Governo lança novo apoio à formação de trabalhadores de empresas que parem produção

Empresas que parem a produção para se adaptarem, por exemplo, a alterações tecnológicas têm direito a um novo apoio financeiro à formação dos trabalhadores. Dotação, para já, é de 10 milhões de euros.

in ECO, por Isabel Patrício, 29-02-2024 


Este apoio dirige-se, convém detalhar, às empresas que estejam em “processo de reestruturação da organização produtiva, com momentos de paragem na produção, que decorra, nomeadamente, de alterações tecnológicas, nas técnicas ou processos de fabrico, automatização de instrumentos de produção, de controlo ou de movimentação de cargas, bem como informatização de serviços ou automatização de meios de comunicação”.

Estão abrangidos empregadores de todos os setores, desde que tenham a situação contributiva e tributária regularizada, não tenham salários em atraso, e não tenham feito despedimentos nos últimos três meses.

Cumpridos estes critérios, estão disponíveis apoios tanto para cobrir os custos de formação (7,12 euros por cada hora) como os custos com salários (7,5 euros por hora).

Ou seja, no total, o empregador pode receber até cerca de 15 euros por hora por trabalhador em formação, sendo que, no máximo, cada empregado pode fazer 200 horas de formação.

“O objetivo é que os trabalhadores não sintam qualquer diferença no seu quotidiano laboral“, salienta o secretário de Estado do Trabalho. Por outras palavras, os trabalhadores abrangidos não devem sofrer qualquer corte salarial, ainda que estejam em formação.

A formação, importa ainda realçar, pode ser ministrada de modo presencial, misto ou à distância. As horas cumpridas neste âmbito não são contabilizadas para efeito de cumprimento da obrigação de promoção de formação contínua obrigatória prevista no Código do Trabalho.

Os empregadores interessados devem pedir este apoio ao Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), sendo que o concurso para o fazerem ainda será lançado.

Para já, e tendo em conta o “caráter inovador” deste medida, o secretário de Estado não adianta quantos empregadores e trabalhadores deverão ser abrangidos.

De notar que, perante a crise internacional, o Governo lançou no final do verão um apoio semelhante, o Qualifica Indústria, mas só para as empresas dos setores afetados por quebras de encomendas, como o têxtil e o calçado. Ao ECO, Miguel Fontes adianta que agora o Qualifica Indústria será também alargado à indústria automóvel.

 

 

Academia PIEP: a resposta envolvente às necessidades do setor

A Academia PIEP é um projeto visionário que reúne de forma integrada todos os serviços e atividades do PIEP – Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros – direcionados para o ecossistema da educação, qualificação e formação profissional.

in PIEP, 23-01-2024


O foco central da Academia PIEP está em desenvolver atividades que impulsionem o potencial humano, consolidando-se nas vertentes de re-skill, up-skill e desenvolvimento pessoal. Esta Academia vai dinamizar e responder aos desafios das empresas, dos profissionais do setor dos plásticos e dos polímeros, e dos jovens em percurso educativo e formativo, em matéria de conhecimento e competências essenciais para a competitividade das empresas.

A Academia PIEP, como uma resposta envolvente às necessidades do setor, divide-se em diversas atividades como:

  • Formação avançada através de MSc, PhD e Especialização
  • Planos de Formação modulares e “Tailor-made” para empresas
  • Formação certificada DGERT
  • Intercâmbios com outros Centros I&D e Universidades a nível Internacional
  • Learning Factories, Workshops, Webinares, Open Days, Fóruns e Ações com Escolas Secundárias e Alunos da Universidade

Esta iniciativa é realizada em parceria com a Universidade do Minho, em particular com os docentes do DEP-UM (Departamento de Engenharia de Polímeros).

Para mais informações sobre o programa consulte o website da Academia PIEP: https://academia.piep.pt/

 

 

 

ACADEMIA PIEP – CURSOS DE FORMAÇÃO

 

 

Governo lança novos apoios de 150 milhões de euros às empresas

Quase 90 milhões de euros serão destinados à qualificação dos trabalhadores, enquanto 60 milhões se destinam a apoiar a internacionalização das PME

in Governo da República Portuguesa, 19-09-2023


As empresas vão ter novos apoios, num valor global de 150 milhões de euros, para apostar na promoção internacional e na formação de trabalhadores. No que se refere à internacionalização, serão lançadas – até ao final do primeiro trimestre do próximo ano – novas linhas de apoio, com uma dotação global de 60 milhões de euros.

