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Autoeuropa vai reduzir produção em ano de testes para novo carro

Os fabricantes de componentes estão apreensivos e acreditam que esta quebra na produção poderá ser prejudicial.

in Diário Económico, por Sara Piteira Mota, 20-01-2016

A Volkswagen (VW) Autoeuropa reabre hoje as portas após um mês de paragem (entre férias e ‘down-days’). A maior fábrica de automóveis portuguesa prepara-se para um ano que deverá ser marcado pela redução da produção e por um maior número de dias de paragem face aos registados em 2015. Em causa está o facto de produzir apenas dois modelos – VW Scirocco e os monovolumes VW Sharan e Seat Alhambra – e ainda as possíveis implicações negativas que o caso Diselgate poderá ter nas encomendas. recorde-se ainda que no final de Julho último, a fábrica colocou fim à produção do VW Eos.

Fonte oficial da VW Autoeuropa sublinha que “tendo em conta a volatilidade que tem marcado o mercado automóvel internacional nos últimos anos, aliado ao facto de estarmos no início do ano, é prematuro avançar com previsões de produção para 2016”.

No entanto, o coordenador da Comissão de Trabalhadores da fábrica de Palmela, António Chora, confirma que “neste momento apenas sabemos que a produção vai ser relativamente inferior ao ano passado”. A VW Autoeuropa produziu 102.158 unidades, em 2015, número que difere de 2014 em apenas cerca de 100 unidades.

Os fabricantes de componentes para automóveis estão apreensivos e acreditam que esta quebra na produção poderá ser prejudicial. O coordenador das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial da VW Autoeuropa, Daniel Bernardino, destaca que “as previsões são de uma produção inferior a 2015 e uma quantidade significativa de dias de paragem (‘downdays’), que serão também aproveitados para adaptação ao novo modelo da Autoeuropa”.

A maior parte das fábricas presentes no parque industrial de Palmela também arrancam a produção em simultâneo com a VW Autoeuropa, excepto a Faurecia que regressou antes, a 4 de Janeiro com cerca de 60% da sua capacidade, devido à diversidade de clientes que tem.

Em meados do ano, está previsto arrancar com a produção dos protótipos do novo modelo (ver artigo ao lado). Neste momento quase todas as fabricantes que irão trabalhar para o novo modelo já têm definido, quase na totalidade, o que necessitam produzir, embora existam empresas fornecedoras actuais que ainda não foram nomeadas. “A política da VW está a provocar nos fornecedores uma diminuição de produtos que, normalmente, forneciam ou produziam para a fabricante alemã. Com esta política de redução de custos à custa dos fornecedores, a preocupação passa pelos salários que são cada vez menores e a qualidade também”, sublinha Daniel Bernardino. Actualmente, o coordenador das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial da VW Autoeuropa explica que, em algumas das empresas fornecedoras, estão a ser praticados salários ao nível dos anos 90. Uma situação que poderá colocar levar algumas empresas a “equacionarem se dada a dimensão do negócio será interessante manterem-se em Portugal ou não.” Existem 14 empresas no parque industrial.

 


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