BMW: EUR 28 million in investments for its Salzburg site

The BMW Group is investing more than EUR 28 million to expand its facility in Salzburg.

in Austrian Business Agency, 31-07-2019


An innovative office complex with an integrated education and training centre covering an area of more than 12,000m² will be built by the year 2020. According to BMW, the expansion is due to the strong structural growth achieved over past decades. Salzburg has served as the headquarters of the sales company of the BMW Group in Austria for more than 40 years. Today the site encompasses four companies of the brand which are present in twelve countries in South East and Eastern Europe. Last year close to 72,000 vehicles were sold in twelve markets from BMW’s base in Salzburg, generating revenue of about EUR 3 billion.

At present, people from 18 different nations are employed at the BMW site in Salzburg. The office location should fulfil the latest requirements and serve as both an education and training centre in order to promote the international working atmosphere and professional development. The new BMW Group concept of the “New Worlds of Work” will also be implemented at the site.

 

 

Metal de Braga “aparafusa” fábrica na República Checa

A ETMA rumou ao centro da Europa para ficar mais próxima dos clientes do setor automóvel e elétrico, procurando alternativas para deslocalizar parte da produção. Exportadora de peças metálicas fatura 13 milhões e tem 155 trabalhadores no Minho.

in Negócios, por António Larguesa, 30-07-2019


Depois de contratar uma operação logística e de distribuição com mil metros quadrados em Karlovy Vari, a cem quilómetros de Praga, e de subcontratar naquela região algumas operações de assemblagem para “flexibilizar um pouco a produção”, a ETMA Metal Parts quer “ir mais além” e avançar com uma unidade industrial na República Checa para “transferir parte do fabrico” das peças metálicas de pequena dimensão, que vende sobretudo ao setor automóvel e elétrico.

Mário António Braga adiantou ao Negócios que este projeto fabril na Europa central está “em cima da mesa” e que está “à procura de hipóteses com um parceiro local importante”. Não excluindo como alternativa as vizinhas Polónia e Hungria, onde tem também grandes clientes, mas escasseia igualmente a mão-de-obra qualificada na metalurgia e metalomecânica, a preços competitivos que viabilizem o alargamento desta operação internacional iniciada em 2015.

O CEO da empresa de Braga, que dista perto de 3.000 quilómetros destas geografias, sublinhou que este centro logístico, que “em meia dúzia de horas coloca as peças nos clientes em caso de emergência”, era “algo obrigatório”. “Ou tínhamos ou provavelmente iríamos ser excluídos de certas oportunidades de negócio”, acrescentou, lembrando que “hoje a indústria quer os fornecedores à porta, de preferência até dentro das suas próprias instalações, com equipamentos e trabalhadores”.

Molas para as portas e os tejadilhos, parafusos para fixar os bancos, componentes para os sistemas de travões e para os motores, sistemas de fixação de para-choques. Estas são algumas das peças que a ETMA produz para as construtoras automóveis, como o grupo Volkswagen ou PSA (Peugeot, Citroën, Opel), concorrendo com espanhóis, italianos e alemães. O setor elétrico, em que fabrica, por exemplo, componentes metálicos para os interruptores, tem um peso equivalente no negócio (40%), estando o resto das vendas dispersas pelas áreas de ciclomotores ou eletrodomésticos.

Três gerações a exportar
A empresa familiar criada em 1940 por Mário Rodrigues da Costa tem a terceira geração aos comandos. Faturou 13,2 milhões de euros em 2018 e emprega 155 pessoas na capital minhota, onde produz cerca de 330 milhões de peças por ano. À histórica fábrica de 6.000 metros quadrados na malha urbana, somou em 2014 um polo com metade do tamanho na freguesia de Sequeira, onde concentrou a logística, a prototipagem e a construção dos moldes e das ferramentas. Nos últimos cinco anos, calculou o CEO, investiu cerca de dez milhões de euros nas instalações e em novas máquinas.

A exportação direta absorve 65% da produção, embora apenas “2% a 3%” do que produz acabe por ficar em Portugal, em clientes como a Efapel, da Lousã. Lá fora, além da República Checa, Polónia e Hungria, que têm absorvido muita da produção do setor elétrico que tinha como destino a França (chegou a ser o melhor mercado), destaca a Espanha e a Alemanha. Esta última, detalhou Mário António Braga, é relevante “não como destino – porque parte das linhas de montagem alemãs estão nos países próximos –, mas pelos centros de desenvolvimento” industriais, que mantém.

TOME NOTA

De armas ao cortinado até à invasão chinesa
Mário Rodrigues da Costa voltou à terra natal para produzir componentes metálicos para cortinados, que fizeram furor na exportação e ajudaram a dimensionar a empresa em termos industriais.

Avô Deixa Lisboa para empreender
Antes de voltar a Braga para lançar um negócio por conta própria, – oficina de acessórios metálicos para cortinados –, Mário Rodrigues da Costa, avô do CEO, trabalhou numa empresa de material militar, em Lisboa, onde seguiu a tradição familiar ligada à reparação de armas e teve “contacto com o manuseamento do metal”.

Compra instalações e fica com a marca
Em 1965, o empresário compra as atuais instalações e a marca de material elétrico que ali funcionava: ETM (Empresa Técnica de Metalurgia). Não seguiu com aquele negócio e decide ampliar o das peças e componentes para cortinados. Ao nome comercial acrescentaria um “A”… para adotar a designação que os trabalhadores usavam para facilitar na oralidade.

Parafusos ajudam a saltar no Benelux
Nos anos 1970 investe no fabrico de parafusos e passa a vender o kit completo aos montadores de cortinados. Na década seguinte começa a exportar esses produtos originais em grandes quantidades para a Bélgica e Holanda, dando “o grande salto” de dimensão.

Subcontratação no lugar da marca
No início deste século, a empresa decide inverter por completo o modelo de negócio, impulsionada pelo levantamento de barreiras à entrada de produtos chineses na Europa. E em vez de um catálogo de produtos próprios e com a sua marca, passa a “vender processos” e dedica-se à subcontratação industrial, apostando em “valor acrescentado e produtos com tecnologia e feitos à medida”.

 

 

MCG efetiva a produção em série de pisos para autocarros elétricos Aptis

Terminados os processos relativos à FAI (inspeção da primeira peça série) do primeiro pavimento estrutural para o projeto Aptis, as equipas de engenharia e produção da MCG transportation continuam a avançar com a produção dos pisos de grande dimensão para este autocarro 100% elétrico da Alstom.

in MCG mind for metal, 26-07-2019


Entre os processos de produção destes sistemas baseados em compósitos está uma operação bastante complexa: a colagem dos painéis com dimensões de 8,5 x 2,4 metros, possível apenas devido à precisão, às tecnologias avançadas e ao vasto know-how das equipas de produção MCG.

