CUPRA ha iniciado la producción del nuevo Formentor. El primer vehículo desarrollado específicamente para la marca llegará al mercado la próxima semana en su versión de 310CV y contará con una amplia gama de hasta siete motores, incluyendo variantes híbridas enchufables, a partir del próximo año. El nuevo vehículo se convierte en el sexto modelo que se producirá en Martorell y representará un volumen de producción adicional para la planta de más del 10%. El próximo presidente de SEAT y consejero delegado de CUPRA, Wayne Griffiths, quiso lanzar una mensaje de confianza e informó que la fábrica ya funciona a plena capacidad para la producción del Formentor y del resto de modelos de la compañía.
in AutoRevista, 30-09-2020
En total, la fabricación del primer modelo exclusivo de CUPRA requiere la participación de 3.000 trabajadores en la línea 2 de la planta, divididos en tres turnos de trabajo. El Formentor arranca con una producción inicial de 160 unidades diarias. “El nuevo Formentor es un gran paso para CUPRA. Como primer vehículo desarrollado exclusivamente para la marca, hará que ésta crezca, sea más visible y más deseable. Queremos superar nuestro objetivo inicial de duplicar el volumen de ventas de CUPRA con el lanzamiento de este modelo y desembarcar en nuevos mercados internacionales gracias a su amplia gama de siete motores. Además, este coche también representa un volumen de producción adicional de más del 10% para la planta de Martorell y hará que su línea de producción trabaje a plena capacidad. Estoy convencido de que este modelo va a cambiar el futuro de esta compañía”, destacó Wayne Griffiths.
Desde la compañía remarcan que el Formentor constituye una pieza clave en la expansión internacional de CUPRA. Con el lanzamiento de este modelo, la marca espera consolidarse en los principales mercados europeos y entrar en los países más electrizados, como Noruega. Tal y como afirmó Griffiths, CUPRA también quiere extender su huella intercontinental en nuevos mercados de Latinoamérica, además de Turquía e Israel. El primer modelo homologado bajo la marca se une al CUPRA Ateca y al CUPRA León, cuyas nuevas versiones también entran al mercado en este último trimestre del año. La marca inicia así su ofensiva de producto tras vender 55.000 unidades desde su nacimiento en 2018, superando todas las expectativas iniciales.
Además, CUPRA iniciará su camino hacia la electrificación con la llegada de las primeras variantes híbridas enchufables del CUPRA León, antes de finalizar el año, y del CUPRA Formentor, a inicios de 2021. A ellos se unirá el CUPRA el-Born, el primer modelo 100% eléctrico, que también se lanzará al mercado el próximo año. La marca prevé alcanzar los mil millones de euros del total de la facturación de SEAT cuando esté disponible toda su gama.
Wayne Griffiths también anunció que para el lanzamiento de Formentor la marca está creando una red de distribución exclusiva para CUPRA, con formatos nuevos y flexibles que van más allá del concesionario tradicional. La marca está expandiendo su red para alcanzar cerca de 520 puntos de venta especializados en todo el mundo para finales de año, y está en proceso de reclutar a más CUPRA Masters para reunir a un total de 600 en todo el mundo a finales de 2020.
Producción del CUPRA Formentor en la línea 2 de Martorell.
Foto: SEAT/CUPRA
O reforço do transporte de carros por comboio arranca pouco mais de um ano depois da reativação da linha de comboio.
in Dinheiro Vivo, por Diogo Ferreira Nunes, 30-09-2020
A Autoeuropa vai duplicar o transporte de veículos por comboio. A partir de segunda-feira, 5 de outubro, passará a haver quatro ligações entre a linha de montagem e o Porto de Setúbal. A informação foi obtida pelo Dinheiro Vivo junto de fontes ferroviárias e foi, entretanto, confirmada, junto de fonte oficial da fábrica de Palmela.
O reforço do transporte de carros por comboio arranca pouco mais de um ano depois da reativação da linha de comboio entre a Autoeuropa e o Porto de Setúbal, em setembro de 2019.