Estas verbas, do Portugal 2030, visam apoiar vários setores de atividade em projetos individuais, conjuntos ou ações coletivas de promoção internacional de cada setor.
O primeiro aviso de concurso a abrir terá uma dotação de 18 milhões de euros, com o objetivo de promover a internacionalização das pequenas e médias empresas (PME), o reconhecimento internacional e a capacidade exportadora, assim como o acesso a novos mercados, através de ações conjuntas de promoção e marketing.

Já quanto à formação de trabalhadores de empresas dos ‘clusters’ de competitividade será lançada uma nova medida de apoio, no valor de 89,5 milhões de euros.
Os dois primeiros concursos desta medida serão lançados no final de outubro, com uma verba de 20 milhões de euros, dividida em partes iguais entre projetos individuais e projetos conjuntos.

Este apoio pretende rentabilizar os tempos de paragem de produção nas empresas, transformando-os em momentos de promoção das qualificações. Uma medida inscrita no Acordo de Médio Prazo de Melhoria dos Rendimentos, dos Salários e da Competitividade, que previa já o apoio à “formação certificada em contexto de trabalho”, com o objetivo de “promover a requalificação dos recursos humanos e preservar a manutenção de emprego e a capacidade produtiva”. Este apoio é complementar a medidas previstas no programa Qualifica Indústria.

 

 

Trabalhadores mais bem preparados, empresas mais competitivas: está aí o Programa Qualifica Indústria

Apoios à formação vão ajudar a prevenir o risco de desemprego e melhorar a produtividade das empresas

in Governo da República Portuguesa, 14-09-2023


O Programa Qualifica Indústria é um programa de apoio extraordinário à qualificação dos trabalhadores das micro, pequenas e médias empresas dos setores industriais.

Objetivos

  • Contribuir para a melhoria das qualificações dos trabalhadores das empresas dos setores industriais, enquanto fator de desenvolvimento profissional, (re)qualificação e melhoria da respetiva empregabilidade;
  • Prevenir o risco de desemprego e promover a manutenção dos postos de trabalho;
  • Contribuir para a melhoria da produtividade e da competitividade das empresas e da economia.

Quem pode aceder ao Programa Qualifica Indústria

  • Micro, pequenas e médias empresas do setor industrial, certificadas nos termos do disposto no Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro, na sua redação atual;
  • Ter, comprovadamente, à data da candidatura, as situações contributiva e tributária regularizadas perante a segurança social (SS) e a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT);
  • Registar um decréscimo extraordinário do número de encomendas e, subsequentemente, uma quebra de faturação igual ou superior a 25 %, num só trimestre, entre o terceiro mês anterior e o terceiro mês posterior ao da apresentação da candidatura ou ao início da ação de formação, quando comparado com o período homólogo do ano anterior.
  • Não se encontrar em situação de incumprimento no que respeita a apoios financeiros concedidos pelo IEFP, I. P.;
  • Ter a situação regularizada em matéria de restituições no âmbito dos financiamentos dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento;
  • Não ter pagamentos de salários em atraso;
  • Não ter sido condenada em processo-crime ou contraordenacional grave ou muito grave por violação de legislação de trabalho, nomeadamente sobre discriminação no trabalho e no acesso ao emprego, nos últimos três anos, salvo se da sanção aplicada no âmbito desse processo resultar prazo superior, caso em que se aplica este último;
  • Não ter procedido a despedimentos, exceto por facto imputável ao trabalhador, nos últimos três meses contados da data de submissão da candidatura;
  • Não proceder à contratação de novos trabalhadores ou prestadores de serviços, nem recorrer a trabalho suplementar nem a trabalho temporário para as funções desempenhadas pelos trabalhadores que estejam abrangidos pelo Programa.

Como funcionam os apoios

  • Os apoios a atribuir traduzem-se numa subvenção não reembolsável, para fazer face aos encargos com os custos salariais e com os custos de formação. As taxas de financiamento e fórmulas de cálculo dos apoios podem ser consultados na Portaria publicada hoje em Diário da República. O apoio destina-se a um máximo de 200 horas de formação por trabalhador.