 

Face aos elevados índices de satisfação por parte do cliente ao acompanhar o trabalho realizado, está confirmada a entrega de 30 unidades de pisos para o Aptis até final deste ano.

 

Este é mais um projeto que confirma o crescimento sustentado e o sucesso da MCG transportation na oferta de soluções competitivas e integradas para interiores de comboios e autocarros.

 

Fique a conhecer outros projetos que confirmam a MCG transportation como um dos mais robustos fornecedores da Alstom no que diz respeito a pisos para comboios e autocarros:

» Piso de oito metros para o autocarro 100% elétrico Alstom Aptis

» Pisos plug and play para comboios RER Alstom

» Pisos aquecidos: design e módulos prontos a instalar

 

MCG transportation

“A fileira automóvel tem tido um crescimento absolutamente espectacular”

Entrevista a Mira Amaral, ex-ministro da Indústria e da Energia, sobre O SECTOR AUTOMÓVEL

in Revista Industrial Forum Portugal, nº 5, entrevista de Nuno Luz


Nascido em Lisboa, engenheiro de formação, Luís Mira Amaral foi ministro da Indústria e da Energia, tendo sido também o titular da pasta do Trabalho e da Segurança Social. Presidiu também aos conselhos da indústria e da energia da CIP – Confederação Empresarial de Portugal) e tem uma extensa carreira como administrador e consultor de empresas. Mira Amaral é, pois, uma testemunha e uma voz particularmente autorizada para nos falar de indústria em Portugal, com especial atenção à indústria automóvel e aos seus vários sectores.

 

Como ex-ministro do sector em Portugal, e como pessoa desde há muito ligada à indústria, como vê a evolução da indústria automóvel à escala internacional?

Quando falamos do futuro da indústria automóvel falamos imediatamente de indústria 4.0, falamos de robótica, de inteligência artificial, de nanotecnologias. Elas são decisivas na indústria automóvel. Em termos gerais, são decisivas em todos os sectores da economia. E então na indústria automóvel, que é um sector altamente competitivo, são particularmente decisivas.

Porém, quando se fala em indústria 4.0, fala-se muito em digitalização. Ora, eu acho que o maior avanço neste momento até é a conectividade, não é a digitalização, que essa já vinha de trás. A digitalização já vinha da indústria 3.0. Só que antigamente a gente apenas digitalizava ou automatizava o equipamento, e hoje em dia, com o 4.0, a gente digitaliza todo o sistema empresa. E não só o sistema empresa é digitalizado, como as relações entre a empresa e os fornecedores e os clientes também são digitalizadas, e acabamos por ter as plataformas de cooperação e comunicação entre eles. E este é que é o grande avanço

Agora os automóveis têm uma coisa curiosa. Você vai ter um confronto entre as empresas tradicionais, e o que é essas empresas tradicionais estão a tentar fazer?, estão a tentar digitalizar e dar mais conectividade aos seus automóveis. Partem de um modelo tradicional do automóvel clássico, que já tinha em todo o caso muita electrónica, mas que vai ter crescentemente sistemas digitais e de conectividade exterior.

E estas empresas tradicionais de automóveis vão debater-se com os players da sociedade da informação, que partem de outra abordagem, o que eles querem é fazer computadores com rodas. Havia as empresas que tinham carros e metiam lá computadores, e agora vão-se bater com estes players da sociedade da informação, vai haver este choque entre eles muito forte.

E como avalia, neste contexto, a resposta da indústria portuguesa? Estamos preparados para ter uma palavra a dizer – e, se sim, como?

Se há sector que tem de facto uma base tecnológica é a fileira automóvel em Portugal. Não só a dos componentes como aqueles que montam automóveis, como a Autoeuropa. Eu vi o investimento que foi feito na Autoeuropa para fazer o T-Roc, eu fui lá visitar a fábrica, e aquilo é uma robotização maciça. E portanto vê-se ali um nível de evolução tecnológica de excelência da indústria 4.0. E nos componentes de facto essa evolução tecnológica também é muito grande.

Se há sector que está a trabalhar em conjunto com as universidades e os politécnicos é o sector de componentes para automóveis. Ainda há pouco estive em Oliveira de Azeméis e vi uma escola do ensino superior politécnico da Universidade de Aveiro, que é a Escola Superior de Aveiro Norte, que é especializada em impressão 3D, em fazer peças manufacturadas em impressão 3D para a indústria automóvel, colaborando intimamente com a Simoldes.

E se há sector que tem crescido muito em Portugal nos últimos anos, tem sido este sector, que tem tido um crescimento impressivo.

A indústria automóvel, os vários sectores somados, é visivelmente um motor cada vez mais importante da economia portuguesa. Os números falam por si.

Sim, estamos a falar de um sector que tem hoje em dia 11,3 mil milhões de euros de volume de negócios, 9,4 mil milhões de euros de exportações, o que quer dizer que 83 por cento é para exportações. É um sector que representa cinco por cento do PIB, oito por cento do emprego na indústria transformadora, isto no sector dos componentes. São 235 empresas e 55 mil pessoas. Se você acrescentar a Autoeuropa mais a PSA em Mangualde, são hoje em dia, mais a Mitsubishi, aqueles que montam carros, são, se quiser chamar, de produção automóvel, você tem um sector que vende neste momento 13,4 mil milhões de euros, já são 6,4 por cento do PIB, com 295 mil automóveis produzidos e com 75 mil postos de trabalho.

Veja que se falamos nos componentes ou se falarmos na fileira automóvel, se juntarmos aquelas empresas que montam e produzem automóveis, você tem números impressivos, que têm um peso já relevante na economia nacional, quer em termos de PIB, quer de exportação. Sobretudo, têm tido uma taxa de crescimento nos últimos anos absolutamente espectacular.

Como podemos manter – para usar outra imagem ligada ao automóvel – esta velocidade nos indicadores positivos?

Chamo-lhe a atenção do seguinte: em todos os países do mundo, industrializados ou em vias de industrialização, todos eles perceberam que o sector automóvel é um sector de intensidade tecnológica, que puxava por mão-de-obra qualificada e que puxava pelas ligações entre as universidades, os politécnicos e as empresas. Pois bem, isso em Portugal tem acontecido de forma evidente.

E entre nós há hoje mais, melhores, maiores centros de competência, centros tecnológicos ligados ao automóvel. Se queremos competir a nível internacional, é este o principal caminho?

