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CONTINENTAL MABOR – Crescimento sobre rodas

Em 27 anos, a Continental Mabor produziu 300 milhões de pneus.
E em 2016 exportou para 64 países

in Revista Exame, edição especial 500 Maiores e Melhores Empresas, texto João Palma-Ferreira, 21-12-2017

É no terceiro concelho mais exportador do país – Famalicão – que o grupo alemão da Continental Mabor tem desenvolvido a sua fábrica de pneus de Lousado, tendo passado de 1442 trabalhadores em 2007 para 1901 em 2016. No mesmo período, os lucros desta fábrica nacional, presidida por Pedro Carreira, subiram, respectivamente, de 105,92 milhões para 225,83 milhões de euros. Os trabalhadores desta fábrica da Continental Mabor – localizada no centro da região industrial do Vale do Ave – viram as vendas dos mais de 18 milhões de pneus que produziram durante 2016 serem absorvidas por um vasto mercado de exportação, constituído por 64 países. Este ritmo de produção permitiu permitiu encerrar o ano de 2016 com um resultado líquido de 225,83 milhões de euros (inferior aos 243,09 milhões de euros registados em 2015), mas com um montante de vendas líquidas de 830,86 milhões de euros (superior aos 820,55 milhões de euros atingidos no ano anterior). E em 2017 já ultrapassou os dois mil trabalhadores.

Os resultados de 2016 refletiram as amortizações dos investimentos concretizados e o aumento dos preços das matérias-primas. Só em 2016, a unidade fabril de Lousado investiu 86 milhões de euros – o montante mais elevado no período dos últimos 10 anos – para modernizar a tecnologia dos seus equipamentos e melhorar as condições de trabalho da fábrica, onde se destaca a nova unidade destinada à produção de pneus agrícolas, que, só por si, implicou um investimento de 50 milhões. Mas este volume de investimento permitirá criar 200 novos postos de trabalho.

E a gestão nacional da Continental Mabor, assegurada por Pedro Carreira, não se ficou por aqui. A fábrica aposta igualmente na expansão da unidade de pneus ligeiros – um investimento de 100 milhões de euros -, que será acompanhada da ampliação do edifício central e da construção de uma nova nave de armazenamento de pneus.

Em 27 anos de laboração – a unidade começou a produzir em julho de 1990 -, já saíram das suas linhas de fabrico mais de 300 milhões de pneus. Aliás, o pneu “300 milhões” fica na história da unidade de Lousado – trata-se de um produto da marca Continental e da gama ExtremeContact Sport Plus, com a medida 255/50ZR20. Pedro Carreira admitiu publicamente que o pneu 300 milhões simboliza a dinâmica da fábrica. Em termos estratégicos, os investimentos desta unidade industrial têm privilegiado o desenvolvimento da produção de pneus de alto desempenho e ultra-alta performance, respectivamente designados por UHP e UUHP.

Pneus de alta tecnologia

Portugal é um dos países onde o Grupo Continental dispõe de tecnologia mais avançada na produção de pneus, contribuindo para um volume de vendas global que em 2016 ascendeu a 40,5 mil milhões de euros no conjunto dos 56 países onde tem unidades, empregando um total de 230 mil trabalhadores. Só a divisão de pneus do Grupo Continental dispõe, a nível mundial, de mais de 24 unidades de pesquisa e desenvolvimento.

Entre os prémios de reconhecimento da fábrica de Famalicão figura, pela quinta vez consecutiva, o troféu do grupo Quality Award – que distingue a unidade de Lousado como “a melhor fábrica de pneus para viaturas de passageiros nos indicadores de qualidade”.

No entanto, apesar do elevado desempenho da fábrica portuguesa e da qualidade reconhecida aos seus produtos, nem todos os seus problemas têm sido solução nos investimentos realizados, continuando a debater-se com constrangimentos na qualidade dos acessos e na acessibilidade dos meios de transporte para escoar a sua produção. “Os acessos têm sido um constrangimento ao desenvolvimento da fábrica de Lousado”, refere a administração da unidade, contando “com a resolução deste assunto para breve”. Para 2017, a companhia continua a apostar no crescimento, na consolidação das expansões realizadas e também no alargamento para serviços e soluções inovadoras na área de manufactura – expectável para os próximos anos.

De resto, no cluster do sector automóvel a evolução das exportações de componentes foi muito favorável nos primeiros nove meses de 2017, com o montante total exportado a ascender a 5,8 mil milhões de euros, um aumento de 7% face ao período homólogo de 2016, refere a AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel. Recuando 10 anos, o valor das exportações do sector cresceu 52% – de 2007 a 2017 -, segundo a AFIA. O peso das exportações de componentes automóveis nas exportações portuguesas de bens transaccionáveis é de 14,1% no período de janeiro a setembro de 2017. Por destino, 90% destas exportações destinam-se à União Europeia.

 


 

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