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Consórcio português faz comboio do futuro

Um protótipo à escala real de um interior de uma carruagem com materiais ecológicos e recicláveis foi feito por um consórcio de empresas e de institutos portugueses. Vai ser apresentado na sexta-feira, na EMEF, na Amadora.

in Revista Invest, 28-01-2015

Uma solução inovadora do interior de um comboio foi desenvolvido por um consórcio de empresas e institutos portugueses, no âmbito do projeto inTRAIM, no qual resultou um protótipo à escala real, concebido unicamente com materiais ecológicos e recicláveis.

Esta “mock up”, que será apresentada na próxima sexta-feira, nas instalações da EMEF – Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, visa “demonstrar que as empresas e parceiros portugueses têm competências e capacidade de fornecerem soluções e componentes ferroviários, nomeadamente para os chamados comboios de alta velocidade”, disse à INVEST Joaquim Menezes, presidente da SETsa, uma das empresas do consórcio.

“Foram desenvolvidos e produzidos protótipos de todos os componentes do interior de uma carruagem, como painéis laterais, bancos, pilares de entrada, sistema de informação ao passageiro, chão e sistema de iluminação”, explicou o mesmo responsável, adiantando que, “em relação aos materiais foram utilizados materiais ecológicos e recicláveis, que cumprem as normas do setor”.

O interior da carruagem caracteriza-se pela otimização do espaço, circulação e conforto do utilizador relativamente às soluções atuais, refere o consórcio em comunicado, adiantando que “formalmente, a linguagem emotiva e fluida, sendo inspirada nas formas orgânicas da natureza”.

O teto apresenta uma artéria central que integra os sistemas de iluminação LED, que permite alterar a intensidade da luz proporcionando diversos ambientes em função da luz natural, das condições climatéricas e da estação do ano. Neste elemento, está também integrado o sistema de som e distribuição de ar que se ramifica para o pórtico de entrada, integrando as estruturas de apoio e acesso, esclarece a mesma fonte.

Investimento de 1,6 milhões de euros

O projeto aposta na utilização de materiais compósitos certificados para o fogo M2/F2 e em estruturas de painéis modulares com vista à fácil acessibilidade à estrutura primária da carruagem, permitindo a sua fácil manutenção e substituição e contribuindo também para a leveza da solução final.

Por sua vez, os bancos, de construção modular, com diferentes tipologias e upgrades, são construídos também em materiais compósitos, revestidos com espumas e tecidos mais confortáveis e inovadores. No âmbito de sistemas de infotainment e som, foi desenvolvido um interface que para além de proporcionar informação e entretenimento, transmite informações tais como temperatura, qualidade do ar, humidade e sinalização de ocupação de lugares, bem como informação complementar sobre a viagem.

Soluções que, em conjunto, e relativamente aos modelos convencionais, possuem diversas vantagens comparativas, considera Joaquim Menezes, apontando “a modernidade, mais espaço interior para beneficiar a mobilidade dos passageiros e, sobretudo, a aplicação de materiais recicláveis, ou seja, a apresentação de uma solução mais ecológica”.

O projeto inTRAIM iniciou-se a 1 de fevereiro de 2012 e foi apresentado publicamente em novembro de 2013, no palco internacional da feira “Raiway Interiors Expo”, em Colónia na Alemanha. Desta forma, o consórcio (ver abaixo) começou a posicionar-se como potencial parceiro “no fornecimento de soluções avançadas para novos interiores de carruagens ferroviárias com componentes visando modernidade na utilização de novas tecnologias e materiais ecologicamente desenvolvidos e produzidos”, adiantou.

Este projeto ascendeu a 1,6 milhões de euros de investimento e foi comparticipado em cerca de 980 mil euros pelo QREN, no âmbito do Programa Operacional Fatores de Competitividade – COMPETE, e pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

 

J.P.L.

O consórcio

Este consórcio agrega um conjunto de empresas e institutos, com variado know-how e competências, as quais permitiram o desenvolvimento do projeto inTRAIM. São eles:

  • SETsa: empresa do universo grupo de moldes e plásticos Iberolmoldes que é especializada na conceção, desenvolvimento e engenharia de produto, passando pela simulação de soluções de engenharia em ambiente virtual, prototipagem, moldes e ferramentas periféricas.
  • Active Space: empresa que fornece sistemas eletromecânicos, oferecendo serviços para toda a cadeia de valor, desde a definição de requisitos, serviços de design e modelação até à manufactura.
  • Almadesign: empresa de design industrial com competências ao nível de projeto – conceção de novos produtos – e da gestão do design, designadamente na estruturação de metodologias de desenvolvimento de produto e implementação de processos de inovação industrial.
  • INEGI: o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial, assume-se como uma instituição de interface entre a universidade e a indústria, vocacionada para a realização de atividade de inovação e transferência de tecnologia orientada para o tecido industrial.
  • ISQ: é uma entidade privada e independente e assume-se como a maior organização nacional de inspeções técnicas e ensaios. Tem serviços nas áreas da inspeção, formação e consultoria técnica.
  • Optimal: a Optimal Structural Solutions é uma empresa focada no desenvolvimento e produção de estruturas avançadas, com forte ênfase em materiais compósitos.
  • Spin.Works: é uma empresa do setor aeroespacial dedicada ao desenvolvimento e integração de sistemas espaciais não-tripulados.
  • Este consórcio realizou o projeto em estreita colaboração com a EMEF – Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, contando, igualmente, com o apoio das empresas ERT – têxteis técnicos, da Forbo, líder em revestimentos de pavimentos e da Climar – Indústria de iluminação.

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