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A mudança para um Mundo mais sustentável é “incontornável”

Jorge Moreira da Silva, subsecretário-geral da ONU, diz que “é preciso reforçar” a ajuda aos países em desenvolvimento para que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável sejam atingidos. Apesar da trajetória fazer antever um incumprimento, diz-se otimista, porque “a sociedade, a ciência e a economia” são favoráveis. “A mudança é incontornável”.

in Jornal de Notícias, por Alexandra Lopes, 05-07-2024


O também diretor-executivo da UNOPS não se conforma com o facto de Portugal “estar há décadas na cauda dos países que apoiam os países mais pobres”. Já o tinha dito em entrevista ao JN, e ontem, no “Diálogos pela Sustentabilidade”, uma iniciativa do MOODS, promovida pelo JN, TSF, DN e Dinheiro Vivo, em parceria com a Câmara Municipal de Famalicão, que decorreu na Casa das Artes, insistiu na denúncia. “Temos de aumentar significativamente o apoio aos países mais pobres”, disse, notando que sem essa solidariedade não será possível cumprir a Agenda 2030.

Relativamente à possibilidade de se alcançarem as metas de descarbonização, Moreira da Silva notou que há uma “trajetória de incumprimento” e que, por isso, os países vão ter de apresentar novas metas na cimeira de 2025. “Metas mais ambiciosas, para se entrar na trajetória certa”, defendeu.

“Há 680 milhões de pessoas sem acesso a eletricidade em África, 2100 milhões de pessoas sem cozinhar de forma limpa, 800 milhões de pessoas em pobreza extrema, dois mil milhões sem água limpa”, exemplificou. “Vamos dizer a estas pessoas que têm de ser verdes?” A única solução, diz, é um “acréscimo de solidariedade” dos países.

Acreditando que é possível, Jorge Moreira da Silva lembra que o financiamento necessário aos países em desenvolvimento é equivalente a metade do que hoje é direcionado em subsídios aos combustíveis fosseis.

Por outro lado, defende que é “um erro” achar que as pessoas não querem a mudança. “As pessoas estão muito mais abertas à mudança do que aquilo que se pressupõe” e é até possível “ir além da lei” e das metas.

Agir antes de haver imposição

Quem costuma ir além, em vez de esperar que a lei obrigue à mudança, é a TMG (Têxtil Manuel Gonçalves). A líder do grupo, Isabel Furtado, participou no Diálogo e explicou que “tenta andar na crista da onda”.

Com 85 patentes registadas, a CEO do Grupo TMG referiu que a inovação é uma aposta da empresa e que a sustentabilidade sempre foi uma preocupação. “Somos uma empresa familiar e o objetivo é passar a empresa para a geração seguinte”, diz. Por isso, aponta, os recursos não se podem esgotar e a indústria tem de gerar riqueza.

No ano passado, a TMG “duplicou” a produção de “energia limpa” através de painéis fotovoltaicos, sempre teve uma “área social grande”, uma política de igualdade e equidade e recicla a maioria dos resíduos.

Por isso, usando a “vigilância ao mercado” a TMG tenta apresentar “soluções” sem esperar que existam “imposições” legais ou dos clientes. A inovação acontece ao nível da sustentabilidade e 25% do carbono utilizado pela empresa é renovável e os biopolímeros usados não estão na cadeia alimentar.

Segundo Isabel Furtado, a indústria automóvel é uma das que mais tem exigido ao nível de sustentabilidade, mas tal acaba por compensar. Aliás, a TMG é fornecedora do modelo da Polestar (marca de veículos elétricos da Volvo) que pretende ser o primeiro a conseguir a neutralidade carbónica e que estará no mercado até 2030.

Portugal vai ter de acelerar

A encerrar o evento esteve o secretário de Estado Adjunto e da Presidência, Rui Armindo Freitas que salientou o facto dos ODS estarem sob alçada da Presidência do Conselho de Ministros, o que “permite ativar” vários setores.

O governante admitiu que Portugal terá de acelerar para cumprir as metas estabelecidas e garantiu que a implementação do programa de Governo é feita com a preocupação de atingir o desenvolvimento sustentável.

 

https://www.tmg.pt/

 

 

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