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Fabricantes de componentes para carros admitem criar mais emprego

A indústria de componentes emprega directamente mais de 42 mil trabalhadores no mercado português.

in Diário Económico, por Sara Piteira Mota, 01-02-2016

Após um ano bastante positivo para as empresas que produzem componentes para automóveis, a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) admite que este crescimento será para manter este ano e gerar um aumento do emprego. “É natural que haja um acréscimo do volume de emprego para fazer face ao aumento das encomendas previstas para este ano”, avança ao Económico fonte oficial da AFIA.

É o caso da Bosch, que prevê criar mil postos de trabalho entre 2016 e 2017 em Portugal, aos quais se juntam aos cerca de 3.800 funcionários das fábricas em Ovar, Aveiro e Braga. A maioria dos novos empregos será criada na unidade em Braga, especializada em multimédia automóvel, que representa mais de metade do volume de negócios da empresa alemã no mercado português.

Actualmente, este sector emprega mais de 42 mil pessoas, o que representa 6,5% do emprego da indústria transformadora. “Esta indústria tem um forte efeito multiplicador em termos de criação de emprego, através de fornecedores de segunda e terceiras linhas”, sublinha a associação ao Diário Económico, acrescentando que o sector tem vindo a criar emprego e a recrutar, sobretudo quadros intermédios e superiores qualificados.

As cerca de 200 empresas, das quais metade de capital estrangeiro, geraram um volume de negócio de oito mil milhões de euros, no ano passado, o que corresponde a um crescimento de 5,4% face a 2014. “Este é um novo recorde em termos absolutos”, refere a associação. Para o corrente ano, a associação do sector prevê que a indústria consolide esta tendência de subida.

A indústria de componentes para automóveis depende, fundamentalmente, do clima económico internacional e é um dos principais exportadores nacionais. Pelo que “o desempenho dependerá da forma como evoluirá a economia da União Europeia, nomeadamente nos nossos principais parceiros, Alemanha, Espanha, França e o Reino Unido”, explica a mesma fonte. Neste sentido, a associação avança que o tecido empresarial continua a realizar investimentos, tanto em equipamentos como na inovação de processos mais eficientes, aumentando a sua produtividade.

A AFIA sublinha que existem oportunidades de negócio para as empresas no mercado nacional, nomeadamente, em Espanha. “Prevê-se a continuação do forte crescimento do número de viaturas produzidas neste mercado onde a penetração dos fabricantes portugueses de componentes poderá ainda crescer”, avança a mesma fonte. No restante mercado europeu é expectável que a produção automóvel na Europa continue a crescer e aí reside outro possível foco de crescimento. “A nossa penetração de mercado já é considerável mas poderá aumentar”, defende a mesma fonte. Fora da Europa, a produção automóvel continua a crescer nos países emergentes, logo as empresas portuguesas podem “através de parcerias ou de investimento directo aproximar-se dos clientes, conquistar mercados e ganhar dimensão e competitividade”

As previsões indicam que a produção total de automóveis na Europa, em 2015, registou um acréscimo de 8% face ao ano anterior. E, quando se produzem mais carros, o impacto sobre a indústria de componentes é automático e imediato. Em Portugal a indústria de componentes para automóveis, representa 4,4% do Produto Interno Bruto e 13,4% das exportações de bens transaccionáveis, “sendo por isso um dos mais importantes sectores da economia nacional”, sublinha a AFIA.


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