 

 

Grupo Iberomoldes apontado como bom exemplo na formação dos seus trabalhadores

O presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), Domingos Lopes, apontou o Grupo Iberomoldes como um bom exemplo no que diz respeito à aposta na qualificação dos seus trabalhadores, no âmbito das medidas do Estado para a transformação digital do setor empresarial, que permitiram apoiar a formação de 212 colaboradores do Grupo, durante a pandemia.

in Diário de Leiria, Texto: José Roque | Fotografia: Luís Filipe Coito, 02-03-2023


Numa visita que efetuou na segunda-feira ao Grupo Iberomoldes (Marinha Grande) e à Grupo Eurofio, na Batalha, Domingos Lopes defendeu a necessidade das empresas apostarem na qualificação da população empregada, dotando–a de competências digitais e capacitando-as para a transição digital da economia.

“A ideia da visita é mostrarmos e vermos ‘in loco’ a articulação que fazemos com as empresas. Num contexto em que a taxa de desemprego é – felizmente – historicamente baixa, significa que o IEFP tem que se ajustar a esta realidade que passa por trabalhar nas qualificações da população ativa empregada. Porque prevenir fenómenos de desemprego é antecipar esses problemas e tentar aumentar as qualificações daqueles que estão empregados no sentido de ajustar às novas realidades do mercado de trabalho e às evoluções tecnológicas que são cada vez mais aceleradas”, explicou Domingos Lopes.

O responsável referiu ainda que o IEFP e as duas empresas que foram visitadas desenvolvem há vários anos projetos na área da formação profissional, nomeadamente, para ativos empregados, revalidação e certificação de competências dos trabalhadores assim como programas de apoio à contratação.

Por outro lado, Joaquim Menezes, presidente do Grupo Iberomoldes, explicou a aposta na formação dos seus colaboradores. “Muitas empresas optaram pelo ‘lay-off’ [na pandemia] que eu nunca adotei aqui no Grupo e a nossa opção foi fazer uma ação de formação porque nós queixamo-nos que falta gente formada – é um facto – mas um desafio muito grande que os empresários têm é formar pessoas capazes, competentes. Com a evolução das tecnologias, e até das metodologias, nós damos uma particular atenção a essa formação de manter o nosso pessoal o mais atualizado possível”, explicou Joaquim Menezes.

O responsável explicou ainda que, em articulação com o IEFP, foi desenvolvida uma ação de formação que envolveu 212 pessoas. “Foi a segunda maior formação que se realizou em Portugal, só atrás da TAP”, brincou Joaquim Menezes, adiantando que a recetividade dos trabalhadores foi muito boa: “Correu muito bem, as pessoas entenderam que não as queríamos levar para casa nem desempregar, pelo que a adesão foi massiva”.

Joaquim Menezes explicou ainda que na altura da pandemia a formação foi feita na empresa Iber-Oleff, em Pombal, porque era a que “tinha mais gente”, adiantando que “era importante manter as pessoas ativas, principalmente num setor em que a produtividade tem um papel extremamente importante para avançar”.

Joaquim Menezes apresentou ainda um breve historial acerca deste Grupo empresarial, que começou em 1975 com duas pessoas e que, atualmente emprega 1100 trabalhadores, exportando 95% da sua produção, 80% da qual é para a indústria automóvel e os restantes 20% são relativos a dispositivos médicos, utilidades domésticas, indústria aeroespacial, embalagem, entre outros.

A visita às empresas foi também presenciada pela vereadora pelo presidente da Câmara da Marinha Grande Aurélio Ferreira; pela vereadora, Ana Alves Monteiro; pela vogal do Conselho Diretivo do IEFP, Ana Elisa Santos; pela diretora do Centro de Emprego de Leiria, Paula Vaz; entre outras entidades ligadas ao emprego e formação profissional da região.

 

https://www.iberomoldes.pt/

 

 

A PTC Academy apresenta a oferta formativa para o 1º semestre de 2019!

A PTC Academy apresenta a sua oferta formativa procurando dar resposta às necessidades sentidas no mercado e junto do seu público.

in PTC Academy, 03-12-2018


 

As formações tem uma forte componente prática e serão lecionadas por profissionais com grande experiência na área.

Contacte-nos para mais informações!

Email: academy@ptcgroup.com.pt

Site: www.ptcacademy.pt

 

 

ATEC vai formar jovens para a empresa TMG

A empresa TMG elegeu a ATEC como entidade formadora do Curso de Formação para Técnicos de Manutenção com o objetivo de formar jovens nesta área para que, após este curso, tenham a possibilidade de obter um emprego e um Futuro dentro da TMG.

in ATEC, 31-10-2018


 

Este curso vai formar Técnicos de Manutenção para a área Mecânica e para a área Elétrica, de forma a integrarem as equipas da TMG.

