“Moldes portugueses: os mais dinâmicos a nível mundial” – Joaquim Menezes, Presidente do grupo IBEROMOLDES

Em entrevista à Revista Portugalglobal, Joaquim Menezes conta a história da Iberomoldes e apresenta a sua estratégia de internacionalização, bem como os principais mercados externos de aposta ao longo dos últimos 44 anos, como o Brasil e a Tunísia.

in Portugalglobal, nº 117, Fevereiro 2019


Além disso, revela a importância do setor nacional dos Moldes para o nosso país, bem como o seu reconhecimento a nível internacional, afirmando que o setor de Moldes português é reconhecido como o mais dinâmico a nível mundial.

Enquanto presidente da EFFRA – Associação Europeia de Investigação para as Fábricas do Futuro, Joaquim Menezes fala da importância da sua nomeação para Portugal.

A Iberomoldes foi fundada em setembro de 1975, há cerca de 44 anos. Pode contar-nos um pouco da história da empresa, designadamente os factos que mais marcaram a vida e crescimento da mesma?

A empresa surgiu num período muito atribulado do nosso país, onde a sobrevivência da maioria das empresas, nomeadamente do setor dos Moldes, foi ameaçada. A incerteza política que se viveu nessa época abalou a confiança dos mercados externos e em particular do mercado americano, que era responsável por 70 por cento das exportações totais das empresas portuguesas do setor dos Moldes. Muitas encomendas foram canceladas, deixando as empresas com capacidade produtiva ociosa e algumas à beira da insolvência. Ou seja, numa fortíssima crise de sobrevivência.

Contudo, devido ao reconhecimento das nossas competências e aos fortes relacionamentos pessoais com empresas americanas, lançámos a Iberomoldes em contraciclo, precisamente no mercado americano. Desde a nossa fundação que a estratégia da empresa passou por transmitir confiança na capacidade técnica e produtiva e ampliar a visibilidade dos Moldes portugueses nos mercados externos que começavam a emergir, como por exemplo a Escandinávia. Curiosamente, a nossa primeira exportação consistiu num molde para uma grande empresa de artigos de casa na Suécia.

Qual, em traços gerais, tem sido a vossa estratégia de internacionalização para os mercados externos?

O nosso objetivo sempre foi alcançar o mundo, abrindo todas as hipóteses de interação e fornecimento aos clientes mais exigentes. Desta forma, percecionamos como concorrentes diretos as empresas de Moldes internacionais, nomeadamente alemãs, francesas e inglesas. A nossa estratégia de internacionalização nos mercados externos consiste na observação da competitividade e produtividade internacional, no sentido de garantir a nossa continuidade e sustentabilidade.

Relativamente ao seu processo de internacionalização, onde está a Iberomoldes presente e com que resultados?

Atualmente, com investimento direto, a Iberomoldes está presente no Brasil, com a IBER-OLEFF Brasil, que produz componentes cinemáticos para o interior dos automóveis. Contudo, ao longo dos últimos anos, o grupo já marcou presença em 10 países diferentes, como é o caso da Tunísia. Desde sempre, a internacionalização, com investimento direto e físico, esteve presente no trajeto empresarial da Iberomoldes. Ainda assim, nem sempre resultou, uma vez que é um desafio estruturalmente difícil para uma empresa com estas características e dimensão. Os requisitos são complexos e impõem uma estrutura humana exigente, multifacetada e aberta ao mundo, à multiculturalidade, à resiliência e a uma aprendizagem e adaptabilidade de acordo com ambientes e contextos muito particulares e desafiantes.

Qual é o fator crítico de sucesso para uma empresa como a Iberomoldes?

Resiliência e ambição são sem dúvida os fatores mais críticos, a par com a determinação na prossecução da estratégia traçada e com a capacidade de envolvimento com clientes, concorrentes, fornecedores e instituições
em projetos de interesse conjunto. Portugal é um dos maiores produtores de moldes a nível mundial.

Como tem sido a evolução deste setor a nível nacional e internacional?

