Indústria automóvel diz que estudo sobre manipulação no consumo dos carros não “reflete realidade atual”

A Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel argumenta que a nova legislação WLTP, que entra em vigor em setembro, irá “corrigir” diferenças nos consumos. Em causa está o estudo da Federação Europeia dos Transportes e Ambiental que concluiu que, entre 2000 e 2017, os portugueses foram defraudados em 1,6 mil milhões de euros em combustível extra.

in Jornal Económico, por Mariana Bandeira e António Vasconcelos Moreira, 29-08-2018


A Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) considera que o estudo sobre manipulação no consumo dos carros não se adequa ao panorama em que se encontra este mercado em Portugal. A organização que congrega e representa, nacional e internacionalmente, os fornecedores de componentes para a indústria automóvel lembra que o novo quadro legal vai evitar a desconfiança que se gerou perante estas empresas.

“É de referir que este estudo não reflete a realidade atual, pois a nova legislação WLTP (Worldwide Harmonized Light Vehicle Test Procedure – Procedimento de Teste Global Harmonizado para Veículos Ligeiros), que entrará em vigor a 1 de setembro [e substituirá o teste NEDC] «corrigirá» estas diferenças nos níveis dos consumos”, defende a associação, em comunicado divulgado esta quarta-feira.

Uma das conclusões retiradas do estudo “Ending the cheating and collusion: Using real world CO2 measurements within the post-2020 CO2?, realizado pela Federação Europeia dos Transportes e Ambiental, é a de que, entre 2000 e 2017, os portugueses foram defraudados em 1,6 mil milhões de euros em combustível extra devido à manipulação latente dos testes de emissões de dióxido de carbono (CO2) que as fabricantes de automóveis terão realizado em conluio.

“Os valores anunciados pelos construtores se referem sempre a medições em laboratório. Devido às condições otimizadas em que os carros são testados, os valores de consumos e emissões assim apurados serão sempre mais favoráveis do que os resultantes da condução em estrada, sujeitos a uma grande variabilidade de parâmetros. Este desvio afeta todos os veículos automóveis, independentemente da sua motorização”, explica a AFIA. Na mesma nota, as fabricantes automóveis defendem que não faz sentido “penalizar os construtores pelo facto de as viaturas na condução em estrada registarem maiores consumos do que no laboratório”.

Tanto a União Europeia como a associação responsável pelo estudo publicado ontem encaram o WLTP como um teste mais fiável do que o seu antecessor, estando de acordo que haverá diferenças entre os níveis das emissões de CO2 registadas ao abrigo do novo WLTP e as emissões registadas em condução na estrada. Porém, enquanto o bloco europeu estima que essa diferença será entre 10% a 15%, a análise cita pesquisas que anteveem que essa diferença se situe nos 23%.

ANTENA 1 – Presidente da AFIA – consumo de combustível (AUDIO)

No dia 29 de Agosto Tomás Moreira, Presidente da AFIA, falou  com a ANTENA 1 sobre a temática dos “fabricantes de automóveis e o consumo de combustível”

Antena 1, 29-08-2018


 

 

  • Notícias das 19h00 – Edição de Luís Soares

 

AFIA | COMUNICADO DE IMPRENSA | A Indústria Automóvel e o Consumo de Combustível

A AFIA foi chamada a pronunciar-se sobre o estudo levado a cabo pela Federação Europeia de Transportes e Ambiente afirmando que a indústria automóvel manipulou os dados do consumo de combustíveis dos automóveis.

in AFIA, 29-08-2018


Em primeiro lugar é de referir que este estudo não reflecte a realidade actual, pois a nova legislação WLTP (Procedimento de Teste Global harmonizado para Veículos Ligeiros – Worldwide Harmonized Light Vehicle Test Procedure), que entrará em vigor a 1 de Setembro de 2018 “corrigirá” estas diferenças nos níveis dos consumos.

Enquanto os dados do ciclo anterior NEDC (New European Driving Cycle) eram baseados num perfil de condução teórico, o novo ciclo WLTP foi desenvolvido usando dados de condições reais de condução recolhidos em todo o mundo. Assim, é concebido para produzir resultados mais próximos de uma experiência de condução real. Tudo para evitar a desconfiança que entretanto se gerou na indústria automóvel nesta matéria.

É de realçar que os valores anunciados pelos construtores se referem sempre a medições em laboratório. Devido às condições optimizadas em que os carros são testados, os valores de consumos e emissões assim apurados serão sempre mais favoráveis do que os resultantes da condução em estrada, sujeitos a uma grande variabilidade de parâmetros. Este desvio afecta todos os veículos automóveis, independentemente da sua motorização.

Há que ter presente que este efeito é legítimo, fisicamente inevitável e aceite pelos técnicos, mas também é conhecido pelo condutor comum e por isso mesmo sempre foi tomado em linha de conta na fixação dos limites legais, a avaliar em laboratório.

Não faria sentido agora uma atitude purista e hipócrita de penalizar os construtores pelo facto de as viaturas na condução em estrada registarem maiores consumos do que no laboratório.

Nunca será demais relembrar que as diferenças detectadas se referem a casos passados e que os construtores garantem que os carros actualmente à venda no mercado cumprem as normas e limites legais.