Cada comboio tem a capacidade para transportar até 250 veículos de uma só vez, o equivalente a 32 viagens de camião. Ainda assim, não deverá ser usada a capacidade máxima por viagem: a fábrica produz 890 carros por dia e só conta enviar 60% das unidades fabricadas diariamente por comboio.
Ao longo do último ano, a fábrica de Palmela poupou 400 toneladas de emissões de dióxido de carbono. Esta meta será duplicada ao longo dos próximos 12 meses.
Imagem do comboio de carros da fábrica da Autoeuropa para o Porto de Setúbal. (DR)
Lembrando que a indústria metalomecânica tradicional portuguesa tem muitos bons exemplos para dar, Patrícia Villas-Boas, diretora de pessoas & comunicação do Schmidt Light Metal Group destaca o facto de este grupo ter sido o primeiro produtor de componentes para automóveis, em Portugal, a obter a certificação COVID SAFE
in Expresso / Dossier Especial da edição nº 2500, 26-09-2020
QUE IMPACTO TEVE a pandemia de COVID-19 sobre o negócio do Schmidt Light Metal Group e que forma encontrou a empresa para responder a esses desafios?
Fazendo parte da indústria de componentes para automóveis em Portugal, produzindo peças fundidas em ligas de alumínio e maquinadas, assim como os moldes utilizados no processo, os efeitos da pandemia cedo se fizeram sentir, com perdas de negócio na casa dos 80% em abril e de 60% em maio e com uma incerteza permanente sobre como e quando alguma recuperação iria acontecer.
No entanto. e porque os pedidos de clientes assim o ditaram, estivemos sempre a trabalhar, com uma população muito reduzida, procurando antever quais seriam as primeiras peças a retomar níveis de venda habituais.
No mês de junho, de uma forma ainda ténue, as linhas de montagem automóvel retomaram a atividade tendo, a partir de julho, atingido a velocidade de cruzeiro na ordem dos 80 a 90% relativamente a períodos similares de 2019. Por quanto tempo mais, não sabemos, sendo certo que neste tipo de indústria o equilíbrio entre a produção e o escoamento tem de ser razoavelmente equilibrado. O Schmidt Light Metal Group projeta quebra de receitas em 2020 na ordem dos 27%, mantendo, no entanto, rácios financeiros que não colocam a continuidade do negócio em risco.
O que motivou o Schmidt Light Metal Group a requerer a certificação COVID SAFE?
Quando, em janeiro de 2020, fomos confrontados pelos nossos clientes com o pedido de um plano de contingência para fazer face ao surto de SARS-CoV-2, sabíamos que era necessário prepararmo-nos para o que aí vinha. Numa altura em que se falava pouco deste assunto em Portugal, criámos a comissão de gestão de crise, definimos o plano de contingência, demos formação de segurança aos colaboradores e reforçámos stocks de matérias, componentes e equipamentos de proteção individual.
Fizemos tudo isto com base em informação recolhida junto de clientes e parceiros, criámos o nosso Playbook Covid Safe (o manual de gestão desta crise). Quando em março foi decretado o estado de emergência, estávamos preparados e com medidas implementadas. Desenvolvemos um conjunto grande de ações, preparámos gabinetes e chão de fábrica, enviámos para casa os doentes de risco e implementámos o teletrabalho, onde era possível ou necessário.
A certificação era para nós importante, pois constituía a validação do trabalho que tínhamos vindo a fazer, com base em boas práticas, o nosso conhecimento e uma grande dose de bom senso. Desenvolvemos procedimentos específicos de segurança, de sinalética, criámos equipas de prevenção, estivemos sempre a par da legislação, mas queríamos ter a certeza de que estávamos, de facto, a proceder da melhor forma para manter as nossas pessoas em segurança. A certificação trouxe-nos essa certeza.
Como se processou e o que implicou a obtenção desta certificação?