O setor de Moldes em Portugal faz 75 anos em 2020. A melhor resposta que posso dar está bem patente em duas fotos expostas no átrio de entrada da empresa ABRANTES, que apresenta antiga realidade física da fábrica, diferenciando-se inteiramente da realidade atual. O layout e a capacidade tecnológica e produtiva da empresa estão de acordo com os modernos requisitos da indústria e usam as mais avançadas tecnologias existentes. Genericamente, a evolução do setor tem-se feito, par a par, com a evolução dos mais sofisticados processos de produção e com um assertivo e agressivo percurso de promoção, marketing e networking internacional. As últimas décadas, pós anos 80, têm sido particularmente ricas em iniciativas inovadoras e dinamizadoras para a visibilidade do nosso setor e das nossas empresas. O setor de Moldes Português, hoje em dia redenominado como “Engineering & Tooling”, está posicionado como o mais dinâmico a nível mundial. São os nossos concorrentes que o afirmam e reconhecem.

Globalmente, na sua opinião, como pode o setor dos moldes ser mais competitivo?

Mantendo a aposta nos fatores de competitividade, como a inovação e a produtividade, bem como o foco no mercado global e nos desafios de efetiva parceria com os seus clientes internacionais mais exigentes.

Como é que se estimula a criatividade e a inovação neste setor?

Atento à minha resposta anterior diria que o estímulo é “automático”, ou seja, no nosso setor, principalmente com a tipologia dos nossos clientes (algumas das mais inovadoras indústrias e empresas mundiais), os desafios de criatividade e inovação são permanentes.

Grande parte das nossas empresas têm vindo a evoluir e a crescer na cadeia de valor, sendo hoje parceiras ativas no codesenvolvimento e até na produção de sofisticados componentes para os novos produtos desses clientes.

Em março de 2018 foi nomeado presidente da EFFRA – Associação Europeia de Investigação para as Fábricas do Futuro. Quais são as principais áreas de atuação e objetivos desta associação? Qual é o balanço que faz deste primeiro ano?

A EFFRA foi criada há dez anos e ao longo destes anos tem conseguido estabelecer a nível europeu um relacionamento virtuoso, ativo e colaborativo entre a indústria, as universidades, as instituições de investigação e desenvolvimento, e as iniciativas e programas de desenvolvimento nacionais.

A associação apoia a Comissão Europeia e os Estados-membros no sentido de melhor implementar os diversos programas de investigação e desenvolvimento, nomeadamente de investigação aplicada. Importa também salientar que, nos últimos anos, o número de empresas interessadas na inovação e desenvolvimento industrial na Europa tem vindo a aumentar.

Na Assembleia Geral Anual, no dia 19 de março, será apresentado o “EFFRA Roadmap” para os próximos dez anos, um contributo importante para o desenho do Programa Quadro. Este documento é o produto final, resultado de uma ampla consulta prospetiva realizada nos últimos dez meses às mais diversas empresas e setores industriais, desde startups até às maiores empresas europeias. Dá ainda particular atenção às PME, tipologia principal não só das empresas nacionais, mas igualmente em todos os Estados membros da Europa.

Cada vez mais olhamos as “fábricas do futuro” como o conjunto da cadeia de valor e como ecossistema manufacturing, que abrange a gestão, a eficiência energética, a logística em amplo sentido, entre outros, em permanente atenção aos princípios da economia circular.

Qual é a importância desta eleição para Portugal? É este um indício de que Portugal começa a ser um interveniente de destaque nesta área?

Somos um país pequeno e, como tal, temos, ao nível da inovação, um trabalho muito consistente de vários atores.

Costumo dizer que existem “ilhas” de competência muito interessantes em Portugal, que a maioria das pessoas não conhece. Existem consórcios, seja nos Moldes, seja noutros setores, não só com empresas e todo o sistema
científico e tecnológico a nível nacional, mas igualmente com as melhores empresas e universidades europeias.