Estes limites têm vindo a baixar, levando a que os automóveis hoje no mercado consumam incomparavelmente menos combustível do que há poucos anos, com a consequente redução das emissões.

 

 

Europa atinge marca de 1 milhão de carros eléctricos

Portugal é dos poucos países europeus onde os eléctricos têm uma quota acima de 2% nas vendas de automóveis novos.

in Negócios, por Nuno Carregueiro, 27-08-2018


Os carros eléctricos continuam a ter um peso diminuto no mercado automóvel europeu, mas no decorrer do primeiro semestre deste ano foi atingida uma marca relevante. Com a venda de mais de 195 mil automóveis eléctricos (totalmente ou híbridos) nos primeiros seis meses do ano, o mercado europeu passou a ter mais de um milhão de carros eléctricos.

 

A Europa atingiu este marco cerca de um ano depois da China, que tem um mercado de dimensão bastante superior, mas antes dos Estados Unidos, que só deverá chegar à marca milhão de carros eléctricos no final deste ano. Nessa altura, de acordo com as estimativas da consultora EV Volumes, o mercado europeu de carros eléctricos já contará com um valor acumulado de carros eléctricos vendidos de 1,35 milhões.

 

“Um stock de um milhão de carros eléctricos vendidos é um marco importante no caminho para a electrificação e para alcançar os objectivos de descida das emissões poluentes, mas continua a ser claramente insuficiente”, refere Viktor Irle, analista da EV Volumes, citado pelo The Guardian.

 

No primeiro semestre as vendas de carros eléctricos aumentaram 42% face ao mesmo período do ano passado, mas representam apenas 2% do total do mercado. A Noruega é claramente o país líder na conversão para os carros eléctricos, o que se explica com os fortes incentivos do governo para a compra destes automóveis. No primeiro semestre foram vendidos 36.500 veículos eléctricos neste país, o que representa 37% de todos os automóveis vendidos neste período.

 

De acordo com a EV Volumes, outros países nórdicos (Islândia, Suécia e Finlândia) surgem nos lugares seguintes do ranking, sendo que Portugal também surge bem posicionado, ocupando a sétima posição. Os dados da consultora mostram que Portugal é dos poucos países europeus onde os eléctricos têm uma quota acima de 2% nas vendas de automóveis novos. Além disso o crescimento nas vendas de carros 100% eléctricos foi superior a 100% e de “plug-in” híbridos ficou muito perto (aumentaram 94%). Taxas de crescimento que mais que duplicam o registado em média no mercado europeu. Na Alemanha, que tem o maior mercado automóvel da Europa, o crescimento das vendas também está a acelerar, com a EV Volumes a apontar para perto de 90 mil veículos eléctricos vendidos no final do ano, superando assim o registado na Noruega.

 

A compra de carros eléctricos em Portugal também tem incentivos fiscais (podem chegar aos 2.250 euros), sendo que até Agosto os pedidos de apoio superaram os 1.200 e aumentaram 50%.

 

As vendas de eléctricos estão a aumentar fortemente em Portugal, mas a quota de mercado é ainda muito reduzida. Já as vendas de carros a diesel, como o Negócios avançou na semana passada, estão a cair fortemente: apesar das vendas de ligeiros de passageiros terem crescido 5,8% nos primeiros seis meses do ano, o número de veículos a gasóleo vendidos neste segmento recuou 8,5%, o que representa uma descida da quota de mercado de 61% no final de 2017 para os 52,8% em Junho. Em sentido contrário, os ligeiros de passageiros a gasolina aumentaram as vendas em 22,5%, valendo já 40,9% do mercado.

 

 

ECS Capital vende Inapal aos japoneses da Teijin

A tecnológica nipónica Teijin finalizou no início de Agosto a compra da Inapal, fabricante portuguesa de componentes para automóveis. Tanto a Teijin como a ECS Capital, responsável pela gestão do Fundo Recuperação que em 2010 adquiriu a fabricante lusa de componentes automóveis, confirmaram a operação.

in Negócios, 22-08-2018


A empresa japonesa Teijin Limited e a ECS Capital anunciaram esta quarta-feira, 22 de Agosto, que no início do presente mês chegaram a acordo para adquirir a Inapal Plásticos, uma fabricante portuguesa de componentes automóveis que tem em Portugal duas unidades de produção, uma em Leça do Balio e outra em Palmela, junto ao parque industrial onde está a Autoeuropa. A ECS Capital era até aqui responsável pela gestão do Fundo de Recuperação que em 2010 adquiriu a Inapal Plásticos.

Em comunicado publicado na respectiva página oficial, a Teijin explica que a compra da empresa portuguesa foi realizada através da sua filial sediada na Holanda, a Teijin Holdings Netherlands, tendo a operação ficado concluída já depois de obtida a necessária aprovação dos reguladores. Já em nota enviada às redacções, a ECS Capital revela que as duas empresas “acordaram a transacção da Inapal Plásticos”.

