Decarbonization for Commercial Vehicles: ZF Presents Electric High Speed Air Compressor for Fuel-Cells and Partnership with Liebherr

  • With a new product for medium to heavy-duty commercial vehicles, ZF accelerates its ‘one-stop-shop’ support for the decarbonization of road transport
  • World premiere: ZF presents modular and scalable air compressor for fuel-cell powered commercial vehicles
  • Leveraging its Liebherr partnership, ZF will accelerate its ‘Next Generation Mobility’ strategy with advanced fuel cell air compressor systems for commercial vehicles

in ZF, 27-04-2023


As part of ZF’s latest drive towards the decarbonization of the commercial vehicle industry, the Group’s Commercial Vehicle Solutions (CVS) division has announced the world premiere of a key next generation eMobility product. A new compressor pushes air into the fuel cell which enable the chemical reaction for generating electricity. ZF has also announced this to be an exclusive development agreement with the Liebherr Group’s Aerospace & Transportation product segment. The partners will develop advanced fuel cell air compressor systems for their respective customer bases, with ZF exclusively equipping commercial vehicles.

“Decarbonization of the commercial vehicle industry requires an open technology approach,” said Dr. Peter Laier, Member of the Board of Management with responsibility for ZF’s Commercial Vehicle Solutions and Industrial Technology divisions. “Our future planning envisages a significant number of fuel cell powered commercial vehicles on our roads. Particularly for long-haul, the additional battery charging time and driving range required will need a fuel cell approach. ”

“Further building on ZF’s eDrive and peripheral systems design expertise as well as our unrivalled systems integration know-how, we can offer one-stop-shop to support the commercial vehicle industry in reaching CO2-targets. Our new partnership with Liebherr gives an additional boost to fast-track fuel cell developments, ” added Dr. Laier.

ZF World Premiere: Electric High Speed Air Compressor

As the performance of fuel cell systems depends on a reliable air supply, the compressor is one of the most critical components in high performance fuel cell systems. Liebherr-Aerospace & Transportation SAS brings over four decades’ experience in high-power density, high-speed turbo machinery – in particular, air bearing technology – initially gained from aircraft applications as well as having developed several applications for the automotive sector.

Through ZF’s new joint development agreement for advanced fuel cell air compressors with Liebherr, ZF will support a wide range of vehicle platforms with a modular, compact and scalable design. As a result of its air bearing design, the optimized compressor offers several advantages, including oil-free, high-speed, efficient operation and high power density. Durability across the compressor’s life cycle, even in the most demanding heavy-duty commercial vehicle applications, is a key focus.

“Building on our partnership with Liebherr and incorporating their knowledge and competence into our Next Generation Mobility solutions will enable ZF to significantly shorten the time to market for commercial vehicle fuel cell air compressors,” added Claus Umnus, Senior Vice President of the product line Chassis Technology with ZF’s Commercial Vehicle Solutions division.

“Liebherr-Aerospace can look back at more than 40 years’ experience in the development and production of air cycle air conditioning systems, where the air cycle machine, that is the compressor, constitutes the core of the system without any use of refrigerants,” said Dr. Klaus Schneider, Chief Technology Officer with Liebherr-Aerospace & Transportation SAS. “These systems, based on air bearing technology, are on board many commercial aircraft and business jet platforms around the globe and perform very successfully in the railway market. Since the early 2000s, such compressor technology was transferred to the automotive market for application in fuel cell propulsion systems.”

ZF’s development agreement with Liebherr is the latest partnership from its CVS division to advance its eMobility strategy for commercial vehicles.

 

José Ramos, presidente e CEO da Toyota Caetano Portugal: «Sou o exemplo do ditado “trabalhar dá saúde”»

Aos 22 anos, entrou para o Grupo Salvador Caetano e nunca mais de lá saiu. Hoje, mais de cinco décadas volvidas, está à frente da Toyota Caetano Portugal e considera-se o exemplo vivo do ditado “trabalhar dá saúde”. A caminho dos 77 anos, não pensa abrandar o ritmo e revela o segredo do seu sucesso: «a ligação e partilha com as pessoas».

in Human Resources, por Tânia Reis,  27-04-2023


José Ramos lidera uma organização preparada para um futuro em que, acredita, «quem vai mandar são os clientes e o mercado». Na Toyota, o modelo de teletrabalho está implementado e é valorizado pelos colaboradores mais jovens, mas o responsável defende que «as ligações interpessoais só florescem de forma presencial». Numa conversa franca e sem rodeios, recorda do passado as duas pessoas que mais o marcaram, tanto a nível pessoal como profissional: o seu avô materno e Salvador Caetano, o líder visionário a quem chamava de pai e com quem aprendeu a construir um grupo onde “Ser Caetano”, inspirado na cultura “Toyota Way”, tem como pilar mais importante o respeito pelas pessoas. Se pudesse voltar atrás no tempo, fazia exactamente tudo de novo. E daqui a cinco anos imagina-se no local onde se sente feliz… na empresa, claro.

O Grupo Salvador Caetano faz parte da identidade da região Norte. Como se constroem 75 anos de sucesso, nacional e internacional, a partir de uma simples fábrica de autocarros criada em 1946?

O principal impulsionador desse sucesso foi o senhor Salvador Caetano, um visionário que estava sempre à procura de novos projectos e de novas oportunidades. Tudo se deve a ele e à forma como começou, vai fazer agora 77 anos. Não esqueçamos que foi também um visionário no desenvolvimento da indústria dos autocarros, já que as estruturas eram inicialmente em madeira e passaram a ser metálicas. A empresa foi crescendo, e foi em 1968 que entrámos no sector automóvel propriamente dito, com a representação da Toyota.

E foi precisamente nesse ano que entrou para a Salvador Caetano, tinha na altura 22 anos, como um trabalhador normal na fábrica de autocarros, hoje a Caetano Bus. Que percepção teve sobre a cultura da empresa?

Na altura, o que me chamou a atenção foi a preocupação constante com as pessoas. E esse tem sido o principal pilar da empresa. E repare que, quando falo das pessoas, refiro-me aos trabalhadores em si, aos clientes e aos fornecedores. Um outro aspecto importante, e que está directamente relacionado com o sucesso do grupo, foi a política de partilha. Procuramos e incentivamos que haja partilha entre os trabalhadores, que se crie uma amizade, independentemente das hierarquias. Fazemos o mesmo com os clientes, para que as nossas políticas vão ao encontro das suas expectativas, e também com os nossos fornecedores, para que sintam as nossas necessidades. Ao partilharmos o nosso know-how, aprendemos com eles, promovendo um conhecimento circular. Creio que essa é a principal razão do sucesso do grupo.