Ombreamos com os nossos parceiros internacionais sem qualquer complexo, e isso vê-se nos muitos projetos e trabalho de inovação que têm sido submetidos à Comissão Europeia e onde Portugal está muito bem posicionado. O interesse e a participação portuguesa têm vindo a aumentar, até porque os fundos nacionais tendem a ser escassos para as nossas ambições e para estarmos em pé de igualdade com outros parceiros de maior dimensão. Por isso, envolvemo-nos cada vez mais com consórcios europeus para disputar fundos europeus. A nossa contribuição a esse nível tem sido elevada.

Ao longo dos últimos anos, como tem sido o relacionamento da indústria dos Moldes com a AICEP?

Desde os “velhos tempos” do Fundo de Fomento à Exportação, nome que posteriormente foi substituído por ICEP e hoje AICEP, que a cooperação com as empresas e com a CEFAMOL se pode considerar exemplar e um modelo de boas práticas. Esta Revista não chegaria para listar e detalhar exemplos e as imensas iniciativas conjuntas que temos lançado e implementado ao longo das últimas décadas. Certamente que há sempre coisas a melhorar, mas na minha opinião, o relacionamento tem sido muito positivo, o que por si só, mais que justifica a continuidade, melhoria e incremento de projetos e atividades coordenadas.

 


http://www.iberomoldes.pt/

http://www.effra.eu/

 


 

IBEROMOLDES | Um caso de sucesso na indústria mundial de moldes

Fundada em 1975, a Iberomoldes é um grupo industrial português especia­lizado em engenharia de desenvolvimento de produtos, moldes e fabrico de produtos e peças de plástico.

O grupo Iberomoldes disponibiliza soluções completas e integradas, completa­mente adaptadas às necessidades dos seus clientes, desde a engenharia de pro­jeto e produto até protótipos de moldes e ferramentas especiais. Incluindo ainda a industrialização, produção e entrega global de produtos acabados, funções e sistemas completos, utilizando materiais termoplásticos e metálicos de liga leve.

Constituído por mais de 1.400 colaboradores e 12 empresas, espalhadas por três países – Portugal, Brasil e Alemanha –, o grupo exporta mais de 90 por cento do seu volume de negócios, de 108 milhões de euros, para vários mer­cados externos, nomeadamente Alemanha, Brasil, Bélgica e Espanha.

A Iberomoldes atua nos setores industriais mais avançados e exigentes, como o automóvel, o eletrónico, o elétrico, o aeroespacial, os dispositivos médicos, as utilidades domésticas, as embalagens e a relojoaria, tendo como clientes empresas líderes de mercado e mundialmente reconhecidas: Audi, Bentley, BMW, Continental, Curver, Daimler, Delphi, Faurecia, Jaguar, Johnson Con­trols, Philips, Samsonite e Volkswagen, entre muitos outros.

O fator chave de sucesso do grupo, capaz de o distinguir e diferenciar num mer­cado global altamente competitivo, é o enfoque no cliente e a aposta na ex­celência técnica, nas tecnologias avançadas, nos recursos humanos altamente qualificados, na inovação, no design e na qualidade dos seus produtos e serviços.


 

JOAQUIM MENEZES | Breve biografia

Nascido em novembro de 1946, Joaquim Menezes iniciou a sua atividade profissional na Indústria dos Moldes com apenas 16 anos de idade, em se­tembro de 1963, como estagiário na ANIBAL H. ABRANTES, empresa funda­dora desta indústria em Portugal.

Engenheiro Técnico de Eletrotecnia e Máquinas, fundou a empresa Ibero­moldes, em 1975, com Henrique Neto, tendo adquirido, em 2009, a posição deste na empresa.

Entre 1995 e 2016, foi presidente do CENTIMFE – Centro Tecnológico da In­dústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos de Portugal, na Marinha Grande, sendo atualmente o presidente do Conselho Geral.

No dia 1 de março de 2018, Joaquim Menezes foi eleito presidente da EFFRA – Associação Europeia de Investigação para as Fábricas do Futuro.

