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Artigo Presidente AFIA | A INDÚSTRIA DE COMPONENTES PARA AUTOMÓVEIS

Promover as Exportações e a Expansão Internacional da Indústria Portuguesa de Componentes para Automóveis

in AEP – Revista Business on the Way, artigo de Tomás Moreira, Presidente AFIA, 27-11-2017

O fabrico de componentes para automóveis em Portugal iniciou-se nos anos 60 para fornecer as primeiras linhas de montagem de automóveis que, sujeitas a exigências de incorporação nacional, eram obrigadas a desenvolver fabricantes portugueses para substituir importações.

Nos anos 80 e 90, com os projectos Renault e Autoeuropa, nasceram em Portugal as primeiras fábricas de automóveis com dimensão europeia, atraindo investidores estrangeiros e permitindo aos fabricantes de componentes ganhar escala.

Coincidindo este período com a entrada na então Comunidade Económica Europeia, toda a indústria começou a procurar a exportação como uma oportunidade para crescer.

A indústria portuguesa de componentes confronta-se com um reduzido mercado nacional, na ordem de 150.000 veículos produzidos por ano, o que compara com mais de 20.000.000 de veículos produzidos anualmente na Europa.

A expansão internacional das empresas foi fundamental para o seu processo de crescimento e para o desenvolvimento do sector, que se tornou num cluster emblemático e competitivo.

A indústria de componentes alargou os seus mercados e tornou-se fortemente exportadora, dedicando hoje 85% da sua produção aos mercados externos. Destes, a Espanha é o principal, seguido da Alemanha, da França e do Reino Unido.

No ano de 2016 as exportações de componentes automóveis atingiram os 7,7 mil milhões de euros, e ultrapassarão pela primeira vez a barreira dos 8 mil milhões de euros no final de 2017, o que demonstra o peso desta indústria na economia nacional.

De Portugal fornecem-se peças para a quase totalidade dos modelos de automóveis fabricados na Europa.

Os desenvolvimentos recentes e em perspectiva relativamente ao crescimento económico e aos fluxos de investimento permitem identificar áreas geográficas que mobilizam o interesse e a atenção dos agentes económicos em geral e da indústria automóvel em particular, abrindo oportunidades para os fornecedores portugueses:

  • Espanha: com uma produção anual na ordem dos 3 milhões de veículos, 1 milhão dos quais numa “zona de influência” nacional. Num raio de 500 Km do centro do país concentram-se, os importantes polos de produção da PSA (Vigo/Madrid) e Renault (Valladolid/Palencia).
  • Restante Mercado Europeu, com um crescimento moderado, continuará a ser um importante mercado das empresas portuguesas, e um alvo privilegiado de abordagem, dada a concentração de centros de decisão dos grandes clientes, sejam construtores ou fornecedores.
  • Marrocos: o mercado marroquino tem um potencial de crescimento significativo e não é de desprezar a tendência de atracção de investimentos para fornecimento do grande mercado europeu. O que motivará oportunidades de negócio que poderão ser explorados pelas empresas de componentes nacionais.
  • Outros mercados: A produção automóvel continua a crescer nos países emergentes. Através de exportação, de parcerias ou de investimento directo, as empresas portuguesas poderão aproximar-se dos clientes, conquistar mercados e ganhar dimensão e competitividade.

De forma a melhor aproveitar estas oportunidades a AFIA e a AEP – Associação Empresarial de Portugal assinaram em 2016 um protocolo de cooperação para acções de internacionalização e promoção externa da indústria de componentes automóveis.

As iniciativas implementadas estruturaram-se de forma coerente, segundo uma lógica de integração e continuidade, no sentido de projectar o seu efeito no médio prazo.

Para esta estratégia tiveram-se em conta:

  • A dinâmica e características intrínsecas da indústria automóvel global, nomeadamente, a evolução dos mercados e das relações cliente-fornecedor e os factores críticos de sucesso das empresas;
  • As dinâmicas regionais de desenvolvimento político e socioeconómico que condicionam a dinâmica da indústria automóvel.

O fomento das exportações da Indústria Portuguesa de Componentes para Automóvel passa por:

  • Promover a indústria portuguesa no estrangeiro, junto de clientes como construtores, fornecedores e outros agentes de mercado;
  • Abordar os mercados externos, criando condições para o desenvolvimento de contactos e novas oportunidades de negócio junto de clientes e mercados chave.

Já foram organizadas várias acções, envolvendo um total de 21 empresas: Uma missão Empresarial a Marrocos (Casablanca, Kénitra e Rabat) em Fevereiro de 2017 e três participações colectivas em feiras internacionais:

  • Outubro 2016 | IZB2016 – International Suppliers Fair. Wolfsburg (Alemanha).
  • Junho 2017 | GACS 2017 Global Automotive Components and Suppliers Expo. Stuttgart (Alemanha).
  • Setembro 2017 | 67º Internationale Automobil-Ausstellung (IAA 2017), Frankfurt (Alemanha).

O sucesso desta parceira AFIA / AEP é evidente e estão já a ser preparadas as acções para 2018, nomeadamente a participação colectiva em Junho na GACS e em Outubro na IZB, estando também em fase de estudo uma abordagem ao mercado chinês.

O reforço do reconhecimento internacional da indústria portuguesa de componentes automóveis é o corolário da colaboração destas duas Entidades.

 


 

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