Sentiu de imediato essa ligação e esse envolvimento com as pessoas…

Sim, mas comparando com os dias de hoje há uma grande diferença. Na altura, fui eu que fiz o meu plano de carreira. Procurei sempre passar por todos os sectores, como trabalhador, aprendi muito com a chefia, e mais tarde, aqueles que foram meus chefes, passaram a ser meus subordinados. Isso deu-me, permita-me o termo, “bastante gozo”, porque quando era subordinado sentia que ficavam um bocado acanhados, porque já aí eu os avaliava enquanto líderes. Esse percurso foi muito útil, aprendi imenso e ainda hoje dou valor a isso. Numa óptica de atracção e fidelização de talento, procuramos que todos – trabalhadores, clientes e fornecedores – se transformem em nossos embaixadores.

Sete anos, depois integrava a administração da empresa e, em 1986, assumia o cargo de vice-presidente da Salvador Caetano – IMVT. Como era a sua forma de liderar na altura?

Procurei pôr em prática toda a aprendizagem que tive com as chefias anteriores, seleccionando o que considerei importante e melhorando sempre. Liderar não é algo que se leia e aprenda num livro. É um processo que se vai construindo ao longo da vida, tal como acontece quando somos crianças, a vida é um conjunto de experiências e conhecimento.

Na empresa, temos o cuidado de incutir nas pessoas não terem medo de errar, queremos que tenham iniciativa, sem receios, e partilhem com as chefias, que devem estar preparadas para acolher “a arte de falhar”. Só assim as empresas podem crescer.

Que principais marcos destaca nos primeiros 18 anos na empresa?

Continuo a dizer que foi a amizade que criei com as pessoas. Uma das coisas que sempre procurei foi criar uma ligação com os trabalhadores, porque é natural que me vissem como um polícia, que depois ia fazer “queixa ao patrão”, mas nunca o fiz, e esse clima de confiança perdura até hoje.

Um chefe deve estar disponível para acolher e fomentar um ambiente familiar, em que podemos conversar e dizer o que pensamos, e só assim se cria um ambiente saudável nas empresas. Elas crescem com isso.

Seguindo as directrizes e o exemplo do senhor Salvador Caetano, outro factor que me foi muito útil foi a ligação com a Toyota. Duas culturas muito diferentes – a japonesa e a portuguesa –, mas muito próximas. O “Ser Caetano”, por exemplo, revê-se muito na cultura da Toyota, a chamada “Toyota Way”, que tem como pilar mais importante o respeito pelas pessoas.

E o “Ser Caetano” assenta precisamente nesse respeito pelas pessoas…

Exactamente, procurar que a ligação com os trabalhadores não seja apenas dentro da empresa. Se um colaborador está doente ou sentimos que necessita de algum apoio, não relacionado com as suas funções, devemos ser o “ombro” onde podem apoiar-se. Mostramos-lhes que não devem ter receios de transmitir as dificuldades que estão a viver.

Desse contacto regular e laços quase familiares que mantém, o que mais valoriza nas pessoas que trabalham consigo?

A competência, logicamente, mas, acima de tudo, a abertura e a vontade de crescer. Para mim, um trabalhador está realizado quando trabalha com paixão. Ou seja, gosta de vir trabalhar, não vem apenas pelo ordenado e quase que é necessário lembrar-lhe que já são horas de ir para casa.

É esse espírito que contribui para a reputação e a atractividade da Toyota Caetano Portugal?

Não tenho dúvida nenhuma. É um dos principais factores que faz que as pessoas gostem de trabalhar aqui e fiquem cá. Para muitas delas, este é o seu primeiro e único emprego, como é o meu caso, e tantos outros saem porque são obrigados a ir para a reforma.

O que também contribui para o nosso sucesso são os sete centros de formação espalhados pelo País, que contam com uma taxa de empregabilidade de 98% – se a memória não me falha –, em que capacitamos as pessoas de acordo com as nossas necessidades. A relação próxima com as universidades e estabelecimentos de ensino também é um factor importante a nível de recrutamento.

 

 

Conheçam os carros «Made in Portugal». A lista completa de 2023

Hoje, dia 26 de abril, comemora-se o Dia da Produção Nacional. Mas, afinal, quais são os automóveis que são fabricados no nosso país?

in Razão Automóvel, por André Mendes, 26-04-2023


Portugal continua a ser um dos países europeus de referência no que diz respeito à produção automóvel, com mais de 320 mil carros produzidos anualmente. Sendo que, de todos estes, 97,4% está destinada à exportação, o que contribui para o PIB num valor próximo dos 4%.

E hoje, na data em que se celebra o Dia da Produção Nacional (26 de abril), é um excelente momento para recordar todos os modelos produzidos atualmente em solo nacional.

Volkswagen T-Roc

© THOM V. ESVELD / RAZÃO AUTOMÓVEL

Depois de encerrada a produção do Volkswagen Sharan, um nome muito associado à fábrica de Palmela, a equipa da Autoeuropa concentrou-se no T-Roc. É o modelo mais produzido no nosso país: o ano passado superou as 230 mil unidades.

Já no início deste ano, o Volkswagen T-Roc viu produzida a unidade um milhão, representada por um T-Roc R e que teve a Austrália como destino. O único Volkswagen T-Roc não produzido em Portugal, é o T-Roc Cabrio, que é produzido na Alemanha.

Citroën Berlingo, Fiat Doblò, Opel Combo e Peugeot Partner

© STELLANTIS

No que diz respeito a comerciais ligeiros, é a fábrica da Stellantis em Mangualde que se destaca. Por lá são produzidos modelos para quatro marcas, apesar de serem, essencialmente, o mesmo.

E tanto são produzidos nas versões de carga, como nas versões «civis», de passageiros. Ou seja, os Citroën Berlingo/Berlingo Van, Fiat Doblò/Doblò Combi, Opel Combo/Combo Life e Peugeot Partner/Rifter.

Em 2025 será adicionada a produção dos Citroën ë-Berlingo, o Peugeot e-Partner, o Opel Combo-e e o Fiat e-Doblò. Ou seja, as versões 100% elétricas destes modelos.

Toyota Land Cruiser

© TOYOTA
Atualmente, é o único modelo da Toyota com produção na fábrica da Toyota em Ovar. Todas as unidades Land Cruiser série 70 são para exportação.

 

Parece um clássico já com alguns anos, mas não é. Esta versão do Toyota Land Cruiser, a série 70, é a única produzida de raiz na fábrica da Salvador Caetano, em Ovar.

Infelizmente, não é comercializada no mercado nacional devido à idade do projeto, incompatível com as exigências europeias de homologação atuais. Modelos com este caráter simples, mas «puro e duro», são uma impossibilidade no «velho continente». O seu destino é a exportação para países como a África do Sul, por exemplo.

Este Toyota Land Cruiser está equipado com um motor V8 Turbo Diesel com 4,5 l de capacidade e 205 cv de potência. O binário máximo é de 430 Nm, disponível a partir das 1200 rpm e conta com os préstimos de uma caixa de velocidades manual de cinco relações.

Mitsubishi Fuso Canter

© MITSUBISHI FUSO

 

Não é bem um carro, mas merece estar aqui presente. Afinal, também contribui para os números de produção nacional e é fabricada nas instalações do Tramagal, em Abrantes.