Sim, a indústria automóvel em Portugal tenta já ter centros de competência. O futuro da indústria automóvel entre nós, diferenciando-se de Marrocos e de outros países em vias de desenvolvimento, está numa maior competência tecnológica que nós tenhamos, que envolve o digital mas não só. Você tem as nanotecnologias, tem os têxteis técnicos. A Têxtil Manuel Gonçalves vai fazer têxteis para a Mercedes, chamo-lhe a atenção para a Efacec a fazer carregadores para a Porsche, chamo-lhe a atenção da Sonafi a fazer peças para motores eléctricos. Portanto a componente tecnológica não é meramente digital. Em termos genéricos, para você se diferenciar de Marrocos tem de estar tecnologicamente à frente de Marrocos, com mão-de-obra altamente qualificada, e portanto tem de ter aqui uma grande ligação das empresas às universidades e aos politécnicos e aos centros de saber. É assim que você se diferencia de Marrocos.

Não se esqueça que a indústria francesa está em Marrocos com um grande pólo de desenvolvimento, eles têm salários mais baixos do que os nossos, e portanto já não podemos competir com as armas de um país menos desenvolvido. A competência técnica e tecnológica é mais do que decisiva para Portugal. E agora repare, quando você tem a Bosch em Braga, para mim é um centro de competência digital para a indústria automóvel, está a fornecer muitos equipamentos para a indústria automóvel.

Que mudanças podem trazer, para Portugal, as novas soluções de mobilidade, as novas fontes de energia, até a condução autónoma? Dito de outra maneira, como vamos nós contribuir para estas alterações e como pode a indústria portuguesa beneficiar com elas?

Para já devo dizer-lhe que os motores de combustão interna, ao contrário de algumas declarações, ainda vão durar mais tempo do que as pessoas pensam. E o veículo eléctrico não vai ser massificado tão rapidamente como muitos pensam. Portanto ainda vai haver espaço e oportunidade para os veículos de combustão interna. Mas o carro eléctrico, que eu não sei se é o carro eléctrico com bateria é o futuro, porque há outra solução que é o hidrogénio, o carro eléctrico, dizia, é mais simples, tem menos componentes, do que os veículos de combustão interna. Quando a ser mais amigo do ambiente, é discutível, porque ninguém está a fazer contas às emissões de CO2 das baterias e à sua reciclagem.

Não sei se o futuro é o veículo eléctrico com bateria ou se é o hidrogénio. Não sei, mas em todo o caso, a maioria dos componentes utilizados na motorização eléctrica são comuns aos modelos convencionais, e portanto o que eu lhe digo é que a indústria portuguesa, que tem tido tanto sucesso nos componentes para o sector automóvel, está apetrechada para fazer os componentes para o carro eléctrico. Há uma área em que ela não está, mas isso é um drama que não é só de Portugal, é da indústria europeia, que é a das baterias. Aliás os alemães estão em pânico com o domínio que os chineses ou asiáticos podem ser sobre as baterias para o carro eléctrico.

Portanto há aqui um problema na Europa que é nosso também. Já houve dois projectos de fábricas de baterias que não arrancaram, há uma empresa chinesa que diz que vai fazer uma grande fábrica de baterias na Europa, mas em todo o caso nós em Portugal não estamos de facto apetrechados para as fazer. Agora, todos os outros componentes para o carro eléctrico, quem faz componentes para o carro convencional faz para o carro eléctrico, porque até são mais simples.

Depois há outra coisa que é preciso não esquecer. É que a gente fala muito na mudança de motorização, mas há aqui outra coisa, que é a lógica de utilização do carro, que vai mudar. Em vez de termos um veículo proprietário, os jovens para mim é evidente que já não têm a ambição de ter carro. A lógica é a partilha.

É a mudança de paradigma da posse para o serviço de que falam os investigadores.

E isso obviamente tem implicações materiais nos carros, porque têm de ter materiais mais leves e resistentes. Um tipo que utiliza um carro que não é seu, se calhar tem menos cuidado com ele do que um tipo que usa um carro proprietário. Foi até a TMG, a divisão automóvel, pois eles já estão a trabalhar nesta perspectiva, e pouca gente ainda pensa nisto. Esta nova mobilidade dos carros partilhados exige novos tipos de materiais e novos tipos de tecidos e revestimentos, e eles já estão a responder a isso.

E a mobilidade tem mais uma vez a ver com a conectividade, é a possibilidade de chamarmos um carro. E agora, não somos nós que temos as grandes marcas globais, mas você veja que mesmo as empresas como a Mercedes, eu vi isso pela primeira vez em Madrid, em vez de vender Mercedes em Madrid, fez uma empresa que é o Car2go que aluga Smarts. Em vez de vender um Smart, aluga- o. Portanto os fabricantes mudam o modelo de negócio. Em vez de venderem o carro, vendem o serviço. Quer dizer que tudo isto está hoje a ser alterado, não é só a motorização.

E nos automóveis sem condutor, qual pode ser o nosso papel?

Eu acho que nós, nos tais centros de competência, não estou a ver o país a fazer o carro sem condutor, mas estou a ver o país como tendo competências de apoio às experiências que os grandes players vão fazer de carros sem condutor. Portanto o país, com os centros de competência e com a capacidade que tem instalada, pode servir de teste a alguns carros que os players mundiais estejam a experimentar. Portugal é um bom mercado para fazer testes, pois não sendo um mercado grande, já tem as competências e os skills que os mercados grandes, mais desenvolvidos, têm.

E repare, nesta matéria, pode ter em Portugal nos carros sem condutor, uma coisa semelhante ao que os ingleses têm com o desporto automóvel. Perderam os grandes fabricantes, mas mantiveram um conjunto de centros de competência e fornecedores para apoiar o motorsport. E portanto Portugal não tem a veleidade de ter um grande construtor, mas pode ter esses centros de serviços para apoiar o desenvolvimento do carro automático. O peso de uma economia mais pequena tem de ser ao nível da inteligência.

A nível das políticas públicas, a indústria automóvel portuguesa, olhando para o seu peso na economia do país, tem sido bem apoiada?

Eu acho que a classe política tem nesta matéria algum cinismo. Quando você vê um primeiro-ministro ou um governante lá ir visitar as fábricas ou os centros, eles dizem o mesmo que eu tenho estado a dizer. Mas depois veja, e aí o presidente da AFIA, o engenheiro Tomás Moreira tem toda a razão, o contexto sócio-laboral português não é favorável. Se há sector onde você precisa de flexibilidade, de capacidade de resposta rápida mas com flexibilidade porque as encomendas variam rapidamente, é no sector automóvel.

E quando a gente ouve dizer que querem acabar com o banco de horas e outros instrumentos de flexibilidade, isto é um desastre. Portanto ele lamenta-se e bem que o contexto sócio-laboral não é nada favorável ao sector automóvel. Você vê um comportamento cínico e dúplice dos governantes quando vão visitar uma fábrica e dizem que é um centro de excelência, conseguimos atrair o investimento, somos fabulosos, mas depois ao nível da legislação e do contexto não têm feito nada para dar condições e a indústria automóvel e dos componentes tem toda a razão de queixa dos governos nesta matéria.