O atual presidente do conselho de administração do grupo Iberomoldes e da Iber-Oleff Portugal e Brasil é ainda presidente da ISTMA Europa – Interna­tional Special Tooling and Machining Association, vice-presidente da ISTMA World, presidente da incubadora Open – Oportunidades Especificas de Ne­gócio, presidente do Fórum ManuFuture Portugal, presidente da European Tooling Platform, vice-presidente da Pool-Net e membro do High Level Group da plataforma europeia EU-MANUFUTURE.

Em 2018, foi também agraciado com o título de professor Honoris Causa pelo Instituto Politécnico de Leiria.

 


 

CR MOLDES | Moldes portugueses conquistam o mundo

Especialista na conceção, gestão, fabricação e otimização de moldes para injeção de termoplásticos e fundição injetada, a empresa portuguesa CR Moldes está presente em Portugal (Marinha Grande), Hong Kong e África do Sul.

in Portugalglobal, nº 117, Fevereiro 2019


Fundada em 2000, a CR Moldes é uma referência no setor, sendo reconhecida internacionalmente pela excelência e qualidade das suas soluções. De referir ainda que está equipada com tecnologia de ponta e conta com recursos humanos altamente qualificados para responder às mais exigentes solicitações, apresentando soluções à medida das necessidades dos seus clientes.

Com uma capacidade anual de produção de 160 moldes, a CR Moldes comercializa moldes para os mais diversos ramos de negócio, como as indústrias automóvel, elétrica, eletrónica, eletrodomésticos e área médica.

Pautando-se sempre por valores como a qualidade, o rigor, a flexibilidade, a competitividade e o forte sentido de compromisso, nomeadamente no que diz respeito ao cumprimento de prazos, a empresa tem vindo a assumir um papel de destaque nos mercados nacional e internacional, operando na Europa, nos Estados Unidos da América, no México e no Brasil. Além disso, conta com parcerias em países como o México, Brasil, Irão, Argélia e Alemanha.

O ano de 2011 assinalou a entrada da CR Moulds no mercado oriental com a abertura do escritório em Hong Kong. Considerando o enorme potencial deste mercado, este marco constitui um desafio estratégico que permite à empresa, não apenas acrescentar valor, mas também ampliar conhecimentos e tirar partido das potencialidades.

A abertura de uma empresa na África do Sul, há três anos, resultou de muito trabalho, esforço e dedicação, sendo este um mercado que a empresa tem vindo a explorar e impulsionar. Recentemente criou também uma joint-venture no México, com a empresa Busman-Irapuato.

Desta forma, a empresa está presente fisicamente em diferentes continentes, sendo que, em todos eles, procura manter os mesmos padrões de qualidade e a mesma política de responsabilidade social.

No último trimestre de 2018, a CR Moldes estabeleceu uma parceria com a KeenTech Technical Services, com sede em Denver, Colorado, permitindo um maior amadurecimento no mercado norte-americano, bem com um crescimento constante no setor automóvel.

Francamente consolidada no mercado, a CR Moldes é atualmente uma empresa certificada que obedece aos mais elevados padrões de qualidade e visa continuar a crescer, mantendo a sua política global e privilegiando as relações win-win estabelecidas com clientes, parceiros e colaboradores.

 

http://www.crmoulds.pt/

 

 

 

 

PSA Vigo y su gran red de proveedores lusos catapultan al sector del automóvil en Portugal

La producción de coches crece casi un 70 % hasta máximos históricos y la industria de componentes bate récord de facturación

in La Voz de Galicia, por M. SÍO DOPESO, 28-02-2019


En el año 2015, el grupo PSA agrupó los centros de producción de VigoMadrid y Mangualde (norte de Portugal) en el denominado Polo Industrial Península Ibérica, que arrancó dirigido desde la planta gallega.

La estrategia sirvió para que la factoría viguesa haya concurrido junto con la portuguesa a la adjudicación de los nuevos modelos del grupo, bajo criterios de menor coste, pero, a cambio, el centro luso ha ganado un mayor peso industrial, que tiene su reflejo en unas cifras récord de producción de coches en el país vecino.