A Fuso Canter é um daqueles modelos destinados a 100% ao mundo do trabalho. Oferece diversas configurações aos seus clientes — quatro cabines, cinco opções de peso bruto e três patamares de potência —, com mais de 70 versões disponíveis.

Primeiro trimestre em alta

A produção nacional está a passar, este ano, por uma grande recuperação. Os dados da ACAP para o primeiro trimestre de 2023 regista a produção de 91 262 veículos automóveis em Portugal. Um número que representa uma subida de 29,6% face ao primeiro trimestre de 2022.

Os valores de produção total dos fabricantes que se encontram no nosso país estão assim já muito aproximados dos registados no último ano antes da pandemia, em 2019, que no período homólogo viu produzidos 94 471 veículos automóveis. E se olharmos para os valores de produção dos últimos 10 anos, 2023 já é o segundo melhor ano nos valores de produção do primeiro trimestre.

Futuro da indústria automóvel em Portugal

Tanto os números dos carros produzidos em Portugal como a indústria automóvel de uma forma geral, estão longe de abrandar. Afinal, são diversas as novidades na agenda.

Na fábrica da Stellantis de Mangualde, como referimos, vão começar a ser produzidas as versões elétricas dos seus quatro modelos. Mas Portugal, está também na «corrida» para a escolha da localização da nova fábrica de baterias do mesmo grupo.

Além disso, há ainda a hipótese de recebermos uma outra fábrica de baterias, mas da China Aviation Lithium Battery Technology (CALB), não estando ainda nada definido.

E em Sines, está a ser construído o novo complexo da Repsol, que inclui duas novas fábricas de polímeros e foi designado como “o maior investimento industrial feito em Portugal nos últimos 10 anos”.

 

 

FILTER+pro, o novo filtro de habitáculo da Bosch para proteção segura contra substâncias nocivas

Certificação independente confirma o excelente desempenho de filtragem do Bosch FILTER+pro

  • Após exaustivos testes de qualidade do ar, o organismo de certificação independente atesta a adequação especial do FILTER+pro para quem sofre de alergias
  • No novo FILTER+pro, várias camadas de filtro funcionam em conjunto para fornecer ar no habitáculo limpo e saudável
  • A gama de filtros de habitáculo da Bosch abrange 95 por cento de todos os veículos híbridos e elétricos e 96 por cento de todos os automóveis de passageiros na Europa

in Bosch, 26-04-2023


Após exaustivos testes de qualidade do ar, o órgão de certificação independente OFI CERT, com sede em Viena, Áustria, confirmou oficialmente a qualidade do FILTER+pro, a nova geração de filtros de habitáculo da Bosch. Entre outras coisas, testou o quão bem os alérgenos são filtrados e reduzidos, bem como a capacidade do filtro de diminuir o risco de transmissão de germes. O modificado FILTER+pro da Bosch substituirá, ao longo do ano, o já comprovado FILTER+. O FILTER+pro é uma melhoria em relação ao seu antecessor. Ele não apenas lida com alérgenos, pólen, partículas finas, gases nocivos e bactérias, mas também combate vírus e mofo.

Ar limpo e um incentivo para a segurança e eficiência

No FILTER+pro, várias camadas de filtro funcionam em conjunto para garantir a melhor qualidade possível do ar do habitáculo. Uma camada antimicrobiana funciona eficientemente contra vírus, bactérias e pólen e inibe o crescimento de fungos, bactérias e pólen. Uma camada de carbono neutraliza gases nocivos e odores desagradáveis, enquanto uma camada de microfibra ultrafina filtra mais de 98% de todas as partículas com mais de 2.5 microns. Desta forma, os filtros de habitáculo contribuem também para a segurança rodoviária. As reações alérgicas podem ser reduzidas – como por exemplos os espirros, que podem ser potencialmente perigosos ao volante. Além disso, os vidros embaciam menos e na parte interna do para-brisa há menos depósitos que podem contribuir para o ofuscamento. Também os depósitos no sistema de ar-condicionado são reduzidos, o que ajuda a mantê-lo a funcionar corretamente.

Filtros de habitáculo da Bosch para quase todos os automóveis de passageiros na Europa

Com a sua gama de filtros de habitáculo para Aftermarket – sejam filtros standard, filtros de carvão ativo ou o novo FILTER+pro – a Bosch cobre agora 96% de todos os veículos de passageiros na Europa. Para veículos híbridos e elétricos, a cobertura do mercado também é muito alta, de 95%. A Bosch disponibiliza atualmente um total de 650 filtros de habitáculo diferentes, que cobrem cerca de 320 milhões de veículos na Europa. Portanto, para quase todos os clientes, as oficinas têm o filtro de habitáculo Bosch adequado. Para manter o desempenho do filtro, recomenda-se que os filtros de habitáculo sejam substituídos a cada 15.000 quilómetros, ou pelo menos uma vez por ano.

 

Chery firma un acuerdo con el Hub para estudiar producir 50.000 vehículos en la antigua Nissan Barcelona

Chery y el Hub Tech Factory, encargado de reindustrializar los terrenos de Nissan Barcelona, han llegado a un acuerdo hoy para estudiar la posibilidad de fabricar 50.000 unidades anuales de la marca china en las instalaciones catalanas. El fabricante asiático empezará a comercializar en España desde mayo de este año, aunque solo con la división Omoda. En nuestro país ya han alcanzado acuerdos con cinco grupos de distribución.

in Tribuna de Automoción, por Ignacio Anasagasti, Pablo M. Ballesteros, 26-04-2023


El gigante chino de fabricación de vehículos Chery acaba de firmar un memorándum de entendimiento con el Hub Tech Factory para estudiar la producción de 50.000 coches anuales de su división Omoda en los antiguos terrenos de Nissan Barcelona para abastecer el mercado europeo, según ha podido saber La Tribuna de Automoción de fuentes de la compañía asiática.

Tal y como han explicado a esta publicación, tras la ceremonia, que ha tenido lugar en el país de origen de la marca, ahora se abre un proceso por el cual se va debatir en qué medida se coopera, a la vez que evaluarán en el plan de negocio el periodo en el que el acuerdo podría ser rentable para ambas partes. No obstante, la fecha de inicio de la producción dependerá «de la política de apoyo del Gobierno».

Además, esta podría no ser la única joint venture que establezca esta marca para fabricar en Europa, algo que estaría «en estudio», pero que dependerá de la evolución de las ventas.

A la reunión en la que se ha firmado el memorando, ha acudido el CEO de Btech, Rafael Ruiz —el Hub lo conforman junto con QEV Technologies y la asesoría de la consultora Improva—, Zhu Shaodong, director adjunto de Chery Internacional, mientras que en representación del Gobierno de la Generalitat ha asistido, Qiaoshan Xue, que es consultora senior de Promoción Internacional de las Oficinas de Comercio e Inversiones de Cataluña en China.