 

 

Sector automóvel tem de contratar 10 mil

Crescimento do sector está a agravar a escassez de talento qualificado. Empresas não conseguem contratar

in Expresso, por Cátia Mateus, 29-09-2018


 

Nos primeiros oito meses do ano, a produção de automóveis ligeiros de passageiros aumentou em Portugal 117,3% face a igual período de 2017. Os dados da Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP) são o retrato de um sector dinâmico, que exporta 96,4% da sua produção, mas que não consegue atrair talento. E o problema não reside apenas em recrutar profissionais altamente qualificados. Os menos qualificados também não estão disponíveis. Às empresas que compõem a indústria automóvel nacional faltam, no imediato, cinco mil profissionais. Em quatro anos serão dez mil, segundo as contas de José Couto, presidente da Mobinov, a associação do cluster automóvel nacional. O líder falou ao Expresso à margem da conferência “O Futuro das Qualificações e do Trabalho na Indústria Automóvel”, esta semana realizada, e que promoveu o debate em torno dos desafios de contratação no sector.

 

Até 2022, a produção nacional de veículos deverá acelerar, aumentando as necessidades de contração por parte das empresas em, pelo menos, dez mil novos profissionais. Um terço terá de possuir competências técnicas muito específicas. A manterem-se as atuais dificuldades de recrutamento, os planos de expansão do sector podem estar comprometidos, alerta José Couto. O presidente da Mobinov confirma que “muitas das multinacionais que se têm instalado no país não estão a conseguir satisfazer as suas necessidades de mão de obra”. Esta limitação, explica, “leva a que, em alguns casos, investimentos previstos sejam desviados para outros países, como por exemplo Marrocos”.

 

As cerca de mil empresas que operam no sector automóvel nacional (produtores e fornecedores de peças e componentes para esta indústria) empregam atualmente 75 mil trabalhadores. No último ano o sector registou um volume de negócios superior a €10,5 mil milhões, o equivalente a 6% do PIB nacional. Resultados que dependem diretamente do investimento, mas também da qualidade dos recursos humanos. E com a crescente transformação tecnológica das empresas, as dificuldades em matéria de recursos humanos podem mesmo acentuar-se. “As empresas têm de perceber o que precisam de fazer para atrair talento e capacitar os profissionais que já têm disponível para enfrentar o salto tecnológico que se avizinha”, defende José Couto.

 

ESCASSEZ EM TODA A LINHA

Segundo um levantamento ao sector automóvel realizado este ano pela consultora Deloitte, em parceria com a Mobinov, 21% dos trabalhadores ligados à fabricação automóvel em Portugal possuem qualificações superiores. Mas, garante José Couto, as dificuldades de contratação são transversais aos profissionais com menores e maiores qualificações. Até porque, enfatiza, “o problema não é só o grau de qualificação. É a associação dessa qualificação à experiência, que é muito importante num sector com a especificidade deste”.

 

Pedro Silva, diretor da consultora de formação OPCO que assegura formação aos profissionais do sector, corrobora: “Se entre os profissionais com menos qualificações não encontramos pessoas disponíveis para trabalhar no sector, entre os mais qualificados encontramos, junto das universidades com competências mais transversais e abrangentes, mas não com as competências específicas que a indústria exige.” A emigração dos últimos anos e a saída de muitos profissionais para o estrangeiro terá a sua quota parte de responsabilidade neste cenário. E José Couto confirma que há já empresas a lançar planos de recrutamento focados em trazer de volta estes profissionais. Mas, “competir com os salários praticados no estrangeiro não é fácil”, reconhece.

 

Segundo o levantamento realizado pela Deloitte, a remuneração no sector, para trabalhadores com qualificações médias, ronda os €22.450 brutos anuais. Na restante indústria transformadora a média é de €17.220. A maioria das empresas recruta profissionais com qualificações ao nível do 12º ano e ensino profissional, mas há também procura de licenciados em áreas como as engenharias mecânicas, engenharia de processos, tecnologias ou outras. Nenhum destes grupos está isento da necessidades de formação específica assegurada pelas empresas. Presidente da Mobinov e diretor da OPCO estão em sintonia na convicção de que um dos grandes desafios atuais do sector é trabalhar em parceria com as universidades, escolas profissionais e demais entidades formativas para capacitar os trabalhadores e formar novos profissionais.