La factoría de PSA en Mangualde, junto con el repunte deAutoeuropa (filial lusa de Volkswagen) son las responsables de un volumen de actividad que cerró el 2018 con un crecimiento del 68 % respecto al anterior ejercicio, hasta las 295.000 unidades.

Es mucho menos de lo que produce la planta gallega, casi 400.000 unidades, pero el incremento es exponencial.

Mangualde, como planta satélite de Vigo (absorbe los excedentes de producción de la planta gallega), exporta el 90 % de los coches que fabrica, que son los nuevos modelos de vehículos comerciales Peugeot RifterCitroën Berlingo y Opel Combo.

¿Cabe pensar en una mayor apuesta de PSA por Portugal hasta el punto de ampliar allí su capacidad para fabricar coches? Nada es descartable, sobre todo bajo la presidencia de Tavares, que ha redoblado la apuesta del grupo por su país.

Su futuro está ligado a Vigo, y por este motivo se ha asegurado una inversión de 48 millones para poder producir la nueva gama de furgonetas PeugeotCitroën y Opel que acaba de salir al mercado.

Pero si PSA crece en Portugal, en mayor medida lo hace la industria de componentes del automóvil que llega y se expande en el país vecino, atraída por los lanzamientos de la factoría gallega.

El incremento de negocio en el último año es espectacular. Según AFIA (Associação de Fabricantes para a Industria Automóvel), las 220 firmas de componentes instaladas en el país facturaron 11.300 millones de euros en el 2018, que se traducen en 320 millones más que en el anterior ejercicio y un incremento de más del 20 %. Y también ha aumentado el empleo, ya que el sector cerró el pasado ejercicio con 55.000 trabajadores en nómina, 3.000 más.

Crecer a costa de Galicia

El sector gallego, aglutinado en el Clúster de Empresas de Automoción de Galicia, aún no ha hecho público su balance del 2018. Pero el crecimiento coincide con la localización de nuevas industrias proveedoras de componentes, muchas de ellas con contratos para PSA Vigo y Mangualde.

De las nuevas implantaciones, al menos diez multinacionales que barajaron como primera opción instalarse en la comunidad, acabaron en Portugal. Entre las más recientes está el proveedor francés de piezas de motor Bontaz Center. En la lista de inversiones perdidas están también las francesas Mora (con cinco millones, en Arcos de Valdevez) o Steep Plastique (50 millones y 250 empleos) en Viana. También en VianaEurostyle Systems invirtió 18 millones y creó 100 empleos.Valença es el emplazamiento preferido por los nuevos inversores, por su proximidad a Vigo. Allí irá la japonesa Howa, con 10 millones y 170 empleos, por citar los más inmediatos.

 

 

10 maiores exportadoras geraram um quinto das exportações em 2018

Existem mais de 45 mil empresas portuguesas que exportam. No entanto, as dez maiores – que representam 0,02% do universo total de exportadoras – geraram um quinto das exportações de bens registadas por Portugal no ano passado. Os dados foram fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) a pedido do Negócios.

in Negócios, por Tiago Varzim, 23-02-2019


O peso das maiores exportadoras tem-se mantido estável ao longo das últimas três décadas (ver gráfico). O valor mais baixo foi registado em 2009 (17,4%) e o mais elevado em 2006 (22,5%). Estes dados para 2018 referem-se apenas a bens (não incluem as empresas de serviços) e são preliminares, pelo que podem vir a ser atualizados.

Segundo o INE, isto evidencia “uma significativa concentração do valor transacionado num número reduzido de empresas”. A conclusão consta do destaque de 2015, o último em que analisa o comércio internacional por caraterísticas das empresas. A exposição fica mais a nu quando se analisa as cinco maiores exportadoras: nesse ano respondiam por 15% das exportações de bens.

 

Em termos nominais, um peso de 21,3% em 2018 significa que dos 57,9 mil milhões de euros exportados em bens pelas empresas portuguesas, 12,3 mil milhões de euros são da responsabilidade das 10 principais exportadoras. Não é possível saber os valores nem os pesos concretos de cada uma dessas empresas, mas as próprias revelam alguns dos números.