Negociaciones Chery-Cataluña, al más alto nivel

No obstante, este no es el primer encuentro que ha tenido con miembros del Ejecutivo autonómico, puesto que el 28 de noviembre se reunió con el consejero de Empresa y Trabajo de Cataluña, Roger Torrent, y el presidente de la Generalitat, Pere Aragonès, al día siguiente, según fuentes de la administración catalana. Aunque se enmarcó dentro de una gira que hizo Chery a diferentes países de Europa, entre los que se encontraban Alemania, Francia, Italia y Rumanía.

Además, en noviembre, la entidad china también firmó un acuerdo de colaboración con la Unión Patronal Metalúrgica de Cataluña, presidida por Jaume Roura, y con Fomento del Trabajo, encabezada por Josep Sánchez Llibre, para explorar las posibilidad de instalar su sede de producción europea en Cataluña. Un acto en el que también estuvieron presentes el profesor del IESE, Pedro Nueno, el secretario general de CCOO en Cataluña, Javier Pacheco, y la responsable del auto de UGT-FICA en esta comunidad autónoma, Yolanda Funés.

Fuentes consultadas de Sigen-SIR USOC, sindicato mayoritario de la antigua Nissan Barcelona, señalan que, de confirmarse la noticia, esta producción anual «consolidaría el proyecto del Hub en Cataluña y el proceso de reindustrialización, que apoyaron desde el principio». A la espera de que se amplíe la información por parte de los responsables del Hub, los términos adelantados por este periódico los valoran muy positivamente.

Chery ha llegado a acuerdos con cinco grupos de distribución para vender coches desde mayo
Chery desembarcará comercialmente en mayo en España, donde establecerá una filial propia —con esta sociedad igualmente se formaría la joint venture para fabricar—, que tendrá cinco socios para su distribución. De ellos, uno será Astara y otro el Grupo Invicta, pero falta por confirmar las otras tres grandes corporaciones que empleará para la venta de sus vehículos. En este proceso, el fabricante está manteniendo conversaciones con más de 25 distribuidores, pero en su estrategia está la intención de ampliar todavía más el alcance.

La marca asiática solo venderá en Europa los modelos de su división Omoda, y el primero en llegar será el Omoda 5, que se ofrecerá tanto en versión de combustión, 100% eléctrica, e híbrida, según fuentes de la compañía.

La Tribuna de Automoción ya adelantó el pasado mes de diciembre que existían negociaciones con el Hub Tech Factory para fabricar vehículos de Chery, pero ahora se da un paso más con este acuerdo

 

Sala en la que se ha firmado el memorando de entendimiento entre Chery y el Hub para producir en los terrenos de Nissan Barcelona.

 

 

Rising demand for SiC chips: Bosch plans to acquire U.S. chipmaker TSI Semiconductors

Plans to invest 1.5 billion USD in strategically important semiconductor business for electromobility

  • Bosch chairman Dr. Stefan Hartung: “With this planned investment in the U.S., we are also increasing our semiconductor manufacturing, globally.”
  • Third pillar for semiconductor business: following Reutlingen and Dresden in Germany, Bosch will in the future also make chips in Roseville, California.
  • More chips: with the planned acquisition, Bosch will significantly expand its global portfolio of SiC semiconductors by the end of 2030.
  • Electric cars as the driving force: SiC chips enable greater range and more efficient recharging.

in Bosch, 26-04-2023


Bosch is expanding its semiconductor business with silicon carbide chips. The technology company plans to acquire assets of the U.S. chipmaker TSI Semiconductors, based in Roseville, California. With a workforce of 250, the company is a foundry for application-specific integrated circuits, or ASICs. Currently, it mainly develops and produces large volumes of chips on 200-millimeter silicon wafers for applications in the mobility, telecommunications, energy, and life sciences industries. Over the next years, Bosch intends to invest more than 1.5 billion USD in the Roseville site and convert the TSI Semiconductors manufacturing facilities to state-of-the-art processes. Starting in 2026, the first chips will be produced on 200-millimeter wafers based on the innovative material silicon carbide (SiC).

In this way, Bosch is systematically reinforcing its semiconductor business, and will have significantly extended its global portfolio of SiC chips by the end of 2030. Above all, the global boom and ramp-up of electromobility are resulting in huge demand for such special semiconductors. The full scope of the planned investment will be heavily dependent on federal funding opportunities available via the CHIPS and Science Act as well as economic development opportunities within the State of California. Bosch and TSI Semiconductors have reached an agreement to not to disclose any financial details of the transaction, which is subject to regulatory approval.

“With the acquisition of TSI Semiconductors, we are establishing manufacturing capacity for SiC chips in an important sales market while also increasing our semiconductor manufacturing, globally. The existing clean-room facilities and expert personnel in Roseville will allow us to manufacture SiC chips for electromobility on an even larger scale,” says Dr. Stefan Hartung, the chairman of the Bosch board of management. “The location in Roseville has existed since 1984. Over nearly 40 years, the U.S. company has built up vast expertise in semiconductor production. We will now be integrating this expertise into the Bosch semiconductor manufacturing network,” says Dr. Markus Heyn, member of the Bosch board of management and chairman of the Mobility Solutions business sector. “We are pleased to join a globally operating technology company with extensive semiconductor expertise. We are confident that our Roseville location will be a significant addition to Bosch’s SiC chipmaking operations,” says Oded Tal, CEO at TSI Semiconductors.

“With the acquisition of TSI Semiconductors, we are establishing manufacturing capacity for SiC chips in an important sales market while also increasing our semiconductor manufacturing, globally. The existing clean-room facilities and expert personnel in Roseville will allow us to manufacture SiC chips for electromobility on an even larger scale,”

says Dr. Stefan Hartung, the chairman of the Bosch board of management.

Acquisition of TSI Semiconductors creates new manufacturing capacity

The new location in Roseville will reinforce Bosch’s international semiconductor manufacturing network. Starting in 2026, following a retooling phase, first SiC chips will be produced on 200-millimeter wafers in a facility offering roughly 10,000 square meters of clean-room space. At an early stage, Bosch invested in the development and production of SiC chips. Since 2021, it has been using its own proprietary, highly complex processes to mass-produce them at its Reutlingen location near Stuttgart. In the future, Reutlingen will also produce them on 200-millimeters wafers. By the end of 2025, the company will have extended its clean-room space in Reutlingen from roughly 35,000 to more than 44,000 square meters. “SiC chips are a key component for electrified mobility. By extending our semiconductor operations internationally, we are strengthening our local presence in an important electric vehicle market,” Heyn says.

“SiC chips are a key component for electrified mobility. By extending our semiconductor operations internationally, we are strengthening our local presence in an important electric vehicle market,”

says Dr. Markus Heyn, member of the Bosch board of management and chairman of the Mobility Solutions business sector.