“Com a operação, a Inapal Plásticos irá desempenhar um papel essencial na estratégia de transformação da Teijin para expandir o seu negócio na Europa e tornar-se um fornecedor multi-materiais de componentes. A Teijin vai continuar a desenvolver e potenciar as operações da Inapal Plásticos, investindo no crescimento da empresa e procurando criar valor para todos os stakeholders, nomeadamente colaboradores, parceiros de negócio e clientes”, revela o comunicado da ECS Capital.

Entre os principais clientes da empresa portuguesa contam-se marcas como a Mercedes, BMW, Jaguar, Bentley, Volkswagen e Jaguar, espalhados por países como Portugal, Alemanha, França, Espanha, Itália ou Brasil. Em 2017, Inapal registou vendas no valor de 31,9 milhões de euros.

“A compra da Inapal permite-nos cumprir o nosso compromisso para com os accionistas de expandir a nossa tecnologia numa lógica global, incluindo na Europa”, explicou em comunicado Jun Suzuki, CEO da Teijin, realçando que vai procurar sinergias com outras duas empresas europeias detidas pela cotada nipónica e que operam no sector dos componentes automóveis, a Continental Structural Plastics (CSP) e a Ziegler. O objectivo da Teijin é que as operações relacionadas com componentes automóveis atinjam vendas de 1,7 mil milhões de euros até 2030.

O grupo Teijin detém 170 empresas em todo o mundo e um total de cerca de 19 mil trabalhadores em 20 países para um total de activos avaliados em torno de 9 mil milhões de dólares no ano fiscal findo a 31 de Março de 2018.

Em 2017, a Inapal venceu um prémio atribuído em parceria pela EDP Energia Eléctrica e Ambiente e pelo Negócios na categoria indústria, premiando a eficiência energética.

 

Electric cars: the race to replace cobalt

Manufacturers want batteries that are not dependent on metals from unstable parts of the world

in Financial Times, by Henry Sanderson in Boston, 20-08-2018


In a laboratory on an industrial park an hour’s drive outside Boston, Tufts professor Michael Zimmerman is hoping a material he invented in his basement can help solve a crisis facing the electric car industry — which has inadvertently tied its fortunes to one of the poorest and least stable countries in the world.

In between his teaching, Mr Zimmerman runs start-up Ionic Materials, whose battery material could mark the future for the car industry as it races to go electric after a century of producing petrol cars. His hope is that his homegrown prototype could pave the way for a new generation of batteries that does not use cobalt, a silver-grey metal, more than 60 per cent of which is mined in the Democratic Republic of Congo.

Backed by highly respected computer scientist and investor Bill Joy, who spent years searching for the perfect battery, Ionic counts the Renault Nissan Mitsubishi carmaker alliance, Hyundai and French oil company Total among its shareholders.

“The world wants to electrify vehicles,” Mr Zimmerman says in his office across the car park from a shopping mall. “I’ve never seen such a massive industry say [it wants] to completely switch technologies. Every single company, government and country — they all want to do it worldwide.” The list of Ionic’s backers reflects increasing concerns among carmakers over current battery technology and its reliance on the DRC. Cobalt supply is dominated by a handful of mining companies, including Switzerland-based Glencore, or mined by hand and sold to Chinese traders in the country. Child labour is common, according to human rights groups.

In other words, the product that is the shining hope of the new economy is — for the time being — highly dependent on some of the most-criticised practices of the old industrial economy. For many experts, the battery will reign supreme in this century — just as oil did in the last.

Batteries power our everyday digital lives, from our iPhones to our laptops. But they are also key for electric cars to replace petrol-powered vehicles and for some types of renewable energy. Without them, it will be much harder for the world to end its addiction to fossil fuels and limit the impact of climate change. But batteries are complicated to produce and contain a delicate mix of chemistries that have to meet a demanding list of performance requirements. Customers expect fast charging, a long battery life and safety — and in conditions ranging from the cold winters to the heat of the Arizona desert.

Without a big shift in battery technology, cobalt demand is set to more than double during the next decade — with the share from the DRC set to rise to more than 70 per cent. Gleb Yushin, a professor at the School of Materials and Engineering at Georgia Institute of Technology, puts it more bluntly: the potential growth of electric cars will not materialise, he says, unless there is a battery breakthrough.

“There will be no EV industry without DRC cobalt,” says Caspar Rawles, who tracks the market for London-based consultancy Benchmark Mineral Intelligence. “Without the DRC, this ramp-up in EVs won’t happen.”

Mr Zimmerman began thinking about batteries five or six years ago, just as electric vehicles were starting to gain traction and the first Teslas were becoming popular. Back then, cobalt was a niche metal mainly used in jet engines and smartphones.

Since then sales of battery electric vehicles and plug-in hybrid versions have grown from about 6,000 cars in 2010 to 1m cars sold last year, or about 1 per cent of annual sales. There will be a further 340m electric vehicles (including passenger cars, trucks and buses) produced between now and 2030, according to analysts at McKinsey.

That has led to an increase of battery factories. The number of “gigafactories” under construction, named for the gigawatt hours of batteries they can produce each year, has increased tenfold over the past eight years to 41, according to Benchmark Mineral Intelligence. Simon Moores, the founder of the company, says the battery is destined to become the “oil barrel of the 21st century”.