Como organização certificada na área da qualidade, ambiente e segurança, este procedimento foi muito similar a anteriores. Para a obtenção da certificação foi necessário aprofundar questões definidas pela legislação nacional e internacional, fizemos alguns ajustes de procedimentos e atualizámos o nosso manual quando aplicável. Os dias de auditoria destinaram-se a verificar todo o trabalho efetuado, tanto em termos de cumprimento de legislação como implementação desta. Foi feita uma auditoria exaustiva no terreno, que passou pelos diferentes postos de trabalho, pela verificação de balneários, refeitórios e outras instalações comuns. Os procedimentos de segurança na entrada dos colaboradores no início de cada turno foram também acompanhados e auditados. A lista de verificação tem mais de 180 pontos: um trabalho exaustivo, mas que uma vez mais nos dá confiança no trabalho que desenvolvemos e que, em muitos casos, vai bem mais além daquilo que a legislação, nacional ou internacional, obriga.
Patrícia Villas-Boas, diretora de pessoas & comunicação do Schmidt Light Metal Group
Que vantagens trouxe para a empresa esta certificação?
Obter uma certificação como esta, num assunto de tão grande importância, é para nós um orgulho. Desde muito cedo que o nosso foco tem sido a segurança e saúde das pessoas. Num trabalho estreito com o nosso médico do trabalho, temos estado atentos e vigilantes, apoiando colaboradores que passaram pela dor da perda de entes queridos durante a pandemia, certificando-nos que todos os potenciais casos são prontamente identificados e seguidos.
As medidas que adotámos desde março vão muito para além daquilo que nos é exigido e, ao obtermos a certificação, também estas boas práticas são validadas, o que claramente constitui uma vantagem.
Outra vantagem da certificação é a consolidação junto dos colaboradores de todo o trabalho desenvolvido, o que ajuda a tranquilizar os mais preocupados e a reforçar a importância das medidas com os mais descuidados. O facto de termos sido o primeiro produtor de componentes para automóveis a obter a certificação – sendo que o nosso grupo é composto por uma empresa de fabricação de moldes, uma unidade de injeção de alumínio e uma empresa que maquina as peças –, deixa-nos ainda mais orgulhosos: a indústria metalomecânica tradicional portuguesa tem muitos bons exemplos a dar!
O selo COVID SAFE vem consubstanciar o compromisso do Schmidt Light Metal Group com a qualidade?
Sem dúvida que sim. Estando nós integrados na indústria automóvel, temos como exigência de qualidade a norma IATF 16949. Na sua redação e requisitos, esta tem um grande foco na gestão das pessoas, na importância desta e na mitigação de riscos. Quando falamos em procedimentos de segurança que ajudem ao combate da pandemia, estamos a focar-nos na gestão das pessoas e, por consequência, em qualidade. Por outro lado, qualidade para nós não se limita ao produto. Este acaba por ser a consequência de todo um trabalho de equipa numa organização onde a cultura e os valores são a bússola da nossa ação. A qualidade do produto é um reflexo do coletivo de pessoas alinhadas a um mesmo conjunto de valores: responsabilidade, equipa, compromisso, disciplina e talento não podiam deixar de se refletir na qualidade daquilo que fazemos, seja nas peças que exportamos para todo o mundo seja na gestão de combate à pandemia.
Estamos a entrar numa nova fase de combate à pandemia de COVID-19, com a chegada do outono. O Schmidt Light Metal Group está a preparar-se para fazer face aos desafios acrescidos que possam daí advir?
Os desafios são de facto muitos, mas acreditamos que planear com antecedência é crucial.
Por esse motivo e no regresso de férias, testámos todos os colaboradores e até agora não tivemos nenhum caso positivo, o que consideramos um excelente sinal: as medidas de prevenção e segurança estão interiorizadas e foram transpostas para casa.
Lançámos também a nossa campanha de vacinação contra a gripe, fazendo este ano um reforço especial junto dos colaboradores para a importância da sua toma. Tal como em anos anteriores, o custo desta ação é suportado na íntegra pela organização. Iremos ainda dedicar o mês de outubro à saúde, pelo que também aqui teremos campanhas para reforçar a importância das medidas de segurança que adotámos face à pandemia.