O ranking é liderado pela Petrogal (universo da Galp), que exporta petróleo refinado, há 11 anos consecutivos. Tendo como base informação de anos anteriores, é possível concluir que a Galp é de longe a empresa que mais exporta, sendo que o valor anual poderá ser superior a quatro mil milhões de euros.

Segue-se a Autoeuropa, que liderou o top entre 2000 e 2005, que registou um recorde de produção em 2018 (a maior parte é exportada). Segundo a empresa, em 2016, as vendas da Autoeuropa ascenderam aos 1,5 mil milhões de euros.

Em terceiro lugar está a Navigator. No caso da papeleira, o relatório e contas de 2017 dava conta de exportações de 1,3 mil milhões de euros, o que “corresponde a 2,4% das exportações nacionais de bens”.

 

Exportações travaram, mas sobem. Setor automóvel domina


As exportações portuguesas continuaram a aumentar em 2018, apesar de terem travado. Depois de crescerem 10% em 2017, as vendas ao exterior subiram 5,3% no ano passado.

O ano passado foi marcado pelo bom desempenho exportador do setor automóvel, que também continua a dominar o ranking das empresas que mais exportam. Se incluirmos os combustíveis, sete das 10 maiores exportadoras estavam ligadas a esse setor em 2018.

A evolução da estrutura das exportações nos últimos 10 anos e o ranking das maiores exportadoras está relacionada. No caso da estrutura das exportações, tal como noticiado pelo Negócios, a venda de carros ao exterior ganhou protagonismo, assim como os produtos petrolíferos refinados.

No caso do top 10, este já era dominado pelo setor automóvel em 2008. As exceções eram a Navigator, a Somincor – extração e preparação de outros minérios metálicos não ferrosos – e a Repsol Polímeros. Mesmo comparando com 2000, a estrutura já era semelhante.

 

 

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La producción y exportación de vehículos descendió en enero

La producción de vehículos en las fabricas españolas durante el mes de enero descendió en 1,4% para un total de 240.225 unidades producidas.

in AutoRevista, 25-02-2019


Desde la Asociación Nacional de Fabricantes de Vehículos (ANFAC) manifiestan que “las fábricas en nuestro país continúan adaptando su producción tras un cierre de año complicado tanto para el mercado europeo como para el español. Europa sigue mostrando síntomas de debilidad en la demanda de vehículos con una caída en las matriculaciones de turismos del 4,6% en enero, que ha afectado a nuestros cuatro principales destinos de exportación. En Italia las ventas de vehículos han descendido un 7,5%, en Reino Unido un 1,6%, en Alemania un 1,4% y en Francia un 1,1%”.

Por su parte, en España las ventas de turismos cayeron un 8%, acumulando ya cinco meses consecutivos de caída. La incertidumbre en el mercado sigue retrasando la decisión de compra de las familias y este fenómeno afecta directamente en el ritmo y el volumen de producción en las fábricas españolas. Esta caída en la producción en enero ha sido generalizada para todos los tipos de vehículos, salvo para los industriales ligeros, que mantienen un crecimiento sostenido tras un buen cierre de 2018; y los comerciales ligeros que aumentan su producción un 9,5% más que el mismo mes del año anterior.

Respecto a la exportación, en enero, se enviaron fuera de las fronteras españolas un total de 190.279 vehículos, lo que representa un descenso del 2,73% frente al mismo mes de 2018. Por tipo de vehículo, en el primer mes del año, se exportaron 146.619 turismos con un descenso del 4,89% respecto a enero de 2018 y 3.832 todoterrenos, lo que supone un 1,82% menos. Según ANFAC, en el mes de enero, la exportación se siguió mostrando débil, con una caída generalizada para todos los tipos de vehículos, exceptuando los comerciales ligeros que exportaron en el mes de enero 25.445 unidades, lo que supone un 17,7% más que en enero de 2018; y los industriales ligeros con casi un crecimiento del 1% respecto al mismo periodo del año anterior.

