final do ano, ter provocado alguns problemas. Em termos de emprego e embora ainda não tenha sido feito o balanço do número concreto de pessoas, Daniel Bernardino sublinha que “não houve uma grande diminuição do emprego talvez até um aumento devido à Faurecia”.

O fim de linha para o descapotável VW Eos, que deverá acontecer este ano, irá deixar em maus lençóis algumas empresas presentes no parque, principalmente a Webasto que produz o tejadilho do Eos. A Webasto, que já chegou a fazer 265 tectos de abrir por dia, em 2006, produzia 85 unidades/dia em 2009. “À excepção da Webasto não temos grandes dificuldades em muitas empresas”, acrescenta.

O VW Eos foi lançado em 2006, tendo sido um dos maiores desafios para a fábrica portuguesa. Pela primeira vez, a Autoeuropa produzia um veículo não só para o mercado europeu mas também para os Estados Unidos e Canadá. Este modelo recebeu uma actualização em 2010, mas as vendas continuaram em declínio. Em 2013, saíram apenas oito mil unidades do Eos de Palmela, uma quebra de mais de 28% em relação a 2012.

A produção da VW Autoeuropa deverá aumentar com a chegada de um novo modelo, que não deverá acontecer antes de 2016.No ano passado, a administração da fábrica anunciou um investimento de 677 milhões de euros para implementar a nova plataforma modelar e assim poder receber novo modelos.


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