Conscientes dos impactos que esta nova fase vai trazer em termos de absentismo, estamos a reforçar alguns postos de trabalho e a redistribuir equipas por diferentes espaços físicos para garantir ainda mais distanciamento físico. Reforçámos também relações com agências locais de formação e recrutamento, bem como de saúde e prevenção.
Mais do que tudo, sabemos que o importante é a mensagem diária, é o reforço sobre a importância do uso da máscara, é comunicar abertamente, é, no fundo, acreditar que estamos alinhados e queremos o mesmo: o bem e a saúde de todos. Não é por acaso que adotámos a máxima:
A ligação de materiais com juntas adesivas foi o tema do curso lecionado por especialistas do INEGI que teve a sua 1ª edição no passado dia 31 de agosto. Entre os participantes contaram-se representantes de várias empresas e entidades, na sua maioria americanas, nomeadamente a General Motors, Hyundai America, Continental Structural Plastics, Fiat Chrysler Automobiles, John Deere, Dupont, General Dynamics Land Systems, Universidade de Oakland, e ainda a secção de I&D do Exército dos Estados Unidos.
in INEGI, 14-09-2020
Para Nate Tortorella, formando e colaborador da John Deere, este programa de formação “tratou-se de uma excelente oportunidade para aprofundar conhecimento nesta área”, tendo selecionado o programa do INEGI por “já ter trabalhado com a equipa em projetos comuns, e conhecer bem as competências que detém”.
Também Mary Cech, colaboradora da General Motors, deixou o seu feedback após frequentar a formação, salientando que ficou “muito satisfeita com o curso, já que aprendi muito sobre um tema que considero extremamente importante no contexto das baterias para veículos elétricos, área em que trabalho”.
Lecionado por Lucas da Silva e Eduardo Marques, investigadores do INEGI, o curso teve como objetivo fornecer a base técnica necessária para o projeto bem-sucedido de juntas adesivas e baseou-se na extensa experiência do Instituto nesta matéria.
Programa de formação é feito à medida do público-alvo
Como explica Lucas da Silva, responsável pela área de Processos Avançados de Ligação do INEGI e coordenador deste programa, “as juntas adesivas são consideradas uma tecnologia-chave, sendo cada vez mais usadas em aplicações industriais, principalmente devido à sua adaptabilidade e?à capacidade de?unir com segurança uma ampla gama de materiais”.
No entanto, adianta o especialista, “a maioria dos profissionais ainda possui experiência limitada na implementação prática de juntas adesivas, e existe uma constante procura por profissionais qualificados e capazes de melhorar este processo”.
Reconhecendo esta lacuna na indústria, este programa insere-se na modalidade de formação à medida oferecida pelo INEGI, de modo a dar resposta às necessidades específicas das empresas e dos participantes, atendendo ao contexto em que atuam e às dinâmicas do setor em que se inserem.
O grupo ERT, especializado em têxteis técnicos, anunciou esta segunda-feira a abertura de três novas vagas de emprego para a fábrica de São João da Madeira. Desenvolvimento, logística e planeamento de produção são as áreas que a empresa quer reforçar com a contratação de profissionais com formação superior.
in Jornal T, 29-09-2020
Para as vagas de Técnico de Planeamento de Produção e Técnico de Engenharia e Desenvolvimento, a empresa procura candidatos com formação académica – em áreas como engenharia têxtil ou de gestão industrial – bem como fortes conhecimentos de inglês. Experiência em desenho assistido por computador (CAD) é outro dos critérios valorizados.
Para o lugar de Técnico de Logística/Gestão de Clientes, a ERT privilegia candidatos com formação superior em áreas como a Gestão, Logística, Engenharia e Gestão Industrial, para além de bom domínio de Excel.
Para as três vagas – que podem ser consultadas na íntegra no LinkedIn da ERT
– a empresa privilegia candidatos elegíveis para estágio profissional.
