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Quebra de produção da Autoeuropa preocupa fornecedores

No ano passado saíram da linha de montagem da VW Autoeuropa 102 mil carros, mas este ano a produção não deverá ultrapassar as 80 mil unidades.

in Diário Económico, por Sara Piteira Mota, 22-03-2016

O tempo de espera pelo novo carro e a quebra de encomendas está a obrigar a Volkswagen (VW) Autoeuropa a reduzir a produção e a marcar dias de paragem (‘down-days’). “A produção para este ano será inferior a 2015, reflexo disso têm sido os ‘down days’ anunciados até Abril. No total, prevemos que sejam produzidos 80 mil carros”, dizem as Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial da VW Autoeuropa. Um volume de produção que ficará abaixo dos 102.158 mil carros que saíram da fábrica no ano passado.

Fonte oficial da VW Autoeuropa avança ao Económico que “à semelhança do que sucede com as restantes fábricas do grupo VW, o programa de produção da VW Autoeuropa é revisto ao longo do ano, pelo que se torna extemporâneo avançar previsões para o período em causa”.

Entre Janeiro e Fevereiro, a fábrica produziu 12.404 veículos, o que representa uma quebra de 32,2% face ao ano passado.

A prejudicar o volume da produção estará também a quebra de encomendas dos modelos actualmente produzidos na fábrica portuguesa e ainda as possíveis implicações negativas que o caso Diselgate poderá ter nas encomendas. Neste momento, a maior fábrica portuguesa está a produzir apenas dois modelos: VW Scirocco e os monovolumes VW Sharan e Seat Alhambra.

A produção da fábrica de Palmela está parada desde dia 17, sendo retomada a 24 de Março. E há novas paragens agendadas para Abril. O coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT) da VW Autoeuropa, António Chora, explicou, na semana passada, que a fábrica vai recorrer a esta ferramenta, “essencialmente, para manter a produção nos 460 carros por dia e assim garantir que quando trabalhamos todos os colaboradores são necessários”. No âmbito do acordo laboral, até Setembro de 2016, a administração garante que não haverá despedimentos colectivos. Os ‘down days’ são um instrumento de flexibilização dos horários de trabalho, que permite ajustar o número de veículos produzidos às necessidades do mercado.

“Existe alguma expectativa e preocupação em relação ao que se vai passar durante este ano. Em Agosto a Autoeuropa vai parar e prevê-se que serão marcados mais ‘down-days”, avança o responsável pelas comissões.

Com a chegada do novo modelo no próximo ano, a situação deverá melhorar bastante. As empresas presentes no parque industrial da VW Autoeuropa avançam que “em 2017 e 2018 não deverá haver férias na Autoeuropa, só corredor de férias, devido à produção do novo carro”. No entanto, a mesma fonte alerta que este novo carro apesar de ser um modelo de massa, em termos de rentabilidade não tem muita rentabilidade para os fornecedores”.

Empresas tentam reduzir custos

Com a quebra de produção na VW Autoeuropa, os fornecedores de componentes para automóveis são forçados também a reduzir a produção e os custos. “A VW apresenta para concurso os seus produtos de forma a que os fornecedores se “atropelem” uns aos outros para garantirem negócios de forma a estarem presentes, mesmo que isso signifique margens de rentabilidade muito baixas ou a perder a rentabilidade”, sublinha fonte das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial da VW Autoeuropa.

Esta situação obriga as empresas a reduzir gastos que passa por cortar na massa salarial e estagnar a carreira salarial, com cortes de regalias e subsídios. “Existem fornecedores a pagar salários que se pagavam em 1993 e 1994, anos em que a Autoeuropa se instalou em Portugal”, diz a mesma fonte.

 


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