Na visão da AFIA (Associação dos Fabricantes para a Indústria Automóvel), a “morte” dos motores de combustão é manifestamente exagerada.
in Jornal das Oficinas, 08-05-2018
A sua substituição por motorizações alternativas “será mais lenta do que se anuncia” e só será possível através de “enormes subsídios”. Os modelos elétricos “não são ainda economicamente competitivos”, diz o presidente, Tomás Moreira.
O mercado dos “elétricos/híbridos é ainda incipiente, apesar dos grandes incentivos à compra por parte dos Estados”, diz a AFIA, a partir da evolução do mercado. Em 2014, venderam-se, na União Europeia, 12,5 milhões de automóveis – 485 mil de motorizações alternativas. Em 2017, comercializaram-se 15,1 milhões e apenas 853 mil eram da gama híbridos/elétricos/gás natural (6%).
A AFIA regista que, em termos absolutos, o crescimento do segmento convencional (2,2 milhões) bate por larga margem as versões alternativas (400 mil).
Portugal segue a tendência: a venda de elétricos tem duplicado (1.640 unidades em 2017), mas a quota permanece residual (1,1% no primeiro trimestre de 2018). A generalização da “rede de carregamento em Portugal e a expansão da oferta dos fabricantes” são fatores que impulsionam a venda de veículos elétricos, diz Hélder Pedro, da Associação Automóvel de Portugal (ACAP).
O gestor nota que “há uma correlação forte entre a riqueza de um país e a opção pelas soluções alternativas” e admite que a meta europeia de 20% para 2025 ”seja demasiado otimista para o mercado português. Na Noruega, a quota elétrica já está nos 25%.
No futuro, os veículos “serão movidos por uma combinação de tecnologias que procuram transferir energia para o movimento”. Mas o quadro legal deverá acolher “todas as soluções”, sem decretar “qual a alternativa utilizar”.