A Veneporte em parceria com a Faurecia no projeto Easy2Fit iniciou o fornecimento da sua gama completa de produtos para a Distrigo Parts Distribution.
in Jornal das Oficinas, por João Vieira, 29-09-2020
Neste sentido, todo o portefólio de produtos Veneporte (catalisadores, filtros de partículas, silenciosos e acessórios) está a partir de agora, disponível no novo conceito de distribuição de peças premium de reposição do grupo PSA.
Com a Distrigo, o Grupo PSA segue o conceito”one stop shop” de peças de aftermarket multimarca, por forma a permitir que os seus clientes consigam ter a melhor oferta em peças originais PSA e da linha Eurorepar (gama de peças multimarca do grupo que já tinha a Veneporte como fornecedor oficial).
“Com este novo projeto, a marca pretende assumir-se como referência no pós-venda multimarca e a Veneporte reforçar o seu posicionamento como fornecedor da PSA aftermarket”, refere Abílio Cardoso, CEO da Veneporte.
La planta valenciana producirá desde mediados de 2021 los propulsores 2.0 de gasolina para las furgonetas Connect que ahora se fabrican en Estados Unidos. Esta adjudicación implica que Almussafes seguirá ensamblando estos comerciales en su totalidad hasta finales de 2023 o principios de 2024, por lo que ya no perderá, como estaba previsto hasta ahora, las unidades que se exportan a Norteamérica a finales de 2021, cuando iba arrancar el montaje de los vehículos en México.
in La Tribuna de Automoción, por Ignacio Anasagasti, 29-09-2020
La dirección de la fábrica de Ford en Almussafes (Valencia) ha informado al Comité de Empresa en una reunión de la Comisión Consultiva, celebrada hoy a las 10 horas, que el centro valenciano ha recibido la adjudicación de la producción del motor de gasolina 2.0 que equipa la furgoneta Transit/Tourneo Connect y que actualmente se ensambla en la planta de Dearborn (Michigan) en Estados Unidos, según indican a esta publicación fuentes sindicales.
Esta decisión lleva aparejada que la fabricación de esos vehículos en España se conserve en su totalidad hasta finales de 2023 o principios de 2024, cuando se lanzaría la nueva generación, la cual se montaría en las instalaciones polacas de Poznan de VW Vehículos Comerciales, fruto de la alianza que suscribió el grupo alemán con el norteamericano, vinculada a los comerciales.
Hasta ahora, Ford había comunicado de manera oficial que Almussafes dejaría de hacer la Connect que se exporta a Norteamérica a finales de 2021, lo que representa algo menos del 40% de la carga de trabajo, es decir, entre 35.000 y 40.000 unidades anuales. Con la cancelación de estos planes, la factoría española no tendrá entonces el impacto en el empleo previsto.
Para asumir la llegada del nuevo propulsor, cuya fabricación arrancará en el verano de 2021, la compañía ha señalado que se invertirán cerca de 10 millones de dólares.
Por otra parte, en la reunión con los representantes de los trabajadores, el constructor ha comunicado que en el ERTE que está activo hasta el 31 de diciembre en la planta de vehículos necesitan reorganizar las jornadas de regulación fijadas, lo que supondrá convertir en paros totales algunas de las 13 jornadas que se establecieron como parciales, con un 60% de actividad, sumándose a los dos días de cierre ya planteados.
«Indústria 4.0», «digitalização», e «internet das coisas» são palavras ubíquas hoje em dia, e por boa razão. São conceitos que englobam um largo espectro de tecnologias e aplicações, em constante desenvolvimento, e que se traduzem em inúmeras oportunidades para acrescentar valor a produtos e processos, desde a redução do time-to-market, customização em massa de produtos e à rápida escalabilidade de sistemas produtivos.
in INEGI, 28-09-2020
Artigo de Domingos Moreira, responsável pelo desenvolvimento de negócio da área de desenvolvimento de produto.
Estas novas tecnologias enfrentam, porém, ainda algumas dificuldades de aceitação. Por um lado, são perfeitamente valorizadas pelos especialistas e empresas/organizações qualificadas e com músculo para implementar soluções complexas, suportadas pelos vários domínios da ciência e da engenharia. Por outro lado, no entanto, ainda observamos uma grande reserva e hesitação por parte dos decisores nas empresas, nomeadamente quanto à capitalização e ao investimento inicial, que, para os casos mais complexos, tende ainda a ser avultado.