Demand for chips for the automotive industry remains high. By 2025, Bosch expects to have an average of 25 of its chips integrated in every new vehicle. The market for SiC chips is also continuing to grow fast – by 30 percent a year on average. The main drivers of this growth are the global boom and ramp-up of electromobility. In electric vehicles, SiC chips enable greater range and more efficient recharging, as they use up to 50 percent less energy. Installed in these vehicles’ power electronics, they ensure that a vehicle can drive a significantly longer distance on one battery charge – on average, the possible range is 6 percent greater than with silicon-based chips.

Systematic investments in pivotal semiconductor technology

Semiconductors are key to the success of all Bosch business areas. The company recognized the potential of this technology early on, and has been producing semiconductors for more than 60 years. Bosch is one of the few companies to have not only electronic and software expertise but also a profound understanding of microelectronics. It can combine this decisive competitive advantage with its strength in semiconductor manufacturing. The supplier of technology and services has been manufacturing semiconductors in Reutlingen since 1970. They are used both in the automotive sphere and in consumer electronics. Modern electronics in vehicles is also the basis for reducing traffic emissions, preventing road accidents, and efficient powertrains. Production at the Bosch wafer fab in Dresden (300-millimeter wafers) started in July 2021. At nearly one billion euros, the wafer fab is the biggest single investment in the company’s history.

In its wafer fabs in Reutlingen and Dresden, Bosch has invested more than 2.5 billion euros in total since 200-millimeter technology was introduced in 2010. On top of this, billions of euros have been invested in developing microelectronics. Independently of the investment now planned in the United States, the company announced in summer last year that it will be investing a further 3 billion euros in its semiconductor business in Europe, both as part of its investment planning and with the aid of the EU’s “Important Project of Common European Interest on Microelectronics and Communication Technologies” program.

 

 

Seat Martorell para dos líneas por falta de piezas

Seat comunica un nuevo parón de dos líneas de montaje de Martorell el día 28 de abril por falta de piezas después de dejar sin efecto el ERTE

in Coche Global, por Toni Fuentes, 25-04-2023 


La fábrica de Seat de Martorell y la de la Zona Franca de Barcelona vuelven a sufrir los efectos de la falta de piezas. La dirección de Seat ha comunicado a la plantilla el cierre de dos líneas de producción y otras áreas poco después de dejar sin efecto el expediente de regulación temporal de empleo (ERTE) ante la mejora del suministro de componentes que habían escaseado con anterioridad.

La planta de Martorell funcionará este viernes 28 de abril a un tercio de su ritmo habitual debido al cierre de dos de las tres líneas de montaje. La media supone desconvocar cuatro turnos de trabajo de mañana y tarde en la línea 1, en la que se fabrican los modelos Seat Ibiza y Arona, y dos turnos más en la línea tres, en la que se ensambla el Audi A1.

La compañía alega una “situación excepcional de falta de suministros debido a la crisis de los semiconductores”, que ha llevado a Seat a adaptar la jornada de trabajo ante la imposibilidad de mantener la producción al ritmo habitual, según el comunicado interno enviado a la plantilla.

Día de paro técnico

El parón llega poco después de que Seat dejara sin efecto y diera por finalizado de forma anticipada el ERTE que había en marcha desde enero, que acabó después de Semana Santa en lugar de a final de junio, como estaba planificado. En ese momento, la empresa justificó la decisión por la mejora de los suministros, aunque los sindicatos advirtieron del riesgo de sufrir nuevos parones como el de este viernes.

La empresa asumirá el parón de las dos líneas como paro técnico alegando la falta de piezas al no disponer ya del ERTE. Tampoco se aplicará por ahora la bolsa de horas y días de flexibildiad interna para aumentar y reducir la jornada laboral prevista en el convenio colectivo.

 

Línea de montaje de la fábrica de Seat de Martorell / SEAT

 

 

 

Continental abre centro de soluções em Lousado e contrata 80

A fabricante alemã de pneus inaugurou o novo centro de soluções na passada quinta-feira. O objetivo é alcançar os 160 técnicos especializados até 2026

in Jornal de Negócios, por Pedro Curvelo, 24-04-2023


A inauguração oficial do edifício contou com a presença do administrador da Continental e responsável pelo setor pneus, Christian Kötz.

“Estamos constantemente concentrados em soluções digitais de pneus, comércio eletrónico e aplicações industriais 4.0. Em Lousado, profissionais altamente qualificados apoiam a nossa equipa global de pneus: em novos modelos de negócios digitais e no nosso ecossistema de soluções digitais para os nossos pneus premium”, afirmou Kötz, citado em comunicado.

A Continental está mais uma vez a expandir as suas actividades em Lousado. O nosso novo Centro de Soluções está localizado na proximidade da nossa fábrica de pneus de última geração. As duas empresas irão trabalhar em estreita colaboração. E as universidades da região são ideais para o recrutamento de novos profissionais altamente qualificados”, indicou, por seu turno, Pedro Carreira, presidente do Conselho de Administração da Continental Mabor.

 

 

Carros elétricos: e a rede aguenta?

Veículos elétricos e do seu impacto na rede

in Expresso, por Miguel Prado, 21-04-2023


As vendas de carros elétricos em Portugal seguem de vento em popa: no primeiro trimestre foram comercializados 9188 automóveis 100% elétricos, mais do dobro do registo no mesmo período do ano passado. Março teve um novo recorde para este tipo de veículos, que representam agora cerca de 16% das vendas de carros no país. Os automóveis 100% elétricos estão ainda longe de uma posição dominante no parque automóvel: serão menos de 100 mil entre os 5,6 milhões de viaturas em circulação. Mas as perspetivas de aceleração da mobilidade elétrica existem. E se se confirmarem trarão vários desafios. Um deles é fiscal: como irá o Estado compensar a perda de receita com os impostos associados aos veículos com motores de combustão? Mas outro, não menos importante, tem que ver com a infraestrutura necessária para suportar esta expansão: irá a rede aguentar?

Numa apresentação feita a 13 de abril numa conferência promovida pelo regulador da energia, Rui Gonçalves, da E-Redes, chamava a atenção para a necessidade de reforço da rede de distribuição em Portugal no quadro da transição energética e, em particular, da crescente adesão à mobilidade elétrica. O responsável da E-Redes notou que só em pontos de carregamento públicos Portugal poderá precisar de instalar cerca de 1,5 gigawatts (GW) adicionais de nova potência até 2030, sendo que para alimentar a procura adicional por pontos de consumo domésticos poderá ser preciso outro tanto. Ou seja, em menos de uma década, potencialmente mais 3 GW na rede de distribuição.

Desenhar e preparar a rede para o futuro não será fácil. Por um lado pela pulverização da mobilidade elétrica enquanto forma de consumo: a cada mês que passa são alguns milhares de portugueses que trocam o seu veículo com motor de combustão por um elétrico, de Norte a Sul do país, do interior ao litoral. Por outro lado, porque é ainda incerto o ritmo de crescimento que teremos a cada ano. Poderá dar-se o caso de em alguns pontos do território a adesão à mobilidade elétrica ser particularmente acelerada, enfrentando, do lado do gestor da rede de distribuição, um processo mais lento para reforço das infraestruturas. Um desafio que sugere uma necessidade mais premente de dotar de flexibilidade o sistema elétrico de amanhã.