Por otro lado, tras la aprobación, el pasado viernes, en Consejo de Ministros de la Ley de Cambio Climático y Transición Energética y el Plan Nacional Integrado de Energía y Clima 2021-2030, ANFAC ha expresado su preocupación respecto de la prohibición a los motores de combustión para 2040, resaltada en la presentación del proyecto de Ley de Cambio Climático. La asociación estudiará el texto definitivo del proyecto de Ley de Cambio Climático y determinará su posición en los próximos días. “Una estrategia basada en prohibiciones que no se ajuste a la estrategia europea de descarbonización del transporte, tendrá un efecto negativo para los consumidores, el mercado, las fábricas y la industria”, señaló Mario Armero, vicepresidente ejecutivo de ANFAC.

 

 

CIP pretende mais apoio financeiro para as empresas portuguesas

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, alerta para a “necessidade de um novo fôlego para o Programa Capitalizar”, e defende o “fortalecimento” do banco de fomento.

in Jornal Económico, por Rodolfo Alexandre Reis, 27-02-2019


A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) quer mais apoios financeiros para as empresas portuguesas. Esta vontade foi expressa pelo presidente da CIP, António Saraiva, que falou à margem do seminário CIP-BEI “Financing Investment in Africa“, realizado esta quarta-feira em Lisboa.

António Saraiva sublinhou estar ciente de que as “dificuldades de acesso ao financiamento têm constituído um sério constrangimento a um relançamento mais forte do investimento das empresas portuguesas em Portugal e no estrangeiro”, mas insistiu “na necessidade de um novo fôlego para o Programa Capitalizar, com particular ambição para a sua dimensão financeira, que é onde encontramos mais medidas por executar, algumas das quais particularmente importantes para a criação de novas fontes de financiamento e capitalização das empresas”

O presidente da CIP afirmou que “o sistema bancário, apesar de mais capitalizado e dispondo de mais liquidez, continua a não cumprir cabalmente a sua função de intermediação entre poupança e investimento, falhando na canalização de recursos financeiros para o setor produtivo”.

Uma situação que António Saraiva caracteriza como “particularmente perturbadora”, já que “uma das fragilidades estruturais do nosso tecido empresarial é a excessiva dependência de crédito bancário, sobretudo de curto prazo”.

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal relembrou que tem “defendido o fortalecimento da Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) [também conhecido como banco de fomento], por forma a desempenhar cabalmente a sua missão como instrumento dinamizador de diversificação, quer das fontes de financiamento e de capitalização das pequenas e médias empresas (PME), quer dos instrumentos à sua disposição”.

António Saraiva assumiu que “a dificuldade de acesso ao financiamento tem afetado também, evidentemente, o investimento das empresas portuguesas no exterior, nomeadamente nos países de África, Pacífico e Caraíbas (ACP)”, e que “tendo em conta o volume de financiamentos disponibilizado pelas organizações internacionais para a cooperação e o desenvolvimento nestes mercados, era para nós evidente que estávamos a passar ao lado de oportunidades que não podiam ser desperdiçadas”.

O presidente da CIP frisou a importância de “capacitar a Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento, Instituíção Financeira de Crédito (SOFID), em capital e em recursos humanos, para que possa cumprir com eficácia a sua missão, proporcionando às empresas portuguesas o acesso aos instrumentos de “blending” e a outros mecanismos de financiamento disponíveis na União Europeia (e não só) para investirem em África e noutros mercados em desenvolvimento, com particular destaque, naturalmente, para os países lusófonos”.

António Saraiva olha com “esperança” para os passos que estão a ser dados “na implementação da nova estratégia da SOFID e, em particular no aprofundamento da cooperação entre o Banco Europeu de Investimento e a SOFID, já concretizado com o primeiro contrato de financiamento para uma linha de crédito destinada a financiar projetos das PME nos países ACP”.