 

E há já bons exemplos desta cooperação entre a indústria e a academia. O Instituto Politécnico da Guarda, associou-se às empresas do sector para criar um curso técnico superior profissional de indústria automóvel e um centro tecnológico que servirá para apoiar o sector. “Sabemos que só teremos uma indústria competitiva e capaz de atrair talento se tivermos profissionais de excelência”, defende José Couto, que relembra “enfrentar a Indústria 4.0 exige um incremento da qualificação dos profissionais. Mesmo os operários de chão de fábrica são hoje mais qualificados e precisamos dessa crescente qualificação”.

 

A OPCO realizou um estudo às necessidades de qualificação das empresas do sector automóvel que espelha um investimento crescente das empresas na formação dos seus quadros. A empresa que lidera forma entre 750 a 1000 profissionais por ano em áreas específicas da indústria automóvel. “As empresas investem e muitas vezes, depois de obterem as qualificações, os profissionais tornam-se apetecíveis para a concorrência“, explica o diretor sugerindo que o custo de não qualificar é sempre muito superior ao de investir num profissional que depois ‘foge’ para a concorrência.

 

 

 

A PTC Academy vai realizar o curso “Liderar 4.0”

“A PTC Academy vai realizar o curso “Liderar 4.0” nos próximos dias 15 e 17 de outubro, nas instalações da PTC Group, em Oliveira de Azeméis.

in PTC Group, 12-09-2018


Saber “LIDERAR” não acontece de um dia para outro. Não é por magia que, da noite para o dia, se ganham as competências necessárias para exercer o papel de “LÍDER”. Neste curso, os formandos irão adquirir competências nas áreas da Liderança, Comunicação, Organização, Planeamento e Trabalho em Equipa, bem como a lidar com os desafios profissionais da atualidade.

O curso será ministrado por Vasco Rosa Pires, Coach Certificado e que trabalha no desenvolvimento de competências em visão estratégica, organização empresarial, sistematização de negócios, vendas, liderança, consultoria e coaching.

 

Para mais informações contactar: academy@ptcgroup.com.pt

 

http://www.ptcgroup.com.pt/pt/

 

 

E porque não trabalhar na fundição?

Na vanguarda da economia circular e da indústria 4.0, as fundições uniram-se contra o preconceito que tem afastado os jovens

in Expresso, por Joana Nunes Mateus, 19-08-2018


Não somos uma indústria do passado, poluente, mas uma indústria do futuro, amiga do ambiente, pioneira na indústria 4.0 e exemplo da economia circular já que reciclamos totalmente o metal. Temos uma escola boa e empresas onde se pode ter uma carreira de sucesso. Somos uma indústria moderna, onde dá gosto trabalhar”. Quem o diz é Luís Filipe Villas-Boas, o presidente da Associação Portuguesa de Fundição (APF) e do Comité das Associações Europeias de Fundição (CAEF), interessado em cativar mais jovens para este “processo fascinante” que lida com o fogo para criar as mais complexas e sofisticadas peças em metal.

Captar profissionais qualificados e, em especial, os jovens para a arte da fundição é o principal desafio deste sector que está a crescer através da abertura de novas fábricas e da entrada de novas empresas de capital maioritariamente estrangeiro. Em causa estão quatro dezenas de empresas que já empregam quatro mil trabalhadores e procuram mais mão de obra para acompanhar o dinamismo das vendas, sobretudo ao exterior.

Mas não está a ser fácil o recrutamento de novos trabalhadores. Além de não ter a popularidade dos serviços, a fundição é penalizada face a outras indústrias pela “reminiscência dickensiana” daquelas fábricas do século XIX que ainda prevalece no imaginário popular.

“Não vale a pena ignorar a evidência: a indústria em geral, e a fundição em particular, debatem-se hoje com uma enorme dificuldade em atrair os jovens, em especial para as ocupações menos qualificadas e consequentemente associadas às remunerações mais baixas. Como alguém dizia, entre um emprego numa loja num centro comercial e um emprego na indústria, mesmo que este pague algo mais, garanta um horário mais regular e maior estabilidade contratual, a generalidade dos jovens prefere os primeiros. No imaginário da juventude, a indústria representa o passado e os serviços o hoje e o amanhã, pouco importando que as condições e horários de trabalho sejam objetivamente mais penosos”, lê-se no diagnóstico feito pela equipa do Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada da Católica do Porto (CEGEA), liderada pelo professor Alberto Castro.