Esse problema está directamente ligado a outro, que é o dos recursos humanos, ou a falta deles.

Esse é outro aspecto de que pouca gente, da que referi, fala. Visitando muitas empresas de componentes do sector metalomecânico, diziam-me, ‘Eu tenho produto, eu tenho tecnologia, eu tenho preço, eu tenho clientes, o que é que me falta? Não tenho mão-de-obra especializada’. A falta de quadros intermédios e especializados é dramática. Há empresas que podiam já ter crescido muito mais mas têm neste momento um problema muito grande que é a escassez de gente qualificada. E você veja que centros de formação protocolares excelentes, como o Catim e outros, foram sujeitos a cativações pelo ministro das Finanças. Isto numa altura em que há uma grande urgência de formar a matéria-prima humana de que a indústria necessita. E a indústria queixava-se e bem destas cativações.

Num ambiente de mudança acelerada a nível global, existe algum risco para nós de quebra mais abrupta nestes sectores?

Um fenómeno do tipo bolha é um fenómeno mais ligado à nova economia e às startups, muitas vezes a coisas especulativas sem base real de sustentação. A indústria automóvel não tem essas características. Mas a indústria automóvel está numa encruzilhada. Perceberam que têm de avançar mais pelos eléctricos, mas há muitas hesitações sobre que modelos. Vê-se isso muito bem acompanhando as indústrias dos plásticos e dos moldes. A produção da indústria da injecção de plásticos e de plásticos mantém-se permanente, mas a de moldes está a baixar.

Porque quando se encomenda um molde é para fabricar um novo modelo, e quando começam a baixar as encomendas de moldes, é sinal de que há um impasse e não há uma definição de novos modelos. E portanto estão a fabricar o que têm e quanto ao resto há uma alguma indefinição. O sector automóvel está numa encruzilhada tal que alguns desses fabricantes, para quem a nossa indústria fornece, estão a sofrer dessa encruzilhada estratégica. Em Portugal o sector automóvel tem tido um grande crescimento e pode não continuar a ser assim, mas porque o sector a nível mundial está neste encruzilhada.

Ainda é possível trazer para Portugal outra Autoeuropa?

Se o Muro de Berlim não tem caído tão cedo, se calhar nós tínhamos conseguido outro grande fabricante alemão para Portugal além da Autoeuropa. Mas depois da Autoeuropa e do fim do comunismo o contexto mudou. Aqui não teve a ver com a competência dos governos. Quem eram os grandes investidores em Portugal no sector industrial? Eram os alemães e também os americanos. No contexto da queda do Muro de Berlim e também da abertura da China ao mundo, nós vimos a indústria alemã virar-se para o Leste e deixar de investir em Portugal, e os americanos a virarem-se para a China.

Neste contexto, não era realista pensarmos em ter outra Autoeuropa. Se eu quisesse ter uma visão cínica, diria que se o comunismo tivesse durado mais dez anos, isso poderia ter trazido vantagens para a indústria automóvel, com a vinda de outro gigante alemão.

 

 

LIVRE DE EMISSÕES, SEGURO, FASCINANTE: BOSCH ESTÁ A MOLDAR A MOBILIDADE DO PRESENTE E DO FUTURO

A Bosch quer tornar a mobilidade o mais livre, segura e fascinante possível. Na IAA 2019, a empresa de tecnologia e serviços apresenta as suas mais recentes soluções de mobilidade personalizada, automatizada, conectada e eletrificada. Estas soluções da Bosch estarão disponíveis no pavilhão 8, stand C 02, assim como no espaço de exposições Agora.

in Smart Cities Network, 30-07-2019


Conceito e modelo de tecnologia no stand da Bosch

Bosch IoT Shuttle – veículos para o futuro da mobilidade urbana:

No futuro, os shuttles sem motoristas serão comuns nas ruas das cidades um pouco por todo o mundo – seja para transportar pessoas ou mercadorias. Graças aos seus motores elétricos, os shuttles vão deslizar pelos centros das cidades e conectar-se perfeitamente com o ambiente ao seu redor. A tecnologia da Bosch para automação, eletrificação, personalização e conexão, pode ser utilizado neste tipo de shuttles.

Chassis rolante – plataforma de eletromobilidade:

Motores elétricos, sistemas de direção, freios – a Bosch possui todos os componentes básicos da eletromobilidade no seu portfólio. Como parte de uma parceria de desenvolvimento com a Benteler, especialista em tecnologia automóvel e chassis, a empresa está a demonstrar como todos os produtos Bosch para veículos elétricos podem ser integrados entre si. A peça central do chassi rolante está, entre outras coisas, a ajudar a Bosch a refinar estrategicamente os produtos para responder a esses requisitos.

Gasolina, eletricidade e pilhas – Tecnologia Bosch para todos os tipos de motoresA Bosch quer tornar a mobilidade energeticamente eficiente e amiga do ambiente, seja qual for a aplicação, por isso oferece soluções para todos os tipos de motor – incluindo motores de combustão interna eficientes, motores de célula de combustível e vários estágios de eletrificação.

Sistemas de células de combustível – e-mobilidade para longo curso:

As células de combustível móveis permitem longas distâncias, curtos períodos de reabastecimento e – com hidrogénio produzido com energia renovável – uma utilização do veículo livre de emissões. Juntamente com a empresa sueca Powercell, a Bosch planeia comercializar uma grande quantidade de células de combustível. Além da pilha, que converte hidrogénio em energia elétrica, a Bosch está a desenvolver todos os componentes essenciais do sistema de modo a entrar em fase de produção.

Sistemas de 48-volts – baixo consumo e emissões de CO2:

Os sistemas Bosch de 48 volts oferecem um nível básico de hibridização para todas as classes de veículos, através de um motor auxiliar para assistir o motor de combustão interna. A tecnologia armazena energia de frenagem a partir da recuperação, disponibilizando-a depois durante a aceleração. Isso reduz o consumo de combustível e das emissões de CO2 em até 15%. A Bosch disponibiliza todos os principais componentes do sistema.

Soluções de alta voltagem – maior alcance para veículos híbridos e elétricos:

Veículos elétricos e híbridos plug-in tornam a mobilidade possível com zero emissões locais. A Bosch ajuda os fabricantes de veículos a projetar esses tipos de propulsores e fornece os sistemas necessários. O eixo eletrónico combina a potência eletrónica, o motor elétrico e a transmissão numa única unidade. A eficiência deste módulo compacto tem vindo a ser otimizada para possibilitar um maior alcance.

Gestão térmica – definir a temperatura correta em carros elétricos e híbridos:

A Bosch utiliza a gestão térmica inteligente para aumentar a gama de veículos elétricos e híbridos. A distribuição precisa de calor e frio melhora a eficiência da bateria e garante que todos os componentes funcionem dentro da sua faixa ideal de temperatura. O sistema de gestão térmica permite também obter uma temperatura agradável dentro do veículo.