Discovered by 96-year-old American professor John Goodenough while he was at Oxford university in 1980, the lithium-ion battery has proved pivotal for 20th century science and technology, paving the way for portable electronic devices from camcorders to smartphones. It has also become the standard choice for electric cars, which use hundreds of battery cells placed together in packs that resemble metal briefcases, and weigh up to 600kg.

But since Sony commercialised lithium-ion technology in 1991 there have been few substantial improvements in the technology, Mr Zimmerman says. He believes the battery that powers our world may have reached its limit.

“Everyone wants their smartphone to last longer and their car battery to not blow up,” he says. “My belief is that lithium-ion batteries are at a dead-end right now; there’s really no further improvement that can be made with the current technology.”

Battery cells rely on four main parts: a positive and negative electrode, a separator and a liquid electrolyte. The positive electrode, or cathode, is coated in a carefully processed metal oxide slurry that in most cars includes lithium, cobalt, nickel and manganese. When the battery is discharged, lithium ions flow to the cathode generating a flow of electrons and electricity. When the battery is recharged they flow back to the anode, the negative electrode, which is normally made of graphite.

Cobalt is essential for stopping the battery from overheating and the stability it brings to the battery materials also allows users to charge and discharge their car over many years. But it is also the most expensive of the metals used — hindering the ability of carmakers to lower the cost of electric cars to compete against their petrol counterparts.

Analysts at Liberum, the London-based brokerage and investment bank, estimate that the cost of cobalt in a kilogramme of battery cathode material is about $12, compared with $8 for lithium and $5 for nickel. Metals account for about 25 per cent of the battery cost, they estimate. While new sources of cobalt are being developed in Idaho, Alaska and Australia, they are not due to produce metal until after 2020.

Mr Zimmerman, a materials scientist, started to look at a relatively unexplored area of research — the electrolyte, which is generally what catches fire in batteries. If a solid material instead of a liquid were used, so the theory goes, the batteries could be safer and lighter. It could also allow carmakers to reduce the amount of cobalt in the cathode or even, he says, eliminate it entirely.

The first electrically conductive solid electrolyte was discovered in the 1830s by British scientist Michael Faraday but it had never worked in a battery at room temperature. Working in his basement Mr Zimmerman created a polymer material that could do just that.

“It was a really ugly piece of plastic in a roll with little pinholes in it everywhere, but you had to say ‘wow’,” recalls Mr Joy, who was searching for a solid state battery technology while at venture capital firm Kleiner Perkins. “This is just amazing that it demonstrated feasibility of a property that had been sought for so long.”

Carmakers from Toyota to Mercedes-Benz and the British engineering group Dyson are working on so-called solid state batteries like Mr Zimmerman’s and there were about $400m of investments in the technology in the first half of the year, according to consultancy Wood Mackenzie. They forecast that such batteries will make up the majority of electric car technology by 2030 but will not enter the market until 2025.

“There are still a number of challenging problems in order for an all solid state battery to be a commercially viable proposition,” says Peter Bruce, a professor in the department of materials at Oxford university. “But they are now being addressed.”

Ionic is one of a number of start-ups hoping to commercialise the next battery breakthrough. It is a field that has seen its fair share of failures, such as the bankruptcy of Pittsburgh-based saltwater battery company Aquion Energy, which raised money from Bill Gates and Kleiner Perkins, in March last year.

In the meantime, battery companies are racing to reduce the amount of cobalt they use with conventional technology. Yoshio Ito, the head of Panasonic’s automotive business, which supplies Tesla, told reporters in Tokyo last month that it aims to decrease the use of cobalt in Tesla’s EVs in two to three years. Tesla has said the company was “aiming to achieve close to zero usage of cobalt in the near future”.

Most carmakers are moving towards batteries that use more nickel and as much as 75 per cent less cobalt. These products are expected to pick up market share over the next few years.

Venkat Viswanathan, a professor at Carnegie Mellon University, says cobalt can be reduced using liquid electrolyte chemistries. “Ionic Materials is one pathway to making low cobalt cathodes but a liquid electrolyte pathway is also something that many battery makers are working on and have feasible solutions,” he says.

Yet, even with a shift to lower cobalt batteries, demand for the metal is still expected to more than double by 2025, according to Wood Mackenzie. “Zero cobalt is hard, low is possible, [but] zero is very tricky at this point,” Mr Viswanathan says.

For his part, Mr Zimmerman says the low-cobalt batteries still come with a considerable fire risk that will require expensive monitoring technology.

In his small study he plays videos on his laptop of nails going into the latest low-cobalt cathodes with liquid electrolytes, which he calls the “nail penetration test”. There’s smoke, fire and “bad things about to happen”, he says, as we watch the cells catch fire in a metal chamber. In such fires toxic gases are produced that require fire crews to wear specialist clothes. “It’s just fundamentally unsafe,” he says.

“The cobalt is expensive — and it gets mined from unethical sources in the Congo, so people want to put less cobalt in,” Mr Zimmerman adds. “When you put less cobalt in, the voltage of the cathode goes up and the current liquid electrolytes can’t work at that higher voltage. But our polymer can.”

Ionic says it has tested its polymer material with cathodes that have either little cobalt or none at all and is working with companies to commercialise the technology. If successful, it says it could find its way into batteries within a few years and into electric cars after that.