 

 

Produção automóvel em janeiro chegou quase aos mil veículos por dia

A Autoeuropa, maior fábrica do sector no país, aumentou a produção em 23,5% face a janeiro de 2018

in Expresso, 27-02-2019


Em janeiro deste ano, foram produzidas 30.926 viaturas em Portugal, o valor mais elevado desde pelo menos desde 2000, segundo os dados disponíveis da Associação Automóvel de Portugal (ACAP). Faltaram apenas 74 veículos para a produção automóvel em Portugal alcançar a média de mil unidades diárias no primeiro mês de 2019, avança o “Jornal de Negócios” esta quarta-feira.

A Autoeuropa, maior fábrica do sector no país, foi responsável pela produção de 23.897 automóveis, o que corresponde a 77,3% da produção total e a 91% dos ligeiros de passageiros. A fábrica da Volkswagen em Palmela aumentou a produção em 23,5% face a janeiro de 2018.

A segunda maior unidade de produção automóvel em Portugal, a PSA de Mangualde, registou um crescimento de 19,1% na produção, para 6064 veículos. Conforme lembra o matutino, a unidade de Mangualde produz principalmente comerciais ligeiros, mas no primeiro mês deste ano o volume de ligeiros de passageiros aumentou em 58,5% face a janeiro de 2018, para 2374 unidades, e representou 39,1% dos veículos saídos das linhas de montagem.

A Mitsubishi Fuso Truck Europe, unidade de produção localizada no Tramagal, no concelho de Abrantes, registou, por sua vez, uma subida de 33,3%: fabricou 712 veículos, dos quais 256 comerciais ligeiros e 456 pesados.

A fábrica da Toyota Caetano, em Ovar, registou uma quebra homóloga de 11,5%, tendo produzido 253 comerciais ligeiros.

 

 

Uma viagem à nova plataforma logística industrial

Construída de raiz, a nova plataforma logística industrial às portas da cidade de Braga ocupa uma área de 6.500 metros quadrados.

in ECO, por Isabel Cristina Costa, 27-02-2019


O que é a nova plataforma logística industrial de Braga, em pleno Mercado Abastecedor da Região de Braga (MARB), em Celeirós, mesmo às portas da cidade. A nova plataforma começará a funcionar já no próximo dia 1 de março e é o resultado de um investimento conjunto entre o MARB e a Rangel Logistics Solutions, que a cinco anos rondará os 8,5 milhões de euros e permitirá a criação de 60 novos postos de trabalho.

O MARB é o dono do edifício – investiu quatro milhões de euros, adiantou o diretor do Centro Logístico do Minho, António Félix -, mas é a Rangel que gere toda a operação de logística industrial, que tem como cliente a multinacional alemã Bosch. Com este projeto de expansão, o MARB tem, agora, os seus 10 hectares em plena ocupação. Não está fechada a possibilidade de outras empresas entrarem nesta plataforma logística, mas a Bosch terá sempre a preferência, confessa Nuno Rangel, o gestor da Rangel Logístics Solutions.

Construída de raiz, a nova plataforma de logística industrial ocupa uma área de 6.500 metros quadrados. O armazém, com 11 cais de carga e descarga, tem estimada uma capacidade para manusear 200 mil paletes de matéria-prima e de produto acabado dos fornecedores nacionais e internacionais da Bosch. Por ano, envolverá na operação 7.300 camiões de 25 toneladas. “Dentro de dois a três meses, a plataforma estará a funcionar a 100%”, assegurou Nuno Rangel, CEO da Rangel Logistics Solutions.

A visita terminou com muitos sorrisos entre os parceiros do projeto, uma vez que se estima que saiam todos a ganhar: o MARB expande e diversifica, a Rangel ganha peso no segmento automotive e a Bosch aumenta competitividade no mercado mundial. Tudo a partir de Braga.

Só falta referir que este projeto, uma parceria entre o setor público e o privado, foi concretizado em tempo recorde. Entre a assinatura do contrato de empreitada e a conclusão da obra, os stakeholders (SIMAB/MARB, Rangel, Bosch, Câmara Municipal de Braga e Invest Braga) levaram oito meses.