Na mais recente atualização do Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede de Distribuição (PDIRD), para o período de 2023 a 2025, a E-Redes estimou que em 2021 os veículos elétricos em Portugal terão consumido 210,7 gigawatt hora (GWh), menos de 0,5% do consumo anual de eletricidade no país. A E-Redes também traçou uma previsão para a evolução da procura, contando com as projeções que a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) inscreveu no seu último RMSA – Relatório de Monitorização da Segurança de Abastecimento.

De acordo com a DGEG, Portugal deverá passar de 64 mil veículos 100% elétricos em 2022 para 87 mil no corrente ano e 115 mil no próximo, numa trajetória que chegará aos 551 mil no ano 2030. Contudo, se lhes juntarmos os híbridos e também ligeiros de mercadorias elétricos, então o país poderá ter perto de 800 mil carros a precisar da rede no final desta década. Mas este é o cenário conservador. No cenário ambição o RMSA coloca o parque nos 1,7 milhões de veículos, dos quais 937 mil ligeiros de passageiros 100% elétricos, 313 mil ligeiros de mercadorias e 450 mil híbridos.

As projeções são relevantes enquanto exercício para calcular as necessidades futuras de energia da mobilidade elétrica. O trabalho da DGEG, aliás, também admite que em 2030 Portugal tenha mais de 400 autocarros elétricos e mais de 300 camiões com este tipo de motorização, bem como uma dezena de navios fluviais alimentados com eletricidade. E a conclusão que se pode tirar é que do ponto de vista da energia o consumo dos veículos elétricos em 2030 poderá situar-se entre os 2 terawatt hora (TWh) no cenário conservador e os 4,5 TWh no cenário de ambição. É o equivalente a 4% a 9% do consumo anual de eletricidade que Portugal regista hoje em dia.

Há que considerar, todavia, que mesmo a projeção mais ambiciosa da DGEG para 2030 apenas representa uma eletrificação de cerca de um terço do parque automóvel atual, pelo que uma maior penetração da mobilidade elétrica exigirá um maior volume de energia.

A avalancha de projetos de energias renováveis que têm surgido em Portugal, das grandes centrais solares ao reforço dos parques eólicos, passando pelos projetos offshore, sugere que não será problema gerar eletricidade adicional para suprir o acréscimo de procura da mobilidade elétrica. Mas mais complexa será a resposta da rede a este novo tipo de consumo, mais móvel e volátil do que a procura que desde sempre orientou a construção de redes, com entrega física da energia em pontos fixos de consumo doméstico e industrial, com um perfil de procura razoavelmente previsível.

No PDIRD a E-Redes projeta que em 2027 (o seu plano não chega a 2030) o consumo expectável dos carros elétricos se distribua de forma relativamente equilibrada entre os vários níveis de tensão: 309 GWh na baixa tensão normal, 326 GWh na baixa tensão especial e 395 GWh na média tensão.

A E-Redes assume, por exemplo, que nos elétricos ligeiros 69% do carregamento será doméstico, 21% no local de trabalho e 10% na rede pública, socorrendo-se de um trabalho feito pelo instituto INESC TEC sobre o impacto da integração na rede de veículos elétricos. Aquela repartição da procura é a mesma que a empresa usava em 2020, no plano de investimento então apresentado, ainda quando se designava EDP Distribuição.

Todavia, são muitas as incógnitas sobre como efetivamente se concretizará a expansão da procura de carros elétricos. Em que concelhos? Com que características em termos de motores? Com que comportamentos e opções do ponto de vista do utilizador do veículo? Quão diversas serão as opções tarifárias? E quão flexível será a procura?

Um outro trabalho que acaba de ser publicado pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) acrescenta mais complexidade a este debate. Trata-se do ensaio intitulado “The Transition – Why we need battery swapping for the future energy and transport systems”, da autoria de António Vallêra, investigador que se tem debruçado sobre a energia solar e a descarbonização da energia e dos transportes.

O trabalho de António Vallêra (que pode ser lido aqui) analisa várias modalidades de transporte rodoviário, incluindo os motores de combustão, o hidrogénio, os veículos com carregamento plug-in e o modelo de troca de baterias. E segundo o investigador da FCUL, será este último o mais interessante de explorar, proporcionando benefícios não apenas para os proprietários de veículos elétricos mas também para a rede.

Vallêra nota, por exemplo, que num cenário de total eletrificação do parque automóvel português o país passaria a ter uma potência sobre rodas de 560 GW (assumindo um parque de 7 milhões de viaturas e motores com 80 kilowatts). Seria 100 vezes a carga média da rede elétrica em Portugal atualmente. Não só os automóveis elétricos poderiam absorver facilmente excedentes da rede elétrica num dado momento, como também poderiam devolver energia à rede em situações de crise.

No entanto, defende o mesmo investigador, o conceito V2G (vehicle-to-grid) não funciona: deixar o carro ligado à rede durante períodos prolongados para a eventualidade de poder prestar serviços ao sistema elétrico (adquirindo excedentes ou fornecendo a sua energia) contribuiria para uma degradação da bateria, que no final de contas poderia sair mais cara do que as receitas que o utilizador teria com esse tipo de serviço de flexibilidade para a rede elétrica.

Partindo desta premissa, António Vallêra defende que poderá ser mais vantajoso deixar o clássico modelo de carregamento da bateria pelo utilizador (seja em casa ou no trabalho), para adotar um modelo de troca de baterias, com estações de substituição espalhadas pelo território (como hoje existem bombas de gasolina e gasóleo), que teriam os equipamentos carregados prontos a colocar no automóvel, ficando com as baterias descarregadas para “reabastecimento”.

Estas redes de troca conseguiriam fazer um carregamento lento de um grande número de baterias, aproveitando sobretudo as horas em que os preços grossistas da eletricidade são mais baixos. E a rede elétrica poderia contar com estas estações de baterias como cargas flexíveis para ajudar a gerir o equilíbrio entre a oferta e a procura a cada minuto. O facto de as baterias serem carregadas num ambiente controlado também poderá contribuir para reduzir a sua degradação.

António Vallêra reconhece, no seu ensaio, que experiências do passado com modelos de troca de baterias, como os da Tesla e da Renault, mostraram que “o modelo de negócio estava errado, e na hora errada”. Mas o investigador considera que a solução da substituição de baterias (em detrimento dos carregamentos a cargo do utilizador) é exequível, dando como exemplo a experiência da fabricante chinesa NIO, que já instalou 800 estações de troca, com vários milhões de operações de substituição.

Mas o custo desta infraestrutura é uma incógnita. Se a NIO aponta para meio milhão de dólares por estação, António Vallêra admite que o custo de reconverter um posto de combustíveis para um ponto de troca de baterias poderá ascender aos 4 milhões de euros. No seu ensaio, projeta uma logística bem oleada e automatizada, que permitiria trocar a bateria de um carro em apenas um minuto. Mas cada estação poderia precisar de uma capacidade de ligação à rede de 10 MW.