Mr Joy, who co-founded Sun Microsystems and wrote some of the founding code of the internet, says such technologies are critical to addressing climate change. The current mix of materials has been “stretched to the limit”, he says.

“What happened with Sony inventing the lithium-ion . . . well, we ended up with things that get rechargeability,” he says. “But they gave up . . . not only safety and cost but also abundance because there isn’t physically enough cobalt to electrify the world.”

Captive market: Risks rise for mining groups in the DRC

Despite its abundant resources, the DRC remains one of the poorest countries in the world, where more than 80 per cent of the population does not have access to electricity. “It’s a curse rather than an opportunity,” says Jean-Claude Maswana, associate professor of economics at the Graduate School of Business Sciences in Japan of the country’s metal deposits. “If history is a guide I don’t see any evidence that might point to the rising price of cobalt being a blessing.”

Carmakers and battery producers have been caught off guard by the need to source from the DRC, according to one executive. “They don’t have a strategy,” he says. “All of the OEMs — the whole supply chain is looking at security of supply. With very few exceptions nobody has set a definite strategy, everybody has been looking at the problem but nobody is solving it.”

Risks may also be rising in the country. Last month Glencore revealed it faces a wide-ranging US government investigation into bribery and corruption after federal prosecutors demanded details of its business dealings in the DRC, Nigeria and Venezuela. In June, the company said it would continue to pay its former business partner in the DRC, Israeli billionaire Dan Gertler, in euros after he was sanctioned by the US government for “his opaque and corrupt mining deals in the DRC”.

In addition long-delayed elections are due in the country in December. President Joseph Kabila, a close friend of Mr Gertler’s, who came to power in 2001 after his father was assassinated, agreed this month not to stand. But his choice of Emmanuel Ramazani Shadary as his successor has raised concerns about his continuing influence in the country.

“I give a 1 per cent chance that the election can be fair or free, it’s impossible,” adds Mr Maswana.

 

 

GM Increases Production in Uzbekistan

General Motors’ Asaka plant employs about 8,000 workers and has capacity to produce about 250,000 vehicles a year. In addition to the Tracker, GM plans to launch a new generation of the Cobalt, perhaps by the end of this year.

in WardsAuto, by Eugene Gerden, 20-08-2018


GM Uzbekistan, a joint venture of General Motors with local auto companies in Uzbekistan – a doubly landlocked sovereign state in Central Asia – announces its intention to produce the Chevrolet Tracker model this year, the company says.

The new model will be assembled on a semi-knocked down basis at facilities in the city of Tashkent, while next year full-scale series assembly will be launched at the Asaka automobile plant, according to an official representative of Uzavtosanoat, an Uzbek auto producer and a partner of GM.

Planned production volumes have not been revealed but will depend on market demand for the new utility vehicle. Financial details of the project are not disclosed.

Uzbek automakers tested the Chevrolet Tracker in 2016 in difficult conditions. The SUV made its way to the Aral Sea and back to the plant, traveling thousands of kilometers through deserts and mountainous terrain in scorching heat. The new Tracker is planned to be equipped with a 1.8L 4-cyl. engine rated at 140 hp.

Production at the Asaka plant will include stamping, welding, painting and final assembly. Localization will exceed 50%.

Today, GM Uzbekistan produces 10 models: four sedans (Nexia, Cobalt, Gentra and Malibu), two subcompacts (Matiz and Spark) and the Captiva SUV, Orlando minivan, Damas minibus and Labo microvan.

Inside Uzbekistan, GM vehicles are marketed under the Chevrolet brand, but in foreign markets they are sold under the Ravon brand.

GM’s Asaka plant currently employs about 8,000 workers. Measuring 178 acres (72 ha), the plant has capacity to produce about 250,000 vehicles a year. In addition to the Tracker, GM plans to launch a new generation of the Cobalt, perhaps by the end of this year.

GM Uzbekistan, a joint venture of General Motors with local auto companies in Uzbekistan – a doubly landlocked sovereign state in Central Asia – announces its intention to produce the Chevrolet Tracker model this year, the company says.

The new model will be assembled on a semi-knocked down basis at facilities in the city of Tashkent, while next year full-scale series assembly will be launched at the Asaka automobile plant, according to an official representative of Uzavtosanoat, an Uzbek auto producer and a partner of GM.

Planned production volumes have not been revealed but will depend on market demand for the new utility vehicle. Financial details of the project are not disclosed.

Uzbek automakers tested the Chevrolet Tracker in 2016 in difficult conditions. The SUV made its way to the Aral Sea and back to the plant, traveling thousands of kilometers through deserts and mountainous terrain in scorching heat. The new Tracker is planned to be equipped with a 1.8L 4-cyl. engine rated at 140 hp.

Production at the Asaka plant will include stamping, welding, painting and final assembly. Localization will exceed 50%.

Today, GM Uzbekistan produces 10 models: four sedans (Nexia, Cobalt, Gentra and Malibu), two subcompacts (Matiz and Spark) and the Captiva SUV, Orlando minivan, Damas minibus and Labo microvan.

Inside Uzbekistan, GM vehicles are marketed under the Chevrolet brand, but in foreign markets they are sold under the Ravon brand.