A tendência para avaliar tecnologias sob o ponto de vista do retorno direto a curto ou médio-prazo, tende a deitar por terra a vontade de implementar novas soluções desta índole. E para empresas com menor capacidade de investimento, o esforço inicial necessário invalida qualquer tentativa.
Estamos agora numa fase em que a tecnologia está a amadurecer rapidamente, tendo sido implementada em todos os setores avançados da indústria, como são a título de exemplo os casos da indústria automóvel e farmacêutica. No entanto, as soluções dos fornecedores com maior expressão no mercado são, na maioria dos casos, pouco adequadas à realidade do tecido industrial português, cuja transição para a realidade do 4.0 tem sido lenta. E até em grandes empresas é notório o desfasamento entre a necessidade que motiva uma consulta ao mercado, e o resultado obtido.
Uma realidade exigente impõe abordagens alterativas
O mercado está familiarizado com soluções standard, mas estudos comprovam1 que nem todos os projetos têm sucesso e que a identificação de casos de estudo e a integração de soluções, bem como a gestão de dados, são as maiores dificuldades. Os projetos de implementação de conceitos 4.0 na indústria são de tal maneira complexos que a integração das diferentes soluções em harmonia é, frequentemente, o passo mais complicado.
Ademais, os requisitos, as necessidades e os indicadores de gestão das diferentes equipas são muitas vezes contraditórios, e a programação, sendo um processo de lógica, vive mal com este tipo de abordagem. Nesta medida, uma das maiores e mais complexas etapas do processo é o levantamento de necessidades e a sua transformação em requisitos e especificações, alinhadas com os diferentes níveis de atuação.
A associar a este ponto, a heterogeneidade dos sistemas obriga-os a um processo de integração, sendo que as linguagens de programação e os protocolos de comunicação são muitas vezes distintos e por vezes propriedade das marcas, criando restrições ao acesso de dados que têm que ser consideradas. Por vezes, obriga a recorrer à integração de elementos e sensores complementares, que operam em paralelo com o equipamento, contornando a falta de acesso a sistemas mais antigos ou fechados, garantindo-se o acesso à informação necessária.
A este desafio acresce a dificuldade relacionada com a gestão e qualidade de dados, sendo vastos os estudos que indicam fragilidades neste ponto, com necessidade de investimento em hardware especializado e sistemas de redundância que garantam a recolha e processamento de informação realmente útil. Isto porque os dados devem espelhar a realidade dos processos, e não deve ser dada margem na sua recolha para extrapolações que induzam os seus utilizadores em erro.
Quando estas implementações são feitas corretamente e de forma informada, porém, resultam em naturais ganhos de eficiência, qualidade nos produtos e melhor capacidade de gestão da produção.
A maior parte das PMEs procura implementar projetos i4.0 para melhorar a produtividade, a utilização dos dados relevantes do seu processo, e principalmente reduzir custos. Neste sentido, introduzir tecnologias em empresas menos «preparadas» envolve estruturar a implementação com foco neste tipo de resultados, mas também considerar as necessidades técnicas de implementação, que podem não ser óbvias.
Construir soluções à medida da realidade das PMEs
A realidade das PMEs portuguesas exige uma abordagem simplificada e personalizada no caminho rumo ao 4.0. Razão pela qual, reconhecendo esta necessidade, o INEGI tem apostado em levar a cabo projetos com as empresas numa lógica de parceria, com base na definição de etapas, com resultados a curto prazo, e com investimento reduzido.
Este compromisso faz-se com recurso a soluções simples, com tecnologias de instrumentação relativamente acessíveis, e plataformas informáticas open-source ou adaptadas à medida. Também o retrofitting, isto é, a adaptação ou digitalização de equipamentos antigos, tem grandes vantagens, seja em termos de custos de capital, e até do ponto de vista ambiental com a extensão do seu ciclo de vida.
