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Amkor vai contratar 800 pessoas e duplicar a fábrica de Vila do Conde

Antiga Qimonda vai acolher o maior centro europeu de semicondutores. Câmara diz que é um “investimento estratégico” para a independência da Europa.

in Jornal de Notícias, por Ana Trocado Marques, 10-04-2024


A Amkor quer construir, em Vila do Conde, o maior centro europeu de semicondutores. O investimento vai mais do que duplicar a área da antiga Qimonda, que prevê, assim, contratar mais 800 pessoas. O projeto, que resulta de uma parceria com a Infineon, deverá estar pronto no primeiro semestre de 2025 e tem como objetivo aumentar a independência da Europa em matéria de semicondutores, em especial para os setores automóvel e industrial.

“É um investimento absolutamente estratégico, não só para Portugal, mas para a Europa. Depois da pandemia e da guerra, a dependência do extremo oriente revelou-se desastrosa para a Europa e para os EUA. Isto é quase um retorno a casa”, afirmou, ao JN, o presidente da Câmara de Vila do Conde, Vítor Costa, que tem “acompanhado de muito perto o processo” e está empenhado em ser “um facilitador” do investimento.

Assim, Vila do Conde passará a acolher “o grande centro europeu” dedicado às embalagens e testes de semicondutores, num processo em que tinha como concorrentes para acolher o investimento países como a Espanha e a Alemanha.

A gigante americana de embalagem e teste de semicondutores Amkor Technology vai gerir a linha de produção, enquanto a alemã Infineon ficará responsável pela equipa que dará apoio na área de engenharia e desenvolvimento.

A unidade de Vila do Conde tem, atualmente, 20 mil metros quadrados e emprega 800 pessoas. A ideia, explicou Vítor Costa, é que passe a ter 50 mil metros quadrados (sendo que tudo será feito nos atuais terrenos da empresa) e duplique o quadro de pessoal.

Já a Infineon tem, em Portugal, o seu centro no Porto e emprega, neste momento, mais de 600 pessoas.

O presidente da Câmara de Vila do Conde explica ainda que o processo urbanístico de ampliação da fábrica já está aprovado e o licenciamento está para “muitíssimo breve”. As duas empresas têm pressa e o edil não tem dúvidas que “a resposta célere” e “as boas relações com a autarquia” pesaram na vinda do investimento para o concelho,

Desde 2012, a Amkor investiu já mais de 100 milhões de euros na unidade vilacondenses. Agora, o novo centro, deverá custar várias dezenas de milhões de euros.

“Contribuiremos com a nossa experiência em engenharia e desenvolvimento. Juntos, estamos a reforçar a importância da Europa como local de fabrico de semicondutores”, afirmou Alexander Gorski, o vice-presidente executivo da Infineon Technologies.

Recorde-se que a Amkor comprou, em 2017, a Nanium, empresa criada em 2009, na sequência da falência da multinacional alemã Qimonda. A Nanium era detida pelo Estado (18%, através da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal – AICEP) e pelos bancos BCP (41,06%) e BES (41,06%).

A antiga Qimonda nasceu, em Vila do Conde, em 1998, na altura como Siemens. Chegou a empregar quase duas mil pessoas.

 

 

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