GM’s Asaka plant currently employs about 8,000 workers. Measuring 178 acres (72 ha), the plant has capacity to produce about 250,000 vehicles a year. In addition to the Tracker, GM plans to launch a new generation of the Cobalt, perhaps by the end of this year.

De Portugal para o mundo: Bosch investe em soluções de mobilidade

Um dos maiores empregadores especializados do país, o grupo alemão está a testar soluções de comunicação entre carros e condução autónoma.

in Dinheiro Vivo, por Ana Rita , 19-08-2018


Os investigadores da Bosch em Braga estão a testar soluções de comunicação entre carros para o futuro mercado dos carros autónomos. Carlos Ribas, o representante da empresa alemã em Portugal, explicou ao Dinheiro Vivo que estes testes têm em vista a aplicação global das tecnologias que vierem a ser desenvolvidas e testadas com sucesso. “A Bosch adquiriu, inclusive, uma viatura de testes para instalar as soluções que está a desenvolver em Braga.” Embora as infraestruturas tenham de ser preparadas para incorporarem este tipo de soluções de conectividade e sensores, Carlos Ribas refere que “vários stakeholders estão recetivos a investir e contribuir para o futuro da mobilidade autónoma”. A unidade de Braga tem mais de 300 engenheiros e é uma das três instalações de Investigação & Desenvolvimento que a Bosch opera em Portugal.

 

Novas tecnologias de comunicação entre carros, cujos primeiros testes públicos foram para a estrada neste ano na autoestrada da Baviera, Alemanha, permitirão perceber quais as necessidades das infraestruturas inteligentes que irão auxiliar os carros autónomos. “O que preocupa a Bosch e o que queremos trabalhar é a possibilidade de tornar a utilização dos veículos 100% segura e autónoma (nível 5)”, explica. “Para que isso aconteça não é necessário apostar apenas nos automóveis. É necessário trabalhar no sentido de dotar esses automóveis de uma capacidade de aprendizagem, que comuniquem entre si e que comuniquem com a infraestrutura onde estão inseridos.”
Sendo um projeto-piloto pioneiro, a ideia dos testes na Baviera é demonstrar a importância e eficácia da tecnologia veicule to infrastructure e da importância de ter veículos e infraestruturas interligados. De acordo com a consultora Gartner, as soluções V2V (veículo a veículo) e V2I (veículo a infraestrutura) serão o segmento de mais rápido crescimento no que toca a investimentos em Internet das Coisas até 2022, com um salto anual de 29%.
Os resultados dos projetos-piloto servirão também para auxiliar os projetos que estão a ser feitos em Braga, visto que a mobilidade é um dos principais focos da empresa neste momento. “A Bosch em Braga é uma das unidades de referência no desenvolvimento de soluções para a área da mobilidade conectada e autónoma”, garante Carlos Ribas. Está a desenvolver sistemas multimédia conectados e sensores destinados a este segmento, que nos últimos anos se tornou uma das prioridades para construtoras automóveis e empresas de tecnologia. A importância da unidade de Braga reflete-se na parceria com a Universidade do Minho e está a ser concretizada através do projeto Innovative Car HMI.
Em julho, as duas entidades apresentaram os resultados da segunda fase da parceria, que totalizou um investimento total de 54,7 milhões de euros. É um programa conjunto em que estão a ser investigadas e desenvolvidas soluções para a mobilidade autónoma do futuro. No ano passado, a Brisa deu luz verde à empresa para a utilização de dois carros (BMW e Renault) para testar condução autónoma em troços da autoestrada encerrados ao público. O Innovative Car HMI, que tem apoio financeiro da União Europeia, envolve cerca de 30 projetos e 400 pessoas. Vai agora para a terceira fase, com um investimento previsto de cerca de cem milhões de euros. Num contexto mais alargado de cidades inteligentes e Internet das Coisas, a empresa concebeu algumas soluções para ligar os veículos às casas e às infraestruturas. É o caso do sistema que permite ao carro abrir a garagem, ligar o aquecimento e preaquecer o forno.
Estão também a ser trabalhadas soluções de conectividade com e-bikes, máquinas de vending para bilhetes de transportes públicos, parques de estacionamento e comboios. Visão Zero É o que a Bosch chama à sua estratégia para o futuro da mobilidade – “zero acidentes, zero emissões, zero stress”. A Visão Zero está a ser implementada também em Portugal, onde a empresa tem em curso 14 projetos para as cidades inteligentes. De acordo com Carlos Ribas, metade destes projetos incluem soluções de mobilidade urbana: estacionamento e condução autónoma, gestão de frotas, transporte multimodal e mobilidade elétrica. “Conseguimos rentabilizar a capacidade das autoestradas, reduzindo o espaço de circulação entre veículos, referindo-se especificamente à condução autónoma. E sublinha que, sendo o trânsito e a sinistralidade rodoviária problemas significativos em Portugal, a intenção é “reduzir drasticamente estas situações” através de tecnologia que reduza o envolvimento humano.
É um propósito global, enunciado em todas as iniciativas ligadas a estas soluções, mas que ainda carece de confiança do público. Os recentes acidentes com carros Tesla em piloto automático e com o carro autónomo da Uber, que fez uma vítima mortal, não ajudaram a melhorar a perceção sobre estes sistemas. Carlos Ribas tem noção de que este é um processo que vai demorar algum tempo “e também passa pela mudança de consciência de todos.”