No estudo realizado, o investigador conclui que o modelo de troca de baterias “apresenta o mais baixo custo total anual para veículos ligeiros”, com os carros com motores de combustão a sair 12% mais caros, os carros a hidrogénio 14% mais caros e os plug-in 9% mais caros. A vantagem do modelo de substituição de baterias será ainda maior nos camiões.

E uma outra conclusão do mesmo trabalho é que do ponto de vista da gestão do sistema elétrico será possível otimizar o equilíbrio da rede conjugando a flexibilidade de curta duração das estações de troca de baterias e a flexibilidade de períodos mais longos das centrais hidroelétricas com bombagem.

O tema da flexibilidade será crítico no planeamento energético e na gestão da descarbonização. No mais recente relatório de monitorização de segurança de abastecimento do sistema de gás natural, acabado de aprovar pelo Governo, e que explicamos aqui no Expresso, a Direção-Geral de Energia e Geologia chama a atenção para a necessidade de gestão integrada dos sistemas de eletricidade e de gás, e sugere a criação de um regime de interruptibilidade para as centrais de ciclo combinado de Lares e da Tapada do Outeiro, como forma de acudir a situações críticas no abastecimento de gás natural.

No que respeita à mobilidade elétrica, a flexibilidade é um ponto crítico, porque não só a rede tem de estar preparada para responder a necessidades de carga muito variáveis (do mesmo modo que os postos de combustíveis não recebem todos os automobilistas ao mesmo dia e à mesma hora), como o mercado terá de se adaptar e facilitar a adesão, por parte dos utilizadores, a tarifas dinâmicas (bem mais dinâmicas do que as opções bi-horárias que há anos existem em Portugal). Os 50 milhões de euros que o PRR canalizará, na sua versão revista, para a flexibilidade do sistema elétrico sinalizam a importância do tema no planeamento energético.

A resposta à pergunta sobre se a rede elétrica do futuro aguentará a massificação dos carros com baterias é tudo menos simples, sobretudo se considerarmos que não só a gestão da rede amanhã será diferente da de hoje, fruto da digitalização e de um maior peso da produção descentralizada, como também a procura será distinta. É um setor em permanente transformação. Em 2009 o INESC, da Universidade do Porto, iniciava a sua participação no projeto Merge, destinado a estudar o impacto dos carros elétricos nas redes europeias. O projeto surgia num quadro em que se acreditava que o carregamento dos carros elétricos seria feito principalmente à noite, com maior disponibilidade de energia barata, a partir, por exemplo, da abundância de produção eólica. Mas entretanto o mundo mudou. A energia solar tornou-se mais barata. As centrais fotovoltaicas de larga escala foram crescendo como cogumelos e a sua forte produção tem feito afundar os preços grossistas da eletricidade durante o dia e não de noite.

Ao mesmo tempo, também a tecnologia de armazenamento está a evoluir. Nos últmos dias a chinesa CATL, maior fabricante mundial de baterias, fez um duplo anúncio: primeiro, apresentou a sua primeira aposta em baterias de iões de sódio para carros elétricos (um passo que, se bem sucedido, acrescentará uma alternativa ao lítio); depois lançou uma bateria condensada, com uma densidade de até 0,5 kWh por quilo (mais do dobro do registo das baterias de alguns dos modelos mais comuns de carros elétricos). Embora esta bateria mais densa tenha sido apresentada esta quinta-feira na Auto Shanghai, a CATL promoveu-a como uma oportunidade de apostar na eletrificação dos aviões de passageiros. E como se tudo isto não bastasse, outros fatores de incerteza alimentarão a dúvida nos próximos anos. Irão os combustíveis sintéticos ser bem sucedidos enquanto alternativa à eletrificação, prolongando a era dos veículos com motores de combustão, mas agora numa versão menos poluente?

Não há respostas fáceis. Mas a necessidade de descarbonização dos nossos consumos e o aperfeiçoamento dos modelos de negócio para as várias soluções em cima da mesa encarregar-se-ão de esclarecer se a transição energética correrá sobre rodas.

DESCODIFICANDO:

V2G. A expressão “Vehicle to Grid” designa a capacidade de os automóveis não apenas consumirem energia da rede elétrica, mas também alimentarem a rede com a própria energia que têm armazenada nas suas baterias, num sistema bidirecional. Há diversos testes desta solução pelo mundo fora, com o conceito a assentar na ideia do carro elétrico como um prestador de serviços à rede, pois a disponibilidade desses veículos para em momentos críticos fornecerem por alguns instantes a sua carga à rede elétrica poderá ajudar os gestores da rede de distribuição a gerir eventuais desequilíbrios momentâneos em determinados locais.

E VALE A PENA LER:

Se tem interesse pela forma como gerimos a longo prazo as nossas infra-estruturas de energia, vale a pena espreitar a última edição do “Relatório de Monitorização da Segurança de Abastecimento do Sistema Nacional de Gás Natural”, que pode ser consultado aqui na página da Direção Geral de Energia e Geologia, e que tem informação muito detalhada sobre as perspetivas de evolução da procura de gás em Portugal e de desenvolvimento das infra-estruturas. Um tema especialmente relevante quando se sabe que a transição energética é isso mesmo: uma transição que levará o seu tempo e que ainda requer, por alguns anos, o recurso aos combustíveis fósseis, e não uma mudança repentina.

 

 

 

Cascas de limão e fibras de linho são a chave para peças de automóvel ecológicas

Os materiais naturais, incluindo resíduos agrícolas, podem tornar a indústria automóvel mais sustentáveis e menos tóxica.

in Dinheiro Vivo, por Helen Massy-Beresford/Horizon, 21-04-2023


Se considerarmos a indústria automóvel ou de construção, dificilmente pensaremos em cascas de limão, amido de milho ou cascas de amêndoa. No entanto, os fabricantes podem recorrer cada vez mais a estas matérias-primas à medida que a Europa procura reduzir os resíduos, tanto da agricultura como dos plásticos. No âmbito do projeto BARBARA surgiram novos materiais industriais de alto desempenho a partir de resíduos agrícolas, apontando o caminho para a intensificação da inovação na bioeconomia europeia.

Apostar na economia circular

Financiado no âmbito de uma parceria entre a UE e o setor privado, o projeto utilizou resíduos agrícolas, incluindo cascas de limão, amido de milho, cascas de amêndoa e cascas de romã como aditivos para biopolímeros, que ocorrem em organismos vivos, como as plantas e podem ser utilizados no fabrico.

O resultado: protótipos de peças de automóveis e moldes de construção feitos recorrendo ao saber-fazer no domínio da impressão 3D do Centro Tecnológico Aitiip, sediado em Espanha.

