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Crise no setor automóvel: transição para carros elétricos obriga empresas a despedir trabalhadores ou fechar portas

A transição dos combustíveis fósseis para a eletrificação dos motores e a entrada em força da concorrência chinesa está a colocar as empresas de construção de carros em dificuldades. Em Portugal, uma das empresas que fabrica componentes para a Autoeuropa vai despedir 400 trabalhadores. No norte, uma outra empresa da indústria vai mesmo fechar portas.

in Sic Notícias , por João Tomás e Paulo Gamito, 07-12-2024


O fecho de três fábricas da Volkswagen na Alemanha, pela primeira vez na história em 87 anos de existência, lançou o primeiro alerta. Depois veio a onda de despedimentos e o corte dos salários dos trabalhadores da empresa que tem um peso de quase 8% no PIB alemão.

Habituada à produção de viaturas a combustão, gasolina e diesel, a Europa já se adaptou aos híbridos e a transição para os carros elétricos é o principal desafio. Mas, há entraves.

O preço dos carros elétricos das marcas europeias é elevado, ao contrário dos carros chineses que estão em força no mercado nacional e europeu. São mais baratos e em alguns casos até têm mais autonomia. Mas quanto maior a autonomia mais pesa na carteira, o que torna a aquisição para a classe média quase impossível.

As vendas dos automóveis chineses estão a crescer. Só no primeiro semestre deste ano foram vendidas na Europa cerca de 70 mil unidades elétricas de produção chinesa. Por cá, a Autoeuropa já está a fazer escolhas: rasgou o contrato com a Vanpro, uma empresa portuguesa que fornece assentos para os modelos produzidos em Palmela. Com esta decisão ficam em risco 475 postos de trabalho.

Empresas do norte do país cedem à pressão
No norte do país, a COINDU, também fabricante de assentos para os carros, vai fechar portas e despedir mais de 300 trabalhadores.

A empresa de Arcos de Valdevez, em Viana do Castelo, chegou a receber apoio do Estado de quase quatro milhões de euros através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas garante que já devolveu o dinheiro.

Segundo o parlamento europeu, a indústria automóvel na Europa emprega quase 14 milhões de pessoas.

 

 

 


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