E porque não trabalhar na fundição?

Na vanguarda da economia circular e da indústria 4.0, as fundições uniram-se contra o preconceito que tem afastado os jovens

in Expresso, por Joana Nunes Mateus, 19-08-2018


Não somos uma indústria do passado, poluente, mas uma indústria do futuro, amiga do ambiente, pioneira na indústria 4.0 e exemplo da economia circular já que reciclamos totalmente o metal. Temos uma escola boa e empresas onde se pode ter uma carreira de sucesso. Somos uma indústria moderna, onde dá gosto trabalhar”. Quem o diz é Luís Filipe Villas-Boas, o presidente da Associação Portuguesa de Fundição (APF) e do Comité das Associações Europeias de Fundição (CAEF), interessado em cativar mais jovens para este “processo fascinante” que lida com o fogo para criar as mais complexas e sofisticadas peças em metal.

Captar profissionais qualificados e, em especial, os jovens para a arte da fundição é o principal desafio deste sector que está a crescer através da abertura de novas fábricas e da entrada de novas empresas de capital maioritariamente estrangeiro. Em causa estão quatro dezenas de empresas que já empregam quatro mil trabalhadores e procuram mais mão de obra para acompanhar o dinamismo das vendas, sobretudo ao exterior.

Mas não está a ser fácil o recrutamento de novos trabalhadores. Além de não ter a popularidade dos serviços, a fundição é penalizada face a outras indústrias pela “reminiscência dickensiana” daquelas fábricas do século XIX que ainda prevalece no imaginário popular.

“Não vale a pena ignorar a evidência: a indústria em geral, e a fundição em particular, debatem-se hoje com uma enorme dificuldade em atrair os jovens, em especial para as ocupações menos qualificadas e consequentemente associadas às remunerações mais baixas. Como alguém dizia, entre um emprego numa loja num centro comercial e um emprego na indústria, mesmo que este pague algo mais, garanta um horário mais regular e maior estabilidade contratual, a generalidade dos jovens prefere os primeiros. No imaginário da juventude, a indústria representa o passado e os serviços o hoje e o amanhã, pouco importando que as condições e horários de trabalho sejam objetivamente mais penosos”, lê-se no diagnóstico feito pela equipa do Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada da Católica do Porto (CEGEA), liderada pelo professor Alberto Castro.

QUEM VEM, FICA!

Helena Oliveira, diretora do Centro de Formação Profissional da Indústria de Fundição (CINFU), diz que os chamados jovens NEET, que não estão a trabalhar nem a estudar, podem vir a receber um salário acima da média se optarem por esta profissão. “Dependendo da função, já tenho tido formandos que vão ganhar €900 e €1000 logo à partida. Esta é uma indústria com boas condições de trabalho e os empregos não são precários! É um trabalho qualificado, não repetitivo, criativo, que incorpora uma diversidade enorme de competências, de inovação e de tecnologia”.
Embora a fundição tenha dificuldade em recrutar, a verdade é que não tem dificuldade em manter os trabalhadores que contrata porque a rotatividade de trabalhadores é baixa. Citando Pessoa, “primeiro estranha-se e depois entranha-se”, diz a diretora do CINFU que pretende trabalhar junto das escolas e do público em geral para combater a “imagem distorcida” que os portugueses têm da fundição e atrair mais formandos para o sector.

“As fundições já não têm nada a ver com aquela imagem do passado. Hoje são empresas de engenharia. Investimos nas pessoas e na digitalização dos processos. Chegamos a fazer peças únicas que têm de sair bem logo à primeira”, diz Élio Maia, o administrador da Fundição do Alto do Lixa.

Este empresário chama a atenção para o pleno emprego que existe neste sector de atividade, que já paga acima da média, mas que pode vir a gerar ainda mais valor e empregos qualificados à economia portuguesa. “Havendo as competências necessárias, um país como Portugal pode oferecer soluções integradas em certos nichos de mercado, liderar projetos, e sair do campeonato do preço onde o cliente pergunta quanto custa a peça por quilo”.

EM TODOS OS AUTOMÓVEIS

Hoje, a indústria de fundição nacional está maioritariamente ligada ao fornecimento do sector automóvel, exportando sobretudo para o exigente mercado alemão. Da fundição portuguesa saem peças para os Bentleys, Rolls-Royces, Lamborghinis, Maseratis, mas também para a Mercedes e outros carros mais acessíveis ao grande público: “Não há carro nenhum fabricado na Europa que não tenha peças fundidas em Portugal”, assegura o presidente da APF, Luís Filipe Villas-Boas.

A mobilidade elétrica e a reinvenção da indústria automóvel são um desafio à fundição portuguesa, mas não só de componentes para carros vive este sector que abastece as fileiras da agricultura, indústria, energia, construção e demais serviços, das artes à medicina.