Sistema flexível de medição da poluição do ar – melhor qualidade do ar nas cidades:

As estações de monitorização de ar são grandes e dispendiosas e medem a qualidade do ar apenas em alguns pontos selecionados. O sistema de medição de poluição do ar da Bosch consiste em caixas compactas que podem ser distribuídas de forma flexível pelas cidades. Estas caixas medem partículas e dióxido de nitrogénio, bem como temperatura, pressão e humidade em tempo real. A Bosch cria um mapa de qualidade do ar com base nessas medições e utiliza essa informação para aconselhar as cidades sobre o planeamento e gestão do tráfego.

Bicicletas de Montanha eléticas – fazer trabalhos leves em terrenos difíceis em duas rodas:

As bicicletas de montanha elétricas são atualmente o segmento de maior crescimento no mercado das eBike. O novo sistema de condução Bosch Performance Line CX está otimizado para ciclismo desportivo e apresenta um perfil compacto. A sua embraiagem de roda livre faz com que o manobrar pareça natural mesmo sem assistência motora.

Sistemas de assistência e automação – a Bosch está a ensinar os carros a conduzir

Segurança, eficiência, fluxo de tráfego, tempo – a automação é uma das chaves para muitos dos desafios da mobilidade de amanhã. Além de possuir um amplo portfólio de sistemas de assistência ao motorista, a Bosch desenvolve também de forma sistemática os seus sistemas, componentes e serviços, com vista a uma condução parcial, alta e totalmente automatizada.

Estacionamento autónomo – luz verde para estacionamento sem motorista:

A Bosch e a Daimler instalaram um sistema de estacionamento autónomo, no parque de estacionamento do Museu da Mercedes-Benz em Estugarda. É a primeira função de estacionamento sem motorista do mundo (SAE Nível 4) a ser oficialmente aprovada. O serviço de manobra automatizado é ativado por meio de uma aplicação para smartphone. Como se conduzido por uma mão invisível, o carro estaciona sozinho sem um motorista de segurança.

Câmara Frontal – processamento de imagem com algoritmos e IA:

A câmara frontal combina algoritmos de processamento de imagem com métodos de IA. No congestionamento do tráfego urbano, pode, por exemplo, reconhecer e classificar veículos parcialmente escondidos ou atravessados, pedestres e ciclistas de forma rápida e fiável. Isto permite que o veículo dispare um aviso ou uma travagem de emergência.

Sensores de radar – sensores surround para situações de condução complexas:

A última geração de sensores de radar da Bosch é ainda melhor na captura da envolvente do veículo – inclusive em condições de mau tempo ou de pouca luz. A sua agora maior faixa de deteção, ampla abertura e alta resolução angular significa que os sistemas automáticos de travagem de emergência podem reagir de maneira mais segura.

Sensor de movimento e posição do veículo – localização precisa para veículos:

A Bosch desenvolveu um sensor que permite que veículos automatizados determinem com precisão a sua posição: o VMPS sensor de posição e movimento do veículo . Isto permite que veículos automatizados determinem a sua posição exata na pista enquanto conduzem. O VMPS utiliza sinais do sistema global de navegação por satélite (GNSS) complementados com dados de um serviço de correção, bem como de sensores de ângulo de direção e de velocidade de roda.

Horizonte conectado – ainda mais preciso e atualizado:

A Bosch continua a aprimorar o horizonte conectado. A condução autónoma exige informações cada vez mais precisas em tempo real sobre a estrada adiante – por exemplo, pontos de perigo, túneis ou o ângulo das curvas. O horizonte conectado utiliza dados de mapa altamente precisos para fornecer ao veículo esse tipo de informação com segurança e confiabilidade.

Sistemas de direção elétrica – chave para a direção automatizada:

A direção assistida elétrica é uma das chaves para uma condução cada vez mais automatizada. Graças às suas múltiplas redundâncias, o sistema de direção elétrica da Bosch oferece segurança adicional. Na rara ocorrência de um erro, este pode ainda manter pelo menos 50% da funcionalidade da direção elétrica em veículos convencionais e autónomos.

Comunicação entre veículos, a sua envolvente e os utilizadores – a Bosch está a contribuir para conectividade à mobilidade sem interrupções

Veículos que avisam uns aos outros sobre os perigos ou que não necessitam de chave de ignição: a mobilidade conectada da Bosch facilita a vida dos utilizadores da estrada ao mesmo tempo que aumenta a segurança, a conveniência e o prazer de condução. A operação é simples graças às soluções intuitivas de interface homem-máquina (IHM). Uma gama de serviços adapta a mobilidade às necessidades individuais.

Display 3D – ecrã de instrumento com efeito de visão profunda:

O novo monitor 3D da Bosch cria no cockpit do veículo um efeito tridimensional convincente, que tanto os pilotos como os passageiros podem ver. Isto melhora a visualização dos sistemas de assistência, por exemplo, a câmara de marcha-atrás. Os motoristas desfrutam de uma visão geral e ainda mais clara das informações relevantes, como por exemplo a distância até obstáculos ou outros veículos.

Perfectly keyless – smartphones em vez de chaves:

sistema de acesso sem chave da Bosch funciona com uma chave virtual armazenada num smartphone. O sistema permite que os motoristas desbloqueiem automaticamente o veículo, liguem o motor e tranquem o carro novamente. Os sensores instalados no carro reconhecem o smartphone do proprietário com a mesma precisão que uma impressão digital e abrem o veículo apenas para eles.

Semicondutores – blocos de construção de mobilidade conectada:

Sem semicondutores, os veículos modernos simplesmente parariam – e a Bosch é o principal fornecedor de chips para a indústria automóvel. Os chips da Bosch ajudam os sistemas de navegação quando, por exemplo, o sinal do GPS é interrompido, e mantêm o comportamento de condução estável. Esses chips desligam também a energia dos carros elétricos em caso de acidente para proteger os ocupantes e permitir que os serviços de emergência realizem seu trabalho com segurança.

Comunicação V2X – troca de dados entre veículos e o meio envolvente:

A condução conectada e automatizada só é possível se os veículos comunicarem entre si e com o meio envolvente. No entanto, ainda não existe nenhuma base técnica global e uniforme para a troca de dados vehicle-to-everything (V2X). A unidade híbrida de controlo de conectividade V2X da Bosch é neutra em termos de tecnologia e permite comunicar via Wi-Fi e redes móveis. Isto significa que os veículos podem avisar uns aos outros sobre situações perigosas.

