Eng. Tomás Moreira, presidente da AFIA

Comunicado de Imprensa | AFIA Promove Encontro Setorial Metalurgia/Metalomecânica

A AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel – reuniu hoje, 29 de maio, no auditório da AEP, em Leça da Palmeira, cerca de 60 representantes de empresas num encontro realizado com o objetivo de discutir o subsetor da metalurgia e metalomecânica e alguns dos seus maiores desafios.

 

O programa, que decorreu durante a tarde, iniciou-se com uma caracterização geral do subsetor da Metalurgia/Metalomecânica e seus principais fatores de competitividade apresentados pela AFIA. Seguiu-se depois, a intervenção de Carlos Abellás, do CTAG – Centro Tecnológico de Automoción de Galicia.

Carlo Abellás_CTAG - Centro Tecnológico de Automoción de Galicia_2
Carlo Abellás_CTAG – Centro Tecnológico de Automoción de Galicia

 

Ao longo da tarde foram ainda discutidos os grandes desafios deste subsetor, com José Coutinho Sampaio do INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial e Marco Leite do IST – Instituto Superior Técnico.

 

José Sampaio_INEGI - Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial
José Sampaio_INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial
Marco Leite_IST - Instituto Superior Técnico
Marco Leite_IST – Instituto Superior Técnico

 

O subsector de Metalurgia/Metalomecânica dentro da indústria de componentes para automóveis representa 40% do número de empresas, com um volume de negócios agregado de 3,1 mil milhões de euros, dando emprego directo a 16.000 pessoas.

 

Os grandes desafios para estas empresas e todas as outras, de acordo com as intervenções desta tarde, assentam sobretudo no acompanhamento da evolução da indústria automóvel, nomeadamente: Diminuição do peso que as vai afectar na concepção de produtos; Novos materiais; Tecnologias associadas à engenharia de desenvolvimento de novos produtos e processos; Impressão 3D e manufactura aditiva; Automação e digitalização e Indústria 4.0.

 

É um facto que a indústria de fabrico de componentes para automóveis tem vindo a crescer e a assegurar a sua sustentabilidade de uma forma positiva devido à boa qualificação e capacidade de adaptação da mão-de-obra, às competências técnicas, de gestão e de inovação; e à cooperação entre empresas/universidades/centros de investigação.

 

Outro ponto relevante é o facto de as empresas investirem continuamente em produtos e tecnologias inovadoras para obter automóveis mais seguros, tendencialmente autónomos, e soluções mais amigas do ambiente.

 

A par destes pontos fortes foram também identificados obstáculos que têm limitado o desenvolvimento do setor e prejudicado a competitividade das empresas. Dos obstáculos, destacamos que:

 

A indústria portuguesa, periférica em relação aos seus principais mercados, está demasiado dependente dos transportes rodoviários e dos seus custos crescentes, que a penalizam duplamente – na importação e na exportação;

 

O excessivo preço da energia afecta a estrutura de custos das empresas e, em muitos casos, a qualidade do fornecimento da energia eléctrica provoca perdas e desperdícios;

 

Os níveis da fiscalidade, a imprevisibilidade das políticas públicas, complexidade e instabilidade dos quadros regulamentares, assim como uma justiça que não funciona têm sido em Portugal factores muito críticos, que afectam negativamente a vida das empresas, a confiança e o investimento;

 

O acesso aos fundos comunitários foi também apontado como uma área de potencial melhoria para o desenvolvimento e aumento de competitividade do setor. Em muitos casos os critérios de elegibilidade penalizam as candidaturas da indústria transformadora;

 

Nas zonas mais industrializadas do País regista-se – a somar à escassez crónica e generalizada de quadros técnicos intermédios – uma preocupante falta de mão-de-obra a todos os níveis e uma inflação salarial superior aos ganhos de produtividade. A precariedade laboral não é uma escolha dos empresários mas sim uma consequência dum mundo precário em rápida mutação, duma economia globalizada extremamente concorrencial e de mercados voláteis nos quais as empresas exercem a sua actividade;

 

A flexibilidade laboral continua a ser um fator preocupante para o setor automóvel, sendo necessário na legislação laboral optimizar instrumentos que permitam, em tempo útil e sem custos extra, responder às flutuações de atividades imprevistas. Receiam-se medidas no sentido oposto.

