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Indústria da fundição aprofunda economia circular e digitalização

O plano estratégico da industria da fundição é apresentado esta sexta-feira. A indústria quer tornar-se atrativa para os jovens através da digitalização

in Expresso, por Abílio Ferreira, 25-10-2018


 

Colocar a fundição portuguesa na vanguarda da economia circular e da ecoeficiência e tornar a indústria atrativa para os jovens através da digitalização são as balizas em que se move o Plano Estratégico 2019/21 que a Associação Portuguesa de Fundição (APF) apresenta esta sexta- feira no Porto, numa sessão com a presença do ministro do Ambiente e Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes.

A reciclagem é vital para uma indústria que usa como matéria prima o metal em fim de vida. Mas, os industriais querem que “o paradigma da reciclagem” se aplique também aos resíduos da atividade fabril, prolongando o ciclo de vida do material.

Como? “Transferindo as escórias e areias para empresas cerâmicas, cimenteiras ou de pisos asfálticos e promovendo uma virtuosa simbiose industrial, que valoriza os resíduos”, responde Filipe Vilas Boas, presidente da APF e do Comité das Associações Europeias de Fundição (CAEF). O industrial, pai do treinador de futebol André Villas Boas, dirige a Schmidt Light Metal (SLM), uma empresa de fundição injetada que fornece a indústria automóvel.

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E DIGITALIZAÇÃO

No âmbito do plano estratégico, a primeira ação chega às empresas no no início de 2019. O projeto Ecometal 4.0, com um orçamento de 1,6 milhões de euros, está focado na eficiência energética dos processos produtivos e na transformação digital, reduzindo as sobras das operações fabris.

O preço elevado da energia é um fator adicional de pressão e estímulo ao investimento na ecoeficiência. Mas, reduzir o consumo ” resulta, acima de tudo, do compromisso da fileira de promover a descarbonização industrial”, refere Filipe Villas Boas.

A transformação digital é o trunfo da fundição para atrair os jovens e afastar-se da imagem colada à “ferrugem” que o setor carrega. Num ambiente de “pleno emprego os jovens são seletivos e cabe à indústria tornar-se atrativa, promover os seus méritos e qualidades”.

A fundição “tem tido a magia de reter talentos em toda a cadeia fabril e assegurar sólidas carreiras de futuro”, diz Filipe Villas Boas. A digitalização levará a fileira a um novo patamar, evoluindo para “um laboratório da indústria do futuro: pouco poluente, muito ecoeficiente e na vanguarda tecnológica”.

O Ecometal 4.0 promoverá novos métodos organizacionais, diagnósticos, auditorias, ensaios e certificações, centrados nas três vertentes do programa – economia circular, eficiência energética e digitalização. O desígnio é estar na linha de frente da Indústria 4.0, estimulando a criação de “fábricas inteligentes”.

A indústria de fundição portuguesa gera uma faturação anual de 600 milhões de euros e emprega 6.040 pessoas, distribuídas por 65 empresas. Exporta 90% da produção – o mercado alemão é o principal destino – e lida fundamentalmente com o setor automóvel. “Não há carro nenhum fabricado na Europa que não tenha peças fundidas em Portugal”, arrisca o presidente da APF.

 

 

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