Neste contexto, é também relevante ter em consideração a barreira cultural. Uma vez que implica mudanças no “chão-de-fábrica”, nos processos, e na forma como as equipas operam no terreno, sendo crucial, para projetos de sucesso, envolver as equipas no processo e dedicar tempo à formação.
Ao contrário do que muitos supõem, mais do que depender da capacidade para grandes investimentos, o êxito destes projetos depende da presença de equipas multidisciplinares experientes e de um planeamento tecnológico que envolva órgãos de gestão, perfeitamente alinhado com os objetivos da empresa. Isto, aliado à proximidade entre especialistas e utilizadores finais, constitui uma receita de sucesso para a implementação de projetos de transformação para a “Indústria 4.0” em PMEs.
1 Beechan Research INSIGHT Report: “Why loT projects fail: towards new business value”
“Se não estivermos prontos para entrar nessa corrida, ficamos fora de jogo no mínimo 5 anos”, antecipa José Couto, presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel.
in Expresso, por Margarida Cardoso, 27-09-2020
Para a indústria automóvel em Portugal, este é o momento certo para “o país fazer uma aposta forte no investimento no sector”, apesar da contração provocada pela pandemia de covid-19. Em causa está o carro do futuro e uma certeza: “Se não estivermos prontos para entrar nesta corrida ficamos fora de jogo no mínimo cinco anos”, garante ao Expresso José Couto, presidente da AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel.
“Não podemos ficar fora da short list das diferentes marcas para os seus fornecedores nos novos projetos. Isso seria dramático”, afirma.
Consciente de que a necessidade de reagir a pensar no médio e longo prazo surge “num momento complicado”, José Couto explica que o que está em causa, nesta fase, é manter o perfil competitivo do sector para continuar a ser uma opção para os principais fabricantes mundiais no momento em que as novas tendências estão a ser definidas e há, até, um acelerar do processo de descarbonização e das medidas de estímulo ao consumo de carros elétricos.
“Tudo isto significa alterações nos planos das construtoras e, se queremos ir a jogo, continuar na lista dos que estão aptos a acompanhá-las nos novos projetos do carro do futuro, com nova motorização, novos materiais, um novo habitat, temos de investir”, defende o dirigente associativo de um sector que soma 240 empresas e 265 fábricas, 59 mil postos de trabalho (8% do total da indústria transformadora), um volume de negócios de 12 mil milhões de euros (6% do PIB) e exportações de 9,7 mil milhões de euros (16% dos bens transacionáveis).
“É importante dar sinais e provas aos nossos clientes de que somos capazes de acolher bem as alterações em curso, que temos soluções para eles, que continuamos a investir, que não esquecemos a investigação e o desenvolvimento”, acrescenta.
E O AUTOMÓVEL MANTÉM APOSTA NA FERROVIA PARA VENCER
Se tudo isto coincide com uma “conjuntura difícil, em que as empresas já estão a utilizar reservas e a endividar-se para se aguentarem”, pensar que “é preciso colocar ainda em cima de toda esta carga, um esforço adicional de investimento para enfrentar os novos desafios e apostar na digitalização, alterações de layout, novos processos de gestão, tecnologia dá uma ideia da dimensão da dor de cabeça atual”, comenta.
Para manter a fileira na linha da frente, a AFIA já passou do diagnóstico à fase seguinte: “É fundamental o governo ter soluções que não signifiquem o endividamento das empresas no curto prazo. Precisamos de financiamento de muito longo prazo, de ajudas que não signifiquem um aumento do endividamento imediato e permitem que as empresas possam sentir-se desafogadas no que respeita a preocupações com a dívida no seu planeamento. O reforço de capital é vital”.
E, simultaneamente, a par do esforço financeiro exigido às empresas, “Portugal não pode ficar com o seu horizonte limitado a Espanha, o segundo maior fabricante europeu”. “É fundamental conseguir que o país esteja pronto a colocar rapidamente os seus produtos no centro da Europa, sem custos adicionais para os clientes e sem atrasos, o que exige soluções logísticas que não deixem qualquer dúvida a quem nos escolher de que poderá receber as encomendas no minuto exato contratado”, avisa.