 

No final, e somando todos estes factores, o resultado poderá travar os investimentos ou desviá-los para outros países.

 

Num trabalho constante de defesa e divulgação do setor a nível nacional e internacional, a AFIA acredita que estes encontros entre as empresas são fundamentais para que de uma forma organizada e sintonizada se consiga tornar o setor dos componentes automóveis mais competitivo e apelativo, chamando a atenção para as mais-valias das nossas empresas mas, também, para as preocupações que diariamente as afetam.

 

Neste sentido estão já programadas novas iniciativas e encontros de trabalho, garantindo uma grande proximidade às empresas e uma atuação mais eficaz na defesa dos seus interesses e necessidades.

Exportações de componentes automóveis aumentaram 6% no 1º trimestre de 2018

in AFIA, 16-05-2018


As exportações de componentes automóveis cresceram 6% até Março, face ao período homólogo de 2017, atingindo 2100 milhões de euros, segundo a AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel com base nos dados do comércio internacional de bens divulgados pelo INE.

De acordo com os dados da AFIA, os destinos das exportações mantêm também a tendência habitual com Espanha e a Alemanha a surgirem como os principais destinos, seguidos de perto pela França e Inglaterra. Estes quatro países representam entre si 71% do total das exportações, sendo que as restantes 29% estão distribuídos por outros países europeus e outros de fora da Europa, como os Estados Unidos da América, Marrocos, Turquia, Coreia do Sul e a China.

Estes resultados refletem um crescimento sustentado, tal como vem sendo demonstrado ao longo do tempo pelo histórico do setor.

É notória e sintomática a dinâmica empresarial desta indústria, que é um dos maiores sectores exportadores e em muito tem contribuído para o crescimento da economia portuguesa.

 

 

 


Participação portuguesa no Salão de Subcontratação Automóvel de Tânger

in AFIA, 11-05-2018


Numa iniciativa da AFIA em colaboração com CEFAMOL – Associação Nacional da Indústria de Moldes, que contou com o apoio da AMICA (associação marroquina para a indústria e produção automóvel) e da Delegação da AICEP em Marrocos., decorreu no final de Abril a participação portuguesa no Salão de Subcontratação Automóvel de Tânger, Marrocos.

O objectivo do salão foi promover as parcerias e relações comerciais ente construtores e os fabricantes de componentes automóveis, bem como atender às necessidades de subcontratação actualmente estimadas em 600 milhões de euros e que devem ultrapassar os 1000 milhões em 2020. Estas oportunidades vão desde desde os moldes, estampagem, injecção de plásticos, aos serviços de logística, meios de controlo, passando pelos serviços de engenharia e terminando na formação.

No pavilhão de Portugal participaram sete empresas que mostraram a sua capacidade para responder às necessidades do mercado automóvel marroquino. A promoção da oferta nacional e a identificação de novas oportunidades assume maior relevo quanto mais se atenta no significativo desenvolvimento da indústria automóvel naquele país.  Um crescimento acelerado do número de viaturas montadas que passou de 40 mil em 2010 para as 376 mil no ano de 2017. Alavancado no plano de aceleração industrial 2014-2020, Marrocos pretende chegar ao final da década com uma capacidade de produção anual  de um milhão de veículos, para tanto contribuindo os planos de crescimento industrial da Renault (2 fábricas), da PSA – Peugeot Citroën e do recente anúncio da construção de uma fábrica do construtor chinês BYD.

Marrocos já é um parceiro de negócio significativo para as empresas nacionais de fabricação de componentes que em 2017 para lá exportaram 61 milhões de euros, sendo por isso Marrocos o 16º destino das exportações de componentes portugueses. Em contrapartida e no mesmo período, Portugal importou 51 milhões de euros componentes automóveis.

Esta participação teve um saldo extremamente positivo pelos múltiplos contactos e visitas recebidas, sendo de salientar o encontro com o Ministro da Indústria de Marrocos, que afirmou a importância da indústria automóvel portuguesa para a consolidação da indústria automóvel daquele país do Magreb. Relembre-se que em Dezembro de 2017 a AFIA assinou um protocolo de colaboração com a AMICA que visa o reforço da cooperação técnica e comercial; e a coordenação de acções entre as duas entidades.

Estão já em estudo novas acções, ainda em 2018, para o fortalecimento das relações, entre a indústria automóvel dos dois países.