“Do nosso ponto de vista, o aspeto mais entusiasmante é que não há resíduos, apenas recurso”, referiu Berta Gonzalvo, diretora de investigação no Aitiip, que coordenou o projeto de três anos e meio. “As peças automóveis e de construção foram validadas com sucesso, demonstrando que é possível uma economia circular, bem como contribuir para a redução do impacto ambiental”.

A UE está a impulsionar o desenvolvimento de produtos derivados de materiais de origem biológica, como parte de um esforço que visa não só reduzir os resíduos, mas também reduzir as emissões de dióxido de carbono e tornar os produtos industriais mais seguros. A bioeconomia da UE tem vindo a expandir-se durante a última década, tendo atingindo 2,4 biliões de euros em 2019 e, de acordo com um estudo de outubro de 2022, conta com novas perspetivas de crescimento.

Como reflexo das elevadas expetativas para as indústrias de base biológica, em 2014, a UE estabeleceu um compromisso conjunto de 3,7 mil milhões de euros com estas indústrias para impulsionar a investigação no terreno. Seguiu-se em 2022 uma iniciativa de dois mil milhões de euros com vários intervenientes, de agricultores a cientistas, para superar barreiras técnicas, regulamentares e de mercado para produtos de base biológica. A UE produz cerca de 60 milhões de toneladas de resíduos alimentares e 26 milhões de toneladas de resíduos plásticos por ano.

De acordo com Gonzalvo, o fabrico de materiais industriais a partir de fontes renováveis, incluindo resíduos, deverá tornar-se cada vez mais relevante e os projetos como o BARBARA são apenas o começo.

Quando o BARBARA começou em 2017, só estava disponível um biopolímero para impressão 3D. O projeto aumentou o número de materiais de base biológica utilizando uma combinação de biotecnologia e nanotecnologia industriais, bem como de tecnologias avançadas de fabrico.

Introduziu novos processos para a extração e utilização de compostos, tais como corantes naturais, biomordentes que fixam corantes, antimicrobianos e óleos essenciais de romã, limão, cascas de amêndoa e milho.

Portas e painéis de instrumentos

O projeto BARBARA criou oito materiais contendo pigmentos de romã e limão, biomordentes de romã, fragrância de limão e cascas de amêndoa que poderiam ser utilizados em vez dos plásticos existentes. Os novos materiais conduziram a diferentes cores, aromas, texturas e propriedades antimicrobianas.

Os 11 parceiros também imprimiram protótipos de revestimentos de portas e um painel de instrumentos para a indústria automóvel, bem como um molde para uniões de treliça para o setor da construção.

Os novos materiais apresentam melhores propriedades mecânicas, térmicas e até estéticas. Como resultado, podem ser utilizados para melhorar a qualidade do material final, e até para adicionar uma cor ou fragrância.

Embora o projeto tenha terminado, os participantes esperam que a tecnologia possa avançar para a fase de demonstração nos próximos quatro a cinco anos. Tal demonstraria as possibilidades de produção em grande volume.

Com a indústria mundial de biopolímeros a crescer 6 % e o setor europeu a expandir-se 30 % anualmente, Gonzalvo afirmou que a UE se encontra numa posição privilegiada para liderar o caminho.

“Estamos um passo mais perto de uma verdadeira economia circular”, afirmou. “Os resíduos podem ser um recurso e não apenas resíduos”, acrescentou.

Substitutos dos plásticos

No que se refere aos plásticos, as perspetivas da investigação também parecem promissoras. Segundo a Comissão Europeia, na Europa, apenas 14 % dos resíduos plásticos foram reciclados internamente em 2020. Os restantes 86 % foram incinerados, depositados em aterros, espalhados pelas ruas ou exportados, salientando a necessidade de estabelecer um sistema mais sustentável.

Uma vez que a produção de plásticos deverá aumentar a médio prazo, a redução da sua pegada ambiental é ainda mais importante. O projeto ECOXY, financiado através da mesma parceria público-privada do projeto BARBARA, procurou alternativas de base biológica para os plásticos conhecidos como «compósitos termoendurecíveis reforçados com fibras» ou FRTC.

Embora os FRTC sejam leves e resistentes, carecem de credenciais ecológicas. Além de serem derivados de combustíveis fósseis, não podem ser reciclados e são frequentemente fabricados a partir de materiais tóxicos, incluindo um composto químico desregulador do sistema endócrino chamado bisfenol A.

“Os compósitos reforçados com fibras estão a ser cada vez mais utilizados, pelo que estes compósitos de base biológica devem ser capazes de os substituir em todos os campos onde são utilizados”, afirmou Aratz Genua, investigadora do CIDETEC, um instituto espanhol que coordenou o ECOXY.

Os três R

O projeto, que decorreu em paralelo com o BARBARA, incluiu um consórcio de 12 parceiros de investigação e do setor industrial de toda a Europa.

Tomaram como ponto de partida os materiais considerados como estando em conformidade com os três R: recicláveis, remodeláveis e reparáveis. Embora estes materiais 3R já tivessem sido patenteados pelo CIDETEC, tinham um aspeto negativo.

“Conseguimos torná-lo mais sustentável, mas ainda estávamos a trabalhar com produtos derivados do petróleo e o mais utilizado é derivado do bisfenol A», referiu Génova. «Tivemos a oportunidade de dar mais um passo em frente e torná-lo mais sustentável através da utilização de bio-resíduos para criar FRTC de base biológica”.

O consórcio recorreu à lignina, derivada de madeira e fibras vegetais. Utilizou resina de base biológica proveniente da lignina com fibras de linho como reforço para fabricar um demonstrador, neste caso o painel do banco traseiro de um automóvel.

“O facto de termos sido capazes de sofisticar e fabricar um demonstrador foi realmente bom”, afirmou Génova. “Começámos com pequenas quantidades de materiais e demonstrámos que estes são utilizáveis a uma escala intermédia”.

O verdadeiro desafio era garantir que o novo material teria propriedades comparáveis aos que estão a ser utilizados atualmente.

De acordo com Génova, as resinas de base biológica demonstraram propriedades muito boas, equivalentes às dos derivados de combustíveis fósseis. No entanto, existe a possibilidade de melhorar a resistência das fibras de linho.

Tónica futura

A investigação futura poderia incluir a exploração da utilização de fibras de carbono de base biológica, também extraídas da lignina.

“Continuaremos a trabalhar no desenvolvimento e otimização de resinas 3R de base biológica para diferentes aplicações”, disse Genua. Por exemplo, o projeto BIO-UPTAKE está a trabalhar em painéis de teto para a indústria da construção.

“Nestes casos, será utilizada não só fibra de linho, mas também fibra de carbono de base biológica”, acrescentou Genua.

A curto prazo, os novos materiais são melhores para a saúde dos trabalhadores que os manuseiam durante o fabrico. A longo prazo, o ambiente beneficiará graças, em grande parte, à consequente redução dos resíduos.

 

A investigação neste artigo foi financiada pelo Conselho Europeu de Investigação (CEI) da UE. Este artigo foi originalmente publicado na Horizon, a Revista de Investigação e Inovação da UE.