Computador do veículo – arquitetura eletrónica de última geração:

O aumento da eletrificação, automação e conectividade estão a colocar exigências cada vez maiores na eletrónica automóvel. A Bosch está a desenvolver as necessárias unidades de controlo seguras e potentes, conhecidas como computadores de veículos, e a colocá-las em ação para o powertrain, em automação, e para o infotainment.

Bateria na cloud – serviços para uma maior duração da bateria:

Os novos serviços cloud da Bosch aumentam a vida útil das baterias dos carros elétricos. Funções inteligentes de software analisam o status da bateria com base em dados do veículo transmitidos e do seu redor em tempo real. Isto reconhece os fatores de stress da bateria, entre eles o carregamento de alta velocidade e os vários ciclos de carga. Com base nos dados recolhidos, o software calcula as medidas necessárias tanto para combater o envelhecimento celular, como os processos otimizados de recarga.

Serviços preditivos de condições das estradas – antecipando possíveis perigos:

Chuva, neve e gelo mudam a aderência da superfície da estrada ou o coeficiente de atrito. Para permitir que os veículos automatizados saibam como precisam de adaptar o seu comportamento de direção às condições atuais, a Bosch desenvolveu os seus serviços de condições das estradas com base na cloud. Informações sobre clima, características da superfície da estrada e arredores, bem como os coeficientes de atrito esperados, são transmitidos para os veículos conectados via cloud em tempo real.

Câmara Interior – observar para uma maior segurança:

Sono, distrações ou um cinto de segurança esquecido: o que acontece dentro de um veículo pode ter consequências profundas. O sistema de monitorização interior da Bosch, opcionalmente disponível em configurações de câmara única e multicâmara, reconhece situações críticas numa questão de segundos e avisa o condutor. Isto significa uma maior segurança.

 


A Bosch está presente em Portugal desde 1911. Hoje, o Grupo Bosch é um dos maiores empregadores do país, com 5.200 colaboradores (a 31.12.2018) que contribuíram para gerar 1,7 mil milhões de euros em vendas internas em 2018. As áreas de negócio de Soluções de Mobilidade e Energia e Tecnologia da Edifícios estão representadas em Portugal, com unidades em Aveiro, Braga e Ovar. Nestas localizações, a empresa desenvolve e produz soluções de água quente; soluções de multimédia e segurança automóvel; sistemas de videovigilância e comunicação, dos quais mais de 90% são exportados para mercados internacionais. A partir de Lisboa, são ainda realizadas atividades de vendas, marketing, contabilidade e comunicação, bem como serviços partilhados de recursos humanos e comunicação para o Grupo Bosch.

O Grupo Bosch é líder no fornecimento de tecnologia e serviços. A empresa emprega mais de 410.000 colaboradores em o mundo (a 31.12.2018), que contribuíram para gerar uma faturação de 78,5 mil milhões de euros em 2017. As operações do Grupo Bosch dividem-se em quatro áreas de negócio: Soluções de Mobilidade, Tecnologia Industrial, Bens de Consumo e Tecnologia de Energia e Edifícios. Líder em IoT, a Bosch oferece soluções inovadoras para casas e cidades inteligentes, mobilidade e indústria conectada. A empresa utiliza o seu conhecimento em tecnologia de sensores, software e serviços, bem como a sua própria cloud IoT para oferecer aos seus clientes soluções conectadas e em diversos domínios a partir de uma única fonte. O objetivo estratégico da Bosch é fornecer inovações para uma vida conectada. A Bosch melhora a qualidade de vida em todo o mundo com produtos e serviços inovadores e fascinantes. Desta forma, a empresa oferece mundialmente “Tecnologia para a Vida”. O Grupo Bosch é constituído pela Robert Bosch GmbH e cerca de 460 subsidiárias e empresas regionais, presentes em 60 países. Incluindo os representantes de vendas e serviços, a rede mundial de desenvolvimento, produção e distribuição da Bosch está presente em quase todos os países. A sua força inovadora é a base para a continuidade do crescimento da empresa. Em 130 localizações em todo o mundo, a Bosch emprega 68.700 colaboradores em investigação e desenvolvimento.


O texto acima é da responsabilidade da empresa em questão.

Fonte: Press release


PSA de Mangualde investe 25 milhões para produzir novo carro

A fábrica de Mangualde do grupo PSA (Peugeot/Citroen) prevê investir entre 20 a 25 milhões de euros para produzir um automóvel a ser lançado em 2023.

in Negócios / Lusa, 27-07-2019


O diretor-geral da unidade de Mangualde do grupo PSA (Peugeot/Citroen) anunciou, este sábado, 27 de julho, o objetivo de investir até 25 milhões de euros nesta fábrica do distrito de Viseu para a produção de um automóvel a ser lançado em 2023.

“Estamos a tentar adaptar o produto atual, o carro que temos, às normativas do CO2. Haverá uma versão que irá emitir menos CO2 e estamos a tentar convencer a direção-geral e, trabalhando já com o Governo português e com os trabalhadores da fábrica para, entre todos, conseguirmos ter um projeto a médio prazo e num contexto automóvel , que não é nada simples neste momento, há muitas dificuldades ligadas às emissões, para que tenha um futuro também para Mangualde”, assumiu José Maria Castro.

Sem querer revelar qual é o modelo do automóvel em causa, José Maria Castro adiantou que “é a adaptação de um modelo atual aos novos valores de emissões de CO2” e o objetivo é “ter fechado o projeto nos finais deste ano para poder começar a trabalhar e lançar o carro em 2023”.

“Estamos a imaginar um investimento entre 20 a 25 milhões de euros”, esclareceu o diretor-geral da fábrica, que “é a melhor do grupo PSA”.

Por isso, admitiu, é preciso “continuar a trabalhar, porque o fundamental neste mundo industrial automóvel que é brutal, é ser os melhores”.

Neste sentido, José Maria Castro disse estar seguro que vai “cá continuar por muitos anos”.

O diretor-geral da PSA de Mangualde assumiu que o investimento será, “sobretudo, para melhorar as instalações e depois a mão-de-obra”. Precisou, contudo, que “não haverá aumento da mão-de-obra, mas sim mais qualificada”.

“Para sermos competitivos e para automatizar, vamos ter indústria quatro ponto zero que em parte leva a uma automatização, portanto, mão-de-obra não vamos ter mais. Seguramente que não, mas vamos ter mão-de-obra muito mais qualificada que é também o que precisa este país, porque mão-de-obra é pouca, então, a que temos tem de ser cada vez mais qualificada”, sublinhou.

O diretor-geral falava no dia em que a PSA Mangualde festejou o centenário da Citroën, e 55 anos em Mangualde, com o descerramento de uma placa na rotunda à entrada da cidade, a 2CV, em homenagem ao modelo icónico da marca que viu o seu último exemplar ser produzido nesta unidade fabril.