Virgílio Oliveira, diretor-geral da fundição Zollern, elencou ao Expresso dezenas de peças fundidas que estão presentes na vida dos portugueses, “desde as maçanetas das portas, às torneiras, às componentes dos eletrodomésticos ou às peças decorativas que temos em casa. Ao sair de casa, encontramos a fundição em tudo o que é transportes, desde peças dos carros, às turbinas dos aviões, às superligas do aeroespacial. No campo da medicina, está nos aparelhos e no próprio corpo humano, como próteses, implantes e parafusos…”.

Está até no sino da igreja, não fosse a fundição mais antiga do mundo no Vaticano. Hoje o desafio é fazer peças muito mais leves. Recorrendo à investigação e desenvolvimento (I&D) e ao design, estão a criar peças mais finas, com materiais mais sofisticados, para reduzirem a poluição e aumentarem a eficiência energética, não só na fundição, mas nas empresas suas clientes, nos mais variados sectores de atividade.

TUDO SE TRANSFORMA

Colocar a fundição portuguesa no pódio europeu da economia circular no prazo de cinco anos é agora o objetivo das empresas portuguesas de fundição. Além de poder reciclar vezes sem conta o metal, o sector está a investir em alternativas para aplicar os seus próprios resíduos como é o caso do asfalto, do cimento ou do barro vermelho.

“A fundição pode ser vista como um laboratório da indústria do futuro: pouco poluente, muito eficiente e avançada tecnologicamente, propiciando trabalho estável e com perspetiva de carreira. São verdadeiros campeões discretos da economia portuguesa”, resume Alberto Castro, o coordenador da equipa da Universidade Católica do Porto que está a traçar o plano estratégico da indústria portuguesa da fundição.

Prova de que a visão dos contos de Dickens já não tem adesão à realidade, é com a presença do próprio ministro do Ambiente que os fundidores contam para lançarem o seu plano estratégico en outubro.

 

 

Revolução tecnológica pode tornar baterias eléctricas obsoletas

De São Francisco a Shenzhen, equipas de cientistas estão a realizar experiências com novos processos químicos para melhorarem a célula tradicional de íons de lítio e encontrarem novas formas de armazenar electricidade para ser usada noutras alturas. Mas os investidores desses projectos começam a ter receio de poderem ter escolhido a tecnologia errada.

in Negócios / Bloomberg, 19-08-2018


Isso está a mudar a lógica do debate sobre os chamados activos encalhados. Até ao momento, o termo tem sido usado para se referir a projectos de combustíveis fósseis que podem deixar de ser rentáveis devido ao endurecimento das regulamentações sobre poluição.

 

No futuro, uma reviravolta no fabrico dos dispositivos de armazenamento de energia poderá tornar deficitários os investimentos em baterias, embora estejam no cerne da transformação do funcionamento do sistema de energia.

 

“Se ocorrer uma mudança radical e repentina na tecnologia, que ofereça maior densidade de energia, as pessoas vão querer adoptá-la rapidamente, o que poderá fazer com que tenham que reinvestir novamente em equipamentos de fabrico”, sublinhou James Frith, analista de armazenamento de energia da Bloomberg NEF. “Na pior das hipóteses, talvez seja preciso reformular fábricas inteiras”.

 

Os investimentos em startups que desenvolvem novos tipos de baterias aumentaram para mais de 1,5 mil milhões de dólares no primeiro semestre do ano, quase o dobro do nível de 2017, segundo dados do Cleantech Group.

 

Três fabricantes de carros, a Volkswagen, a Hyundai Motor e a Renault-Nissan-Mitsubishi, destinaram fundos a fabricantes de baterias. Uma associação do sector no Japão, a New Energy & Industrial Technology Development Organization, anunciou que investirá 90 milhões de dólares em pesquisa sobre dispositivos de estado sólido com um grupo de universidades e fabricantes.

 

Nem toda a tecnologia tem probabilidades de sucesso. Milhares de sistemas diferentes estão a ser testados no sector, com a participação de grandes fabricantes, startups e universidades. Até mesmo as células de íons de lítio usadas na maioria dos carros eléctricos e telemóveis têm processos de fabrico diferentes.

 

“Existem distintos tipos de íons de lítio, com químicos diferentes, e até mesmo dentro desses químicos há variações na composição”, explicou TJ Winter, gestor da Fluence, fornecedora de armazenamento de energia com sede nos EUA. “Passamos bastante tempo apenas a monitorizar os acontecimentos”.

 

A concorrência está a ficar mais acirrada à medida que as fabricantes de carros electrificam mais modelos e as unidades de armazenamento de energia se tornam mais predominantes em casas e empresas. A procura por capacidade de baterias aumentará de cerca de 100 gigawatts-hora actualmente para 1.784 gigawatts-hora até 2030, segundo projecções da Bloomberg NEF.

 

“Uma enorme quantidade de largura de banda está a ser criada em todo o mundo para o fabrico de baterias de íons de lítio”, disse Jeff Chamberlain, CEO do Volta Energy Technologies, um fundo de investimento com foco nas tecnologias de armazenamento de vanguarda.

 

“Muitos dos investidores que vimos estão a apostar em tecnologias que exigirão novos processos de fabrico. Vemos isso como uma falha, por causa da capacidade que está a ser criada actualmente no planeta”, salientou.

 

 

(Artigo original: The Battery Boom Could End Up Burning Some Investors)