Para isso, o esforço nacional em defesa do cluster automóvel, diz, passa também por soluções logísticas, infraestruturas para a acolher áreas empresariais, uma ferrovia moderna, boas ligações portuárias, elenca.
A DOR DE CABEÇA ADICIONAL DO BREXIT
Mas na frente externa, José Couto também está preocupado com o impacto do Brexit no sector automóvel. Aliás, num apelo conjunto a 15 semanas do término do período de transição do Brexit, os líderes automóveis da União Europeia e do Reino Unido deixaram claro que “faltam apenas algumas semanas para salvar o sector automóvel da UE e do Reino Unido do desastre de perder 110 mil milhões de euros num Brexit sem acordo”.
Feitas as contas, o sector concluiu que o “impacto catastrófico das tarifas da Organização Mundial de Comércio em caso de não acordo, põe em risco a produção de 3 milhões carros e carrinhas fabricados na UE e no Reino Unido nos próximos cinco anos”.
O não acordo significaria perdas comerciais combinadas até 110 mil milhões de euros em cinco anos, além das perdas de 100 milhões de euros de valor de produção este ano devido à crise da covid-19.
CRESCER E GANHAR QUOTA É A TRAJETÓRIA A MANTER
E como seguem as exportações do sector em tempos de pandemia? Depois de registarem quebras durante quatro meses, os componentes automóveis viram as vendas ao exterior subirem 4% em julho face a período homólogo, chegando aos 792 milhões de euros.
Já no acumulado até julho, a fileira soma 4.546 milhões de euros, o que representa uma quebra homóloga de -22% m relação ao mesmo período de 2019.
Por mercados, Espanha continua na primeira posição, com 1.376 milhões de euros (-12,6%), seguida da Alemanha, com 987 milhões de euros (-18%) e França, com um registo de 548 milhões de euros (-36,6%). No que se refere às exportações para o Reino Unido, totalizaram 302 milhões de euros (-38%). No total, estes 4 países concentram 71% das exportações portuguesas de componentes automóveis.
Na perspectiva da AFIA, “o crescimento de julho deverá continuar a verificar-se nos próximos meses, após um período de acentuadas quedas em resultado da pandemia de Covid-19″.
Para justificar a importância estratégica do cluster para a economia portuguesa, o sector refere dados como a evolução de 27,9% do VAB em cinco anos, sublinhando estar em causa um crescimento a um ritmo médio anual de 6,4%, expurgando a inflação, 8,5 vezes acima do ritmo da economia portuguesa.
Mais, “a indústria portuguesa de componentes automóveis cresce muito mais do que a produção automóvel na União Europeia. Entre 2010 e 2019, o seu volume de negócios aumentou 81%, enquanto a produção automóvel na UE só aumentou 6%, o que significa um ganho de quota de mercado e uma clara afirmação de competitividade”.
A empresa Bosch Car Multimedia, sediada em Braga, está a recrutar para 20 vagas, pode ler-se na página de recrutamento da multinacional alemã.
in O Minho, 26-09-2020
A maioria dos postos são na área da engenharia, como engenheiros e técnicos de software, desenvolvimento e design, mas também para estágios.
A empresa Bosch Car Multimedia, sediada em Braga, está a recrutar para 20 vagas, pode ler-se na página de recrutamento da multinacional alemã.
A maioria dos postos são na área da engenharia, como engenheiros e técnicos de software, desenvolvimento e design, mas também para estágios.
Para além das ofertas para Braga, o grupo que chegou a estar duas semanas encerrada face à pandemia de covid-19 tem ainda 16 vagas para Ovar, 39 para Aveiro e oito para Lisboa.
A empresa emprega cerca de 4.100 trabalhadores em Portugal, por entre técnicos e engenheiros especializados, funções administrativas e trabalho indiferenciado nas linhas de produção.