Um “momento simbólico”, que contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Mangualde e que viu neste ato uma forma de “homenagear todos os mangualdenses”, uma vez que esta fábrica “é grande importância para as gentes e para o território” da região.

“É uma fábrica de emprego para muita gente de muitos concelhos e, por isso, devo referir a importância que a administração, o corpo laboral e as medidas que o Governo pode tomar sapo necessárias e importantes e de grande responsabilidade para o futuro”, defendeu João Azevedo.

O autarca disse acreditar que “todos serão fortes e se vão entender no sentido de saber aquilo que é mais importante que é a fábrica continuar em Mangualde, em Portugal, produzir novos modelos e com mais competitividade”.

“Durante várias décadas foi-se ciclicamente repetindo que a fábrica podia um dia não estar em Mangualde. Bem, essa é uma repetição que acontece, mas não é verdadeira. A fábrica está cá, esteve cá e vai manter-se cá em Mangualde durante muitos anos”, acentuou João Azevedo.

Para assinalar o dia, desfilaram pela cidade, desde a fábrica e até ao largo da câmara municipal, dezenas de modelos da Citroën, desde os mais antigos até aos mais atuais e, entre eles, estava um Citroën DS Henri Chapron Palm Beach, o único exemplar em Portugal, dos 30 que foram produzidos.

 

 

SMMT Letter to Prime Minister Boris Johnson

Today the Society of Motor Manufacturers and Traders (SMMT) wrote to the Prime Minister, congratulating him on his appointment and setting out the UK automotive industry’s immediate and future priorities at a time of dramatic transformation for the sector. These include:

  • Supporting the transition to zero emission vehicles by investing in infrastructure, incentives and securing a gigafactory in the UK.
  • Making the UK the most attractive destination for investors, creating an internationally competitive business environment.
  • Above all, ensuring the sector continues to enjoy preferential trade with critical markets around the world, including the EU. ‘No deal’ Brexit is simply not an option.

 


 

Dear Prime Minister,

I am writing on behalf of the UK automotive industry to congratulate you on your appointment as Prime Minister. You assume office at a moment of dramatic and exciting change for our sector. Advances in digital technology are reshaping how vehicles are designed, built, driven and owned, while new propulsion systems are being created to drive emissions down to zero.

There will be more change in automotive in the next ten years than there has been in the last fifty. The UK sector remains strong, with high levels of productivity, a skilled and flexible workforce, and first-rate research and engineering facilities, so we are well placed to take advantage of the opportunities that will emerge. Automotive is, however, a highly competitive sector internationally, with fine margins. We cannot afford to be complacent, and we need the right policy, business and trading environment if we are to thrive.

Government must continue to work in partnership with the sector, through the industrial strategy, focusing on those actions that will deliver the greatest benefits to our industry and the UK as a whole. This means supporting the transition to zero emission vehicles by investing in charging infrastructure, increasing consumer incentives and securing a gigafactory in the UK to help retain a globally advanced supply chain. We must make the UK the most attractive destination for investors, creating an internationally competitive business environment and developing skills in new digital technologies. Above all, we must ensure the sector continues to enjoy – without interruption – preferential trade with critical markets around the world, including the EU.

As Prime Minister, you have the opportunity to build on these foundations and assure our sector’s future success. We want to be leaders in the technological revolution that is reshaping our industry, producing ever cleaner, cutting-edge vehicles that are driven throughout the world and which are the embodiment of the quality, ingenuity and innovation that sits at the heart of UK automotive manufacturing. This is an ambitious objective and one I hope you share. Automotive is a key driver of productivity and innovation. It contributes £18.6 billion to the UK, employs hundreds of thousands and makes the most significant contribution to UK trade of any manufacturing sector, helping balance the economy right across the country. In short when automotive succeeds, so does the UK.

We cannot, however, continue to deliver these benefits, or take advantage of new opportunities, if the UK leaves the EU without a deal. A no-deal Brexit presents an existential threat to our industry. We are highly integrated with Europe, and a no-deal Brexit would result in huge tariff costs and disruption that would threaten production, as well as further undermining international investors’ confidence in the UK. We need a deal with the EU that secures frictionless and tariff free trade. No-deal Brexit is simply not an option.

We are hugely optimistic about the future of UK automotive. I hope that you share that optimism and will champion our sector as Prime Minister. If we work together we can deliver a British success story, which is why I should like to invite you to meet with the industry as soon as possible to discuss precisely how that can be achieved.

Yours sincerely,

Mike Hawes
Chief Executive

Grupo ISQ abre centro de excelência para a mobilidade no Norte de Portugal

O Grupo ISQ inaugurou recentemente um novo Laboratório em Monção que “quer ser reconhecido como o maior laboratório de ensaios ambientais de componentes automóvel na Europa”, refere Pedro Matias, Presidente do Grupo ISQ. Marcaram presença o Secretário de Estado da Economia, João Correia Neves, e o Presidente da Câmara Municipal de Monção, António Barbosa.

in ISQ, 16-07-2019


A implantação do ISQ em Monção decorre de uma aposta estratégica do ISQ na área da mobilidade, nomeadamente no setor automóvel e tem como objetivo estratégico a aproximação à indústria automóvel do Norte e da Galiza e o posicionamento junto de mercados emergentes.

“Este Laboratório irá fazer a validação de componentes que se integram nas próximas gerações de veículos: mais inteligentes, ecoeficientes, sustentáveis e autónomos”, refere Pedro Matias.

À medida que os automóveis se tornam mais complexos e que integram mais componentes eletrónicos e tecnológicos, mais complexa é a bateria de testes que os mesmos têm de efetuar para permitir que tudo corra como deve ser. Na era da indústria 4.0 e em que o conceito de “automóvel” / “mobilidade” está a ser redefinido também a indústria que trabalha para este sector a montante e a jusante tem de se ajustar e subir na cadeia de valor.

“As áreas de especialização deste Laboratório serão testes de fiabilidade; ensaios de corrosão e índice de proteção; ensaios de componentes automóvel na área da Físico-Química e Materiais; simulação de compatibilidade eletromagnética; engenharia de processo”, acrescenta o Presidente do ISQ.

O ISQ vai assim disponibilizar aos Construtores Automóvel, como por exemplo o Grupo PSA, que reúne marcas como a Peugeot, Citroen e a Opel; o Grupo Renault; o Grupo Volkswagen, que reúne marcas como a Volkswagen, Audi, Porsche; ou o Grupo FIAT, testes de primeira linha em várias áreas.

Por outro lado, também vários fabricantes de componentes automóvel como por exemplo a Bosch, Yazaki, Borgwarner, Valeo, ZF ou a Magna passam a ter à disposição um Laboratório de Excelência para testes de componentes automóvel e toda a vertente da mobilidade.