QUEM VEM, FICA!

Helena Oliveira, diretora do Centro de Formação Profissional da Indústria de Fundição (CINFU), diz que os chamados jovens NEET, que não estão a trabalhar nem a estudar, podem vir a receber um salário acima da média se optarem por esta profissão. “Dependendo da função, já tenho tido formandos que vão ganhar €900 e €1000 logo à partida. Esta é uma indústria com boas condições de trabalho e os empregos não são precários! É um trabalho qualificado, não repetitivo, criativo, que incorpora uma diversidade enorme de competências, de inovação e de tecnologia”.
Embora a fundição tenha dificuldade em recrutar, a verdade é que não tem dificuldade em manter os trabalhadores que contrata porque a rotatividade de trabalhadores é baixa. Citando Pessoa, “primeiro estranha-se e depois entranha-se”, diz a diretora do CINFU que pretende trabalhar junto das escolas e do público em geral para combater a “imagem distorcida” que os portugueses têm da fundição e atrair mais formandos para o sector.

“As fundições já não têm nada a ver com aquela imagem do passado. Hoje são empresas de engenharia. Investimos nas pessoas e na digitalização dos processos. Chegamos a fazer peças únicas que têm de sair bem logo à primeira”, diz Élio Maia, o administrador da Fundição do Alto do Lixa.

Este empresário chama a atenção para o pleno emprego que existe neste sector de atividade, que já paga acima da média, mas que pode vir a gerar ainda mais valor e empregos qualificados à economia portuguesa. “Havendo as competências necessárias, um país como Portugal pode oferecer soluções integradas em certos nichos de mercado, liderar projetos, e sair do campeonato do preço onde o cliente pergunta quanto custa a peça por quilo”.

EM TODOS OS AUTOMÓVEIS

Hoje, a indústria de fundição nacional está maioritariamente ligada ao fornecimento do sector automóvel, exportando sobretudo para o exigente mercado alemão. Da fundição portuguesa saem peças para os Bentleys, Rolls-Royces, Lamborghinis, Maseratis, mas também para a Mercedes e outros carros mais acessíveis ao grande público: “Não há carro nenhum fabricado na Europa que não tenha peças fundidas em Portugal”, assegura o presidente da APF, Luís Filipe Villas-Boas.

A mobilidade elétrica e a reinvenção da indústria automóvel são um desafio à fundição portuguesa, mas não só de componentes para carros vive este sector que abastece as fileiras da agricultura, indústria, energia, construção e demais serviços, das artes à medicina.

Virgílio Oliveira, diretor-geral da fundição Zollern, elencou ao Expresso dezenas de peças fundidas que estão presentes na vida dos portugueses, “desde as maçanetas das portas, às torneiras, às componentes dos eletrodomésticos ou às peças decorativas que temos em casa. Ao sair de casa, encontramos a fundição em tudo o que é transportes, desde peças dos carros, às turbinas dos aviões, às superligas do aeroespacial. No campo da medicina, está nos aparelhos e no próprio corpo humano, como próteses, implantes e parafusos…”.

Está até no sino da igreja, não fosse a fundição mais antiga do mundo no Vaticano. Hoje o desafio é fazer peças muito mais leves. Recorrendo à investigação e desenvolvimento (I&D) e ao design, estão a criar peças mais finas, com materiais mais sofisticados, para reduzirem a poluição e aumentarem a eficiência energética, não só na fundição, mas nas empresas suas clientes, nos mais variados sectores de atividade.

TUDO SE TRANSFORMA

Colocar a fundição portuguesa no pódio europeu da economia circular no prazo de cinco anos é agora o objetivo das empresas portuguesas de fundição. Além de poder reciclar vezes sem conta o metal, o sector está a investir em alternativas para aplicar os seus próprios resíduos como é o caso do asfalto, do cimento ou do barro vermelho.

“A fundição pode ser vista como um laboratório da indústria do futuro: pouco poluente, muito eficiente e avançada tecnologicamente, propiciando trabalho estável e com perspetiva de carreira. São verdadeiros campeões discretos da economia portuguesa”, resume Alberto Castro, o coordenador da equipa da Universidade Católica do Porto que está a traçar o plano estratégico da indústria portuguesa da fundição.

Prova de que a visão dos contos de Dickens já não tem adesão à realidade, é com a presença do próprio ministro do Ambiente que os fundidores contam para lançarem o seu plano estratégico en outubro.