TOMÁS MOREIRA, PRESIDENTE DA AFIA, ANTECIPA NOVO CRESCIMENTO EM 2015
in Vida Económica, por Aquiles Pinto, 06-03-2015
A indústria nacional de componentes para automóveis cresceu 5,6% no ano passado, tendo atingido um volume de negócios de 7500 milhões de euros. Para 2015, o objetivo, revelado pelo presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel, Tomás Moreira, é atingir um volume de negócios recorde de oito mil milhões de euros. Mais de 80% do que esta indústria produz é para exportação.
Espanha, Alemanha, França e Inglaterra são os principais destinos das exportações, de acordo com Tomás Moreira.
A indústria portuguesa de componentes para automóveis cresceu 5,6% em 2014, tendo as vendas atingido 7500 milhões de euros, 83% dos quais para exportação. “Os destinos das exportações mantêm a tendência habitual com Espanha e Alemanha a surgirem como os principais destinos, seguidos de perto pela França e Inglaterra. Estes quatro países representam entre si 70% do total das exportações, sendo que as restantes 30% estão distribuídos por outros países europeus e outros de fora da Europa, como os Estados Unidos da América e a China”, disse à “Vida Económica” o presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), Tomás Moreira.
A mesma fonte aponta como objetivo para 2015 uma “uma consolidação desta tendência de subida”, apontando as projeções da AFIA “para um crescimento entre 5% a 7%”. O volume de negócios da indústria portuguesa de componentes para automóveis poderá chegar, assim, aos oito mil milhões de euros, “um recorde em termos absolutos”, de acordo com Tomás Moreira.
Aproximação entre Portugal e Galiza
O cluster automóvel da Galiza é já importante para os associados da AFIA, mas a partir de 2018 poderá ter um “boom”. “As vendas de Portugal para a Galiza têm crescido gradualmente e prevê-se que continuem a crescer a um bom ritmo, mas a grande oportunidade para um incremento substancial nas exportações portuguesas será em 2018 com o início de produção do novo modelo da Peugeot/ Citroën em Vigo – projeto K9 –, para o qual está anunciado o objetivo de reduzir custos logísticos, trabalhando com fornecedores que lhe estejam próximos”, explica o presidente da AFIA.
As encomendas para o novo modelo serão negociadas durante o ano corrente e, garante Tomás Moreira, “a indústria portuguesa de componentes automóveis está em contacto próximo com a PSA e goza de condições privilegiadas em termos logísticos e de custos para fornecer não só diretamente a PSA Vigo, mas também a sua rede regional de fornecedores”.
Recorde-se que, no sentido de reforçar a competitividade, o grupo PSA agrupou as fábricas de Mangualde, de Vigo e de Madrid num Pólo Industrial Península Ibérica. Em conjunto, as três fábricas produziram 492 mil veículos no ano passado. A fábrica de Vigo só por si tem capacidade para produzir 500 mil veículos por ano, sendo a maior fábrica do grupo francês na Europa.
Deslocação recente a Vigo
Um delegação da AFIA e da AICEP deslocou-se recentemente à Galiza para a realização de uma série de encontros com representantes da PSA-Vigo, do Centro Tecnológico de Automoción de Galicia e da Fundación Cluster de Empresas de Automoción de Galicia. Para além da aproximação de Portugal à Galiza, a AFIA seguiu nesta viagem com o objetivo de criar sinergias reais para que mais empresas portuguesas conheçam e possam usufruir dos serviços prestados por cada uma das entidades.
No rescaldo destes encontros, o presidente da AFIA reforça ser “urgente fortalecer os laços de cooperação já existentes entre Portugal e a Galiza e aprender com esta troca de experiências entre entidades de referência na Europa”. Tomás Moreira acredita ainda que estas visitas irão resultar em novas oportunidades para as empresas portuguesas do setor automóvel.
A visita à Fábrica PSA Peugeot Citroën foi um dos momentos chave desta ação. O objetivo da AFIA ao visitar a PSA Vigo foi mostrar o potencial e competitividade dos fornecedores portugueses, de forma a aumentar a percentagem de fornecimentos a está fábrica para os próximos modelos. Com um registo atual de 7% dos seus fornecimentos a partir de Portugal, a PSA reafirmou no entanto, o seu interesse estratégico em reforçar o volume de compras em Portugal, nomeadamente no que se refere ao seu projeto designado por K9. “Comprar em Portugal faz claramente parte das nossas prioridades”, afirmou Yann Martin, diretor da Fábrica de Vigo.