Para Pedro Matias, “a criação de entidades e infraestruturas deste tipo em Portugal e projetadas desde o início com uma vocação internacional, são cruciais para a atração de investimento direto estrangeiro para Portugal pois oferecem soluções integradas e com valor acrescentado para quem se quer instalar em Portugal”.

O Grupo ISQ está ainda a trabalhar muito de perto com o Centro Tecnológico da Galiza (CTAG) que visa potenciar a capacidade instalada na península ibérica na área de testes de automóveis e de componentes automóvel. O ISQ está a estudar com o CTAG uma aproximação estratégica para que a Península Ibérica ofereça aos construtores e fabricantes de componentes automóvel uma oferta integrada de soluções de testes e validação.

 

 

Idepa tem novas soluções

Do branding ao automóvel, a Idepa está ativamente a desenvolver novos produtos para todas as áreas em que atua. Os materiais sustentáveis são, atualmente, um dos focos da empresa de São João da Madeira, que exporta 50% do seu volume de negócios, sobretudo para a Europa.

in Portugal Têxtil, 25-07-2019


Com a atividade dividida em cinco áreas – branding, onde produz etiquetas, fitas e elásticos para vestuário; automotive, com etiquetas e elásticos para o sector automóvel; promo, que inclui fitas e porta-chaves; fios, nomeadamente recobertos; e a área mais técnica, que tem sido reforçada nos últimos tempos, onde se destacam cintas, fitas e elásticos para cadeiras de bebé, capacetes, escadotes, estores e mochilas –, a Idepa tem vindo a diversificar o seu portfólio. «Trabalhamos para todos. Quando faço a gestão com a equipa comercial, costumo dizer que em qualquer sítio temos um produto que conseguimos vender», afirma Nuno Almeida, coordenador de vendas da Idepa.

Portefólio a crescer

Na terceira presença consecutiva na Techtextil, a Idepa exibiu as suas fitas em poliéster de alta tenacidade e fitas de polipropileno e realçou a produção de artigos com costura e corte, nomeadamente os arneses para cintos de cadeiras de bebé e capacetes. «Não sendo uma inovação, é um produto que estamos a desenvolver e a fabricar na empresa», justifica o coordenador de vendas da empresa. Produtos que acrescentam valor às fitas, tendo em conta os requisitos que têm de cumprir. No caso das cadeiras de bebé, nomeadamente as que acoplam a bicicletas, tem a ver com «a resistência e a boa construção da fita, assim como a questão das costuras. São coisas mesmo muito técnicas, que dão fiabilidade e durabilidade à fita», explica ao Portugal Têxtil. A oferta da empresa complementou-se ainda com as fitas de barreira – habituais em aeroportos, por exemplo.

Para o futuro, são as fibras e os materiais sustentáveis que estão na mira da Idepa. «Estamos a apostar nos poliésteres reciclados. Começamos a perceber para onde o mercado vai e como vamos conseguir aplicar isso no nosso sector», revela Nuno Almeida. Em desenvolvimento está já uma precinta em poliéster reciclado. «Gostávamos de chegar aos elásticos, acho que pode ser um dos próximos passos», aponta o coordenador de vendas, sublinhando, contudo, que «toda a nossa inovação, mais do que inventiva, é feita muito mais com base num perfil de cliente que nós queremos ou que tenham essa necessidade».

Diversificar geografias

As vendas da empresa, que possui um efetivo de cerca de 160 pessoas, estão divididas de igual forma entre Portugal e o resto do mundo, sendo que a Alemanha, França e Espanha constituem os principais mercados da especialista em acessórios têxteis. «Vendemos para quase todos os países na Europa», assegura Nuno Almeida, acrescentando que «também vendemos alguma coisa para a América Latina».

«Como fornecedores de acessórios conseguimos estar em todos os países. Procuramos mercados onde estão as nossas marcas e os nossos clientes-alvo, assim como clientes já existentes. E tentamos acompanhá-los, no caso de haver deslocalização deles, porque trabalhamos para os fabricantes», indica o coordenador de vendas da Idepa, que no ano passado implementou com sucesso um projeto Kaizen.

Explorar o mercado americano é, neste momento, um dos objetivos da empresa. «Achamos os EUA um mercado muito apetecível, principalmente na parte técnica tem uma dinâmica muito grande», confessa Nuno Oliveira.

Depois de um ano de 2018 de crescimento – a produção aumentou para 68 milhões de etiquetas e 16 milhões de metros de fita –, a mesma meta mantém-se para o corrente ano. «Vemos o crescimento nas nossas áreas todas. É como os investimentos, tentamos crescer em paralelo. Não queremos estar a investir numa área em prol de outra», conclui o coordenador de vendas da Idepa.

 

 

Injex investe em internacionalização para crescer

A Injex, fabricante de plásticos técnicos injetados, que fornece várias marcas de automóveis, está prestes a concluir um programa de investimentos de 500 mil euros que lhe vai permitir “aumentar por quatro” as exportações.

in Jornal das Oficinas, 25-07-2019


As palavras são de José Pinheiro de Lacerda, fundador e CEO da empresa que produz mais de 50 milhões de peças de plástico injetado por ano.

Os investimentos têm vindo a ser feitos com recurso, predominantemente, a capitais próprios e com o apoio do Compete 2020, nas áreas da internacionalização e da inovação produtiva, ao abrigo do programa operacional regional Norte 2020.

Os melhoramentos mais significativos passam pela ampliação da área fabril, pela modernização e crescimento do parque de máquinas, pela digitalização do processo produtivo e pela transição do referencial normativo do sistema de gestão de qualidade.

Tendo em vista a certificação deste sistema, ainda neste ano, de acordo com as normas IATF 16949, a referência padrão adotada na indústria automóvel, setor onde operam os principais clientes da empresa. Entre eles, contam-se os Grupos VW, PSA, Renault, Jaguar Land Rover e Volvo.

“Os símbolos das marcas que identificam alguns modelos desses grandes construtores mundiais são feitos em Famalicão, com muito orgulho”, diz José Pinheiro de Lacerda, engenheiro mecânico que fundou a Injex há 16 anos.

A digitalização do processo produtivo é outra das vertentes do programa de investimentos em curso. E há já resultados visíveis: a comunicação com os clientes faz-se, hoje, unicamente por via digital; a informação interna é inteiramente eletrónica e partilhada em rede; todos os operadores podem registar qualquer evento em tempo real.

Também no armazém de produtos acabados o uso do papel foi eliminado. A preparação de cargas é assegurada por via digital e foi desenvolvido um sistema próprio de alertas para a manutenção de moldes, abarcando desde os procedimentos preventivos até à necessidade de substituições.

Para consolidar os investimentos feitos nos últimos meses, a empresa projeta adquirir uma unidade de bi-injeção de plásticos e passar a oferecer tecnologia de alto brilho na produção em série.